Ao abordar hipóteses a respeito dos fatores que contribuem para que um indivíduo venha a delinquir podemos considerar:
I. Predisposição genética – O pesquisador Hare sustenta que a prevalência de psicopatas na população carcerária seria de 15 a 20%, enquanto que na população em geral é em torno de 01%. Entretanto Fernandes e Fernandes (1995) assinalam que “ parece irrecusável que existe uma contribuição genética para quase toda forma de comportamento, mas não é absolutamente verdadeiro que o comportamento específico dos seres humanos seja determinado apenas geneticamente.
II. O lar: condicionamentos e modelos – a dinâmica familiar apresenta influência no modo como o indivíduo irá se relacionar com o meio, inclusive em questões envolvendo atos ilícitos. No lar instalam-se as bases de crenças, valores e fundamentos de cada indivíduo, que se refletirão, mais tarde em condicionamentos positivos ou negativos em seus relacionamentos interpessoais.
III. A adolescência – alguns fatores contribuem para tornar o adolescente mais vulnerável à prática da delinquência, em comparação com o que acontece em outros momentos da vida. Três fatores atenuam essa vulnerabilidade aumentam a resiliência: 1) Vulnerabilidade do adolescente às mensagens que induzem à violência e à transgressão; 2) Complacência parental e 3) Percepção de falta de espaço no mundo adulto.
IV. Os microfatores externos. Se de um lado existe o indivíduo propenso à prática de delitos, por inúmeras razões, de outro, evidenciam-se indiscutíveis estímulos à delinquência: falta de limites durante a infância e também a expectativa de impunidade.
Está correto o que se afirma APENAS em:
- A) I e III.
- B) II, III e IV.
- C) II e IV.
- D) I, II e IV.
- E) I, III e IV.
Resposta:
A alternativa correta é letra D) I, II e IV.
Gabarito: Letra D
I. Predisposição genética – O pesquisador Hare sustenta que a prevalência de psicopatas na população carcerária seria de 15 a 20%, enquanto que na população em geral é em torno de 01%. Entretanto Fernandes e Fernandes (1995) assinalam que “ parece irrecusável que existe uma contribuição genética para quase toda forma de comportamento, mas não é absolutamente verdadeiro que o comportamento específico dos seres humanos seja determinado apenas geneticamente.
Certo! Veja:
“Predisposição genética A hipótese de fatores genéticos associados ao comportamento criminoso tem sido aventada e investigada ao longo dos tempos; contudo, ainda que alguns achados indiquem essa possibilidade, não há comprovação efetiva nesse sentido. “Lund observou que a proporção de delinquentes condenados por delitos graves é maior entre aqueles cujos pais também foram delinquentes”, registram Gomes e Molina (1997, p. 208); contudo, o efeito-aprendizagem constitui variável possivelmente determinante no comportamento. Os mesmos autores assinalam, por outro lado, que “o delinquente psicopata representa um percentual muito reduzido no total da população delinquente” e que “a maior parte dos infratores da lei é surpreendentemente normal” (Gomes; Molina, 1997, p. 229). Autores como Sidney Shine sugerem que a prevalência de psicopatas é maior na população carcerária do que na população clínica. Hare sustenta que a prevalência de psicopatas na população carcerária seria de 15% a 20%, enquanto na população em geral é em torno de 1%. Ainda assim, concluem Gomes e Molina, “a conexão entre a enfermidade mental e o crime é muito débil” (1997, p. 229). (...) Dessa conclusão aproximam-se Fernandes e Fernandes (1995, p. 117), quando assinalam que “parece irrecusável que existe uma contribuição genética para quase toda forma de comportamento. Mas não é absolutamente verdadeiro que o comportamento específico dos seres humanos seja determinado apenas geneticamente. As potencialidades são genéticas em sua origem. … O talento musical herdado não basta para formar um músico”.”
II. O lar: condicionamentos e modelos – a dinâmica familiar apresenta influência no modo como o indivíduo irá se relacionar com o meio, inclusive em questões envolvendo atos ilícitos. No lar instalam-se as bases de crenças, valores e fundamentos de cada indivíduo, que se refletirão, mais tarde em condicionamentos positivos ou negativos em seus relacionamentos interpessoais.
Certo! Veja:
“O lar: condicionamentos e modelos Winnicott, notável estudioso do comportamento infantil, aponta, com perspicácia, que “uma criança normal … usa de todos os meios para se impor… põe a prova seu poder de desintegrar, destruir, assustar, manobrar, consumir e apropriar-se. Tudo o que leva as pessoas aos tribunais (ou aos manicômios) tem seu equivalente normal na infância, na relação da criança com o próprio lar” (WINNICOTT, apud BELMONT, 2000, p. 45). De fato, no lar instalam-se as bases de crenças, valores e fundamentos dos comportamentos de cada indivíduo, que se refletirão, mais tarde, em condicionamentos positivos ou negativos em seus relacionamentos interpessoais. A dinâmica familiar apresenta influência no modo como o indivíduo irá se relacionar com o meio, inclusive em questões envolvendo atos ilícitos”
III. A adolescência – alguns fatores contribuem para tornar o adolescente mais vulnerável à prática da delinquência, em comparação com o que acontece em outros momentos da vida. Três fatores atenuam essa vulnerabilidade aumentam a resiliência: 1) Vulnerabilidade do adolescente às mensagens que induzem à violência e à transgressão; 2) Complacência parental e 3) Percepção de falta de espaço no mundo adulto.
Errado. Esses são fatores que pioram essa vulnerabilidade.
IV. Os microfatores externos. Se de um lado existe o indivíduo propenso à prática de delitos, por inúmeras razões, de outro, evidenciam-se indiscutíveis estímulos à delinquência: falta de limites durante a infância e também a expectativa de impunidade.
Certo! Veja:
“Os microfatores externos Se, de um lado, existe o indivíduo propenso à prática de delitos, por inúmeras razões, de outro, evidenciam-se indiscutíveis estímulos à delinquência. Alguns, sistematicamente apontados, permanecem negligenciados. Esses estímulos, eminentemente de fundo social, têm origem no núcleo familiar e na sociedade em geral; caracterizam-se pela diversidade e extrema complexidade de neutralização. São exemplos de microfatores externos negativos o abandono escolar precoce, a exposição a ambientes em que se consomem produtos etílicos e substâncias psicoativas, a instabilidade profissional dos pais, o desemprego, más condições socioeconômicas, a migração excessiva com pouca vinculação à vizinhança, entre outros que serão analisados a seguir. A falta de limites durante a infância constitui o mais proeminente e grave estímulo à delinquência. Ainda que ela não se traduza, mais tarde, em atitudes criminosas, conduz a comportamentos inadequados do ponto de vista da boa convivência social. Constituem exemplos disso o estudante que interrompe a aula com o celular tocando, o profissional que se atrasa e tumultua os trabalhos, o cliente que faz exigências descabidas, o cidadão que se sente no direito de usufruir regalias em relação aos demais etc. Pais irresponsáveis, incapazes de educar, preferem assinar uma nota promissória contra o futuro apostando no surgimento de algum mecanismo fantástico (em geral, a escola) que resgate a falta de comprometimento para com a criança. Também para isso concorre a incorreta ideia de educação liberal, que permite tudo em troca de nada e gera indivíduos incapazes de dividir benefícios e compartilhar dificuldades, a essência da boa convivência.”
Nosso gabarito é Letra D.
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