Questões Sobre Psicopatologia - Psicologia - concurso
1751) Em relação aos fatores de risco de suicídio e a semiotécnica da ideação e do impulso suicida, conforme Dalgalarrondo, julgue os itens a seguir.
- A) Todos os itens estão certos.
- B) Apenas os itens I e II estão certos.
- C) Apenas os itens II e III estão certos.
- D) Apenas os itens I e III estão certos.
- E) Nenhum item está certo.
A alternativa correta é letra A) Todos os itens estão certos.
Gabarito Letra A
Certo! Investigar os pensamentos de suicídio é fundamental na prevenção do fenômeno.
“A ideação, os impulsos e os planos suicidas devem ser sempre investigados no caso de mínima suspeita. O tema deve ser tratado como algo delicado e pessoal, de modo circunspecto, mas franco. Após contato inicial, inquirir de modo que seja mais fácil para o paciente falar sobre o tema, começando a perguntar sobre o desejo de “desaparecer”, de “sair de cena”, de “dormir para sempre” até o desejo definido de se matar. O paciente potencialmente suicida sente-se, muitas vezes, aliviado por poder falar sobre o tema.”
Certo! Essa informação também está no trecho apresentado na afirmativa anterior.
Certo! Relembre todos os fatores de risco
“• Depressão moderada ou grave
• Gênero masculino
• Desesperança, falta de perspectivas, sensação de fracasso pessoal
• Morar sozinho, não ter família ou vínculos sociais
• Separações recentes – do(a) namorado(a), esposo(a), amante, etc.
• História de tentativas ou ameaças suicidas recentes
• Dor, doenças físicas ou déficits funcionais crônicos
• Idade: adolescentes, homens de meia-idade e idosos
• Fácil acesso a meios violentos (revólveres, altura, venenos, fármacos potencialmente perigosos, etc.)
• Esquizofrenia, alcoolismo e dependência de substâncias (suicídio tipo balanço existencial), personalidade borderline
• Traços autodestrutivos e impulsivos
Todas estão corretas
Nosso gabarito é Letra A
Fonte: Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais – 3. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019.
1752) A respeito dos estudos relacionados às explicações sobre estudantes que apresentam o Transtorno do Espectro Autista, julgue os itens a seguir.
- A) Apenas o item I está certo.
- B) Apenas o item II está certo.
- C) Apenas o item III está certo.
- D) Nenhum item está certo.
- E) Apenas os itens I e II estão certos.
A alternativa correta é letra E) Apenas os itens I e II estão certos.
As proposições trazidas por esta questão têm por base as contribuições de Martins & Monteiro (2017). Tendo por fundamento a literatura destacada, vamos à análise dos itens apresentados.
CORRETA. Apoiando o que preconiza a proposição, leiamos o que mencionam Martins & Monteiro (2017, p.216):
“As teorias cognitivas, segundo Scheuer e Andrade (2007), podem auxiliar a compreender o funcionamento cognitivo e os comportamentos desse transtorno, embora não exista uma teoria específica que justifique ou explique o autismo. Até a década de 1970, as alterações cognitivas observadas nos casos de autismo não eram levadas em conta, por enfatizarem os aspectos sociais e emocionais relacionados ao transtorno.”
CORRETA. Corroborando a assertiva, Martins & Monteiro (2017, p.217) declaram:
“Crianças autistas muitas vezes apresentam ações e discursos reduzidos ou que não são facilmente interpretados pelos outros (professores, mães, adultos ou pares). O que geralmente acontece é uma dificuldade muito grande em atribuir sentido às ações dessa criança, geralmente os outros entendem aquele comportamento como um ato sem significado.”
INCORRETA. Divergindo do que traz a afirmativa, Martins & Monteiro (2017, p.216) mencionam que a abordagem comportamental, na realidade, nunca se constituiu como proposta para explicar o autismo, mas que propõe intervenções no que tange ao transtorno, confira:
“A abordagem comportamental remete a um arcabouço teórico que nunca se constituiu como proposta para explicar o autismo, como nas teorias afetivas e cognitivas, mas sim propõe possibilidades de intervenções para o transtorno de base comportamental.”
