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Questões Sobre Psicopatologia - Psicologia - concurso

1051) Considerando as síndromes depressivas e maníacas, assinale a opção que apresenta, respectivamente, uma alteração instintiva e neurovegetativa, uma alteração cognitiva e uma alteração de volição.

  • A)  ilusões visuais, ruminações e aumento da latência entre perguntas e respostas

  • B)  mutismo, sentimento de incapacidade e ideação paranoide

  • C)  hipobulia, déficit secundário da memória e negativismo

  • D)  dificuldade de tomar decisões, estupor hipertônico e diminuição da libido

  • E)  ideação negativa, sentimento de baixa autoestima e autodepreciação

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A alternativa correta é letra C)  hipobulia, déficit secundário da memória e negativismo

Encontramos a justificativa de cada opção no livro "Psicopatologia e Semiologia dos transtornos mentais" de Dalgalarrondo (2008). Vejamos a que classe pertence cada uma das alterações mencionadas:

 

a)  ilusões visuais, ruminações e aumento da latência entre perguntas e respostas. INCORRETA.

 

Ilusões visuais: sintoma psicótico;

Ruminações: alteração ideativa;

Aumento da latência entre perguntas e respostas: alteração da volição e da psicomotricidade.

 

b)  mutismo, sentimento de incapacidade e ideação paranoide. INCORRETA.

 

Mutismo: alteração da volição e da psicomotricidade;

Sentimento de incapacidade: alteração da autovaloração;

Ideação paranoide: sintoma psicótico.

 

 

c)  hipobulia, déficit secundário da memória e negativismo. CORRETA.

 

Hipobulia: alteração da esfera instintiva e neurovegetativa; indivíduo sente-se muito desanimado, sem forças, sem "pique";

Déficit secundário da memória: alteração cognitiva;

Negativismo: alteração da volição; recusa à alimentação, à interação pessoal, etc.

 

 

d)  dificuldade de tomar decisões, estupor hipertônico e diminuição da libido. INCORRETA.

 

Dificuldade de tomar decisões: alteração cognitiva;

Estupor hipertônico: alteração da volição e da psicomotricidade;

Diminuição da libido: alteração da esfera instintiva e neurovegetativa.

 

 

e)  ideação negativa, sentimento de baixa autoestima e autodepreciação. INCORRETA.

 

Ideação negativa: alteração ideativa;

Sentimento de baixa autoestima: alteração da autovaloração;

Autodepreciação: alteração da autovaloração.

 


Fonte: DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Artmed, 2008.

1052) Considere um paciente esquizofrênico que relata ser dono de todas as empresas automotivas do país, das companhias de telecomunicações, ter sido político e escrito todas as leis, além de ter agenciado todas as modelos que aparecem nos comerciais de TV e das revistas. Considerando essas características como delirantes, qual é o tipo de delírio apresentado pelo paciente?

  • A) Persecutório.
  • B) Megalomaníaco.
  • C) Ciumento.
  • D) Somático.
  • E) Depressivo.

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A alternativa correta é letra B) Megalomaníaco.

 

Considere um paciente esquizofrênico que relata ser dono de todas as empresas automotivas do país, das companhias de telecomunicações, ter sido político e escrito todas as leis, além de ter agenciado todas as modelos que aparecem nos comerciais de TV e das revistas. Considerando essas características como delirantes, qual é o tipo de delírio apresentado pelo paciente?

 

Observe os tipos de delírio apresentados por Maria Rodriguez (Cepsim Madrid):

 

"Delírio de Perseguição ou Paranoia: o mais comum de todos. A pessoa que sofre deste tipo de delírio, está convencida que algo de mal vai acontecer, e que está a ser vítima de uma perseguição. Nestes casos, a pessoa considera que está a ser perseguida por inimigos que lhe querem fazer mal. Este dano pode ser físico ou moral. É mais comum na esquizofrenia paranóide, no distúrbio delirante ou na fase maníaca do Transtorno Afetivo Bipolar, mas podem ocorrer em qualquer transtorno psicótico.

 

Delírio de influência ou metacognitivo: o doente crê que seu pensamento é controlado, interceptado ou lido por outra pessoa, um grupo de pessoas ou forças externas. Pode sentir que alguém o controla a distância, ou o contrário, que tem o poder de ler e controlar outras pessoas com o pensamento. Ocorre durante os surtos psicóticos na esquizofrenia.

 

Delírio hipocondríaco ou somático: o doente queixa-se de sintomas, deformações ou defeitos físicos apesar de todos exames médicos normais. Pode ocorrer na depressão psicótica ou na hipocondria. Inclui Síndrome de Cotard em que a pessoa tem certeza que já morreu.

 

Delírio melancólico ou de ruína é frequente na depressão nervosa psicótica. O doente crê-se ameaçado por acontecimentos irremediáveis e que nada pode fazer para evitar sua ruína ou catástrofe.

 

Delírio de grandeza ou megalomaníaco: as pessoas que sofrem deste tipo de delírio consideram-se superiores aos outros em diversos aspectos. Podem considerar-se os reis de todos os seres humanos, que é a única pessoa inteligente que existe no mundo, que é a pessoa mais rica de todas. Consideram-se pessoas especiais, e que a sua existência tem uma grande importância para a humanidade.

 

Delírio de ciúme ou celotípico: O doente, por temer uma infidelidade conjugal, cria uma série de racionalizações que o levam para ideias constante de ciúme, apesar da ausência de evidências. Pode constituir situações de grande periculosidade (agressividade e homicídio), sobretudo em alcoólicos.

 

Delírio místico: ideias de conteúdo religioso como deuses, anjos, demônios, espíritos e avatares. Inclui o delírio messiâniaco, ou síndrome de Jerusalém, em que a pessoa acredita ser o Messias escolhido por Deus para divulgar sua mensagem. Muitos cultos foram criados por delírios místicos.

