Questões Sobre Psicopatologia - Psicologia - concurso
2091) Segundo Dalgalarrondo (2014), perda de contato com a realidade, danificação do teste de realidade e inversão do arco intencional da consciência são características de:
- A) Síndromes Neuróticas.
- B) Transtornos de Sintomas Somáticos.
- C) Transtornos Fóbicos.
- D) Síndromes Ansiosas.
- E) Síndromes Psicóticas.
A alternativa correta é letra E) Síndromes Psicóticas.
Segundo Dalgalarrondo (2014), perda de contato com a realidade, danificação do teste de realidade e inversão do arco intencional da consciência são características de:
Base teórica para a compreensão da questão
Para a análise das alternativas, peço ao aluno que não deixe de acompanhar os recortes textuais a seguir, importados da publicação de Dalgalarrondo (2019, p.667), atentando-se especialmente para os grifos em azul:
“As síndromes psicóticas caracterizam-se por experiências como alucinações e delírios, desorganização marcante do pensamento e/ou do comportamento ou comportamento catatônico [...] O “teste de realidade”, que é a função do ego em avaliar e julgar de modo objetivo o mundo externo, estaria gravemente prejudicada na psicose [...] Normalmente partimos de nós mesmos para dirigir nossa consciência em direção ao mundo; na psicose, o mundo é que é percebido como se dirigindo ao sujeito. O mundo invade, por assim dizer, a consciência. Há, assim, a chamada inversão do arco intencional da consciência”
Análise das alternativas
a) Síndromes Neuróticas.
INCORRETA. No que aos quadros cujo as neuroses são o cerne, Dalgalarrondo (2008, p.320) menciona:
“As neuroses se caracterizam por dificuldades e conflitos intrapsíquicos e interpessoais que mantêm o sofrimento, a frustração, a angústia, o empobrecimento e a inadequação tanto do Eu como das relações interpessoais.”
b) Transtornos de Sintomas Somáticos.
INCORRETA. A respeito dos chamados “Transtornos de Sintomas Somáticos”, o DSM-5 (2014, p.312) destaca:
“Indivíduos com transtorno de sintomas somáticos tendem a manifestar níveis muito elevados de preocupação a respeito de doenças. Eles avaliam seus sintomas corporais como indevidamente ameaçadores, nocivos ou problemáticos e com frequência pensam o pior a respeito da própria saúde. Mesmo quando há evidência do contrário, alguns pacientes ainda temem a gravidade médica de seus sintomas.”
c) Transtornos Fóbicos.
INCORRETA. Para consulta do GABARITO da questão, vide LETRA “E”.
d) Síndromes Ansiosas.
INCORRETA. No que tange as “Síndromes Ansiosas”, Dalgalarrondo (201, p.645) explicita:
“As síndromes ansiosas “puras” são ordenadas inicialmente em dois grandes grupos: quadros em que a ansiedade é constante e permanente (ansiedade generalizada, livre e flutuante) e quadros em que há crises de ansiedade abruptas e mais ou menos intensas.”
e) Síndromes Psicóticas.
CORRETA. A alternativa identifica o quadro psíquico requisitado pelo enunciado, conforme a literatura de Dalgalarrondo (2019), portanto, opção CERTA.
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Fonte consultada:
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.
Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Dalgalarrondo, P. (2008). Psicopatologia e semiologia dos transtornos. 2. ed. Porto Alegre : Artmed.
2092) Os Distúrbios de Aprendizagem, segundo a neurociência, representam exemplos de disfunção cerebral específica causada por fatores genéticos e ambientais que afetam o desenvolvimento do cérebro. Um exemplo desse distúrbio que se caracteriza pela dificuldade de aprendizagem da leitura é a:
- A) Dislexia.
- B) Dislalia.
- C) Discalculia.
- D) Disgrafia.
- E) Disartria.
A alternativa correta é letra A) Dislexia.
