Em 2007, Kessler e colaboradores publicaram, na revista World Psychiatry, os resultados epidemiológicos da World Mental Health Survey Initiative, da OMS, que estudou a prevalência de transtornos mentais ao longo da vida, em dezessete países. Para este estudo, equipes locais foram treinadas para realizar entrevistas domiciliares utilizando a escala CIDI V. 3.0, que gera tanto diagnósticos da CID-10 quanto do DSM-IV.
Destacamos parte dos resultados, referentes a sete países, na seguinte tabela:
País
Prevalência ao longo da vida de
qualquer transtorno mental (%)
Estados Unidos
47,4
Colômbia
39,1
França
37,9
Bélgica
29,1
Japão
18,0
Israel
17,6
Nigéria
12,0
Ref. Kessler RC, et al. Lifetime prevalence and age-of-onset distributions of mental disorders in the World Health Organization’s World Mental Health Survey Initiative. World Psychiatry. 2007.
Há outros estudos epidemiológicos que estão em linha com os presentes achados, em especial os transtornos ansiosos e depressivos. Porém, estudos epidemiológicos revelam prevalências equivalentes para transtornos como a esquizofrenia e o transtorno bipolar do humor.
Para bem compreender este cenário, avalie se as seguintes afirmativas são possíveis explicações.
I. Questões culturais com diferentes valores e modelos de relações familiares e sociais poderiam ser importantes determinantes para o sofrimento mental.
II. As diferenças genéticas entre raças diferentes determinariam a predisposição a desenvolvimento de transtornos mentais ao longo da vida.
III. A compreensão do sofrimento enquanto um transtorno mental varia entre culturas, o que interferiria nos diagnósticos produzidos.
Está correto apenas o que se apresenta em
- A) I.
- B) II.
- C) III.
- D) I e II.
- E) I e III.
Resposta:
Resposta:
A alternativa correta é letra A) I.
Explicação:
A questão apresenta dados de um estudo epidemiológico que indica variações significativas na prevalência de transtornos mentais entre diferentes países. As afirmativas II e III são incorretas porque não há evidências científicas que apoiem diferenças genéticas ou variações na compreensão do sofrimento mental como determinantes da prevalência. A afirmativa I, por outro lado, é plausível, pois fatores culturais podem influenciar a expressão e a percepção do sofrimento mental, impactando a prevalência de transtornos diagnosticados.
Deixe um comentário