Considerando a análise das proposições apresentadas, ratifica-se que apenas os itens I e II estão certos, portanto, LETRA “E”.
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Fonte consultada:
Martins, A. D. F., & Monteiro, M. I. B. (2017). Alunos autistas: análise das possibilidades de interação social no contexto pedagógico. Psicologia Escolar e Educacional, 21, 215-224.
1753) Em relação aos transtornos a serem considerados no diagnóstico diferencial de transtorno do espectro autista, analise os itens seguintes.
- A) 1 e 2, apenas.
- B) 1 e 3, apenas.
- C) 2 e 3, apenas.
- D) 2, 3 e 4, apenas.
- E) 1, 2, 3 e 4.
A alternativa correta é letra E) 1, 2, 3 e 4.
Gabarito Letra E
Sobre o diagnóstico diferencial do transtorno do espectro autista, relembre:
“Os transtornos a serem considerados no diagnóstico diferencial de transtorno do espectro autista incluem os da comunicação social (pragmática); da comunicação, descrito recentemente no DSM-5; esquizofrenia com início na infância; surdez congênita ou distúrbio auditivo grave; e privação psicossocial. O diagnóstico de transtorno do espectro autista também é muito difícil devido à sobreposição potencial dos sintomas com esquizofrenia da infância, síndromes de capacidade intelectual com sintomas comportamentais e transtornos da linguagem. Diante da multiplicidade de problemas concorrentes, encontrados com frequência no transtorno do espectro autista, Michael Rutter e Lionel Hersov sugeriram uma abordagem por etapas ao diagnóstico diferencial.”
Todos os itens que aparecem aqui devem ser considerados.
Vamos lembrar um a um:
“Transtorno da comunicação social (pragmática) Este tipo de transtorno caracteriza-se pela dificuldade de adaptação às narrativas; pela dificuldade em entender as regras de comunicação social por meio da linguagem, exemplificada pelo ato de não cumprimentar convencionalmente outras pessoas; pela dificuldade de se revezar nas conversas, respondendo às dicas verbais e não verbais de um ouvinte. Outras formas de deficiências linguísticas podem acompanhar o transtorno da comunicação social, tais como retardo na aprendizagem da linguagem ou dificuldades expressivas e receptivas. Esse transtorno é observado com maior frequência em parentes de indivíduos com o transtorno do espectro autista, aumentando ainda mais a dificuldade para fazer a distinção entre ambos. Embora as relações possam ser afetadas de forma negativa pelo transtorno da comunicação social, esse tipo de transtorno não inclui comportamentos e interesses restritos ou repetitivos, que ocorrem nos casos de transtorno do espectro autista.”
“Surdez congênita ou deficiência auditiva Considerando-se que as crianças com transtorno do espectro autista podem parecer mudas ou com problemas de desenvolvimento de linguagem, é extremamente importante excluir condições como surdez congênita ou deficiência auditiva. Os fatores diferenciadores incluem: lactentes com o transtorno do espectro autista não balbuciam com frequência, enquanto os lactentes surdos têm uma história bastante normal de balbucios, que diminuem de modo gradual até serem interrompidos por completo no período entre 6 meses e 1 ano de idade. De maneira geral, as crianças surdas respondem apenas aos sons muito altos, enquanto aquelas com transtorno do espectro autista podem ignorar sons altos ou normais e responder aos suaves ou baixos. O mais importante é que os audiogramas ou os potenciais auditivos evocados indicam uma perda auditiva significativa em crianças surdas. De modo habitual, essas crianças procuram com regularidade a comunicação social não verbal e tentam interagir socialmente com pares e com membros da família de uma forma mais consistente que aquelas com transtorno autista.”
“Privação psicossocial Fatores como negligência grave, maus-tratos e ausência de atenção parental podem fazer as crianças parecerem apáticas, isoladas e alienadas. Pode haver um retardo no desenvolvimento das habilidades linguísticas e motoras. De maneira geral, as crianças com esses sinais melhoram em ambientes psicossociais favoráveis e enriquecidos, mas esse tipo de melhora não ocorre naquelas com o transtorno do espectro autista.”