Os Distúrbios de Aprendizagem, segundo a neurociência, representam exemplos de disfunção cerebral específica causada por fatores genéticos e ambientais que afetam o desenvolvimento do cérebro. Um exemplo desse distúrbio que se caracteriza pela dificuldade de aprendizagem da leitura é a:
Base teórica para a compreensão da questão
No DSM-5, a dislexia é parte de uma categoria mais ampla, denominada de "Transtornos do Neurodesenvolvimento", sendo referida particularmente como "Transtorno Específico de Aprendizagem". Segundo o manual, o seu diagnóstico requer a identificação de pelo menos um dos seguintes fatores:
- Leitura de palavras é feita de forma imprecisa ou lenta, demandando muito esforço. A criança pode, por exemplo, ler palavras isoladas em voz alta, de forma incorreta (ou lenta e hesitante); frequentemente, tenta adivinhar as palavras e tem dificuldade para soletrá-las;
2. Dificuldade para compreender o sentido do que é lido. Pode realizar leitura com precisão, porém não compreende a sequência, as relações, as inferências ou os sentidos mais profundos do que é lido;
- Dificuldade na ortografia, sendo identificado, por exemplo, adição, omissão ou substituição de vogais e/ou consoantes;
- Dificuldade com a expressão escrita, podendo ser identificados múltiplos erros de gramática ou pontuação nas frases; emprego ou organização inadequada de parágrafos; expressão escrita das ideias sem clareza.
Análise das alternativas
a) Dislexia.
CORRETA. Considerando os critérios propostos pelo DSM-5, aponta-se a dislexia como quadro compatível com os aspectos trazidos pelo enunciado. Complementando o assunto sobre esse transtorno, aproveitamos para diferenciá-los de outros que trazem nomenclatura parecida, acompanhe:
- Dislexia: etimologicamente, dislexia deriva dos termos “dis” (desvio) + “lexia” (leitura ou reconhecimento das palavras), depreendendo-se “dislexia” como uma dificuldade de aprendizagem relacionada a leitura.
- Disgrafia: nomenclatura “disgrafia” origina-se dos termos “dis” (desvio) + “grafia” (escrita), ou seja, caracteriza-se por um distúrbio de aprendizagem relacionada a qualidade da escrita do indivíduo.
- Dislalia: pela etimologia da palavra, tem-se “dis” (desvio) + “lalia” (fala / pronúncia), dessa forma depreende-se “dislalia” como um distúrbio relacionado a pronúncia de determinadas palavras.
b) Dislalia.
INCORRETA. Sobre a ‘dislalia”, vide correção da LETRA “A”.
c) Discalculia.
INCORRETA. Segundo Kranz & Healy (2013):
“A discalculia é um problema causado por má formação neurológica que se manifesta como uma dificuldade no aprendizado dos números. Essa dificuldade de aprendizagem não é causada por deficiência mental, má escolarização, déficits visuais ou auditivos, e não tem nenhuma ligação com níveis de QI e inteligência.”
d) Disgrafia.
INCORRETA. Embora uma noção do quadro “disgrafia” tenha sido abordada na correção da LETRA “A”, em complemento ao assunto, acompanhe algumas das principais características do quadro, conforme Souza (2017, pp. 14-15):
“As principais características da disgrafia são: Letra legível – lentidão na escrita; Escrita desorganizada; Traços irregulares: ou muitos fortes que chegam a marcar o papel ou mais leves; Desorganização das letras: letras retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas, omissão de letras, palavras, números, formas distorcidas, movimentos contrários a escrita (um S ao invés do 5 por exemplo)”
e) Disartria.
INCORRETA. Sampaio (2009, p. 7) destaca que as características mais comuns deste distúrbio seriam:
“...a fala lenta, nasalada e arrastada devido a alterações dos mecanismos nervosos que coordenam os órgãos responsáveis pela fonação”
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Fonte consultada:
Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
SAMPAIO, Simaia. 2009. Dificuldades de aprendizagem. Disponível em: Acesso em 22 de mar. 2012.