 

Delirio romântico ou erotomaníaco: a pessoa acredita que outra pessoa, geralmente o médico, psicólogo ou pessoas famosas, estão apaixonados por elas. Por exemplo: um(a) fã fanático que acredita que tem uma relação especial com seu(sua) ídolo(a) e que pequenos gestos inocentes durante as apresentações são expressões de amor especialmente para ele(a).

 

Delírio de referência ou autorreferencial: a pessoa acredita que todos eventos estão relacionadas com ela. Exemplo: 'O universo conspira para que eu cumpra meu destino'. Outros: reformador, invenção, filiação"

 

Com base nisso, encontramos a resposta na Letra B.


a)  Persecutório.
b)  Megalomaníaco.
c)  Ciumento.
d)  Somático.
e)  Depressivo.

1053) Considerando doenças psicossomáticas e tratamento psíquico, assinale a alternativa INCORRETA.

  • A) Sintomas diferentes podem representar a mesma perturbação psicológica, podendo haver revezamento e substituição de sinais.
  • B) Modificações nas condições de vida podem fazer doenças psicossomáticas desaparecerem subitamente.
  • C) Doenças de causa imaginativa ou fantasiosa não são reais, não doem.
  • D) Os sintomas estão sob a influência das excitações, comoções que ao desaparecerem podem dar lugar a uma saúde plena, sem deixar nenhum vestígio, nem mesmo após uma longa permanência.
  • E) Os sintomas físicos das perturbações psíquicas são obstáculos às intenções de ocultar o que ocorre no psiquismo.

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A alternativa correta é letra C) Doenças de causa imaginativa ou fantasiosa não são reais, não doem.

 

Considerando doenças psicossomáticas e tratamento psíquico, assinale a alternativa INCORRETA.

 

Essa questão está baseada no seguinte trecho do Volume VII da obra de Freud:

 

"Essa orientação unilateral da medicina para o aspecto físico passou, na última década e meia, por uma modificação gradual diretamente oriunda da prática médica. Ocorre que há um grande número de doentes de maior ou menor gravidade que, por seus distúrbios e queixas, fazem grandes exigências à habilidade do médico, mas em quem não se encontram sinais visíveis e palpáveis do processo patológico, seja durante a vida ou depois da morte, apesar de todos os progressos dos métodos de investigação da medicina científica.

 

Um grupo desses doentes destaca-se pela abundância e pela variedade multiforme do quadro patológico; não podem fazer nenhum trabalho intelectual, em conseqüência de dores de cabeça ou insuficiência da atenção, seus olhos doem durante a leitura, suas pernas se cansam ao andar, ficando pesadas, doloridas ou dormentes, sua digestão é perturbada por sensações dolorosas, eructações ou espasmos gástricos, a defecação não se dá sem a ajuda de laxativos, o sono é abolido etc.

 

Eles podem ter todos esses males simultaneamente ou em sucessão, ou sofrer apenas de uma seleção deles; na totalidade dos casos, trata-se obviamente da mesma doença. Apesar disso, os sinais da doença são amiúde mais variáveis, revezando-se entre si e substituindo uns aos outros; um mesmo doente, até então incapaz de trabalhar por causa das dores de cabeça, mas com uma digestão bastante boa, pode no dia seguinte desfrutar de uma cabeça desembaraçada, mas a partir daí suportar mal a maioria dos alimentos. Da mesma forma, seus padecimentos o abandonam subitamente ao sobrevir uma modificação em suas condições de vida; numa viagem, pode sentir- se perfeitamente bem e saborear sem prejuízo a mais diversificada dieta, mas, de volta a casa, talvez tenha de restringir-se novamente à coalhada. Em alguns desses doentes, a perturbação - seja ela uma dor ou uma fraqueza nos moldes de uma paralisia - pode até trocar repentinamente de lado no corpo, passando da direita para a área correspondente no lado esquerdo. Em todos, porém, é possível observar que os sinais de padecimento estão muito claramente sob a influência das excitações, comoções, preocupações etc., e também que desaparecem, podendo dar lugar a uma saúde plena, sem deixar nenhum vestígio, nem mesmo após uma longa permanência.

(...)

Quase todos os estados anímicos de um homem exteriorizam-se nas tensões e relaxamentos de seus músculos faciais, na focalização de seus olhos, no afluxo de sangue para sua pele, no emprego [variável] de seu aparelho vocal e na postura de seus membros, sobretudo as mãos. Essas modificações físicas concomitantes em geral não trazem nenhum benefício à pessoa em questão, mas, ao contrário, são amiúde obstáculos a suas intenções, quando ela quer ocultar dos outros seus processos anímicos; para esses outros, no entanto, servem como sinais fidedignos pelos quais é possível inferir os processos anímicos, e nos quais se deposita maior confiança do que em qualquer das expressões intencionais feitas simultaneamente em palavras."

 

Com base nisso, encontramos a afirmativa incorreta na Letra C.

 

a)  Sintomas diferentes podem representar a mesma perturbação psicológica, podendo haver revezamento e substituição de sinais.


b)  Modificações nas condições de vida podem fazer doenças psicossomáticas desaparecerem subitamente.


c)  Doenças de causa imaginativa ou fantasiosa não são reais, não doem.


d)  Os sintomas estão sob a influência das excitações, comoções que ao desaparecerem podem dar lugar a uma saúde plena, sem deixar nenhum vestígio, nem mesmo após uma longa permanência.


e)  Os sintomas físicos das perturbações psíquicas são obstáculos às intenções de ocultar o que ocorre no psiquismo.

1054) Considerando a diferença entre “normalidade” e patologia, assinale a alternativa correta.

