Questões Sobre Psicopatologia - Psicologia - concurso
2031) A avaliação do paciente, em psicopatologia, é feita principalmente por meio
- A) do exame psíquico.
- B) da anamnese.
- C) da entrevista.
- D) da avaliação neurológica.
- E) da avaliação física.
A alternativa correta é letra C) da entrevista.
Gabarito: Letra C
A avaliação do paciente, em psicopatologia, é feita principalmente por meio
a) do exame psíquico.
b) da anamnese.
c) da entrevista.
d) da avaliação neurológica.
e) da avaliação física.
A questão foi retirada de Dalgalarrondo, que afirma que a principal ferramenta para a avaliação do paciente em psicopatologia é a entrevista:
“A avaliação do paciente, em psicopatologia, é feita principalmente por meio da entrevista. Aqui a entrevista não pode, de forma alguma, ser vista como algo banal, um simples perguntar ao paciente sobre alguns aspectos de sua vida. A entrevista, juntamente com a observação cuidadosa do paciente, é, de fato, o principal instrumento de conhecimento da psicopatologia. Por meio de uma entrevista realizada com arte e técnica, o profissional pode obter informações valiosas para o diagnóstico clínico, para o conhecimento da dinâmica afetiva do paciente e, o que pragmaticamente é mais importante, para a intervenção e o planejamento terapêuticos mais adequados”
Nosso gabarito é Letra C
Fonte: Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais [recurso eletrônico] / Paulo Dalgalarrondo. – 3. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019
2032) São algumas das principais funções psíquicas afetadas nos transtornos psico orgânicos:
- A) Nível de consciência e orientação.
- B) Orientação e psicomotricidade.
- C) Linguagem e pensamento.
- D) Memória e vontade.
- E) Inteligência e sensopercepção.
A alternativa correta é letra A) Nível de consciência e orientação.
Gabarito: Letra A
São algumas das principais funções psíquicas afetadas nos transtornos psico orgânicos:
a) Nível de consciência e orientação.
b) Orientação e psicomotricidade.
c) Linguagem e pensamento.
d) Memória e vontade.
e) Inteligência e sensopercepção.
As principais funções afetadas nos transtornos psicoorganicos são: Nível de consciência, Atenção, Orientação, Memória, Inteligência e Linguagem
Nosso gabarito é Letra A
Fonte: Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais [recurso eletrônico] / Paulo Dalgalarrondo. – 3. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019
2033) Segundo o DSM-5, marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
- A) C - C - E.
- B) E - C - C.
- C) C - E - E.
- D) E - C - E.
A alternativa correta é letra A) C - C - E.
( C ) A característica essencial da agorafobia é medo ou ansiedade acentuado ou intenso desencadeado pela exposição real ou prevista de diversas situações.
CORRETA: conforme o DSM-5 (2014, pp.218-219):
“A característica essencial da agorafobia é o medo ou ansiedade acentuado ou intenso desencadeado pela exposição real ou prevista a diversas situações (Critério A). O diagnóstico requer que os Agorafobia 219 sintomas ocorram em pelo menos duas das cinco situações seguintes: 1) uso de transporte público, como automóveis, ônibus, trens, navios ou aviões; 2) permanecer em espaços abertos, como áreas de estacionamento, mercados ou pontes; 3) permanecer em locais fechados, como lojas, teatros ou cinemas; 4) permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão; ou 5) sair de casa sozinho.”
( C ) As características essenciais do transtorno de ansiedade generalizada são: ansiedade e preocupação excessivas acerca de diversos eventos ou atividades.
CORRETA: de acordo com o DSM-5 (2014, p.223):
“As características essenciais do transtorno de ansiedade generalizada são ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva) acerca de diversos eventos ou atividades. A intensidade, duração ou frequência da ansiedade e preocupação é desproporcional à probabilidade real ou ao impacto do evento antecipado.”
( E ) A característica essencial do transtorno de ansiedade social é medo ou ansiedade acentuada em situações sociais nas quais o individuo é exposto a um objeto particular.