Souza, A. M. P. D. (2017). Disgrafia: causas e estratégias de correção no ensino/aprendizagem. Trabalho de conclusão de curso, Universidade de Brasília, Buritis, MG, Brasil. Recuperado de http://bdm.unb.br/handle/10483/17172
KRANZ, Claúdia Rosana; HEALY, Lulu. Pesquisas sobre discalculia no Brasil: uma reflexão a partir da perspectiva histórico-cultural. 2012. Disponível em https://bit.ly/3Ox9ZuR
2093) Exame do Estado Mental é a pesquisa sistemática de sinais e sintomas de alterações do funcionamento mental. Sua realização não é restrita aos psiquiatras. As 10 áreas da conduta humana que devem ser avaliadas nesse exame são:
- A) atenção, moral, inteligência, afetividade, pensamento, linguagem, memória, conduta, sensopercepção e tendência.
- B) atenção, consciência, inteligência, afetividade, pensamento, linguagem, memória, conduta, sensopercepção e orientação.
- C) atenção, consciência, inteligência, afetividade, pensamento, linguagem, memória, compulsão, sensopercepção e orientação.
- D) atenção, consciência, moral, emoção, pensamento, linguagem, memória, conduta, sensopercepção e orientação.
- E) atenção, consciência, inteligência, afetividade, pensamento, linguagem, memória, conduta, sensopercepção e disperção.
A alternativa correta é letra B) atenção, consciência, inteligência, afetividade, pensamento, linguagem, memória, conduta, sensopercepção e orientação.
Exame do Estado Mental é a pesquisa sistemática de sinais e sintomas de alterações do funcionamento mental. Sua realização não é restrita aos psiquiatras. As 10 áreas da conduta humana que devem ser avaliadas nesse exame são:
Base teórica para a compreensão da questão
Para a análise das alternativas trazidas por esta questão, peço gentilmente ao aluno que acompanhe o destaque feito Silva & Graziano (1996, p.293), atentando-se especialmente para os grifos em azul:
“Podemos definir funções mentais como os processos que se originam da necessidade do ser vivo adaptar-se e controlar às exigências instintivas face aos obstáculos impostos pelo mundo exterior. Para fins didáticos, podemos subdividi-las em 10 (dez) funções: consciência, atenção, memória, sensopercepção, orientação, pensamento, linguagem, inteligência, conduta e afetividade”
Complementando o assunto, os autores explicam cada função da seguinte forma:
- Consciência - pode ser definida como a clareza do sensório, que possibilita o reconhecimento do próprio eu e do ambiente.
- Atenção - é a capacidade de concentração do psiquismo diante de um estímulo. As características da atenção são amplitude, intensidade (agudez) e duração (persistência).
- Memória - é a capacidade de fixar, conservar, evocar e reconhecer um estímulo.
- Sensopercepção - é o fenômeno psíquico pelo qual a sensação faz-se consciente, ou seja, é a resultante da ação de um estímulo físico sobre os órgãos dos sentidos.
- Orientação - é o processo pelo qual o indivíduo apreende o ambiente e se situa em relação a ele.
- Pensamento - é o aspecto funcional da vida psicológica mediante o qual os dados elaborados de conhecimento (as idéias), selecionam-se e orientam-se ao redor de um propósito mais ou menos consciente (um tema), por meio de um processo associativo.
- Linguagem - é o modo do indivíduo expressar seus sentimentos e pensamentos, portanto quando existem perturbações nesses sentimentos, esses transtornos se traduzem na linguagem oral e escrita.
- Inteligência - é a capacidade de aproveitar as experiências anteriores para a adaptação em face de novos problemas e situações.
- Conduta (ação) - são os transtornos dos aspectos motores da conduta. Nessa função estão envolvidos processos conscientes de percepção, representação, idéias e sentimentos, os quais determinam a direção e a intensidade da ação.
- Afetividade - estão compreendidos aqui, os impulsos instintivos, agressivos e libidinosos, as emoções e os diversos tons sentimentais de prazer e desprazer.