  • A) “Normalidade” é facilmente definida, e consiste em ser normal aquele que apresenta comportamentos apresentados pela maioria das pessoas, em prejuízo àqueles que ficam na minoria.
  • B) Uma personalidade tida como “normal” pode, a qualquer momento, entrar em patologia mental e, inversamente, há possibilidade de uma patologia mental retornar à “normalidade”.
  • C) É possível estabelecer, por meio de exames e métodos científicos, uma linha de demarcação entre o “normal” e o patológico.
  • D) Não é possível que pessoas “normais” apresentem qualquer comportamento patológico.
  • E) Uma patologia mental é sempre visível e facilmente perceptível.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) Uma personalidade tida como “normal” pode, a qualquer momento, entrar em patologia mental e, inversamente, há possibilidade de uma patologia mental retornar à “normalidade”.

 
 

Considerando a diferença entre “normalidade” e patologia, assinale a alternativa correta.

 

_______________________

 

a)  “Normalidade” é facilmente definida, e consiste em ser normal aquele que apresenta comportamentos apresentados pela maioria das pessoas, em prejuízo àqueles que ficam na minoria.

INCORRETA. Segundo First (2017):

Nem sempre é possível diferenciar com clareza uma doença mental de um comportamento normal.”

 
 

b)  Uma personalidade tida como “normal” pode, a qualquer momento, entrar em patologia mental e, inversamente, há possibilidade de uma patologia mental retornar à “normalidade”.

CORRETA. De acordo com Bergeret (1974/1998, p. 25):

“Foi amplamente demonstrado, com efeito, pela observação cotidiana, que uma personalidade reputada como “normal” pode, a qualquer momento de sua existência, entrar na patologia mental, inclusive na psicose, e que, inversamente, um doente mental, mesmo psicótico, bem e precocemente tratado, conserva todas as chances de retornar a uma situação de “normalidade”, de forma que atualmente não mais se ousa opor, de maneira demasiado simplista, as pessoas “normais” aos “doentes mentais”, ao se considerar a estrutura profunda”

 
 

c)  É possível estabelecer, por meio de exames e métodos científicos, uma linha de demarcação entre o “normal” e o patológico.

INCORRETA. Referindo-se à Freud, Bergeret (1974/1998, p.31):

Embora tenha escrito, ao final de sua vida no Esboço da Psicanálise (1940), que era “impossível estabelecer cientificamente uma linha de demarcação entre estados normais e anormais

 
 

d)  Não é possível que pessoas “normais” apresentem qualquer comportamento patológico.

INCORRETA. Note que na correção da alternativa é expressado claramente que que uma personalidade reputada como “normal” pode, a qualquer momento de sua existência, entrar na patologia mental, inclusive na psicose, o que torna, portanto, a assertiva FALSA.


 

e)  Uma patologia mental é sempre visível e facilmente perceptível.

INCORRETA. Conforme apresentado na alternativa “A”, ratifica-se que da mesma forma como não é facilmente possível diferenciar o estado normal de uma doença mental, é igualmente complexo caracterizar os sinais ou aspectos explícitos referentes a uma patologia mental.

_______________

Fonte consultada:

BERGERET, J. (1974). A personalidade normal e patológica. 3ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

FIRST, M. B. (2017). Considerações gerais sobre a doença mental. Disponível em https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-mental/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-cuidados-com-a-sa%C3%BAde-mental/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-a-doen%C3%A7a-mental

1055) Medo acentuado e persistente de objetos ou situações claramente discerníveis (Critério S.). A exposição ao estímulo provoca ansiedade (Critério B.). O indivíduo reconhece que seu temor é excessivo ou irracional (Critério C.). O estímulo é evitado ou suportado com pavor (Critério D.). O medo interfere na rotina diária do indivíduo (Critério E.). Os sintomas devem persistir por, ao menos, 6 meses para ser diagnosticado (Critério F). A ansiedade e a esquiva não são melhor explicadas por outro transtorno mental (Critério G) (DSM-IV, 2002). Essas características se referem

  • A) ao Transtorno Obsessivo Compulsivo.
  • B) ao Transtorno de Ansiedade Generalizado.
  • C) à Fobia específica.
  • D) ao Transtorno de Estresse pós-traumático.
  • E) à Esquizofrenia.

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A alternativa correta é letra C) à Fobia específica.

 

Medo acentuado e persistente de objetos ou situações claramente discerníveis (Critério S.). A exposição ao estímulo provoca ansiedade (Critério B.). O indivíduo reconhece que seu temor é excessivo ou irracional (Critério C.). O estímulo é evitado ou suportado com pavor (Critério D.). O medo interfere na rotina diária do indivíduo (Critério E.). Os sintomas devem persistir por, ao menos, 6 meses para ser diagnosticado (Critério F). A ansiedade e a esquiva não são melhor explicadas por outro transtorno mental (Critério G) (DSM-IV, 2002). Essas características se referem

  

Essa questão está desatualizada, pois foi baseada no DSM-IV. Contudo, vamos utilizar o DSM-V para responder.


a)  ao Transtorno Obsessivo Compulsivo.

 

Observe os critérios diagnósticos do DSM-V:

 

"Transtorno Obsessivo-Compulsivo

 

Critérios Diagnósticos

 

A. Presença de obsessões, compulsões ou ambas:

 

Obsessões são definidas por (1) e (2):


1. Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em algum momento durante a perturbação, são experimentados como intrusivos e indesejados e que, na maioria dos indivíduos, causam acentuada ansiedade ou sofrimento.


2. O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá- -los com algum outro pensamento ou ação.


As compulsões são definidas por (1) e (2):


1. Comportamentos repetitivos (p. ex., lavar as mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (p. ex., orar, contar ou repetir palavras em silêncio) que o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas.


