“A depressão e suas relações com disfunções cognitivas são mais comuns nos seguintes distúrbios neurológicos: AVC, esclerose múltipla, doença de Parkinson e de Alzheimer”.
Com base nessa afirmativa, analise as seguintes assertivas:
I. Dependendo do hemisfério acometido em um AVC, a depressão pode apresentar características próprias.
II. Estados neurofisiológicos que inibem ou liberam fragmentos do comportamento humano, como elação, indiferença afetiva e hipobulia, são patognomônicos da depressão, isso é, são exclusivos dos quadros depressivos.
III. A depressão pode ser uma das primeiras manifestações da esclerose múltipla, antecedendo a sintomatologia física incapacitante.
IV. O impacto da depressão sobre a cognição na doença de Parkinson evidencia-se na apatia, em problemas de concentração, atenção e memória, além dos distúrbios de sono, fadiga e lentidão psicomotora associados a ambos os transtornos.
V. A escala Cornell de depressão não é um instrumento válido para avaliação e acompanhamento de pacientes com doença de Alzheirmer.
Em relação a essas afirmativas é CORRETO afirmar que
- A) a I, III e IV são verdadeiras.
- B) a III, IV e V são falsas.
- C) a II, IV e V são falsas.
- D) a I, II e IV são verdadeiras.
Resposta:
A alternativa correta é letra A) a I, III e IV são verdadeiras.
Gabarito Letra A
I. Dependendo do hemisfério acometido em um AVC, a depressão pode apresentar características próprias.
Correto! Terroni (2008) trás:
“Embora haja divergências entre os resultados das pesquisas sobre os correlatos neuroanatômicos, há uma tendência em aceitar que os infartos localizados no pólo frontal esquerdo e nos gânglios da base do hemisfério esquerdo estão associados a uma maior frequência e maior gravidade de depressão no período agudo pós-AVC.”
Podemos, então, excluir as alternativas B e C.
II. Estados neurofisiológicos que inibem ou liberam fragmentos do comportamento humano, como elação, indiferença afetiva e hipobulia, são patognomônicos da depressão, isso é, são exclusivos dos quadros depressivos.
Incorreto! A elação, por exemplo, está muito presente nos quadros de mania, a indiferença afetiva faz parte do quadro diagnóstico do transtorno de personalidade anti-social, etc. A questão está escrita de forma complicada, mas é só desmembra-la para perceber que não é difícil de resolve-la.
III. A depressão pode ser uma das primeiras manifestações da esclerose múltipla, antecedendo a sintomatologia física incapacitante.
Correto!
“O aparecimento de transtornos depressivos tem sido considerado um fator de risco para o desenvolvimento posterior de processo demencial. Alguns estudos sugerem que 50% dos pacientes com depressão evoluem para quadro demencial num período de cinco anos. A comorbidade de depressão e demência contribui para o comprometimento de suas capacidades funcionais.” (LASINSKAIS E GONÇALVES, 2015)
IV. O impacto da depressão sobre a cognição na doença de Parkinson evidencia-se na apatia, em problemas de concentração, atenção e memória, além dos distúrbios de sono, fadiga e lentidão psicomotora associados a ambos os transtornos.
Correto! Esses sintomas representam como a depressão pode impactar a cognição em pacientes com Parkinson.
V. A escala Cornell de depressão não é um instrumento válido para avaliação e acompanhamento de pacientes com doença de Alzheimer.
Incorreto! A escala Cornell de depressão na demência é, na verdade, muito útil para avaliação e acompanhamento dos sintomas depressivos em pacientes com Alzheimer.
Dessa forma, I, III e IV são verdadeiras, gabarito letra A.
Referência
LASINSKAIS, Bruno; GONÇALVES, Márcia. Correlação entre sintomas depressivos e esclerose múltipla. Psychatry online brasil, volume 20, n° 12. Dezembro de 2015. Disponível em: < https://www.polbr.med.br/ano15/prat1215.php> Acesso em 25 de junho de 2019.
TERRONI, Luisa de Marillac Niro, et al. Depressão pós-AVC: aspectos psicológicos, neuropsicológicos, eixo HHA, correlato neuroanatômico e tratamento. Revista Psiquiatria Clínica: 36 (3). 2008. 100-108
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