“Esquizofrenia com início na infância A esquizofrenia é rara em crianças com idade abaixo de 12 anos e quase nunca ocorre antes dos 5 anos. A esquizofrenia com início na infância caracteriza-se pela presença de alucinações ou delírios e possui baixa incidência de convulsões, de incapacidade intelectual e de habilidade sociais fracas”
Todos os itens estão corretos.
Nosso gabarito é Letra E
Fonte: Sadock, Benjamin J. Compêndio de psiquiatria : ciência do comportamento e psiquiatria clínica. Porto Alegre : Artmed, 2017.
1754) Homem de 38 anos, com história de dois episódios de depressão grave, um há três anos e outro há 18 meses, quando iniciou acompanhamento psiquiátrico regular. Paciente foi levado à emergência pela polícia depois de interromper o trânsito em uma avenida anunciando ser “a reencarnação de Cristo”. Ao ser chamada, sua esposa relata que há quatro noites ele anda pela casa, fala “sem parar”, tentando fazer consertos hidráulicos e elétricos na casa, sendo que não tem conhecimento algum para fazer isso, fica procurando nos armários por ferramentas que possa improvisar para fazer o que deseja, em seguida desiste de uma coisa que ia fazer e começa a tentar outra. Ela relata que ele vem tomando sertralina na dose 100 mg/dia nos últimos meses e não sabe informar se tomou outros medicamentos anteriormente. Não há histórico anterior e sinais clínicos atuais para uso de álcool e/ou drogas psicoativas.
- A) prescrever carbonato de lítio 300 mg, a cada 12 horas e manter sertralina na dose atual de 100 mg/dia.
- B) prescrever um antipsicótico atípico e suspender imediatamente o uso de sertralina.
- C) prescrever um antipsicótico atípico e manter sertralina na dose atual de 100 mg/dia.
- D) prescrever clonazepan 2 mg a cada oito horas e aumentar sertralina para 150 mg/dia.
- E) aumentar dosagem de sertralina para 150 mg/dia.
A alternativa correta é letra B) prescrever um antipsicótico atípico e suspender imediatamente o uso de sertralina.
Gabarito Letra B
A melhor conduta terapêutica para o paciente da questão é
a) prescrever carbonato de lítio 300 mg, a cada 12 horas e manter sertralina na dose atual de 100 mg/dia.
b) prescrever um antipsicótico atípico e suspender imediatamente o uso de sertralina.
c) prescrever um antipsicótico atípico e manter sertralina na dose atual de 100 mg/dia.
d) prescrever clonazepan 2 mg a cada oito horas e aumentar sertralina para 150 mg/dia.
e) aumentar dosagem de sertralina para 150 mg/dia.
O paciente está apresentando um quadro de mania com características psicóticas, que pode ter sido desencadeado pelo antidepressivo. É preciso ter cuidado na prescrição de antidepressivos, investigando a possibilidade do diagnóstico ser de transtorno bipolar e não transtorno depressivo. O tratamento nesses casos envolve a suspensão da sertralina, e a prescrição de um antipsicótico e um estabilizador de humor, como o carbonato de lítio. Como apenas uma afirmativa traz a suspensão da sertralina, esse é nosso gabarito.
Nosso gabarito é Letra B.
1755) Uma senhora de 34 anos é encaminhada a um médico clínico para avaliação de suas queixas. Ela está convencida de que tem câncer de intestino, relata que em algumas ocasiões há sangue no papel higiênico e sente cólicas abdominais quando come demais. Um exame do prontuário médico revela diversas consultas anteriores associadas a essas mesmas queixas ou semelhantes, incluindo resultados repetidamente negativos de testes para sangue oculto nas fezes e resultados normais de colonoscopias (última há três meses). Ela continua com medo de morrer de câncer e pede uma nova colonoscopia.
