Questões Sobre Psicopatologia - Psicologia - concurso
251) A prevalência de transtorno psiquiátricos na infância/adolescência é de 10-15%. Na avaliação emergencial, são necessários os seguintes cuidados: atentar para os sintomas apresentados; avaliar o impacto dos sintomas para paciente e família; investigar fatores de risco e recursos para intervenção, é imprescindível levar em consideração:
- A) a observação de sinais que exijam intervenções imediatas: realizar exames físico e neurológico, verificar a presença ou ausência de suporte familiar e social, para a decisão final quanto à conduta de intervenção e /ou internação.
- B) a observação de sinais que exijam intervenções imediatas, como agitação psicomotora, agressividade, alterações de nível de consciência e comportamento suicida.
- C) a observação de sinais que exijam intervenções imediatas, como agitação psicomotora, agressividade, alterações de nível de consciência e comportamento suicida. e comportamento suicida. E os exames físico e neurológico.
- D) a observação de sinais que exijam intervenções imediatas, realizar exames físicos, neurológicos e complementares. Avaliar aspectos médicos e psicológicos e ficar atento à gravidade e intensidade do sintoma.
A alternativa correta é letra A) a observação de sinais que exijam intervenções imediatas: realizar exames físico e neurológico, verificar a presença ou ausência de suporte familiar e social, para a decisão final quanto à conduta de intervenção e /ou internação.
Provavelmente, a questão foi retirada do artigo de Scivoletto, Boarati e Turkiewicz (2010). Veja o trecho em que os autores discorrem sobre o tema:
Durante o exame psíquico, devem-se observar sinais que exijam intervenções imediatas, como agitação psicomotora, agressividade, alterações de nível de consciência e comportamento suicida. Os exames físico e neurológico são necessários para o diagnóstico de complicações clínicas de transtornos psiquiátricos...
[...] A presença ou ausência de suporte familiar e social são fatores determinantes na avaliação de risco do paciente e podem determinar a decisão quanto à necessidade de internação.
A descrição mais completa referente ao assunto foi dada pela ALTERNATIVA A. Citou todos os aspectos importantes de serem avaliados.
Ao ler as demais alternativas, percebemos que nenhuma está completamente incorreta, porém omitem dados importantes de se considerar em uma avaliação psiquiátrica emergencial.
ALTERNATIVA B: omite a necessidade de se realizar exame neurológico e identificar o suporte familiar.
ALTERNATIVA C: omite a necessidade de se identificar o suporte familiar.
ALTERNATIVA D: omite a necessidade de se identificar o suporte familiar.
Fonte: SCIVOLETTO, Sandra; BOARATI, Miguel Angelo; TURKIEWICZ, Gizela. Emergências psiquiátricas na infância e adolescência. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo , v. 32, supl. 2, p. S112-S120, Oct. 2010
252) O Transtorno de Personalidade Anti-social se caracteriza por:
- A) presença de delírio.
- B) fobia.
- C) ausência de culpa.
- D) antipatia social.
A alternativa correta é letra C) ausência de culpa.
Segundo a CID-10:
F60.2 Transtorno de personalidade antissocial
Transtorno de personalidade, usualmente vindo de atenção por uma disparidade flagrante entre o comportamento e as normas sociais predominantes, e caracterizado por:
(a) indiferença insensível pelos sentimentos alheios;
(b) atitude flagrante e persistente de irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e obrigações sociais;
(c) incapacidade de manter relacionamentos, embora não haja dificuldade em estabelecê-los;
(d) muito baixa tolerância à frustração e um baixo limiar para descarga de agressão, incluindo violência;
(e) incapacidade de experimentar culpa e de aprender com a experiência, particularmente punição;
(f) propensão marcante para culpar os outros ou para oferecer racionalizações plausíveis para o comportamento que levou o paciente a conflito com a sociedade.
O único sintoma coerente com o transtorno de personalidade antissocial é mencionado pela ALTERNATIVA C: ausência de culpa.
Os outros sintomas não são característicos desse transtorno. Por isso, conseguimos eliminá-los.
253) Acerca do exame do estado mental do paciente, julgue o item a seguir.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra B) Errado
Gabarito Item Errado
A avaliação da capacidade de sensopercepção é de extrema importância, visto que se relaciona aos transtornos da atenção, tais como a aprosexia, hipoprosexia, hiperprosexia e distraibilidade.