INCORRETA. Corrigindo: o Transtorno de ansiedade social (Fobia Social), segundo o DSM-5 (2014) é compreendido como:
“A característica essencial do transtorno de ansiedade social é um medo ou ansiedade acentuados ou intensos de situações sociais nas quais o indivíduo pode ser avaliado pelos outros. Em crianças, o medo ou ansiedade deve ocorrer em contextos com os pares, e não apenas durante interações com adultos”
Considerando as alternativas disponíveis, apenas a LETRA “A” traduz corretamente a sequência das proposições avaliadas (C - C - E). As demais alternativas apenas apresentam outros parâmetros a fim de confundir o candidato. Considerando isto, ratifica-se, portanto, que a alternativa “A” constitui, de fato, o GABARITO da questão analisada.
_______________
Fonte consultada:
Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
2034) A esquizofrenia é um dos distúrbios mentais que são caracterizados por distorções de pensamentos e perda de interesse pelo mundo exterior. Assinale o item que mais se identifica sobre o transtorno descrito:
- A) Neurose.
- B) Psicose.
- C) Histeria.
- D) Neurose fóbica.
A alternativa correta é letra B) Psicose.
A esquizofrenia é um dos distúrbios mentais que são caracterizados por distorções de pensamentos e perda de interesse pelo mundo exterior. Assinale o item que mais se identifica sobre o transtorno descrito:
Aluno, que tal conhecermos um pouco sobre o assunto, para então analisarmos as alternativas?! Para isso, considere a correção desta questão dividida em duas partes:
1) Conhecimento das Estruturas Psíquicas
2) Análise das alternativas
1) Conhecimento das Estruturas Psíquicas
Em uma antiga perspectiva da psicopatologia (de base psicanalítica), a definição de qual estrutura (Psicose, Neurose ou Perversão) iria compor a personalidade do sujeito (em termos patológicos e não no estado hígido), dependeria, principalmente, da resolução advinda a partir da passagem pelo processo do Complexo de Édipo. A fim de compreender como tal Complexo influenciaria na composição da personalidade, peço ao aluno, gentilmente, que acompanhe o raciocínio desenvolvido nas linhas sequentes.
Sem adentrar em discussões mais aprofundadas sobre afeto/hostilidade da criança em relação às figuras parentais, de forma simples, entenda aqui o Complexo de Édipo, como nada mais, que, o espaço que o sujeito vem a ocupar no sistema de relações sociais adultas. Grosso modo, seria a maneira como o indivíduo irá se localizar (ou “deslocalizar”), principalmente, após ser “apresentado ao universo simbólico da sociedade atrelado à linguagem”. Clarificando o assunto, confira o que menciona Lepine (1974, p. 24):
“O Complexo de Édipo é uma estrutura triádica que introduz a criança na ordem simbólica da linguagem objetivante, o que lhe permite dizer eu, ele ou ela, tu e a situa como criança humana num mundo de terceiros adultos”.
Do processo atrelado ao Complexo de Édipo, os indivíduos acabam por manifestar uma ou outra estrutura, porém, o que distinguiria o estado hígido (“normal”) do estado patológico (“doença”) seria o grau de sintomas ligados a estrutura, sendo que, quanto maior o grau, maior o sofrimento do indivíduo. Dessa forma, o sofrimento proveniente de tais sintomas psíquicos, originados a partir da resolução do Complexo de Édipo, seria o que levaria à necessidade de tratamento psicológico.
Nesse sentido, o estudo dos sintomas psicológicos na antiga perspectiva da psicopatologia (de base psicanalítica) poderia ser compreendido através de três divisões básicas da estrutura psíquica: 1) Psicose, 2) Neurose e 3) Perversão. Cada uma das três estruturas possuiria seu próprio mecanismo de defesa. A seguir, acompanhe uma síntese correspondente a cada uma delas.
