A atenção pode ser definida como a direção da consciência, o estado de concentração da atividade mental sobre determinado objeto.
Com relação a psicopatologia da atenção, assinale a alternativa CORRETA:
- A) Nos quadros depressivos a atenção seletiva sensorial costuma ser mais afetada.
- B) Em psicopatologia, usa-se o termo distraibilidade para um sinal, não de déficit propriamente, mas de superconcentração ativa da atenção sobre determinados conteúdos ou objetos, com inibição de tudo o mais.
- C) A alteração menos comum e específica da atenção é sua diminuição global, a chamada hipoprosexia.
- D) Nas demências as alterações de atenção costumam estar presentes desde as fases inicias.
- E) Em psicopatologia, usa-se o termo distração para um estado patológico que se exprime por instabilidade marcante e mobilidade acentuada da atenção voluntária, com dificuldade ou incapacidade para fixar-se ou deter-se em qualquer coisa que implique esforço produtivo.
Resposta:
A alternativa correta é letra D) Nas demências as alterações de atenção costumam estar presentes desde as fases inicias.
A questão está baseada no seguinte texto:
"Os distúrbios neurológicos e neuropsicológicos nos quais se verificam alterações da atenção são, principalmente, aquelas condições em que ocorre diminuição do nível de consciência. Pode-se mencionar aqui as encefalopatias metabólicas (por alteração de níveis de oxigênio, glicose e do equilíbrio eletrolítico, acúmulo de catabólitos, etc.), meningoencefalites, acidentes vasculares cerebrais, esclerose múltipla e quadros tumorais. Nas demências, as alterações de atenção podem estar relacionadas a quadros episódicos com rebaixamento do nível de consciência (delirium que se sobrepõe ao quadro demencial) ou deterioração cognitiva progressiva. Na demência de Alzheimer, os pacientes têm dificuldades em tarefas que requerem concentração e foco, assim como em atividades de controle executivo (funções frontais).
(...)
A alteração mais comum e menos específica da atenção é a diminuição global desta, chamada hipoprosexia. Aqui se verifica uma perda básica da capacidade de concentração, com fatigabilidade aumentada, o que dificulta a percepção dos estímulos ambientais e a compreensão; as lembranças tornam-se mais difíceis e imprecisas, há dificuldade crescente em todas as atividades psíquicas complexas, como o pensar, o raciocinar, a integração de informações, etc. Denomina-se aprosexia a total abolição da capacidade de atenção, por mais fortes e variados que sejam os estímulos utilizados.
Por sua vez, a hiperprosexia consiste em um estado da atenção exacerbada, no qual há uma tendência incoercível a obstinar-se, a deter-se indefinidamente sobre certos objetos com surpreendente infatigabilidade.
A distração é um sinal, não de déficit propriamente, mas de superconcentração ativa da atenção sobre determinados conteúdos ou objetos, com a inibição de tudo o mais (Nobre de Melo, 1979). Há, nesse sentido, certa hipertenacidade e hipovigilância. É o caso do cientista que, pelo fato de seu interesse e de sua atenção estarem totalmente voltados para um problema, comete erros do tipo esquecer onde estacionou o carro ou colocar meias de cores diferentes.
Já a distraibilidade é, ao contrário da distração, um estado patológico que se exprime por instabilidade marcante e mobilidade acentuada da atenção voluntária, com dificuldade ou incapacidade para fixar-se ou deter-se em qualquer coisa que implique esforço produtivo. A atenção do indivíduo é muito facilmente desviada de um objeto para outro.
(...)
Nos quadros depressivos, geralmente há diminuição geral da atenção, ou seja, hipoprosexia. Em alguns casos graves, ocorre a fixação da atenção em certos temas depressivos (hipertenacidade), com rigidez e alguma diminuição da capacidade de mudar o foco da atenção (hipovigilância). Isso acontece pelo fato de o indivíduo estar em depressão grave, muitas vezes voltado totalmente para si, concentrado em conteúdos de fracasso, doença, culpa, pecado, ruína, etc. Em pacientes deprimidos, o desempenho prejudicado em tarefas de atenção constante é, de modo geral, proporcional à gravidade do estado depressivo. A atenção seletiva sensorial é geralmente menos afetada (Cohen; Salloway; Zawacki, 2006)."
Fonte: "Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais" (Dalgalarrondo)
Portanto, encontramos a resposta na Letra D.
a) Nos quadros depressivos a atenção seletiva sensorial costuma ser mais afetada.
b) Em psicopatologia, usa-se o termo distraibilidade para um sinal, não de déficit propriamente, mas de superconcentração ativa da atenção sobre determinados conteúdos ou objetos, com inibição de tudo o mais.
c) A alteração menos comum e específica da atenção é sua diminuição global, a chamada hipoprosexia.
d) Nas demências as alterações de atenção costumam estar presentes desde as fases inicias.
e) Em psicopatologia, usa-se o termo distração para um estado patológico que se exprime por instabilidade marcante e mobilidade acentuada da atenção voluntária, com dificuldade ou incapacidade para fixar-se ou deter-se em qualquer coisa que implique esforço produtivo.
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