Bety é uma menina de oito anos, que cursa a terceira série do ensino fundamental. No discurso de sua mãe Rose, Bety é muito nervosa, chora por qualquer motivo, não pode ser contrariada e rói as unhas dos pés e das mãos até sangrar. Rose relata que a gravidez de Bety foi complicada, pois ela sangrava muito. Conta que a filha tem vergonha de ir pra escola, pois se acha feia e gorda. Um sentimento de culpa é gerado por Bety, que não sabe mais o que fazer para ficar bonita. Quando retorna da escola vai para o quarto chorar e em seguida uma vontade de comer. Seu pai, Ronaldo, reside em outra cidade. No discurso de Rose, este pai não se faz presente na vida da filha, chegando a ficar um ano sem ver a menina. Quando diz que vai buscá-la, a filha se arruma, fica esperando, e o pai não aparece. A separação do casal aconteceu quando Bety tinha dois anos e foi um pouco conturbada, pois eles brigavam muito. No discurso da avó Catharina, aparecem questões que nos ajudam no desenrolar do caso. A avó, que em alguns atendimentos “invadiu” a sala, demonstra preocupação e, muitas vezes, desespero. Catharina diz ver Bety como sua filha.
No transcorrer dos atendimentos clínicos com Bety, foram se desenrolando os nós em que a mesma se encontrava e que também se encontravam os sujeitos que a rodeavam. Já nas primeiras entrevistas, ficou claro que o conflito da trama edípica não se desfez. O que aparece como manifestação de angústia em Bety apresenta-se como uma tentativa de denunciar o Outro (função materna exercida pela avó) pelo medo aterrorizante em ficar sozinha e perdê-la.
A mãe de Bety procurou ajuda de um psiquiatra, o qual adotou a seguinte hipótese diagnóstica para o referido caso (Dalgalarrondo, 2008):
- A) Síndrome de dumping
- B) Síndrome de Münchhausen
- C) Bulimia
- D) Anorexia
- E) Transtorno de pânico
Resposta:
A alternativa correta é letra C) Bulimia
Questão passível de anulação.
Bety é uma menina de oito anos, que cursa a terceira série do ensino fundamental. No discurso de sua mãe Rose, Bety é muito nervosa, chora por qualquer motivo, não pode ser contrariada e rói as unhas dos pés e das mãos até sangrar. Rose relata que a gravidez de Bety foi complicada, pois ela sangrava muito. Conta que a filha tem vergonha de ir pra escola, pois se acha feia e gorda. Um sentimento de culpa é gerado por Bety, que não sabe mais o que fazer para ficar bonita. Quando retorna da escola vai para o quarto chorar e em seguida uma vontade de comer. Seu pai, Ronaldo, reside em outra cidade. No discurso de Rose, este pai não se faz presente na vida da filha, chegando a ficar um ano sem ver a menina. Quando diz que vai buscá-la, a filha se arruma, fica esperando, e o pai não aparece. A separação do casal aconteceu quando Bety tinha dois anos e foi um pouco conturbada, pois eles brigavam muito. No discurso da avó Catharina, aparecem questões que nos ajudam no desenrolar do caso. A avó, que em alguns atendimentos “invadiu" a sala, demonstra preocupação e, muitas vezes, desespero. Catharina diz ver Bety como sua filha.
No transcorrer dos atendimentos clínicos com Bety, foram se desenrolando os nós em que a mesma se encontrava e que também se encontravam os sujeitos que a rodeavam. Já nas primeiras entrevistas, ficou claro que o conflito da trama edípica não se desfez. O que aparece como manifestação de angústia em Bety apresenta-se como uma tentativa de denunciar o Outro (função materna exercida pela avó) pelo medo aterrorizante em ficar sozinha e perdê-la.
A mãe de Bety procurou ajuda de um psiquiatra, o qual adotou a seguinte hipótese diagnóstica para o referido caso (Dalgalarrondo, 2008):
a) Síndrome de dumping
Segundo o Hospital Albert Einstein:
"A síndrome de dumping é ocasionada pela passagem rápida do estômago para o intestino, de alimentos com grandes concentrações de gordura e/ou açúcares, em pacientes submetidos a cirurgias gástricas, como a bariátrica e metabólica, como resultado da alteração anatômica do estômago."