PSICOSE
Na Psicose, basicamente, ao rejeitar a realidade o sujeito passa a criar versões distorcidas da mesma. A psicose divide-se em três subestruturas: 1.1) paranoia (é o outro que persegue); 1.2) autismo (é o outro que “quase” não existe); e 1.3) esquizofrenia (o outro é visto de forma distorcida, por exemplo: como um monstro). A psicose possui como mecanismo de defesa a foraclusão ou forclusão. No caso, o indivíduo “fora/inclui”, ou seja, a pessoa rejeita (exclui) a realidade, criando (incluindo) versões delirantes, fantasiosas ou alucinatórias.
OBS: a inclusão do autismo na estrutura psicose atualmente é contestada por diversas correntes epistemológicas, principalmente, após as reformulações advindas sobre o assunto a partir do DSM-V.
NEUROSE
Na Neurose, basicamente, a pessoa retém ou ignora para si mesma o problema. A neurose divide-se em três subestruturas: 2.1) histeria (reclamações extenuantes, caracterizando angústia permanente); 2.2) neurose obsessiva (também há reclamações, mas nesse caso existem tentativas de organização do ambiente a fim de fugir do problema, havendo angústia de mudança) e; 3.2) fobia (nesse caso, a angústia se relaciona a uma situação específica, provocando tensão contínua). O mecanismo de defesa da neurose é o recalque ou repressão, ou seja, o neurótico ao procurar reter ou manter ignorado o problema, acaba mantendo o conteúdo problemático reprimido ou recalcado.
PERVERSÃO
Na Perversão, a estrutura não é dividida, apesar disso inclui manifestações como sadismo, masoquismo e fetichismo, etc. A pessoa busca o prazer de forma contínua, praticamente de maneira desenfreada. A perversão possui como mecanismo de defesa a denegação (a pessoa nega que suas perversões sejam anômalas ou causem sofrimento).
OBSERVAÇÕES: conforme site especializado*¹:
- Na infância, os quadros clínicos por excelência seriam, do lado da psicose (ausência do terceiro), o autismo e a esquizofrenia, e do lado da neurose (presença do terceiro), a fobia.
- As demais psicoses (paranoia /mania-depressão) e as demais neuroses (histeria de conversão, neurose obsessiva) bem como os quadros perversos (sado-masoquismo, fetichismo, travestismo, voyeurismo-exibicionismo), registrar-se-iam na fase adulta. Mas a divisão infância/fase adulta não é totalmente estanque, visto que na última também podem estar presentes as síndromes características da infância (esquizofrenia, autismo, fobia).
2) Análise das alternativas
a) Neurose.
INCORRETA. Vide tópico explicativo supracitado.
b) Psicose.
CORRETA. A esquizofrenia é considerada uma subestrutura da estrutura psíquica psicose, portanto, opção CERTA.
c) Histeria.
INCORRETA. Vide tópico explicativo supracitado.
d) Neurose fóbica.
INCORRETA. Vide tópico explicativo supracitado.
_______________
Fonte consultada:
*¹BOLETIM CLÍNICO - NÚMERO 7 - OUTUBRO/1999. Disponível em https://bit.ly/3sCKfCE
LEPINE, Claude (1974). O Inconsciente na Antropologia de Levi-Strauss. São Paulo: Editora Ática.
Oliveira, A. (2015). Psicose, Neurose e Perversão. Disponível em https://abre.ai/co1E . Acesso em 18 de set de 2018.
2035) É correto afirmar que as representações recalcadas se revelam nas diversas diferenças de cada uma das: 12
- A) Obsessões.
- B) Paranoias.
- C) Neuroses.
- D) Perversidades.
A alternativa correta é letra C) Neuroses.
É correto afirmar que as representações recalcadas se revelam nas diversas diferenças de cada uma das:
Aluno, que tal conhecermos um pouco sobre o assunto, para então analisarmos as alternativas?! Para isso, considere a correção desta questão dividida em duas partes:
1) Conhecimento das Estruturas Psíquicas
2) Análise das alternativas
1) Conhecimento das Estruturas Psíquicas
Em uma antiga perspectiva da psicopatologia (de base psicanalítica), a definição de qual estrutura (Psicose, Neurose ou Perversão) iria compor a personalidade do sujeito (em termos patológicos e não no estado hígido), dependeria, principalmente, da resolução advinda a partir da passagem pelo processo do Complexo de Édipo. A fim de compreender como tal Complexo influenciaria na composição da personalidade, peço ao aluno, gentilmente, que acompanhe o raciocínio desenvolvido nas linhas sequentes.