2. Os comportamentos ou os atos mentais visam prevenir ou reduzir a ansiedade ou o sofri-mento ou evitar algum evento ou situação temida; entretanto, esses comportamentos ou atos mentais não têm uma conexão realista com o que visam neutralizar ou evitar ou são claramente excessivos.
Nota: Crianças pequenas podem não ser capazes de enunciar os objetivos desses comportamentos ou atos mentais.

 

B. As obsessões ou compulsões tomam tempo (p. ex., tomam mais de uma hora por dia) ou causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

 

C. Os sintomas obsessivo-compulsivos não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica.

 

D. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental (p. ex., preocupações excessivas, como no transtorno de ansiedade generalizada; preocupação com a aparência, como no transtorno dismórfico corporal; dificuldade de descartar ou se desfazer de pertences, como no transtorno de acumulação; arrancar os cabelos, como na tricotilomania [transtorno de arrancar o cabelo]; beliscar a pele, como no transtorno de escoriação [skin-picking]’, estereotipias, como no transtorno de movimento estereotipado; comportamento alimentar ritualizado, como nos transtornos alimentares; preocupação com substâncias ou jogo, como nos transtornos relacionados a substâncias e transtornos aditivos; preocupação com ter uma doença, como no transtorno de ansiedade de doença; impulsos ou fantasias sexuais, como nos transtornos parafílicos; impulsos, como nos transtornos disruptivos, do controle de impulsos e da conduta; ruminações de culpa, como no transtorno depressivo maior; inserção de pensamento ou preocupações delirantes, como nos transtornos do espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos; ou padrões repetitivos de comportamento, como no transtorno do espectro autista)."

 

Não é o transtorno mais adequado aos sintomas apresentados pela questão.

 

Assertiva Falsa.


b)  ao Transtorno de Ansiedade Generalizado.

 

Observe o texto do DSM-V:

 

"Transtorno de Ansiedade Generalizada


Critérios Diagnósticos


A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional).


B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação.


C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis meses).


1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele.
2. Fatigabilidade.
3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente.
4. Irritabilidade.
5. Tensão muscular.
6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto).


D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

 

E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo).


F. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex., ansiedade ou preocupação quanto a ter ataques de pânico no transtorno de pânico, avaliação negativa no transtorno de ansiedade social [fobia social], contaminação ou outras obsessões no transtorno obsessivo-compulsivo, separação das figuras de apego no transtorno de ansiedade de separação, lembranças de eventos traumáticos no transtorno de estresse pós-traumático, ganho de peso na anorexia nervosa, queixas físicas no transtorno de sintomas somáticos, percepção de problemas na aparência no transtorno dismórfico corporal, ter uma doença séria no transtorno de ansiedade de doença ou o conteúdo de crenças delirantes na esquizofrenia ou transtorno delirante)."

 

Assertiva Falsa.


c)  à Fobia específica.

 

Essa é a alternativa correta. Observe as mudanças entre o que a questão trouxe (DSM-IV) e o novo manual:

  

"Fobia Específica


Critérios Diagnósticos


A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação (p. ex., voar, alturas, animais, tomar uma injeção, ver sangue).


B. O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente provoca uma resposta imediata de medo ou ansiedade.


C. 0 objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou suportado com intensa ansiedade ou sofrimento.

 

D. O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou situação específica e ao contexto sociocultural.


E. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente com duração mínima de seis meses.


F. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.


G. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental, incluindo medo, ansiedade e esquiva de situações associadas a sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes (como na agorafobia); objetos ou situações relacionados a obsessões (como no transtorno obsessivo-compulsivo); evocação de eventos traumáticos (como no transtorno de estresse pós-traumático); separação de casa ou de figuras de apego (como no transtorno de ansiedade de separação); ou situações sociais (como no transtorno de ansiedade social)."

 

Assertiva Correta.


d)  ao Transtorno de Estresse pós-traumático.

 

Veja o que diz o DSM-V:

 

Transtorno de Estresse Pós-traumático


Critérios Diagnósticos 


A. Exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual em uma (ou mais) das seguintes formas:


1. Vivenciar diretamente o evento traumático.
2. Testemunhar pessoalmente o evento traumático ocorrido com outras pessoas.
3. Saber que o evento traumático ocorreu com familiar ou amigo próximo. Nos casos de episódio concreto ou ameaça de morte envolvendo um familiar ou amigo, é preciso que o evento tenha sido violento ou acidental.
4. Ser exposto de forma repetida ou extrema a detalhes aversivos do evento traumático (p. ex., socorristas que recolhem restos de corpos humanos; policiais repetidamente expostos a detalhes de abuso infantil).

 

B. Presença de um (ou mais) dos seguintes sintomas intrusivos associados ao evento traumático, começando depois de sua ocorrência:


1. Lembranças intrusivas angustiantes, recorrentes e involuntárias do evento traumático.
2. Sonhos angustiantes recorrentes nos quais o conteúdo e/ou o sentimento do sonho estão relacionados ao evento traumático.
3. Reações dissociativas (p. ex., flashbacks) nas quais o indivíduo sente ou age como se o evento traumático estivesse ocorrendo novamente. (Essas reações podem ocorrer em um continuum, com a expressão mais extrema na forma de uma perda completa de percepção do ambiente ao redor.)
4. Sofrimento psicológico intenso ou prolongado ante a exposição a sinais internos ou externos que simbolizem ou se assemelhem a algum aspecto do evento traumático.
5. Reações fisiológicas intensas a sinais internos ou externos que simbolizem ou se assemelhem a algum aspecto do evento traumático.

 

C. Evitação persistente de estímulos associados ao evento traumático, começando após a ocorrência do evento, conforme evidenciado por um ou ambos dos seguintes aspectos:


1. ' Evitação ou esforços para evitar recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca de ou associados de perto ao evento traumático.
2. Evitação ou esforços para evitar lembranças externas (pessoas, lugares, conversas, atividades, objetos, situações) que despertem recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca de ou associados de perto ao evento traumático.

