Leia com atenção o caso descrito a seguir.
Cassandra vivia o cotidiano de uma mulher casada, dona de casa, concluinte de um curso de graduação e estagiária na área, com poucos recursos financeiros. Apesar de sua rotina agitada, aparentemente não sofria efeitos de estresse intenso no seu dia a dia e se considerava uma pessoa feliz. Certo dia, quando realizava atividades domésticas, sentiu-se muito mal. O coração começou a bater de maneira muito acelerada, a respiração tornou-se difícil, sentiu forte desconforto estomacal, dormência nas extremidades e um imenso terror, um medo extremo de perder o controle. Esse mal-estar durou cerca de vinte minutos. Nas semanas seguintes, essas “crises” repetiram-se, de modo que Cassandra sentiu-se assustada e procurou atendimento médico com medo de que estivesse passando por algum problema cardiológico. No entanto, os exames médicos realizados não indicaram nenhum problema fisiológico.
Cassandra, então, resolveu procurar o setor de apoio ao estudante da Universidade uma vez que a sucessão das crises passou a impedi-la de sair de casa e de ter uma vida normal com medo de novas crises. Nas entrevistas diagnósticas, Cassandra revelou à psicóloga do setor que tinha feito uso frequente de crack. Revelou ainda estar dependente do crack. Além disso, a paciente teme que o crack seja a causa das crises sentidas na ausência do uso da droga.
Diante desse caso, a avaliação diagnóstica feita pelo psicólogo indica que Cassandra está, provavelmente, enfrentando
- A) um transtorno de ansiedade associado ao uso de drogas e precisa de um atendimento médico psiquiátrico de urgência, no hospital psiquiátrico mais próximo. Para tanto, a melhor conduta do psicólogo seria acionar a família para comunicá-la sobre essa necessidade e acompanhar Cassandra em atendimento psicoterápico individual no seu consultório particular.
- B) um transtorno de ansiedade. Assim, a melhor conduta seria encaminhá-la para acompanhamento psicoterápico individual num CAPS AD próximo e para o atendimento psiquiátrico no hospital psiquiátrico mais próximo de sua residência.
- C) um transtorno mental e de comportamento, associado ao uso de drogas. Assim, a melhor conduta a tomar seria encaminhar a discente para a rede de atenção psicossocial do município, mais especificamente para um CAPS AD, e acompanhar a construção de um projeto terapêutico para ela junto à equipe desse serviço.
- D) um transtorno de ansiedade que a levou a buscar as drogas como paliativo do intenso sofrimento psicológico. Assim, a melhor conduta a tomar seria encaminhá-la para um atendimento psiquiátrico de urgência em um pronto-atendimento mais próximo de sua residência, antes de um projeto terapêutico a ser desenvolvido na universidade.
Resposta:
A alternativa correta é letra C) um transtorno mental e de comportamento, associado ao uso de drogas. Assim, a melhor conduta a tomar seria encaminhar a discente para a rede de atenção psicossocial do município, mais especificamente para um CAPS AD, e acompanhar a construção de um projeto terapêutico para ela junto à equipe desse serviço.
Este caso apresenta uma combinação de sintomas que sugerem a presença de um transtorno mental, provavelmente ansiedade, exacerbado pelo uso de drogas, especificamente o crack. Os sintomas de taquicardia, dificuldade respiratória, desconforto estomacal e sensação de perda de controle são comuns em quadros de transtorno de ansiedade. No entanto, a revelação de que Cassandra é dependente de crack sugere uma relação entre o uso da substância e o surgimento desses sintomas, caracterizando um transtorno mental e de comportamento associado ao uso de drogas.
A melhor abordagem terapêutica para este caso seria encaminhar Cassandra para a rede de atenção psicossocial do município, onde poderá receber atendimento especializado, especialmente em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD). Nesse ambiente, ela terá acesso a uma equipe multidisciplinar que poderá ajudá-la a lidar com sua dependência química e os transtornos mentais associados, além de auxiliá-la na construção de um projeto terapêutico individualizado.
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