- A) Consultas médicas marcadas com regularidade para tranquilização.
- B) Medicamento ansiolítico.
- C) Exames médicos extensivos para tranquilizar a pessoa.
- D) Medicamentos estabilizadores do humor.
- E) Antipsicótico atípico.
A alternativa correta é letra A) Consultas médicas marcadas com regularidade para tranquilização.
Gabarito Letra A
Em um cenário de cuidados primários, assinale a estratégia mais eficaz para tratar o paciente da questão.
a) Consultas médicas marcadas com regularidade para tranquilização.
b) Medicamento ansiolítico.
c) Exames médicos extensivos para tranquilizar a pessoa.
d) Medicamentos estabilizadores do humor.
e) Antipsicótico atípico.
Essa mulher provavelmente tem um diagnóstico de hipocondria, ou ansiedade de doença.
A estratégia mais eficaz para tratar indivíduos com hipocondria é marcar consultas regulares. Dessa maneira, é possível dar atenção às queixas físicas e tranquilizar o paciente, ainda que temporariamente. Essa abordagem também minimiza a troca constante de médicos e a realização de exames desnecessários. O tratamento com um agente ansiolítico (ou antidepressivo) não é útil na hipocondria, a não ser na presença de um transtorno comórbido de ansiedade (ou depressão). Uma vez que temem ter uma doença clínica, indivíduos com esse transtorno costumam relutar a consultar um psiquiatra .
Nosso gabarito é Letra A.
1756) Sobre conceitos culturais de sofrimento, em outras palavras, formas como os grupos culturais vivenciam, apreendem e comunicam sofrimento, problemas comportamentais ou emoções e pensamentos incômodos (DSM V), informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo e a seguir assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
- A) V, V, F, V, F.
- B) V, V, V, F, F.
- C) F, V, V, F, V.
- D) F, F, F, V, V.
- E) V, V, F, F, V.
A alternativa correta é letra E) V, V, F, F, V.
Gabarito Letra E
Sobre conceitos culturais de sofrimento, em outras palavras, formas como os grupos culturais vivenciam, apreendem e comunicam sofrimento, problemas comportamentais ou emoções e pensamentos incômodos (DSM V), informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo e a seguir assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
( V) Conceitos culturais para sofrimento mental e emocional nascem de sistemas diagnósticos locais profissionais ou populares e podem, além disso, refletir a influência de conceitos biomédicos.
Verdadeiro. A cultura é resultado das relações de um povo, e influencia todos os processos inseridos nela, por isso, os conceitos biomédico vigentes também participam dessa relação.
(V) Conceitos culturais podem se aplicar a uma extensa faixa de gravidade, abrangendo apresentações que não satisfazem aos critérios do DSM para um transtorno mental.
Verdadeiro.
“Conceitos culturais podem se aplicar a uma ampla faixa de gravidade, incluindo apresentações que não satisfazem os critérios do DSM para um transtorno mental. Por exemplo, um indivíduo com luto agudo ou uma situação social difícil pode usar a mesma expressão idiomática de sofrimento ou exibir a mesma síndrome cultural que outra pessoa com psicopatologia mais grave.”
(F) Existem várias correspondências exatas de conceitos culturais com algumas entidades diagnósticas do DSM, exaltando a importância da pesquisa.
Falso. Não existem várias correspondências exatas.
“Raramente existe uma correspondência exata “um para um” de algum conceito cultural com uma entidade diagnóstica do DSM; a correspondência é mais provavelmente de “um para muitos” em cada uma das direções. Sintomas ou comportamentos que podem ser inclusos pelo DSM-5 em vários transtornos podem ser incorporados em um único conceito popular, e apresentações diversas que podem ser classificadas pelo DSM-5 como variantes de um único transtorno podem ser organizadas em vários conceitos distintos por um sistema diagnóstico nativo.”
(F) Os conceitos culturais de sofrimento são defendidos de maneira uniforme por todos em uma determinada cultura.
Falso. Justamente por serem conceitos culturais, influenciados pela cultura, eles não são defendidos de forma uniforme.