 

D. Alterações negativas em cognições e no humor associadas ao evento traumático começando ou piorando depois da ocorrência de tal evento, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes aspectos:


1. Incapacidade de recordar algum aspecto importante do evento traumático (geralmente devido a amnésia dissociativa, e não a outros fatores, como traumatismo craniano, álcool ou drogas).
2. Crenças ou expectativas negativas persistentes e exageradas a respeito de si mesmo, dos outros e do mundo (p. ex., “Sou mau”, “Não se deve confiar em ninguém”, “O mundo é perigoso”, “Todo o meu sistema nervoso está arruinado para sempre”).

3. Cognições distorcidas persistentes a respeito da causa ou das conseqüências do evento traumático que levam o indivíduo a culpar a si mesmo ou os outros.
4. Estado emocional negativo persistente (p. ex., medo, pavor, raiva, culpa ou vergonha).
5. Interesse ou participação bastante diminuída em atividades significativas.
6. Sentimentos de distanciamento e alienação em relação aos outros.
7. Incapacidade persistente de sentir emoções positivas (p. ex., incapacidade de vivenciar sentimentos de felicidade, satisfação ou amor).

 

E. Alterações marcantes na excitação e na reatividade associadas ao evento traumático, começando ou piorando após o evento, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes aspectos:


1. Comportamento irritadiço e surtos de raiva (com pouca ou nenhuma provocação) geralmente expressos sob a forma de agressão verbal ou física em relação a pessoas e objetos.
2. Comportamento imprudente ou autodestrutivo.
3. Hipervigilância.
4. Resposta de sobressalto exagerada.
5. Problemas de concentração.
6. Perturbação do sono (p. ex., dificuldade para iniciar ou manter o sono, ou sono agitado).

 

F. A perturbação (Critérios B, C, D e E) dura mais de um mês.

 

G. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

 

H. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., medicamento, álcool) ou a outra condição médica.

 

Assertiva Falsa.


e)  à Esquizofrenia.

 

Segundo o DSM-V,

 

Esquizofrenia


Critérios Diagnósticos


A. Dois (ou mais) dos itens a seguir, cada um presente por uma quantidade significativa de tempo durante um período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso). Pelo menos um deles deve ser (1), (2) ou (3):


1. Delírios.
2. Alucinações.
3. Discurso desorganizado.
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico.
5. Sintomas negativos (i.e., expressão emocional diminuída ou avolia).


B. Por período significativo de tempo desde o aparecimento da perturbação, o nível de funcionamento em uma ou mais áreas importantes do funcionamento, como trabalho, relações interpessoais ou autocuidado, está acentuadamente abaixo do nível alcançado antes do início (ou, quando o início se dá na infância ou na adolescência, incapacidade de atingir o nível esperado de funcionamento interpessoal, acadêmico ou profissional).


C. Sinais contínuos de perturbação persistem durante, pelo menos, seis meses. Esse período de seis meses deve incluir no mínimo um mês de sintomas (ou menos, se tratados com sucesso) que precisam satisfazer ao Critério A (i.e., sintomas da fase ativa) e pode incluir períodos de sintomas prodrômicos ou residuais. Durante esses períodos prodrômicos ou residuais, os sinais da perturbação podem ser manifestados apenas por sintomas negativos ou por dois ou mais sintomgs listados no Critério A presentes em uma forma atenuada (p. ex., crenças esquisitas, experiências perceptivas incomuns).


D. Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com características psicóticas são descartados porque 1) não ocorreram episódios depressivos maiores ou maníacos concomitantemente com os sintomas da fase ativa, ou 2) se episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, sua duração total foi breve em relação aos períodos ativo e residual da doença.


E. A perturbação pode ser atribuída aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica.


F. Se há história de transtorno do espectro autista ou de um transtorno da comunicação iniciado na infância, o diagnóstico adicional de esquizofrenia é realizado somente se delírios ou alucinações proeminentes, além dos demais sintomas exigidos de esquizofrenia, estão também presentes por pelo menos um mês (ou menos, se tratados com sucesso).

 

Assertiva Falsa.

 

Portanto, encontramos a resposta na Letra C.

1056) Os transtornos relacionados a substâncias incluem desde transtornos referentes ao consumo de uma droga de abuso, até os efeitos colaterais de um medicamento e a exposição a toxinas. O DSM-IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (2002) – trabalha com os seguintes fatores dentro dos Transtornos por uso ou indução de uma substância psicoativa: dependência, abuso, intoxicação e abstinência. No que concerne à dependência, é correto afirmar que

  • A) a ocorrência de um único sintoma característico deste fator, reiteradas vezes nos últimos 12 meses, caracteriza o indivíduo enquanto dependente de uma substância.
  • B) o “uso” é caracterizado como consumo de qualquer substância, seja para experimentar, uso esporádico ou episódico, o qual sempre leva ao abuso e, depois, à dependência.
  • C) o paciente que apresenta a dependência não tem consciência de que o uso da substância contribua para um problema psicológico ou físico, pois se houvesse essa consciência, cessaria o uso da substância.
  • D) o uso abusivo de substâncias envolve seu uso constante, ocasionando prejuízos biológicos, psicológicos ou sociais, porém, não preenchendo os critérios para a dependência de substâncias.
  • E) o indivíduo, que apresenta dependência de uma substância, expressa desejo persistente de reduzir ou regular o uso desta; entretanto suas tentativas são sempre frustradas.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) o uso abusivo de substâncias envolve seu uso constante, ocasionando prejuízos biológicos, psicológicos ou sociais, porém, não preenchendo os critérios para a dependência de substâncias.