Errado. A avaliação da capacidade de sensopercepção é, de fato, importante, mas para avaliar os transtornos da sensopercepção, como hiperestesia, hiperpatia, hipoestesia, parestesias e disestesias.
“Define-se sensação como o fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados, originados fora ou dentro do organismo, que produzem alterações nos órgãos receptores, estimulando-os. Os estímulos sensoriais fornecem a alimentação sensorial aos sistemas de informação do organismo. As diferentes formas de sensação são geradas por estímulos sensoriais específicos, como visuais, táteis, auditivos, olfativos, gustativos, proprioceptivos e cinestésicos. Por percepção, entende-se a tomada de consciência, pelo indivíduo, do estímulo sensorial. Arbitrariamente, então, se atribui à sensação a dimensão neuronal, ainda não plenamente consciente, no processo de sensopercepção. Já a percepção diz respeito à dimensão propriamente neuropsicológica e psicológica do processo, à transformação de estímulos puramente sensoriais em fenômenos perceptivos conscientes. Piéron (1996) define percepção como a tomada de conhecimento sensorial de objetos ou de fatos exteriores mais ou menos complexos. A sensação é considerada, portanto, um fenômeno passivo; estímulos físicos (luz, som, pressão) ou químicos atuam sobre sistemas de recepção do organismo. Já a percepção seria fenômeno ativo; o sistema nervoso e a mente do sujeito constroem um percepto por meio da síntese dos estímulos sensoriais, estímulos esses confrontados com experiências passadas registradas na memória e com o contexto sociocultural em que vive o sujeito e que atribui significado às experiências. Tal percepto, ou seja, a percepção final, é, dessa forma, apreendido pelo sujeito consciente. Hoje em dia, afirma-se que a percepção não resulta simples e passivamente do conjunto de estímulos e sensações; é o produto ativo, criativo e pessoal de experiências que partem de estímulos sensoriais, mas são recriadas na mente de quem percebe algo. Por exemplo, a percepção visual de uma mesa, a partir da sensação visual de quatro troncos e de uma tábua acima deles, só é possível por sujeitos que pertencem a sociedades que fabricam mesas e lhes dão o significado de determinado móvel. Fora desse contexto, o objeto percebido não apresenta o caráter total do percepto “mesa”.”
Referência
Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais – 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
254) Julgue o item a seguir, referente ao DSM-IV.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra A) Certo
Gabarito Item Certo
Julgue o item a seguir, referente ao DSM-IV.
Entre os transtornos de alimentação da primeira infância, incluem-se a pica e o transtorno de ruminação.
Certo. No DSM-IV havia uma sessão denominada “transtornos da alimentação da primeira infância”, que incluía a pica e o transtorno de ruminação. Atualmente, essa sessão não existe no DSM-V, fazendo com que essa informação seja verdadeira sobre o DSM-IV, mas desatualizada para os critérios atuais.
“Devido à eliminação do capítulo do DSM-IV-TR “Transtornos Geralmente Diagnosticados Pela Primeira Vez na Infância ou na Adolescência”, esse capítulo descreve vários transtornos encontrados na seção do DSM-IV “Transtornos da Alimentação da Primeira Infância”, tais como pica e transtorno de ruminação. A categoria do DSM-IV de transtorno da alimentação da primeira infância foi renomeada como transtorno alimentar restritivo/evitativo, e os critérios estão significativamente ampliados. Os critérios diagnósticos essenciais para anorexia nervosa estão conceitualmente inalterados em relação ao DSM-IV, com uma exceção: a exigência de amenorreia está eliminada. Como no DSM-IV, os indivíduos com esse transtorno precisam estar, segundo o Critério A, com um peso corporal significativamente baixo para seu estágio do desenvolvimento. A redação do critério está modificada para maior clareza, e é apresentada no texto uma orientação referente a como julgar se um indivíduo está no peso ou significativamente abaixo dele. No DSM-5, o Critério B é ampliado para incluir não só o medo claramente expresso de ganho de peso como também o comportamento persistente que interfere no ganho de peso. A única modificação nos critérios do DSM-IV para bulimia nervosa é uma redução na frequência média mínima de compulsão alimentar e do comportamento compensatório inapropriado de duas para uma vez por semana. A pesquisa extensa que se seguiu à divulgação dos critérios preliminares para o transtorno de compulsão alimentar no Apêndice B do DSM-IV documentou a utilidade e a validade clínicas desse transtorno. A única diferença significativa dos critérios preliminares é que a frequência média mínima de episódios de compulsão alimentar requerida para diagnóstico é de uma vez por semana durante os últimos três meses, idêntica ao critério de frequência para a bulimia nervosa (em vez de pelo menos dois dias por semana durante seis meses, no DSM-IV).”