(V) Conceitos culturais são importantes para o diagnóstico psiquiátrico.
Verdadeiro. Essa importância é crucial.
Assim, a sequência correta é V V F F V
Fonte: AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5). Arlington, VA: American Psychiatric Association, 2013
1757) Fundamentados no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª Edição, no que se refere a Deficiência Intelectual, analise as assertivas e assinale a alternativa correta.
- A) Apenas uma assertiva está correta.
- B) Apenas duas assertivas estão corretas.
- C) Apenas três assertivas estão corretas.
- D) Todas estão corretas
A alternativa correta é letra D) Todas estão corretas
Fundamentados no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª Edição, no que se refere a Deficiência Intelectual, analise as assertivas e assinale a alternativa correta.
A questão está baseada no seguinte texto:
"Deficiência Intelectual (Transtorno do Desenvolvimento Intelectual) (...)
Características Diagnosticas (...)
Escores de QI são aproximações do funcionamento conceitual, mas podem ser insuficientes para a avaliação do raciocínio em situações da vida real e do domínio de tarefas práticas. Exemplificando, uma pessoa com um escore de QI acima de 70 pode ter problemas de comportamento adaptativo tão graves no juízo social, no entendimento social e em outras áreas da função adaptativa que seu funcionamento real é comparável ao de pessoas com um escore de QI mais baixo. Assim, o julgamento clínico é necessário para a interpretação dos resultados dos testes de QI.
(...)
Quando a deficiência intelectual está associada a uma síndrome genética, pode haver uma aparência física característica (como na síndrome de Down, p. ex.). Algumas síndromes têm um fenótipo comportamental, o que se refere a comportamentos específicos, característicos de determinado transtorno genético (p. ex., síndrome de Lesch-Nyhan). Nas formas adquiridas, aparecimento pode ser abrupto, após doenças como meningite ou encefalite ou traumatismo encefálico durante o período do desenvolvimento. Quando a deficiência intelectual decorre de perda de habilidades cognitivas previamente adquiridas, como em lesões cerebrais traumáticas, pode ser atribuído tanto diagnóstico de deficiência intelectual quanto o de um transtorno neurocognitivo. (...)
Pessoas com diagnóstico de deficiência intelectual, com transtornos mentais comórbidos apresentam risco de suicídio. Elas pensam em suicídio, fazem tentativas suicidas e podem morrer em decorrência delas. Assim, é essencial investigação de pensamentos suicidas no processo de avaliação. Em decorrência da falta da consciência de riscos e perigos, taxas de lesões acidentais podem ser elevadas.
(...)
A deficiência intelectual é definida como um transtorno do neurodesenvolvimento é diferente dos transtornos neurocognitivos, que se caracterizam por perda do funcionamento cognitivo. Um transtorno neurocognitivo maior pode ocorrer concomitantemente com deficiência intelectual (p. ex., pessoa com síndrome de Down que desenvolve doença de Alzheimer ou pessoa com deficiência intelectual que perde um pouco mais a capacidade cognitiva após um traumatismo encefálico). Em casos assim, podem ser feitos diagnósticos de deficiência intelectual e transtorno neurocognitivo."
Fonte: DSM-V
Com isso, nota-se que todas as afirmativas abaixo estão corretas.
Portanto, encontramos a resposta na Letra D.
a) Apenas uma assertiva está correta. b) Apenas duas assertivas estão corretas. c) Apenas três assertivas estão corretas. d) Todas estão corretas
1758) Sobre os Transtornos do Neurodesenvolvimento e baseado do DSM – V, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) para o que se afirma e assinale a alternativa com a sequência correta.
- A) F – V – F – V.
- B) F – F – V – V.
- C) V – V – V – F.
- D) V – V – V – V.
A alternativa correta é letra C) V – V – V – F.
Sobre os Transtornos do Neurodesenvolvimento e baseado do DSM – V, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) para o que se afirma e assinale a alternativa com a sequência correta.
A questão está baseada no seguinte texto:
"Transtorno do Espectro Autista
(...)