 

Os transtornos relacionados a substâncias incluem desde transtornos referentes ao consumo de uma droga de abuso, até os efeitos colaterais de um medicamento e a exposição a toxinas. O DSM-IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (2002) - trabalha com os seguintes fatores dentro dos Transtornos por uso ou indução de uma substância psicoativa: dependência, abuso, intoxicação e abstinência. No que concerne à dependência, é correto afirmar que


Essa questão está desatualizada, pois foi baseada no DSM-IV.

 

Para responder, vamos observar o seguinte texto de Lima:

 

"Podemos definir uso como o consumo esporádico de substâncias; abuso, o consumo associado por algum tipo de prejuízo seja ele, biológico, psicológico ou social; e por fim, dependência como o consumo sem o auto-controle, conforme Laranjeira (2004). Nem todo uso de drogas está associado à dependência."

 

Agora, veja o que o DSM-V fala sobre as características dos transtornos induzidos por substância/medicamento de forma geral:

 

"Todos os transtornos induzidos por substância/medicamento compartilham características comuns. Reconhecer tais características é importante para auxiliar na detecção desses transtornos. Elas são:


A. O transtorno representa uma apresentação sintomática clinicamente significativa de um transtorno mental pertinente.


B. Há evidências a partir da história, do exame físico ou dos achados laboratoriais de ambos:


1. O transtorno se desenvolveu durante, ou no prazo de um mês após, a intoxicação ou abstinência de substância ou da administração do medicamento; e
2. A substância ou o medicamento envolvido é capaz de produzir o transtorno mental.


C. O transtorno não é mais bem explicado por um transtorno mental independente (i.e., que não seja induzido por substância ou medicamento). Tais evidências de um transtorno mental independente podem incluir as seguintes:


1. O transtorno antecedeu o início de intoxicação ou de abstinência grave ou a exposição ao medicamento; ou
2. O transtorno mental completo persistiu durante um período considerável de tempo (p. ex., ao menos um mês) após cessar a abstinência aguda ou a intoxicação grave ou a ad-ministração do medicamento. Este critério não se aplica a transtornos neurocognitivos induzidos por substância nem ao transtorno persistente da percepção induzido por alucinógenos, os quais persistem após cessar a intoxicação ou a abstinência agudas.


D. O transtorno não ocorre exclusivamente durante o curso de delirium.


E. O transtorno causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo."

 

O DSM-V também traz os critérios pertencentes a cada substância (álcool, cocaína, etc.).

 

Agora, vamos analisar as alternativas.

 

a)  a ocorrência de um único sintoma característico deste fator, reiteradas vezes nos últimos 12 meses, caracteriza o indivíduo enquanto dependente de uma substância.

 

Uma psicopatologia não é diagnosticada com apenas um sintoma. O DSM-V considera necessário pelo menos 2 sintomas durante 12 meses.

 

Assertiva Falsa.


b)  o “uso” é caracterizado como consumo de qualquer substância, seja para experimentar, uso esporádico ou episódico, o qual sempre leva ao abuso e, depois, à dependência.

 

Não necessariamente um uso levará ao abuso e à dependência. 

 

Assertiva Falsa.


c)  o paciente que apresenta a dependência não tem consciência de que o uso da substância contribua para um problema psicológico ou físico, pois se houvesse essa consciência, cessaria o uso da substância.

 

O uso pode permanecer mesmo com a consciência dos prejuízos. As tentativas de parar com o uso tem relação com isso. 

 

Veja o que diz um dos critérios do DSM-IV:

 

"7. Uso continuado da substância, apesar do conhecimento de ter um problema físico ou psicológico que tenha sido causado pela substância."

 

Assertiva Falsa.​​​​​​​


d)  o uso abusivo de substâncias envolve seu uso constante, ocasionando prejuízos biológicos, psicológicos ou sociais, porém, não preenchendo os critérios para a dependência de substâncias.

 

Essa é a afirmativa que está alinhada com o texto supracitado.

 

Assertiva Correta.​​​​​​​


e)  o indivíduo, que apresenta dependência de uma substância, expressa desejo persistente de reduzir ou regular o uso desta; entretanto suas tentativas são sempre frustradas.

 

Essa afirmativa pode ser vista como coerente com o seguinte critério do DSM-IV:

 

"4. Um desejo persistente ou esforço sem sucesso de diminuir ou controlar a ingestão da substância."

 

A banca considerou falsa, mas é uma alternativa que pode gerar recursos.

 

Assertiva Falsa.

 

A alternativa correta é, portanto, a Letra D.

1057) Utilizando-se os critérios propostos no DSM-IV, é possível diagnosticar que há dependência de álcool quando uma pessoa

  • A) consome quantidades muito altas de bebida alcoólica a cada vez que se aborrece; percebe o álcool como um condicionante para a satisfação em situações sociais; apresenta comportamento problemático (beligerante.) após a ingestão de uma quantidade muito alta da substância.
  • B) reconhece ter iniciado o consumo na adolescência e mantido o mesmo ritmo por mais de vinte anos; ingere próximo a 10 doses de bebida alcoólica por semana; começa a apresentar sinais graves de intoxicação com taxas de álcool no sangue de 0,4 g/l.
  • C) teve problemas legais devido ao abuso do álcool; usa recorrentemente álcool antes de dirigir, colocando a vida em risco; tem problemas conjugais devido aos episódios de embriaguez.
  • D) apresenta episódios de consumo exacerbado e prolongado, seguidos de esforço, sem sucesso, de abandonar o uso do álcool.
  • E) afirma beber cada vez mais para chegar à intoxicação; diz preferir ficar em casa bebendo a sair com a família para viagens de fim de semana que costumava realizar; afirma não parar de beber, mesmo que, nos últimos dois anos, tenha engordado e desestabilizado suas funções hepáticas por causa do álcool.