Sem adentrar em discussões mais aprofundadas sobre afeto/hostilidade da criança em relação às figuras parentais, de forma simples, entenda aqui o Complexo de Édipo, como nada mais, que, o espaço que o sujeito vem a ocupar no sistema de relações sociais adultas. Grosso modo, seria a maneira como o indivíduo irá se localizar (ou “deslocalizar”), principalmente, após ser “apresentado ao universo simbólico da sociedade atrelado à linguagem”. Clarificando o assunto, confira o que menciona Lepine (1974, p. 24):
“O Complexo de Édipo é uma estrutura triádica que introduz a criança na ordem simbólica da linguagem objetivante, o que lhe permite dizer eu, ele ou ela, tu e a situa como criança humana num mundo de terceiros adultos”.
Do processo atrelado ao Complexo de Édipo, os indivíduos acabam por manifestar uma ou outra estrutura, porém, o que distinguiria o estado hígido (“normal”) do estado patológico (“doença”) seria o grau de sintomas ligados a estrutura, sendo que, quanto maior o grau, maior o sofrimento do indivíduo. Dessa forma, o sofrimento proveniente de tais sintomas psíquicos, originados a partir da resolução do Complexo de Édipo, seria o que levaria à necessidade de tratamento psicológico.
Nesse sentido, o estudo dos sintomas psicológicos, na antiga perspectiva da psicopatologia (de base psicanalítica) poderia ser compreendido através de três divisões básicas da estrutura psíquica: 1) Psicose, 2) Neurose e 3) Perversão. Cada uma das três estruturas possuiria seu próprio mecanismo de defesa. A seguir, acompanhe uma síntese correspondente a cada uma delas.
PSICOSE
Na Psicose, basicamente, ao rejeitar a realidade o sujeito passa a criar versões distorcidas da mesma. A psicose divide-se em três subestruturas: 1.1) paranoia (é o outro que persegue); 1.2) autismo (é o outro que “quase” não existe); e 1.3) esquizofrenia (o outro é visto de forma distorcida, por exemplo: como um monstro). A psicose possui como mecanismo de defesa a foraclusão ou forclusão. No caso, o indivíduo “fora/inclui”, ou seja, a pessoa rejeita (exclui) a realidade, criando (incluindo) versões delirantes, fantasiosas ou alucinatórias.
OBS: a inclusão do autismo na estrutura psicose atualmente é contestada por diversas correntes epistemológicas, principalmente, após as reformulações advindas sobre o assunto a partir do DSM-V.
NEUROSE
Na Neurose, basicamente, a pessoa retém ou ignora para si mesma o problema. A neurose divide-se em três subestruturas: 2.1) histeria (reclamações extenuantes, caracterizando angústia permanente); 2.2) neurose obsessiva (também há reclamações, mas nesse caso existem tentativas de organização do ambiente a fim de fugir do problema, havendo angústia de mudança) e; 3.2) fobia (nesse caso, a angústia se relaciona a uma situação específica, provocando tensão contínua). O mecanismo de defesa da neurose é o recalque ou repressão, ou seja, o neurótico ao procurar reter ou manter ignorado o problema, acaba mantendo o conteúdo problemático reprimido ou recalcado.
PERVERSÃO
Na Perversão, a estrutura não é dividida, apesar disso inclui manifestações como sadismo, masoquismo e fetichismo, etc. A pessoa busca o prazer de forma contínua, praticamente de maneira desenfreada. A perversão possui como mecanismo de defesa a denegação (a pessoa nega que suas perversões sejam anômalas ou causem sofrimento).
OBSERVAÇÕES: conforme site especializado*¹:
- Na infância, os quadros clínicos por excelência seriam, do lado da psicose (ausência do terceiro), o autismo e a esquizofrenia, e do lado da neurose (presença do terceiro), a fobia.