O transtorno do espectro autista não é um transtorno degenerativo, sendo comum que aprendizagem e compensação continuem ao longo da vida. Os sintomas são frequentemente mais acentuados na primeira infância e nos primeiros anos da vida escolar, com ganhos no desenvolvimento sendo freqüentes no fim da infância pelo menos em certas áreas (p. ex., aumento no interesse por interações sociais). Uma pequena proporção de indivíduos apresenta deterioração comportamental na adolescência, enquanto a maioria dos outros melhora. Apenas uma minoria de indivíduos com transtorno do espectro autista vive e trabalha de forma independente na fase adulta; aqueles que o fazem tendem a ter linguagem e capacidades intelectuais superiores, conseguindo encontrar um nicho que combine com seus interesses e habilidades especiais. Em geral, indivíduos com níveis de prejuízo menores podem ser mais capazes de funcionar com independência. Mesmo esses indivíduos, no entanto, podem continuar socialmente ingênuos e vulneráveis, com dificuldades para organizar as demandas práticas sem ajuda, mais propensos a ansiedade e depressão. Muitos adultos informam usar estratégias compensatórias e mecanismos de enfrentamento para mascarar suas dificuldades em público, mas sofrem com o estresse e os esforços para manter uma fachada socialmente aceitável. Quase nada se sabe sobre a fase da velhice no transtorno do espectro autista.
(...)
Transtornos da Linguagem
(...)
As características diagnosticas centrais do transtorno da linguagem incluem dificuldades na aquisição e no uso da linguagem por déficits na compreensão ou na produção de vocabulário, na estrutura das frases e no discurso. Esses déficits lingüísticos ficam evidentes na comunicação falada, escrita ou na linguagem de sinais. A aprendizagem e o uso da linguagem dependem de habilidades receptivas e expressivas. Capacidade expressiva refere-se à produção de sinais vocálicos, gestuais ou verbais, enquanto capacidade receptiva refere-se ao processo de receber compreender mensagens lingüísticas. As habilidades lingüísticas precisam ser investigadas nas modalidades expressiva e receptiva, uma vez que podem diferir quanto à gravidade. Por exemplo, a linguagem expressiva de um indivíduo pode estar gravemente prejudicada, ao passo que receptiva pode não apresentar nenhum prejuízo.
(...)
Transtorno da Fala
Critérios Diagnósticos
A. Dificuldade persistente para produção da fala que interfere na inteligibilidade da fala ou impede a comunicação verbal de mensagens.
B. A perturbação causa limitações na comunicação eficaz, que interferem na participação social, no sucesso acadêmico ou no desempenho profissional, individualmente ou em qualquer combinação.
C. O início dos sintomas ocorre precocemente no período do desenvolvimento.
D. As dificuldades não são atribuíveis a condições congênitas ou adquiridas, como paralisia cerebral, fenda palatina, surdez ou perda auditiva, lesão cerebral traumática ou outras condições médicas ou neurológicas.
(...)
TDAH
Fatores de Risco e Prognóstico
Temperamentais. O TDAH está associado a níveis menores de inibição comportamental, de controle à base de esforço ou de contenção, afetividade negativa e/ou maior busca por novidades. Esses traços predispõem algumas crianças ao TDAH, embora não sejam específicos do transtorno.
Ambientais. Muito baixo peso ao nascer (menos de 1.500 gramas) confere um risco 2 a 3 vezes maior para TDAH, embora a maioria das crianças com baixo peso ao nascer não desenvolva transtorno."
Fonte: DSM-V
Com isso, podemos identificar as afirmativas verdadeiras e as falsas.
( V ) O baixo peso ao nascer (menos de 1.500 gramas) confere um fator de risco ambiental para o aparecimento do TDAH.
( V ) As dificuldades não são atribuíveis as condições congênitas ou adquiridas, como paralisia cerebral, fenda palatina, surdez ou perda auditiva, lesão cerebral traumática ou outras condições médicas ou neurológicas faz parte dos critérios diagnósticos do Transtorno da Fala.