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A alternativa correta é letra E) afirma beber cada vez mais para chegar à intoxicação; diz preferir ficar em casa bebendo a sair com a família para viagens de fim de semana que costumava realizar; afirma não parar de beber, mesmo que, nos últimos dois anos, tenha engordado e desestabilizado suas funções hepáticas por causa do álcool.

Questão Desatualizada

 

Utilizando-se os critérios propostos no DSM-IV, é possível diagnosticar que há dependência de álcool quando uma pessoa

 

Essa questão está desatualizada, pois atualmente as bancas utilizam o DSM-V. 

 

Observe o que o DSM-V fala sobre o Transtorno por Uso de Álcool:

 

A. Um padrão problemático de uso de álcool, levando a comprometimento ou sofrimento clinicamente significativos, manifestado por pelo menos dois dos seguintes critérios, ocorrendo durante um período de 12 meses:


1. Álcool é frequentemente consumido em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido.


2. Existe um desejo persistente ou esforços malsucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso de álcool.


3. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção de álcool, na utilização de álcool ou na recuperação de seus efeitos.


4. Fissura ou um forte desejo ou necessidade de usar álcool.


5. Uso recorrente de álcool, resultando no fracasso em desempenhar papéis importantes no trabalho, na escola ou em casa.


6. Uso continuado de álcool, apesar de problemas sociais ou interpessoais persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados por seus efeitos.


7. Importantes atividades sociais, profissionais ou recreacionais são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso de álcool.


8. Uso recorrente de álcool em situações nas quais isso representa perigo para a integridade física.


9. O uso de álcool é mantido apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado pelo álcool.


10. Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos:


a. Necessidade de quantidades progressivamente maiores de álcool para alcançar a intoxicação ou o efeito desejado.


b. Efeito acentuadamente menor com o uso continuado da mesma quantidade de álcool.


11. Abstinência, manifestada por qualquer um dos seguintes aspectos:


a. Síndrome de abstinência característica de álcool (consultar os Critérios A e B do conjunto de critérios para abstinência de álcool, p. 499-500).


b. Álcool (ou uma substância estreitamente relacionada, como benzodiazepínicos) é consumido para aliviar ou evitar os sintomas de abstinência.

  

Com base nisso, nota-se que as alternativas abaixo não utilizam os mesmos termos e critérios:

 


a)  consome quantidades muito altas de bebida alcoólica a cada vez que se aborrece; percebe o álcool como um condicionante para a satisfação em situações sociais; apresenta comportamento problemático (beligerante.) após a ingestão de uma quantidade muito alta da substância.


b)  reconhece ter iniciado o consumo na adolescência e mantido o mesmo ritmo por mais de vinte anos; ingere próximo a 10 doses de bebida alcoólica por semana; começa a apresentar sinais graves de intoxicação com taxas de álcool no sangue de 0,4 g/l.


c)  teve problemas legais devido ao abuso do álcool; usa recorrentemente álcool antes de dirigir, colocando a vida em risco; tem problemas conjugais devido aos episódios de embriaguez.


d)  apresenta episódios de consumo exacerbado e prolongado, seguidos de esforço, sem sucesso, de abandonar o uso do álcool.


e)  afirma beber cada vez mais para chegar à intoxicação; diz preferir ficar em casa bebendo a sair com a família para viagens de fim de semana que costumava realizar; afirma não parar de beber, mesmo que, nos últimos dois anos, tenha engordado e desestabilizado suas funções hepáticas por causa do álcool. (Gabarito da Banca)

1058) Um dos pressupostos do modelo psicológico para compreensão sobre as causas do comportamento desajustado enfatiza que o

  • A) tratamento adequado pode curar o comportamento desajustado assim como cura as doenças orgânicas.
  • B) indivíduo com comportamento desajustado difere quantitativamente do indivíduo com comportamento normal.
  • C) comportamento desajustado indica que o ambiente social é incapaz de atender as necessidades de seus integrantes.
  • D) comportamento desajustado não implica sofrimento, somente demonstra padrão atípico de conduta.
  • E) comportamento desajustado é modelado pela experiência e não sofre interferência de fatores biológicos.

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A alternativa correta é letra B) indivíduo com comportamento desajustado difere quantitativamente do indivíduo com comportamento normal.

 

Um dos pressupostos do modelo psicológico para compreensão sobre as causas do comportamento desajustado enfatiza que o

 

De acordo com Davidoff, o modelo médico tem as seguintes suposições:

 

"1. Os distúrbios psicológicos lembram doenças. Consistem de grupos de sintomas qualitativamente diferentes do comportamento normal. Além disso, cada tipo de problema mental é considerado como tendo uma causa específica, como um agente físico, um conflito ou um trauma.

 

2. O especialista precisa identificar, tratar e curar as causas subjacentes.

 

3. O paciente é visto essencialmente como um receptor passivo de tratamento. A responsabilidade primária dele ou dela é seguir as orientações do especialista."

 

No caso do modelo psicológico (solicitado pela questão), as suposições são estas:

 

"1. O comportamento anormal difere apenas quantitativamente do comportamento normal. É modelado precisamente pelos mesmos fatores que modelam a conduta normal: biologia e experiência. Além disso, essencialmente os mesmos sintomas podem surgir de diversas formas. (Casualmente, muitas condições médicas seguem o que estamos chamando de modelo psicológico. A doença cardíaca e a hipertensão essencial, por exemplo, parecem ser causadas por uma predisposição genética em combinação com agentes irritantes, como fumo, estresse, inatividade e dieta).

 

2. O tratamento não pode curar distúrbios mentais da mesma forma que os médicos podem curar sarampo ou pneumonia. Em vez disso, terapias psicológicas fornecem experiências reeducativas e medicações que ajudam as pessoas a adquirir controle sobre os próprios problemas e vida.

 

3. O envolvimento ativo do paciente no tratamento é essencial. Este precisa aprender a lidar produtivamente com os problemas."

