Os transtornos de pânico estão entre as patologias mais encontradas na atualidade.
Em relação a esses transtornos NÃO é correto afirmar que:
- A) ansiedade antecipatória e evitação fóbica são sintomas residuais do transtorno de pânico;
- B) pacientes com transtorno de pânico não costumam apresentar comorbidade com transtornos de humor;
- C) pacientes com transtorno de pânico costumam reagir positivamente à abordagem cognitivo-comportamental;
- D) no caso de transtornos de pânico, distimia e eventos estressores atuais são preditores para recaídas.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) pacientes com transtorno de pânico não costumam apresentar comorbidade com transtornos de humor;
Os transtornos de pânico estão entre as patologias mais encontradas na atualidade.
Em relação a esses transtornos NÃO é correto afirmar que:
Explorando o assunto que traz a questão, dividimos a análise em duas partes:
- As principais mudanças do DSM-4 para o atual manual DSM-5
- Análise das alternativas considerando distúrbios de atenção em cada um dos quadros
1) As principais mudanças do DSM-4 para o atual manual DSM-5
- Comparando os critérios diagnósticos para os Transtornos de Personalidade no DSM 4 e DSM 5 nota-se que estes não sofreram mudanças. No capítulo apresentado na Seção II do manual em vigor, manteve-se reunidos os mesmos transtornos divididos em três grupos: Grupo A – Transtornos de Personalidade Paranóide, Esquizóide e Esquizotípica; Grupo B – Transtornos de Personalidade Anti-Social, Borderline, Histriônica e Narcisista; e Grupo C – Transtornos de Personalidade Esquiva, Dependente e Obsessivo-Compulsiva.
- No DSM 4 havia uma divisão entre os diagnósticos de Abuso e Dependência de Substâncias. O DSM- 5 removeu esta divisão, reunindo-os sob a denominação de Transtorno por Uso de Substância.
- No mais recente Manual de Diagnóstico para Transtornos Mentais, o DSM V, a “síndrome do pânico” passou a ser denominada “Transtorno do Pânico”. Apesar desta atualização (além de outras pequenas alterações) os critérios diagnósticos para esse tipo de transtorno, praticamente mantiveram-se os mesmos. Sobre este assunto destacamos dois pontos relevantes:
-No DSM V, “Transtorno do Pânico” pode ser diagnosticado com ou sem a presença de “agorafobia”. Diz o Manual: “se a agorafobia está presente, um diagnóstico adicional de agorafobia é estabelecido.” (DSM V, 2014, p. 210)
-No novo Manual, DSM V, “Transtorno do Pânico” e “Agorafobia” foram tratados como duas categorias distintas.
2) Análise das alternativas
a) ansiedade antecipatória e evitação fóbica são sintomas residuais do transtorno de pânico;
CORRETA. Segundo Manfro & Cols. (2008):
“A terapia cognitivo-comportamental (TCC) para TP é uma alternativa terapêutica que possui boa resposta de curto e de longo prazos tanto para os sintomas nucleares do pânico quanto para os sintomas residuais e geralmente persistentes de ansiedade antecipatória, evitação fóbica e agorafobia”
b) pacientes com transtorno de pânico não costumam apresentar comorbidade com transtornos de humor;
INCORRETA. Contrariando isto, nos resultados da pesquisa com com transtorno de pânico, Heldt (2006) cita:
“A amostra caracterizou-se por apresentar comorbidade com transtorno de humor e outros transtornos de ansiedade.”
c) pacientes com transtorno de pânico costumam reagir positivamente à abordagem cognitivo-comportamental;
CORRETA. Vide correção da LETRA “A”.
d) no caso de transtornos de pânico, distimia e eventos estressores atuais são preditores para recaídas.
CORRETA. Sobre os preditores no caso de transtornos de pânico, em Heldt (2006) menciona:
“Os preditores de recaída foram eventos estressores de vida recentes, principalmente conflitos interpessoais, e o uso de defesas neuróticas.”
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Fonte consultada:
Heldt, E. P. D. S. (2006). Terapia cognitivo-comportamental em grupo para pacientes com transtorno de pânico resistentes à medicação: preditores de resposta em até cinco anos de seguimento. Disponível em http://hdl.handle.net/10183/8540
Manfro, G. G., Heldt, E., Cordioli, A. V., & Otto, M. W. (2008). Terapia cognitivo-comportamental no transtorno de pânico. Brazilian Journal of Psychiatry, 30, s81-s87.
Araújo, Á. C., & Neto, F. L. (2014). A nova classificação americana para os transtornos mentais–o DSM-5. Revista brasileira de terapia comportamental e cognitiva, 16(1), 67-82.
Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
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