- As demais psicoses (paranoia /mania-depressão) e as demais neuroses (histeria de conversão, neurose obsessiva) bem como os quadros perversos (sado-masoquismo, fetichismo, travestismo, voyeurismo-exibicionismo), registrar-se-iam na fase adulta. Mas a divisão infância/fase adulta não é totalmente estanque, visto que na última também podem estar presentes as síndromes características da infância (esquizofrenia, autismo, fobia).
2) Análise das alternativas
a) Obsessões.
INCORRETA. Segundo o DSM-5 (2014):
“Obsessões são pensamentos repetitivos e persistentes (p. ex., de contaminação), imagens (p. ex., de cenas violentas ou horrorizantes) ou impulsos (p. ex., apunhalar alguém). É importante observar que as obsessões não são prazerosas ou experimentadas como voluntárias: são intrusivas e indesejadas e causam acentuado sofrimento ou ansiedade na maioria das pessoas”
b) Paranoias.
INCORRETA. Vide tópico explicativo supracitado no que tange a estrutura “Psicose”.
c) Neuroses.
CORRETA. As representações recalcadas se revelam nas diversas diferenças de cada uma das neuroses, considerando suas específicas subestruturas, conforme apresentado no tópico explicativo supracitado, portanto, opção CERTA.
d) Perversidades.
INCORRETA. Vide tópico explicativo supracitado no que tange a estrutura “Perversão”.
_______________
Fonte consultada:
*¹BOLETIM CLÍNICO - NÚMERO 7 - OUTUBRO/1999. Disponível em https://bit.ly/3sCKfCE
LEPINE, Claude (1974). O Inconsciente na Antropologia de Levi-Strauss. São Paulo: Editora Ática.
Oliveira, A. (2015). Psicose, Neurose e Perversão. Disponível em https://abre.ai/co1E . Acesso em 18 de set de 2018.
Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
2036) Qual doença se desenvolve como consequência de processos psicológicos e mentais das funções somáticas e viscerais e vice-versa, é caracterizada em distúrbios de função e de lesão nos órgãos do corpo.
- A) Psicossomática.
- B) Psicopatia.
- C) Paranoia.
- D) Borderline.
A alternativa correta é letra A) Psicossomática.
Qual doença se desenvolve como consequência de processos psicológicos e mentais das funções somáticas e viscerais e vice-versa, é caracterizada em distúrbios de função e de lesão nos órgãos do corpo.
Base teórica para a compreensão da questão
Para a análise das alternativas, peço ao aluno que não deixe de acompanhar o recorte textual a seguir, importado da publicação de Cabral et al. (1997, p.03), atentando-se especialmente para os grifos em azul:
“As doenças psicossomáticas surgem como consequência de processos psicológicos e mentais do indivíduo desajustados das funções somáticas e viscerais e vice-versa. Caracterizam-se as possibilidades de distúrbios de função e de lesão nos órgãos do corpo, devido ao mau uso e ao efeito degenerativo, e descontroles dos processos mentais. Diferenciam-se neste ponto das doenças mentais, em que o mau desempenho não é opcional.”
Análise das alternativas
- Considerando as alternativas disponíveis ratifica-se que apenas a LETRA “A” (Psicossomática) corresponde corretamente o que requisita o enunciado e é mencionado pela publicação supracitada;
- Concluindo a análise, destaca-se as demais alternativas não são compatíveis ao que solicita a questão na íntegra, pela ausência de literalidade em relação a descrição do que é especificado pelo enunciado;
- Mediante isto, ratifica-se, portanto, que a alternativa “A” constitui, de fato, o GABARITO da questão analisada.
_______________
Fonte consultada:
Cabral, A. P. T. et al. (1997). O Estresse e as Doenças Psicossomáticas. Disponível em https://bit.ly/3NCGxDA
2037) Segundo Sternick et al (2019): “A definição da palavra psicopatologia pode ser compreendida a partir de sua etimologia em que Psic(o) soma-se ao termo patologia para definir-se como patologia das doenças mentais.” (in SIMÕES, 2019, p. 11). A partir do exposto e levando-se em consideração a obra dos autores, assinale a alternativa correta.