Análise das alternativas
- Considerando as alternativas disponíveis, apenas a LETRA “B” (atenção, consciência, inteligência, afetividade, pensamento, linguagem, memória, conduta, sensopercepção e orientação) corresponde ao que requisita o enunciado e é mencionado pelo tópico explicativo supracitado;
- Concluindo a análise, destaca-se que as demais alternativas não são compatíveis ao que solicita a questão, pela ausência de especificidade, em relação à requisição do que é solicitado pelo enunciado, servindo apenas para confundir o candidato com aspectos sequer atrelados as funções citadas;
- Mediante isto, ratifica-se, portanto, que a alternativa “B” constitui, de fato, o GABARITO da questão analisada.
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Fonte consultada:
Silva, M. J. P. D., & Graziano, K. U. (1996). A abordagem psico-social na assistência ao adulto hospitalizado. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 30, 291-296.
2094) Em conformidade com o DSM-5: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, sobre o ataque de pânico, analisar os itens abaixo:
- A) Os itens I e II estão corretos.
- B) Somente o item I está correto.
- C) Somente o item II está correto.
- D) Os itens I e II estão incorretos.
A alternativa correta é letra C) Somente o item II está correto.
Base teórica para a compreensão da questão
Para a análise das alternativas, peço ao aluno que não deixe de acompanhar os destaques a seguir com base no DSM-5 (2014), atentando-se especialmente para os grifos em azul:
- No Manual de Diagnóstico para Transtornos Mentais, o DSM V, a “síndrome do pânico” passou a ser denominada “Transtorno do Pânico”. Apesar desta atualização (além de outras pequenas alterações) os critérios diagnósticos para esse tipo de transtorno, praticamente mantiveram-se os mesmos. Sobre este assunto destacamos dois pontos relevantes:
- No DSM V, “Transtorno do Pânico” pode ser diagnosticado com ou sem a presença de “agorafobia”. Diz o Manual: “se a agorafobia está presente, um diagnóstico adicional de agorafobia é estabelecido.” (DSM V, 2014, p. 210). Em síntese, no Manual, DSM V, “Transtorno do Pânico” e “Agorafobia” foram tratados como duas categorias distintas.
- Antes de adentrarmos na análise das alternativas, acompanhe uma breve nota importante do DSM-5 (2014) sobre ataques de pânico relacionados ao transtorno de pânico: “ocasionalmente, um ataque de pânico inesperado está associado ao início de outro transtorno de ansiedade, mas então os ataques se tornam esperados, enquanto o transtorno de pânico é caracterizado por ataques de pânico inesperados recorrentes” (DSM-5, 2014, p.213).
Análise das alternativas
ERRADA. Divergindo do exposto, o DSM-5 (2014, p.210) destaca o seguinte sobre o assunto:
“Um tipo de ataque de pânico inesperado é o ataque de pânico noturno (i.e., acordar do sono em um estado de pânico, que difere de entrar em pânico depois de completamente acordado). Nos Estados Unidos, foi estimado que esse tipo de ataque de pânico ocorre pelo menos uma vez em aproximadamente um quarto a um terço dos indivíduos com transtorno de pânico, dos quais a maioria também tem ataques de pânico durante o dia.”
CERTA. Corroborando a informação, o DSM-5 (2014, p.212) menciona:
“Ataques de pânico e diagnóstico de transtorno de pânico nos últimos 12 meses estão relacionados a uma taxa mais elevada de tentativas de suicídio e ideação suicida, mesmo quando as comorbidades e uma história de abuso infantil e outros fatores de risco de suicídio são levados em conta.”
Considerando as alternativas disponíveis, apenas a LETRA “C” (Somente o item II está correto) traduz corretamente a sequência a análise das proposições avaliadas. As demais alternativas apenas apresentam outros parâmetros a fim de confundir o candidato. Considerando isto, ratifica-se, portanto, que a alternativa “C” constitui, de fato, o GABARITO da questão analisada.
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Fonte consultada:
Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
2095) Considerando-se os critérios diagnósticos do DSM-5, em um indivíduo que apresenta desconfiança, ansiedade em situações sociais e possui poucos ou nenhum amigo próximo que não sejam os familiares de primeiro grau, há caracterização de Transtorno da Personalidade:
- A) Esquizoide.