Não tem relação, portanto, com o caso.
Assertiva Falsa.
b) Síndrome de Münchhausen
Segundo Sousa Filho e colab.:
"Atualmente, apesar do uso disseminado do termo 'síndrome de Munchausen', nenhuma entidade nosológica é reconhecida pela Classificação Internacional de Doenças para ambas as síndromes. No entanto, a síndrome de Munchausen foi incluída na décima edição da Classificação Internacional de Doenças na categoria produção intencional ou imitação de sintomas ou disfunções, tanto físicas ou psicológicas (transtorno factício)."
Também não tem relação com o caso apresentado.
Assertiva Falsa.
c) Bulimia
A banca escolheu essa alternativa como verdadeira. Contudo, com base no caso apresentado, não há os sintomas necessários para fazer esse diagnóstico. É uma questão passível de anulação.
Veja os critérios diagnósticos da Bulimia Nervosa, com base no DSM-V:
"A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado pelos seguintes aspectos:
1. Ingestão, em um período de tempo determinado (p. ex., dentro de cada período de duas horas), de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria dos indivíduos consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhantes.
2. Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (p. ex., sentimento de não conseguir parar de comer ou controlar o que e o quanto se está ingerindo).
B. Comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a fim de impedir o ganho de peso, como vômitos autoinduzidos; uso indevido de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos; jejum; ou exercício em excesso.
C. A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem, em média, no mínimo uma vez por semana durante três meses.
D. A autoavaliação é indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporais.
E. A perturbação não ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa."
d) Anorexia
Critérios diagnósticos, segundo o DSM-V:
"A. Restrição da ingesta calórica em relação às necessidades, levando a um peso corporal significativamente baixo no contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física. Peso significativamente baixo é definido como um peso inferior ao peso mínimo normal ou, no caso de crianças e adolescentes, menor do que o minimamente esperado.
B. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso, mesmo estando com peso significativamente baixo.
C. Perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal são vivenciados, influência indevida do peso ou da forma corporal na autoavaliação ou ausência persistente de reconhecimento da gravidade do baixo peso corporal atual."
Não é possível fazer esse diagnóstico.
Assertiva Falsa.
e) Transtorno de pânico
Segundo o DSM-V, estes são os critérios Transtorno de Pânico:
"A. Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas:
Nota: O surto abrupto pode ocorrer a partir de um estado calmo ou de um estado ansioso.
1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia.
2. Sudorese.
3. Tremores ou abalos.
4. Sensações de falta de ar ou sufocamento.
5. Sensações de asfixia.
6. Dor ou desconforto torácico.
7. Náusea ou desconforto abdominal.
8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio.
9. Calafrios ou ondas de calor.
10. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento).
11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo).
12. Medo de perder o controle ou 'enlouquecer'.
13. Medo de morrer.B. Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as seguintes características:
1. Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou sobre suas conseqüências (p. ex., perder o controle, ter um ataque cardíaco, 'enlouquecer').
2. Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionada aos ataques (p. ex., comportamentos que têm por finalidade evitar ter ataques de pânico, como a esquiva de exercícios ou situações desconhecidas).
C. A perturbação não é conseqüência dos efeitos psicológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou de outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo, doenças cardiopulmonares).
D. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex., os ataques de pânico não ocorrem apenas em resposta a situações sociais temidas, como no transtorno de ansiedade social; em resposta a objetos ou situações fóbicas circunscritas, como na fobia específica; em resposta a obsessões, como no transtorno obsessivo-compulsivo; em resposta à evocação de eventos traumáticos, como no transtorno de estresse pós-traumático; ou em resposta à separação de figuras de apego, como no transtorno de ansiedade de separação)."
Não podemos fazer esse diagnóstico também.
Assertiva Falsa.
Não há uma alternativa correta. Questão passível de anulação.
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