- A) Inicialmente, a psicopatologia do século XIX não visava trabalhar com os fenômenos que eram vividos e presenciados pelos pacientes
- B) A psiquiatria do século XIX não utilizava o modelo explicativo-causal
- C) A psicopatologia pode ser pensada como a área do conhecimento que faz interseção entre a psiquiatria e a psicanálise
- D) Freud não foi buscar referências entre os grandes nomes da psiquiatria clássica alemã
A alternativa correta é letra C) A psicopatologia pode ser pensada como a área do conhecimento que faz interseção entre a psiquiatria e a psicanálise
Segundo Sternick et al (2019): “A definição da palavra psicopatologia pode ser compreendida a partir de sua etimologia em que Psic(o) soma-se ao termo patologia para definir-se como patologia das doenças mentais.” (in SIMÕES, 2019, p. 11). A partir do exposto e levando-se em consideração a obra dos autores, assinale a alternativa correta.
A questão pode ser respondida com o seguinte texto:
"A psicopatologia visava trabalhar com os fenômenos que eram realmente vividos e presenciados pelos pacientes, e, para descrever e até mesmo delimitar tais fenômenos, fazia-se uso de parâmetros do que era exteriormente visível. A psiquiatria do século XIX utilizava apenas o modelo explicativo-causal, característico das ciências naturais, enquanto o método fenomenológico proposto por Jaspers unificava o saber explicativo-causal e o saber histórico-compreensivo das ciências humanas para descrever e o compreender o fenômeno psíquico (MOREIRA, 2011).
Dessa forma, para Karl Jaspers, a psicopatologia é uma ciência autônoma e existirá independente da psiquiatria. Apesar disso, pode ser pensada como a área do conhecimento que faz interseção entre dois importantes campos epistemológicos: a psiquiatria e a psicanálise.
(...)
Como dito anteriormente, Freud foi buscar referências entre os grandes nomes da psiquiatria clássica alemã, como Griesinger e Kraepelin, o que torna a psicanálise, assim como a psicopatologia, tributária da psiquiatria clássica. A ideia de organizar uma psicopatologia a partir de uma classificação nosológica, por exemplo, tem suas raízes na nosografia psiquiátrica de Kraepelin, principalmente no que se refere às neuroses. No fim do século XIX, Freud reúne as neuroses e organiza um campo para elas, ainda que como um dispositivo para a formulação da etiologia das doenças mentais muito diferente daquele preconizado pela clínica psiquiátrica."
Fonte: "Do laço ao embaraço: psiquiatria, psicopatologia e psicanálise" (Sternick et al.)
Com isso, encontramos a resposta na Letra C.
a) Inicialmente, a psicopatologia do século XIX não visava trabalhar com os fenômenos que eram vividos e presenciados pelos pacientes
b) A psiquiatria do século XIX não utilizava o modelo explicativo-causal
c) A psicopatologia pode ser pensada como a área do conhecimento que faz interseção entre a psiquiatria e a psicanálise
d) Freud não foi buscar referências entre os grandes nomes da psiquiatria clássica alemã
2038) De acordo com Ferreira (2014) em “A constituição da loucura como doença mental”: “[…] como nos mostra Foucault em A história da loucura (1972 [1961], antes do século XIX, não existe o conceito de doença mental […]” (in JACÓ-VILELA, 2014, p. 38). A partir da obra do autor, analise as afirmativas a seguir.