- B) Esquizotípica.
- C) Paranoide.
- D) Antissocial.
A alternativa correta é letra B) Esquizotípica.
Considerando-se os critérios diagnósticos do DSM-5, em um indivíduo que apresenta desconfiança, ansiedade em situações sociais e possui poucos ou nenhum amigo próximo que não sejam os familiares de primeiro grau, há caracterização de Transtorno da Personalidade:
Base teórica para a compreensão da questão
Para a análise das alternativas, peço ao aluno que não deixe de acompanhar o recorte textual a seguir, importado do DSM-5 (2014, p. 656) considerando o Transtorno da Personalidade Esquizotípica, atentando-se especialmente para os grifos em azul:
- A característica essencial do transtorno da personalidade esquizotípica é um padrão difuso de déficits sociais e interpessoais marcado por desconforto agudo e capacidade reduzida para relacionamentos íntimos, bem como por distorções cognitivas ou perceptivas e comportamento excêntrico. [...] Podem achar que têm poderes especiais para sentir os eventos antes que ocorram ou para ler os pensamentos alheios.
- Indivíduos com transtorno da personalidade esquizotípica vivenciam os relacionamentos interpessoais como problemáticos e sentem desconforto em se relacionar com outras pessoas. Embora possam manifestar infelicidade acerca da falta de relacionamentos, seu comportamento sugere um desejo reduzido de contatos íntimos. Assim, costumam ter poucos ou nenhum amigo próximo ou confidente que não seja parente de primeiro grau. São ansiosos em situações sociais, especialmente aquelas que envolvem pessoas desconhecidas
Análise das alternativas
a) Esquizoide.
INCORRETA. Diferenciando o Transtorno da Personalidade Esquizotípica do Transtorno da Personalidade Esquizoide, o DSM-5 (2014, p.655) costuma destacar o seguinte:
“Ainda que características de isolamento social e afetividade restrita sejam comuns a transtornos da personalidade esquizoide, esquizotípica e paranoide, o transtorno da personalidade esquizoide pode ser distinguido do da esquizotípica pela ausência de distorções cognitivas e perceptivas”
b) Esquizotípica.
CORRETA. A nomenclatura trazida pela alternativa identifica o Transtorno cujas características são elencadas pelo enunciado, além de serem corroboradas pelo DSM-5, portanto, opção CERTA.
c) Paranoide.
INCORRETA. Apesar de no Transtorno de Personalidade Esquizotípica os indivíduos poderem apresentar ideias paranoides, os quadros, segundo o DSM-5 (2014), podem ser diferenciados da seguinte forma, confira:
“Ainda que os transtornos da personalidade paranoide e esquizoide possam também ser caracterizados por distanciamento social e afeto restrito, o transtorno da personalidade esquizotípica pode ser distinguido desses dois diagnósticos pela presença de distorções cognitivas ou perceptivas e excentricidade ou esquisitice acentuada.”
d) Antissocial.
INCORRETA. Para consulta correta do Gabarito da questão, vide LETRA “B”.
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Fonte consultada:
Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
2096) Em conformidade com o DSM-5: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, em relação ao ataque de pânico, marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
- A) C - E.
- B) C - C.
- C) E - C.
- D) E - E.
A alternativa correta é letra B) C - C.
Base teórica para a compreensão da questão
Para a análise das alternativas, peço ao aluno que não deixe de acompanhar os destaques a seguir com base no DSM-5 (2014), atentando-se especialmente para os grifos em azul:
- No Manual de Diagnóstico para Transtornos Mentais, o DSM V, a “síndrome do pânico” passou a ser denominada “Transtorno do Pânico”. Apesar desta atualização (além de outras pequenas alterações) os critérios diagnósticos para esse tipo de transtorno, praticamente mantiveram-se os mesmos. Sobre este assunto destacamos dois pontos relevantes:
- No DSM V, “Transtorno do Pânico” pode ser diagnosticado com ou sem a presença de “agorafobia”. Diz o Manual: “se a agorafobia está presente, um diagnóstico adicional de agorafobia é estabelecido.” (DSM V, 2014, p. 210). Em síntese, no Manual, DSM V, “Transtorno do Pânico” e “Agorafobia” foram tratados como duas categorias distintas.