( V ) As características diagnósticas centrais do transtorno da linguagem incluem dificuldades na aquisição e no uso da linguagem por déficits na compreensão ou na produção de vocabulário, na estrutura das frases e no discurso.
( F ) No transtorno de espectro autista, geralmente os indivíduos com níveis de prejuízos maiores podem ser mais capazes de funcionar com independência, no entanto, podem continuar socialmente ingênuos e vulneráveis, com dificuldades para organizar as demandas práticas sem ajuda, mais propensas a ansiedade e depressão.
Portanto, a sequência ficou V V V F. Encontramos a resposta na Letra C.
a) F – V – F – V. b) F – F – V – V. c) V – V – V – F. d) V – V – V – V.
1759) De acordo com Dalgalarrondo (2018), “o debate sobre normalidade em psicopatologia é um debate vivo, intenso, interessado, repleto de valores (explícitos ou não), com conotações políticas e filosóficas (explícitas ou não) e conceitos que implicam o modo como milhares de pessoas serão situadas em suas vidas na sociedade”. Tal assunto remete a uma extensa reflexão sobre o olhar e o cuidado com o outro, sobre a ética e a prática profissional e sobre os estigmas ainda estabelecidos na sociedade. Muitas vezes, o CAPS é tido como um ambiente que recebe pessoas ainda vistas como seres patológicos limitados em sua condição e não como seres em sua completude. É importante que o profissional seja capacitado para conseguir identificar os fatores que podem distinguir o normal do patológico nesses ambientes, além de olhar para o sujeito como um todo e não como uma doença. Sobre o conceito de normal e patológico em psicopatologia, analise as afirmativas a seguir.
- A) I e II.
- B) III e V .
- C) I, II e V.
- D) II, III e IV.
A alternativa correta é letra B) III e V .
Gabarito Letra B
De acordo com Dalgalarrondo (2018), “o debate sobre normalidade em psicopatologia é um debate vivo, intenso, interessado, repleto de valores (explícitos ou não), com conotações políticas e filosóficas (explícitas ou não) e conceitos que implicam o modo como milhares de pessoas serão situadas em suas vidas na sociedade”. Tal assunto remete a uma extensa reflexão sobre o olhar e o cuidado com o outro, sobre a ética e a prática profissional e sobre os estigmas ainda estabelecidos na sociedade. Muitas vezes, o CAPS é tido como um ambiente que recebe pessoas ainda vistas como seres patológicos limitados em sua condição e não como seres em sua completude. É importante que o profissional seja capacitado para conseguir identificar os fatores que podem distinguir o normal do patológico nesses ambientes, além de olhar para o sujeito como um todo e não como uma doença. Sobre o conceito de normal e patológico em psicopatologia, analise as afirmativas a seguir.
Errado. Não há definições claras da distinção entre normal e patológico. Existem diversos critérios diferentes para fazer essa diferenciação, mas nenhum deles é 100% específico e delimitado, norteador e congruente.
Errado. Esse não é um critério completo, uma vez que ignora diversos fatores.
“Normalidade como ausência de doença. O primeiro critério que geralmente se utiliza é o de saúde como “ausência de sintomas, de sinais ou de doenças”. Segundo expressiva formulação de um dos fundadores das pesquisas médicas de intervenção sobre a dor física, René Leriche (1879-1955), “a saúde é a vida no silêncio dos órgãos” (Leriche, 1936). Normal, do ponto de vista psicopatológico, seria, então, aquele indivíduo que simplesmente não é portador de um transtorno mental definido. Tal critério ébastante falho e precário, pois, além de redundante, baseia-se em uma “definição negativa”, ou seja, define-se a normalidade não por aquilo que ela supostamente é, mas por aquilo que ela não é, pelo que lhe falta (Almeida Filho & Jucá, 2002).”
Certo!