- A) I apenas
- B) II e III apenas
- C) I e II apenas
- D) I, II e III
A alternativa correta é letra D) I, II e III
A questão está baseada no seguinte texto:
"A constituição da loucura como doença mental
Essa prática é fundamental para a constituição de uma forma de experiência psicológica, pois como nos mostra Foucault em A história da loucura (1961), antes do século XIX não existe o conceito de doença mental, e se recuarmos para antes do século XVII, não encontraremos uma divisão radical entre razão e loucura. Nesse texto clássico, Foucault mostra que o percurso do Renascimento até os nossos dias tem o sentido da progressiva separação e exclusão da loucura no seio das nossas experiências sociais, recolhendo-se esta ao interior dos asilos e de nossas experiências psicológicas. Para tal análise, são destacadas, do século XV até o século XIX, tanto as diferentes o manifestações sobre o conhecimento teórico da loucura (médicas e filosóficas) quanto a percepção social dos loucos, presente nos relatórios administrativos e burocráticos, e mesmo em manifestacões artísticas. Deste modo é que no Renascimento (séculos XV e XVI), especialmente nas representações pictóricas, a loucura é expressa como uma espécie de saber esotérico sobre o nosso destino trágico, como se o louco pudesse decifrar os sentidos confusos que o mundo apresentaria em sua aproximação do Juízo Final.
(...)
Nos séculos XVII e XVIII, a loucura definitivamente é excluída da ordem da razão e do seio da experiência social. No primeiro caso, encontramos a suposição de Descartes de que podemos encontrar a verdade até no sonho, mas jamais na loucura. No segundo caso, os loucos, especialmente nas grandes cidades, passam a ser enclausurados junto a uma população heterogênea, considerada excedente moral e econômico da sociedade: sodomitas, prostitutas, libertinos, sifilíticos, mendigos, blasfemadores, suicidas, magos, feiticeiros, alquimistas etc.
(...)
A linha divisória entre razão e desrazão, que surge no período clássico, cava sulcos mais profundos do século XIX em diante, quando os loucos se vêm libertos das correntes por Philippe Pinel (1745-1826) e Samuel Tuke (1784-1857) e separados de seus antigos parceiros de internamento, ainda que circunscritos ao espaço asilar. A loucura não é mais entendida como um problema dos nervos, mas como uma alienação da natureza humana, um fenômeno de natureza espiritual ou mental. E asilo não é mais visto como um local de punição, mas o espaço no qual 0 louco (agora doente mental), uma vez recluso, pode expressar livremente a sua loucura. (...)"
Fonte: "História da psicologia: rumos e percursos" (Jacó-Vilela et al.)
Com isso, nota-se que todas as afirmativas abaixo estão corretas.
Portanto, encontramos a resposta na Letra D.
a) I apenas
b) II e III apenas
c) I e II apenas
d) I, II e III
2039) Dentre os transtornos do neurodesenvolvimento, o caracterizado por dificuldade com a expressão escrita, no qual podem ser identificados múltiplos erros de gramática ou pontuação nas frases, emprego ou organização inadequada de parágrafos e expressão escrita das ideias sem clareza, denomina-se
- A) disgrafia.
- B) discalculia.
- C) dislexia.
- D) disortografia.
A alternativa correta é letra C) dislexia.
Dentre os transtornos do neurodesenvolvimento, o caracterizado por dificuldade com a expressão escrita, no qual podem ser identificados múltiplos erros de gramática ou pontuação nas frases, emprego ou organização inadequada de parágrafos e expressão escrita das ideias sem clareza, denomina-se
Base teórica para a compreensão da questão
No DSM-5, a dislexia é parte de uma categoria mais ampla, denominada de "Transtornos do Neurodesenvolvimento", sendo referida particularmente como "Transtorno Específico de Aprendizagem". Segundo o manual, o seu diagnóstico requer a identificação de pelo menos um dos seguintes fatores:
- Leitura de palavras é feita de forma imprecisa ou lenta, demandando muito esforço. A criança pode, por exemplo, ler palavras isoladas em voz alta, de forma incorreta (ou lenta e hesitante); frequentemente, tenta adivinhar as palavras e tem dificuldade para soletrá-las;
2.Dificuldade para compreender o sentido do que é lido. Pode realizar leitura com precisão, porém não compreende a sequência, as relações, as inferências ou os sentidos mais profundos do que é lido;
- Dificuldade na ortografia, sendo identificado, por exemplo, adição, omissão ou substituição de vogais e/ou consoantes;
- Dificuldade com a expressão escrita, podendo ser identificados múltiplos erros de gramática ou pontuação nas frases; emprego ou organização inadequada de parágrafos; expressão escrita das ideias sem clareza.
Análise das alternativas
a) disgrafia.
