Augusto, 21 anos, foi trazido ao Pronto-Socorro pelos pais, apresentando insônia há 5 dias, e alimentando-se somente com o pão que comprava na padaria, pois referia que “estavam querendo envenenar sua comida”. Os pais o ouviram falando sozinho, apresentando risos sem motivo. Questionado, Augusto refere que ouvia várias pessoas lhe dizerem que seu pai iria morrer. O rapaz havia sido demitido do emprego há cerca de 2 meses e sua noiva, com quem iria se casar, terminou o relacionamento pouco tempo depois. Somado a isso, estava tendo dificuldades em manter a faculdade. Aos poucos, ele foi se isolando, parando de fazer a barba, tomar banho e se alimentar.
Os sintomas de acreditar que sua comida estava sendo envenenada e ouvir várias pessoas falando com ele, sem que estas estivessem presentes, são chamados, respectivamente, de
- A) confusão mental e hipersensibilidade auditiva.
- B) anedonia e fuga de ideias.
- C) pensamentos disfuncionais e alterações de processamento auditivo.
- D) perturbação do afeto e arborização do pensamento.
- E) delírios e alucinações.
Resposta:
A alternativa correta é letra E) delírios e alucinações.
Os sintomas de acreditar que sua comida estava sendo envenenada e ouvir várias pessoas falando com ele, sem que estas estivessem presentes, são chamados, respectivamente, de
Esses sintomas são chamados de delírio e alucinação, respectivamente. Veja mais no texto abaixo:
"Segundo Karl Jaspers (1883-1969) (1979), as idéias delirantes, ou delírio, são juízos patologicamente falsos. Dessa forma, o delírio é um erro do ajuizar que tem origem na doença mental. Sua base é mórbida, pois é motivado por fatores patológicos. Idéias delirantes típicas são observadas na prática clínica, por exemplo: "Tenho certeza de que meus pais (ou os vizinhos) querem me envenenar"; "As pessoas que trabalham em minha empresa fizeram um plano para acabar comigo, primeiro me desmoralizando, para depois me prender e torturar"; ou "Eu sou a nova divindade que tem poderes para acabar com o sofrimento no mundo na hora que quiser"; ou, ainda, "Implantaram um chip em meu cérebro que comanda meus pensamentos".
(...)
Define-se alucinação como a percepção de um objeto, sem que este esteja presente, sem o estímulo sensorial respectivo. Há, aqui, certa dificuldade conceitual. Se a percepção é um fenômeno sensorial que obrigatoriamente inclui um objeto estimulante (as formas de uma bola, o ruído de uma voz, o odor de uma substância química) e um sujeito receptor, como pode-se falar em percepção sem objeto? Entretanto, a clínica registra indivíduos que percebem perfeitamente uma voz ou uma imagem, com todas as características de uma percepção normal, corriqueira, sem a presença real do objeto. Eis um desafio conceitual que a patologia mental coloca à psicologia do normal (Ey, 1973).
Alucinação é a percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) sem a presença do objeto estimulante real."
Fonte: "Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais" (Dalgalarrondo)
Com isso, encontramos a resposta na Letra E.
a) confusão mental e hipersensibilidade auditiva.
b) anedonia e fuga de ideias.
c) pensamentos disfuncionais e alterações de processamento auditivo.
d) perturbação do afeto e arborização do pensamento.
e) delírios e alucinações.
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