Referência
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
255) Os transtornos de pânico estão entre as patologias mais encontradas na atualidade.
- A) ansiedade antecipatória e evitação fóbica são sintomas residuais do transtorno de pânico;
- B) pacientes com transtorno de pânico não costumam apresentar comorbidade com transtornos de humor;
- C) pacientes com transtorno de pânico costumam reagir positivamente à abordagem cognitivo-comportamental;
- D) no caso de transtornos de pânico, distimia e eventos estressores atuais são preditores para recaídas.
A alternativa correta é letra B) pacientes com transtorno de pânico não costumam apresentar comorbidade com transtornos de humor;
Os transtornos de pânico estão entre as patologias mais encontradas na atualidade.
Em relação a esses transtornos NÃO é correto afirmar que:
Explorando o assunto que traz a questão, dividimos a análise em duas partes:
- As principais mudanças do DSM-4 para o atual manual DSM-5
- Análise das alternativas considerando distúrbios de atenção em cada um dos quadros
1) As principais mudanças do DSM-4 para o atual manual DSM-5
- Comparando os critérios diagnósticos para os Transtornos de Personalidade no DSM 4 e DSM 5 nota-se que estes não sofreram mudanças. No capítulo apresentado na Seção II do manual em vigor, manteve-se reunidos os mesmos transtornos divididos em três grupos: Grupo A – Transtornos de Personalidade Paranóide, Esquizóide e Esquizotípica; Grupo B – Transtornos de Personalidade Anti-Social, Borderline, Histriônica e Narcisista; e Grupo C – Transtornos de Personalidade Esquiva, Dependente e Obsessivo-Compulsiva.
- No DSM 4 havia uma divisão entre os diagnósticos de Abuso e Dependência de Substâncias. O DSM- 5 removeu esta divisão, reunindo-os sob a denominação de Transtorno por Uso de Substância.
- No mais recente Manual de Diagnóstico para Transtornos Mentais, o DSM V, a “síndrome do pânico” passou a ser denominada “Transtorno do Pânico”. Apesar desta atualização (além de outras pequenas alterações) os critérios diagnósticos para esse tipo de transtorno, praticamente mantiveram-se os mesmos. Sobre este assunto destacamos dois pontos relevantes:
-No DSM V, “Transtorno do Pânico” pode ser diagnosticado com ou sem a presença de “agorafobia”. Diz o Manual: “se a agorafobia está presente, um diagnóstico adicional de agorafobia é estabelecido.” (DSM V, 2014, p. 210)
-No novo Manual, DSM V, “Transtorno do Pânico” e “Agorafobia” foram tratados como duas categorias distintas.
2) Análise das alternativas
a) ansiedade antecipatória e evitação fóbica são sintomas residuais do transtorno de pânico;
CORRETA. Segundo Manfro & Cols. (2008):
“A terapia cognitivo-comportamental (TCC) para TP é uma alternativa terapêutica que possui boa resposta de curto e de longo prazos tanto para os sintomas nucleares do pânico quanto para os sintomas residuais e geralmente persistentes de ansiedade antecipatória, evitação fóbica e agorafobia”
b) pacientes com transtorno de pânico não costumam apresentar comorbidade com transtornos de humor;
INCORRETA. Contrariando isto, nos resultados da pesquisa com com transtorno de pânico, Heldt (2006) cita:
“A amostra caracterizou-se por apresentar comorbidade com transtorno de humor e outros transtornos de ansiedade.”
c) pacientes com transtorno de pânico costumam reagir positivamente à abordagem cognitivo-comportamental;
CORRETA. Vide correção da LETRA “A”.
d) no caso de transtornos de pânico, distimia e eventos estressores atuais são preditores para recaídas.
CORRETA. Sobre os preditores no caso de transtornos de pânico, em Heldt (2006) menciona:
“Os preditores de recaída foram eventos estressores de vida recentes, principalmente conflitos interpessoais, e o uso de defesas neuróticas.”