- Antes de adentrarmos na análise das alternativas, acompanhe uma breve nota importante do DSM-5 (2014) sobre ataques de pânico relacionados ao transtorno de pânico: “ocasionalmente, um ataque de pânico inesperado está associado ao início de outro transtorno de ansiedade, mas então os ataques se tornam esperados, enquanto o transtorno de pânico é caracterizado por ataques de pânico inesperados recorrentes” (DSM-5, 2014, p.213).
Análise das alternativas
( C ) Não é um transtorno mental e não pode ser codificado.
CERTA. A respeito do “Especificador de Ataque de Pânico”, o DSM-5 (2014, p.214) sinaliza o seguinte:
“...o ataque de pânico não é um transtorno mental e não pode ser codificado. Os ataques de pânico podem ocorrer no contexto de um transtorno de ansiedade, além de outros transtornos mentais (p. ex., transtornos depressivos, transtorno de estresse pós-traumático, transtornos por uso de substâncias) e algumas condições médicas (p. ex., cardíaca, respiratória, vestibular, gastrintestinal).”
( C ) Pode ocorrer no contexto de um transtorno de ansiedade, além de outros transtornos mentais.
CERTA. Vide correção da proposição I.
Considerando as alternativas disponíveis, apenas a LETRA “B” (C - C) traduz corretamente a sequência a análise das proposições avaliadas. As demais alternativas apenas apresentam outros parâmetros a fim de confundir o candidato. Considerando isto, ratifica-se, portanto, que a alternativa “B” constitui, de fato, o GABARITO da questão analisada.
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Fonte consultada:
Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
2097) É um transtorno de alteração mental grave em que a pessoa apresenta oscilações de humor que podem variar desde depressão, em que há profunda tristeza, até mania, em que há euforia extrema, ou hipomania, que é uma versão mais leve da mania. Assinale a alternativa correta acerca do transtorno mencionado.
- A) Autismo.
- B) Déficit de Atenção.
- C) Transtorno Bipolar.
- D) TDAH.
- E) Transtorno psicótico.
A alternativa correta é letra C) Transtorno Bipolar.
O transtorno bipolar é caracterizado por oscilações extremas de humor, que podem variar entre episódios de depressão, marcados por profunda tristeza, desesperança e falta de interesse nas atividades cotidianas, e episódios de mania ou hipomania.
Nos episódios de mania, a pessoa experimenta uma euforia extrema, aumento da energia, diminuição da necessidade de sono, pensamentos acelerados e comportamentos impulsivos. Já na hipomania, os sintomas são mais brandos, mas ainda assim interferem na vida da pessoa.
Portanto, o transtorno bipolar é o distúrbio que melhor se encaixa na descrição fornecida na questão, devido às suas características de alteração de humor entre depressão e mania ou hipomania.
2098) Segundo o DSM-V, quanto aos Transtornos por Uso de substâncias, o segundo grupo de critérios (critérios 5-7) é:
- A) Farmacológicos.
- B) Uso arriscado da substância.
- C) Prejuízo Social. D) Culturais.
- D) Financeiros.
A alternativa correta é letra C) Prejuízo Social. D) Culturais.