 

Agora vamos analisar as alternativas. 


a)  tratamento adequado pode curar o comportamento desajustado assim como cura as doenças orgânicas.

 

Veja novamente o que diz Davidoff sobre o modelo psicológico:

 

"O tratamento não pode curar distúrbios mentais da mesma forma que os médicos podem curar sarampo ou pneumonia."

 

Assertiva Falsa.


b)  indivíduo com comportamento desajustado difere quantitativamente do indivíduo com comportamento normal.

 

Essa é a alternativa que está de acordo com o modelo psicológico, conforme vimos.

 

Assertiva Correta.


c)  comportamento desajustado indica que o ambiente social é incapaz de atender as necessidades de seus integrantes.

 

Esse não é o posicionamento do modelo psicológico, como vimos.

 

Assertiva Falsa.


d)  comportamento desajustado não implica sofrimento, somente demonstra padrão atípico de conduta.

 

O modelo psicológico não refere que o comportamento desajustado não implica sofrimento.

 

Assertiva Falsa.


e)  comportamento desajustado é modelado pela experiência e não sofre interferência de fatores biológicos.

 

Conforme vimos, o modelo psicológico considera que o comportamento desajustado é modelado pela biologia e experiência.

 

Assertiva Falsa.

 

A alternativa correta é, portanto, a Letra B. 

1059) As parafilias que envolvem crueldade explícita feita a outros estão com frequência presentes em pacientes com

  • A) transtorno da personalidade antissocial.
  • B) transtorno obsessivo-compulsivo.
  • C) transtorno de pânico.
  • D) transtorno da personalidade narcísica.
  • E) transtorno da personalidade esquizoide.

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A alternativa correta é letra A) transtorno da personalidade antissocial.

 

As parafilias que envolvem crueldade explícita feita a outros estão com frequência presentes em pacientes com

 

Essa questão está fundamentada no seguinte texto de Gabbard:

 

"Uma ampla gama de possibilidades de diagnósticos psiquiátricos e de níveis de organização da personalidade pode estar presente em um indivíduo parafílico. As parafilias têm sido observadas, por exemplo, em pacientes psicóticos, em pessoas com transtornos da personalidade e em pacientes relativamente intactos ou neuróticos. A sexualidade perversa polimorfa é geralmente encontrada em pacientes com organização de personalidade borderline (Kernberg, 1975).

 

As parafilias que envolvem franca crueldade em relação a outras pessoas estão frequentemente presentes em pacientes com transtorno da personalidade antissocial. Desse modo, a compreensão psicodinâmica de qualquer paciente individual envolvido em uma atividade sexual não convencional implica uma compreensão integral de como a atividade interage com a estrutura de caráter subjacente ao paciente.

 

Por exemplo, os pacientes com uma organização neurótica podem utilizar uma atividade parafílica para facilitar a potência genital, enquanto pacientes próximos à fronteira psicótica podem usar a mesma atividade para afastar um senso de dissolução do self (Person, 1986)."

 

Com base nisso, nota-se que a alternativa correta é a Letra A.


a)  transtorno da personalidade antissocial.
b)  transtorno obsessivo-compulsivo.
c)  transtorno de pânico.
d)  transtorno da personalidade narcísica.
e)  transtorno da personalidade esquizoide.

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1060) Segundo Sternberg (2010), a capacidade do indivíduo de prestar atenção em um campo de estimulação por um período prolongado, durante o qual busca detectar o surgimento de um determinado estímulo-alvo de interesse, denomina-se:

  • A) Vigilância.
  • B) Busca.
  • C) Atenção dividida.
  • D) Atenção seletiva.
  • E) Foco.

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A alternativa correta é letra A) Vigilância.

Gabarito Letra A

 

Segundo Sternberg (2010), a capacidade do indivíduo de prestar atenção em um campo de estimulação por um período prolongado, durante o qual busca detectar o surgimento de um determinado estímulo-alvo de interesse, denomina-se:
 

a)  Vigilância.
Certo! O que a questão traz é a definição de vigilância:

Vigilância é a capacidade do indivíduo de prestar atenção em um campo de estimulação por um período prolongado, durante o qual busca detectar o surgimento de um determinado estímulo-alvo de interesse. Quando está vigilante, o indivíduo espera atentamente para detectar um sinal de estímulo que possa aparecer em um momento desconhecido. Normalmente, a vigilância é necessária em ambientes em que um dado estímulo ocorre raramente, mas requer atenção imediata assim que ocorre. Oficiais militares em vigilância para um ataque-surpresa realizam uma tarefa de vigilância de alto risco.”

 

b)  Busca.
Errado. Segundo Sternberg, a busca:

Enquanto a vigilância compreende esperar passivamente para que um sinal apareça, a busca compreende procurar um alvo de modo hábil e ativo (Pashler, 1998; Posner, DiGirolamo, 1998; Posner, DiGirolamo, Fernandez-Duque, 1997; Wolfe, 1994). Especificamente, a busca se refere a uma varredura no ambiente para encontrar características definidas - pro curar ativamente algo quando não se tem certeza de quando ele surgirá. Tentar localizar uma marca específica de cera em um corredor cheio de supermercado- ou um termo específico em um livro didático - são exemplos de busca.”

 

c)  Atenção dividida.
Errado. Segundo Sternberg, a atenção dividida:

Atenção dividida Partilhamento moderado de recursos da atenção disponíveis de forma a coordenar o desempenho de mais de uma tarefa ao mesmo tempo”

 

d)  Atenção seletiva.
Errado. Segundo Sternberg, a atenção seletiva:

Atenção seletiva Escolher entre prestar atenção a alguns estímulos e ignorar outros”

 

e)  Foco.

Errado.

 

Nosso gabarito é Letra A.

 

Referência

STERNBERG, Robert J. Psicologia cognitiva. São Paulo: Cengage Learning, 2010

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