“Portanto, de modo geral, pode-se concluir que os critérios de normalidade e de doença em psicopatologia variam consideravelmente em função dos fenômenos específicos com os quais se trabalha e, também, de acordo com as opções filosóficas do profissional ou da instituição. Além disso, em alguns casos, pode-se utilizar a associação de vários critérios de normalidade ou doença/transtorno, de acordo com o objetivo que se tem em mente. De toda forma, essa é uma área da psicopatologia que exige postura permanentemente crítica e reflexiva dos profissionais.”
Errado. As psicopatologias afetam, e muito, não só o indivíduo acometido, como também todas as pessoas ao seu redor.
Certo!
“Obviamente, quando são casos extremos que estão em discussão, cujas alterações comportamentais e mentais são de intensidade acentuada e de longa duração, com sofrimento mental intenso e disfunções graves no dia a dia, como demências avançadas, psicoses graves ou deficiência intelectual profunda, o delineamento das fronteiras entre o normal e o patológico não é tão problemático. Entretanto, há muitos casos menos intensos e delimitados, além daqueles limítrofes e complexos em sua definição, nos quais a delimitação entre comportamentos, estados mentais e formas de sentir normais ou patológicas é bastante difícil e problemática. Nessas situações, o conceito de normalidade em psicopatologia e saúde mental ganha especial relevância. Na CID-11, o transtorno leve de personalidade (mild personality disorder) é um exemplo infeliz de criação de entidade nosológica que, por ser muito próxima ao comportamento de um grande número de pessoas em geral tidas como normais (p. ex., que, em apenas alguns contextos sociais, apresentam problemas não graves na identidade, alguma dificuldade em relações interpessoais, desempenho no trabalho e em relações sociais), poderá gerar diagnósticos psicopatológicos exagerados e medicalização inapropriada”
Assim, apenas III e V estão corretas
Nosso gabarito é Letra B
Fonte: Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais – 3. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019.
1760) De acordo com o DSM-V, os transtornos bipolares são classificados em dois subtipos, o Transtorno Bipolar tipo I e o Transtorno Bipolar tipo II. Diante do exposto, analise as afirmativas a seguir.
- A) I e II.
- B) III e IV.
- C) I, II e III.
- D) I, II e IV.
A alternativa correta é letra B) III e IV.
Gabarito Letra B
Errado. Se há características psicóticas, o episódio é de mania, e não de hipomania.
Errado. Esse é um entendimento que não é mais aceito.
“O transtorno bipolar tipo II, que requer um ou mais episódios depressivos maiores e pelo menos um episódio hipomaníaco durante o curso da vida, não é mais considerado uma condição “mais leve” que o transtorno bipolar tipo I, em grande parte em razão da quantidade de tempo que pessoas com essa condição passam em depressão e pelo fato de a instabilidade do humor vivenciada ser tipicamente acompanhada de prejuízo grave no funcionamento profissional e social. O diagnóstico de transtorno ciclotímico é feito em adultos que têm pelo menos dois anos (um ano em crianças) de períodos hipomaníacos e depressivos, sem jamais atender aos critérios para um episódio de mania, hipomania ou depressão maior.”
Certo!
“Os critérios para transtorno bipolar tipo I representam o entendimento moderno do transtorno maníaco-depressivo clássico, ou psicose afetiva, descrito no século XIX. Diferem da descrição clássica somente no que se refere ao fato de não haver exigência de psicose ou de experiência na vida de um episódio depressivo maior. No entanto, a vasta maioria dos indivíduos cujos sintomas atendem aos critérios para um episódio maníaco também tem episódios depressivos maiores durante o curso de suas vidas”
Certo! A exigência para diagnóstico de transtorno bipolar tipo I é um episódio de mania, que pode ou não ser antecedido ou seguido de episódios depressivos ou hipomaníacos.
“Para diagnosticar transtorno bipolar tipo I, é necessário o preenchimento dos critérios a seguir para um episódio maníaco. O episódio maníaco pode ter sido antecedido ou seguido por episódios hipomaníacos ou depressivos maiores.”
Assim, apenas III e IV estão corretas.
Gabarito Letra B
Fonte: AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5). Arlington, VA: American Psychiatric Association, 2013