Logo do Site - Banco de Questões
Continua após a publicidade..

É síntese que a transformação da personalidade em consequência de processos resulta em limitação ou desintegração da personalidade. Conforme Karl Jaspers (1979), os estudos de psicopatologia sugerem que, nestes casos, os distúrbios podem ser classificados em três categorias:

A– Demência esquizofrênica.

B– Demência por processo orgânico cerebral.

C– Demência epiléptica.

São características destas:

1. Lentificação dos processos psíquicos, dificuldade de apreensão, alongamento considerável dos tempos de reação, tendências à obstinação, à fixidez afetiva, às estereotipias.

2. A reação chistosa em alguns tumores cerebrais, o mau humor nos alcoolistas, a maneira religioso-exaltada, fingida, ou os modos pedantescamente apurados nos epiléticos, a euforia na esclerose múltipla.

3. A diversidade em que se apresenta vai de alterações ligeiras na limitação da compreensibilidade até a quase completa desintegração. Destacam-se a falha de unitariedade no pensamento, no sentimento e na vontade, a luta entre os movimentos afetivos e o conteúdo ideativo momentâneo, a incapacidade de conceber a realidade como realidade e dar-lhe significação válida.

A combinação CORRETA dos conceitos e suas descrições é:

Resposta:

A alternativa correta é letra B) A-3, B-2, C-1.

Gabarito: Letra B

 

 

Essa é a demência epilética.

“Demência epilética,. — Os epilépticos progressivos apresentam alterações caracteriais típicas! a lentificação de todos os processos psíquicos (chegando aos reflexos neurológicos) mostra-se na dificuldade de apreensão, no alongamento considerável dos tempos de reação; ao que se acrescem tendências à obstinação, à fixidez afetiva, às estereotipias. Acompanha a perda da espontaneidade e da atividade um desassossêgo elementar, que se manifesta por forma impulsiva, desorientada. A supersensibilidade egocêntrica e a necessidade de prestígio levam, aumentando a excitabilidade, a reações explosivas; daí verem-se reações motoras bra- tais em doentes que, geralmente, se mostram quietos. Descrevem-se a importunidade excessiva, a chamada “pegajosidade”, isto é, mo- dos adocicados; untuosos. O quadro é completado pela tensão ner-- vosa e pela vacuidade afetiva. A sujeição em que os doentes se apresentam, constrangidos, estritos, rígidos, acabando por se tornar pedantescos e cerimoniosos, pode dar impressão de escrupulosidade, apêgo à tradição, solidez.” 

 

Essa é a demência por processo orgânico cerebral.

“Demência por processo orgânico cerebral. — As vêzes, certos traços caracteriais parecem resultar dêsses processos. É assim que se têm concebido, por exemplo, a chistosidade nalguns tumores cerebrais, o mau-humor dos alcoolistas, a maneira religioso-exaltada, fingida, ou os modos pedantescamente apurados dos epilépticos, a euforia da esclerose múltipla. Em parte, podem-se. conceituar êsses traços pela mesma concepção que se aplica a certas outras alterações: por fôrça de processos, desaparecem as inibições adquiridas e tudo quanto é impuisivo se transforma, de imediato, em ação; já não há contra-idéias, nem contra-tendências. As representações estimuladas manifestam-se desinibidas, de modo que um paralítico, por exemplo, tanto é levado a chorar, mediante representações adequadas, quanto, em seguida, a rir (“incontinência dos afetos”). . Mais ampla do que tôdas as demais é a desintegração que ocorre nos conhecidos processos orgânicos cerebrais, como a paraJisia (tal qual na arteriosclerose mais grave, na coréia de Huntington e noutras desordens orgânicas cerebrais).”

 

Essa é a demência esquizofrênica.

“Demência esquizofrênica. — Lugar especial cabe às personalidades que resultam de processos e que pertencem-ao grande grupo da esquizofrenia; grupo em que sc enquadra a maioria dos doentes permanentemente internados. A diversidade muito grande com que elas se apresentam vai de alterações ligeiras para q lado da limitação da compreensibilidade até a quase complêta desintegração. Em que consiste o comum a tôdas é difícil reconhecer. A antiga psiquiatria já procurava caracterizár a “demência afetiva”: atualmente, acentua-se, além disso, a falha de unitariedade no pensamento, no sentimento e na vontade, a luta entre os movimentos afetivos e o conteúdo ideativo momentâneo, a incapacidade de conceber a realidade como realidade e de dar-lhe significação válida (pensamento autístico de Bleuler: pensamento voltado nara si e para as fantasias, sem consideração da realidade). Conservam-se, entretanto, cs instrumentos da inteligência; o que há de comum é muito mais fácil de designar objetiva que subjetivamente (quanto. ao efeito sôbre o observador). Tôdas estas personalidades têm alguma coisa de peculiarmente incompreensível, frio, inacessível, rígido, pétreo, mesmo que se mostrem lúcidas e capazes de conversar, gostando até de exprimir-se. Talvez juíguemos poder compreender disposições pessoais mãximamente distantes de nós, mas em relação aos doentes a que nos referimos se sente um abismo difícil de de- . finir. Éles, no entanto, nada vêem. de incompreensível naquilo que se nos afigura enigmático: assim é que fogem de casa e dão razões insignificantes, conscientes de que bastam: Não tiram das situações e dos fatos conclusões óbvias; desprovidos inteiramente de capacidade adaptativa, são enigmáâticamente angulosos e. indiferentes. Serve-lhes de tipo a personalidade hebefrênica, que. já se caractefizou como hipertrofia e persistência dos traços estouvados e juvenis da puberdade. Se investigarmos de mais perto a índole destas pessoas, destacaremos grande número de tipos que não cabe aqui distinguir. A alteração mais leve da personalidade consiste, a bem dizer, no resfriamento e enrijecimento. Os pacientes ficam com a mobilidade diminuída, tornam-se estáticos, quase sem iniciativa.”

 

Nosso gabarito é Letra B

Continua após a publicidade..

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *