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Klaus Konad propõe haver um processo sequencial no desenvolvimento do delírio, com períodos pré-delirantes, delirantes e de reorganização da personalidade e fases residuais. A fase que corresponde a certa desorganização do indivíduo, após a primeira revelação do delírio inicial, é acompanhada de vivências ameaçadoras de fim de mundo. O indivíduo delirante parece viver a estranha reestruturação de seu mundo. Esse momento do delírio corresponde:

Resposta:

A alternativa correta é letra D)  À fase apocalíptica.

 

Klaus Konad propõe haver um processo sequencial no desenvolvimento do delírio, com períodos pré-delirantes, delirantes e de reorganização da personalidade e fases residuais. A fase que corresponde a certa desorganização do indivíduo, após a primeira revelação do delírio inicial, é acompanhada de vivências ameaçadoras de fim de mundo. O indivíduo delirante parece viver a estranha reestruturação de seu mundo. Esse momento do delírio corresponde:

 

De acordo com Dalgalarrondo:

 

"Klaus Konrad (1992) propõe haver um processo seqüencial no desenvolvimento do delírio, com períodos pré-delirantes, delirantes e de reorganização da personalidade e fases residuais. Ele sugere os seguintes momentos:


1. Trema. Este termo vem do jargão do teatro; trata-se da tensão e da expectativa do ator logo antes de entrar em cena. Corresponde ao humor delirante de Jaspers. No processo temporal de surgimento do delírio, o trema é a fase que precede imediatamente o surgimento das idéias delirantes. Há tensão geral, clima ameaçador, mal definido e difuso pairando ainda sem significação. O campo vivencial do sujeito se estreita; ele tem a sensação de que não há como escapar (mas não sabe bem do quê).

 

2. Apofania. O termo grego apophainein significa “tornar-se manifesto”. A tensão acumulada (durante o trema) agora se desdobra em delírio. O sujeito tem a vivência de verdadeira revelação. Nessa fase, ocorrem experiências delirantes descritas como percepção delirante, falsos reconhecimentos e desconhecimentos delirantes (Personenverkennung), difusão e sonorização do pensamento e vivências corporais delirantes. Um aspecto dessa fase é o que Konrad descreve como anástrofe (do grego, anastrophé, inversão, deslocamento): tudo se volta para o indivíduo (não é ele que se dirige intencionalmente para o mundo, mas o contrário), ele se sente de forma passiva no centro do mundo, observado por todos. Para Konrad, a apofania (revelação do delírio) e a anástrofe (quando o mundo se volta para o delirante) formam o núcleo da experiência esquizofrênica.

 

3. Fase apocalíptica. Esta fase corresponde à certa desorganização do sujeito após a primeira revelação do delírio inicial. Tal fase é acompanhada de vivências ameaçadoras de fim de mundo (Weltuntergang), de perda da sensação de que há alguma continuidade de sentido no mundo. O sujeito delirante parece viver a estranha reestruturação de seu mundo. Podem surgir sintomas catatônicos, excitação motora e psíquica e vivências de alteração do Eu psíquico e corporal (“Eu não sou mais eu”, ou “Sinto que já morri”).

 

4. Consolidação. Depois de certo tempo do início do processo psicótico, de idas e vindas de desorganização e reorganização, ocorre certa estabilização. O delírio tende a cristalizar-se, há certa elaboração intelectual em torno dele, com a fixação de elementos a partir da personalidade do sujeito, o que pode incluir também defesas neuróticas (“Finalmente me deixaram em paz apesar de ainda estarem me observando”).


5. Fase de resíduo. Geralmente se trata da fase final do processo psicótico-delirante. Há perda do impulso e da afetividade manifesta. O sujeito não pode mais confiar e relacionar-se calorosamente com os outros; busca passiva ou ativamente certo isolamento, concentra-se no impessoal da vida. Ellen Corin (Corin; Lauzon, 1992; Corin, 1998) identificou, entretanto, que alguns esquizofrênicos crônicos buscam peculiar reestruturação, denominada por ela retração positiva (retrait positif, positive withdrawal), na qual mantêm distância das pessoas, mas procuram interagir impessoalmente com elas (freqüentando certos bares, certas praças, certos grupos de pessoas, geralmente um tanto marginalizadas, chats na Internet, etc.)."

 

De acordo com o que vimos acima, a questão descreve a fase apocalíptica. A resposta, portanto, é a Letra D.

 

a)  À apofania.

b)  Ao trema.

c)  À fase de resíduo.

d)  À fase apocalíptica.

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