INCORRETA. A disgrafia corresponde a dificuldade na escrita, associada a letras mal traçadas, ilegíveis, muito próximas, resultando em desorganização na produção de texto.
b) discalculia.
INCORRETA. Segundo Kranz & Healy (2013):
“A discalculia é um problema causado por má formação neurológica que se manifesta como uma dificuldade no aprendizado dos números. Essa dificuldade de aprendizagem não é causada por deficiência mental, má escolarização, déficits visuais ou auditivos, e não tem nenhuma ligação com níveis de QI e inteligência.”
c) dislexia.
CORRETA. A nomenclatura corresponde a dificuldade de aprendizagem, cujo fator destacado pelo enunciado, constitui um dos critérios mencionados para a identificação, conforme manual supracitado, portanto, opção CERTA.
d) disortografia.
INCORRETA. Disortografia corresponde a incapacidade específica de aprendizagem caracterizada por dificuldades em escrever sem erros ortográficos.
_______________
Fonte consultada:
Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
2040) Na Psiquiatria Infantil, os dois tipos principais de instrumentos diagnósticos usados por médicos e pesquisadores são entrevistas e questionários. Sobre esses instrumentos, podemos citar:
- A) I e II são entrevistas estruturadas. III e IV são entrevistas semiestruturadas.
- B) III e IV são entrevistas estruturadas. I e II são entrevistas semiestruturadas.
- C) II e III são entrevistas estruturadas. I e IV são entrevistas semiestruturadas.
- D) I e IV são entrevistas estruturadas. II e III são entrevistas semiestruturadas.
- E) I, II e III são entrevistas estruturadas. IV é entrevista semiestruturada.
A alternativa correta é letra B) III e IV são entrevistas estruturadas. I e II são entrevistas semiestruturadas.
A questão pode ser respondida com o seguinte texto:
"Entrevistas semiestruturadas, ou “baseadas no entrevistador”, como a K-SADS e a Avaliação Psiquiátrica da Criança e do Ado- lescente (Child and Adolescent Psychiatric Assesment – CAPA), servem como guias para o médico, auxiliando a encontrar respostas a perguntas sobre sintomas. Entrevistas estruturadas, ou en- trevistas “baseadas no entrevistado”, como a Entrevista de Crianças para Síndromes Psiquiátricas (Childrens Interview for Psychiatric Syndromes) (ChIPS) e a Entrevista Diagnóstica para Crianças e Adolescentes (DICA), basicamente fornecem um roteiro para o entrevistador sem interpretação das respostas do sujeito. Também há dois instrumentos diagnósticos que utilizam figuras, o Dominic-R e o Instrumento Pictórico para Crianças e Adolescentes (Pictorial Instrument for Children and Adolescents) (PICA-III-R), que usam figuras juntamente com uma pergunta para extrair informação sobre sintomas, especialmente para crianças pequenas, mas também para adolescentes."
Fonte: "Manual conciso de psiquiatria da infância e adolescência" (Sadock)
Com isso, conseguimos identificar os tipos de entrevistas.
I - K-SADS. - entrevista semiestruturada
II - Avaliação Psiquiátrica da Criança e do Adolescente (Child and Adolescent Psychiatric Assesment – CAPA). - entrevista semiestruturada
III - Entrevista de Crianças para Síndromes Psiquiátricas (Childrens Interview for Psychiatric Syndromes) (ChIPS). - entrevista estruturada
IV - Entrevista Diagnóstica para Crianças e Adolescentes (DICA). - entrevista estruturada
Portanto, encontramos a resposta na Letra B.
Sobre os instrumentos citados, é correto afirmar que:
a) I e II são entrevistas estruturadas. III e IV são entrevistas semiestruturadas.
b) III e IV são entrevistas estruturadas. I e II são entrevistas semiestruturadas.
c) II e III são entrevistas estruturadas. I e IV são entrevistas semiestruturadas.
d) I e IV são entrevistas estruturadas. II e III são entrevistas semiestruturadas.
e) I, II e III são entrevistas estruturadas. IV é entrevista semiestruturada.