Gabarito: Letra C
Segundo o DSM-V, quanto aos Transtornos por Uso de substâncias, o segundo grupo de critérios (critérios 5-7) é:
O segundo grupo de critérios é o prejuízo social:
“A característica essencial de um transtorno por uso de substâncias consiste na presença de um agrupamento de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos indicando o uso contínuo pelo indivíduo apesar de problemas significativos relacionados à substância. Como se observa na Tabela 1, o diagnóstico de um transtorno por uso de substância pode se aplicar a todas as 10 classes inclusas neste capítulo, com exceção da cafeína. Para determinadas classes, alguns sintomas são menos salientes e, em uns poucos casos, nem todos os sintomas se manifestam (p. ex., não se especificam sintomas de abstinência para transtorno por uso de fenciclidina, transtorno por uso de outros alucinógenos nem transtorno por uso de inalantes). Uma característica importante dos transtornos por uso de substâncias é uma alteração básica nos circuitos cerebrais que pode persistir após a desintoxicação, especialmente em indivíduos com transtornos graves. Os efeitos comportamentais dessas alterações cerebrais podem ser exibidos nas recaídas constantes e na fissura intensa por drogas quando os indivíduos são expostos a estímulos relacionados a elas. Uma abordagem de longo prazo pode ser vantajosa para o tratamento desses efeitos persistentes da droga. De modo geral, o diagnóstico de um transtorno por uso de substância baseia-se em um padrão patológico de comportamentos relacionados ao seu uso. Para auxiliar a organização, pode- -se considerar que as condições sob “Critério A” encaixam-se nos agrupamentos gerais de baixo controle, deterioração social, uso arriscado e critérios farmacológicos. O baixo controle sobre o uso da substância é o primeiro grupo de critérios (Critérios 1-4). O indivíduo pode consumir a substância em quantidades maiores ou ao longo de um período maior de tempo do que pretendido originalmente (Critério 1). O indivíduo pode expressar um desejo persistente de reduzir ou regular o uso da substância e pode relatar vários esforços malsucedidos para diminuir ou descontinuar o uso (Critério 2). O indivíduo pode gastar muito tempo para obter a substância, usá-la ou recuperar-se de seus efeitos (Critério 3). Em alguns casos de transtornos mais graves por uso de substância, praticamente todas as atividades diárias do indivíduo giram em torno da substância. A fissura (Critério 4) se manifesta por meio de um desejo ou necessidade intensos de usar a droga que podem ocorrer a qualquer momento, mas com maior probabilidade quando em um ambiente onde a droga foi obtida ou usada anteriormente. Demonstrou-se também que a fissura envolve condicionamento clássico e está associada à ativação de estruturas específicas de recompensa no cérebro. Investiga-se a fissura ao perguntar se alguma vez o indivíduo teve uma forte necessidade de consumir a droga a ponto de não conseguir pensar em mais nada. A fissura atual costuma ser usada como medida de resultado do tratamento porque pode ser um sinal de recaída iminente. O prejuízo social é o segundo grupo de critérios (Critérios 5-7). O uso recorrente de substâncias pode resultar no fracasso em cumprir as principais obrigações no trabalho, na escola ou no lar (Critério 5). O indivíduo pode continuar o uso da substância apesar de apresentar problemas sociais ou interpessoais persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados por seus efeitos (Critério 6). Atividades importantes de natureza social, profissional ou recreativa podem ser abandonadas ou reduzidas devido ao uso da substância (Critério 7). O indivíduo pode afastar-se de atividades em família ou passatempos a fim de usar a substância. O uso arriscado da substância é o terceiro grupo de critérios (Critérios 8 e 9). Pode tomar a forma de uso recorrente da substância em situações que envolvem risco à integridade física (Critério 8). O indivíduo pode continuar o uso apesar de estar ciente de apresentar um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que provavelmente foi causado ou exacerbado pela substância (Critério 9). A questão fundamental na avaliação desse critério não é a existência do problema, e sim o fracasso do indivíduo em abster-se do uso da substância apesar da dificuldade que ela está causando.”
a) Farmacológicos.
b) Uso arriscado da substância.
c) Prejuízo Social.
d) Culturais.
e) Financeiros.
Nosso gabarito é Letra C
2099) O paciente com intoxicação por substâncias pode apresentar movimentos involuntários e repetitivos dos olhos, resultando, muitas vezes, em redução da acuidade visual, podendo ser mais ou menos fortes ou bruscos, e assumir várias direções, tal condição denomina-se:
- A) Alucinação visual.
- B) Coma parcial.
- C) Estupor.
- D) Nistagmo.
- E) Déficit de Atenção.
A alternativa correta é letra D) Nistagmo.
Gabarito: Letra D
O paciente com intoxicação por substâncias pode apresentar movimentos involuntários e repetitivos dos olhos, resultando, muitas vezes, em redução da acuidade visual, podendo ser mais ou menos fortes ou bruscos, e assumir várias direções, tal condição denomina-se:
O que a questão descreve é o nistagmo:
“O que é nistagmo?
Nistagmo são movimentos involuntários e repetitivos dos olhos, resultando, muitas vezes, em redução da acuidade visual, podendo ser mais ou menos fortes ou bruscos, e assumir várias direções: nistagmo vertical, horizontal e rotatório.
O que causa o nistagmo?
O nistagmo pode ser causado por diferentes doenças, como: catarata congênita, inflamação do ouvido interno, miopia ou astigmatismo elevado, ausência congênita da íris, albinismo, efeitos secundários de alguns medicamentos, como por exemplo alguns utilizados na epilepsia, falta de desenvolvimento do controle de movimento normal do olho no início da vida e doenças do sistema nervoso central.
Quais são os sintomas do nistagmo?
Os movimentos involuntários e descontrolados do nistagmo podem apresentar diversos sintomas, como: fotofobia, dificuldade de ver no escuro, problemas de visão, tonturas, problemas com a percepção de profundidade, problemas no equilíbrio e coordenação motora, sensação de “terremoto” e o portador costuma manter a cabeça em posição inclinada. “
a) Alucinação visual.
b) Coma parcial.
c) Estupor.
d) Nistagmo.
e) Déficit de Atenção.
Nosso gabarito é Letra D.
2100) Assinale a alternativa INCORRETA quanto aos fatores de risco e prognóstico do Transtorno por Uso de Cannabis, segundo o DSM-V.
- A) História de transtorno de conduta na infância ou adolescência.
- B) História de transtorno de personalidade antissocial.
- C) Tabagismo.
- D) Situação familiar instável ou violenta.
- E) História de fobias.
A alternativa correta é letra E) História de fobias.
Gabarito: Letra E
Assinale a alternativa INCORRETA quanto aos fatores de risco e prognóstico do Transtorno por Uso de Cannabis, segundo o DSM-V.
“Fatores de Risco e Prognóstico Temperamentais. História de transtorno da conduta na infância ou adolescência e de transtorno da personalidade antissocial é fator de risco para o desenvolvimento de vários transtornos relacionados a substâncias, incluindo transtornos relacionados a Cannabis. Outros fatores de risco incluem transtornos externalizantes ou internalizantes durante a infância ou adolescência. Jovens com pontuação elevada de desinibição comportamental mostram transtornos por uso de substância com início precoce, incluindo transtorno por uso de Cannabis, envolvimento com múltiplas substâncias e problemas precoces de conduta.
Ambientais. Fatores de risco incluem fracasso acadêmico, tabagismo, situação familiar instável ou violenta, uso de Cannabis por familiares imediatos, história familiar de transtorno por uso de substância e baixo nível socioeconômico. Como ocorre com todas as substâncias de abuso, a facilidade de acesso à substância consiste em fator de risco; Cannabis é relativamente fácil de se obter na maioria das culturas, o que aumenta o risco de desenvolver um transtorno relacionado a seu uso.
Genéticos e fisiológicos. Influências genéticas contribuem para o desenvolvimento de transtornos por uso de Cannabis. Fatores hereditários contribuem de 30 a 80% para a variância total no risco de transtorno por uso de Cannabis. Deve-se notar que as influências genéticas comuns e as influências ambientais compartilhadas entre os transtornos por uso de Cannabis e outros tipos de transtornos por uso de substâncias sugerem uma base genética comum para o uso de substâncias e problemas de conduta na adolescência.”
a) História de transtorno de conduta na infância ou adolescência.
b) História de transtorno de personalidade antissocial.
c) Tabagismo.
d) Situação familiar instável ou violenta.
e) História de fobias.
Apenas “história de fobias” não é um fator de risco para o transtorno.
Nosso gabarito é Letra E.