______________
Fonte consultada:
Heldt, E. P. D. S. (2006). Terapia cognitivo-comportamental em grupo para pacientes com transtorno de pânico resistentes à medicação: preditores de resposta em até cinco anos de seguimento. Disponível em http://hdl.handle.net/10183/8540
Manfro, G. G., Heldt, E., Cordioli, A. V., & Otto, M. W. (2008). Terapia cognitivo-comportamental no transtorno de pânico. Brazilian Journal of Psychiatry, 30, s81-s87.
Araújo, Á. C., & Neto, F. L. (2014). A nova classificação americana para os transtornos mentais–o DSM-5. Revista brasileira de terapia comportamental e cognitiva, 16(1), 67-82.
Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
256) Após uma cirurgia de coração, um paciente apresentou um quadro delirante. Avalie as afirmativas abaixo e assinale a correta:
- A) o quadro é indicador de uma personalidade pré-psicótica;
- B) o quadro é indicador de um prejuízo neurológico permanente;
- C) o quadro é comum em cirurgias de coração, remitindo com tratamento adequado;
- D) o quadro é comum e sua remissão é espontânea.
ESTA QUESTÃO FOI ANULADA, NÃO POSSUI ALTERNATIVA CORRETA
Questão anulada
Após uma cirurgia de coração, um paciente apresentou um quadro delirante. Avalie as afirmativas abaixo e assinale a correta:
a) o quadro é indicador de uma personalidade pré-psicótica;
b) o quadro é indicador de um prejuízo neurológico permanente;
c) o quadro é comum em cirurgias de coração, remitindo com tratamento adequado;
d) o quadro é comum e sua remissão é espontânea.
O delirium é um quadro relativamente comum entre pacientes submetidos a cirurgias do coração. É fundamental não confundir o delirium, que é uma mudança aguda e flutuante no estado mental, incluindo desatenção, pensamentos desorganizados e alteração do nível de consciência que podem ou não ser acompanhados de agitação e o delírio, que são juízos patologicamente falsos.
“A incidência de delirium em pacientes internados em UTI varia entre 19 a 87% e de 60 a 80% dos pacientes que estão sob ventilação mecânica (QUIMET et al., 2007). Esta variabilidade é consequência de diferenças metodológicas em relação aos instrumentos utilizados para o diagnóstico de delirium, populações incluídas no estudo, nível de treinamento dos profissionais para reconhecer o delirium, entre outras. (ELY et al., 2004). Recentemente tem-se dado maior importância no impacto do delirium na morbimortalidade do paciente criticamente enfermo. Quando o paciente interna em um ambiente de terapia intensiva tem maior probabilidade de desenvolver delirium devido a gravidade da doença, comorbidades prévias, uso de drogas psicoativas, idade, entre outros. (ELY et al., 2004). A disfunção neurológica em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca pode ser uma situação devastadora, que piora o prognóstico desses pacientes. A incidência de complicações neurológicas no pós-operatório de cirurgia cardíaca varia entre 0,4 a 80%, com o acidente vascular encefálico, ocorrendo em 2 a 5% dos casos. Complicações neurológicas após a cirurgia de revascularização do miocárdio são mais comuns que após a troca valvar. (PAIVA et al., 2005). O delirium na UTI pode também estar associado ao tempo de circulação extracorpórea (CEC), uma técnica utilizada em mais de 80% das cirurgias cardíacas. Pacientes com maior tempo de CEC apresentaram mais déficits neurológicos, como sonolência excessiva, alteração da função cognitiva e intelectual quando comparados àqueles pacientes que permaneceram menor tempo em CEC. (PAIVA et al., 2005). Ressalta-se que a incidência de disfunção cognitiva tem sido maior nos pacientes após cirurgias cardíacas do que entre os submetidos a outros procedimentos cirúrgicos. Essa incidência é ainda maior entre os pacientes mais idosos. (PAIVA et al., 2005).”
A questão fala sobre quadros delirantes, ou seja, da presença de delírios, e não sobre o delirium. O delírio pós-anestésico também aparenta ser comum em pacientes geriátricos, mas não há estudos epidemiológicos bem desenvolvidos sobre esse quadro.
A questão foi anulada
Fonte: Estudo Sobre Delirium Em Pós-Operatório De Cirurgia Cardíaca, Em Um Hospital De Alta Complexidade Da Região Sul De Santa Catarina. Disponível em: http://www.uniedu.sed.sc.gov.br/wp-content/uploads/2014/04/amanda_fernandes_candido_neves.pdf
257) A afasia é um distúrbio caracterizado por:
- A) perda de prazer nas atividades cotidianas;
- B) perda da capacidade de linguagem;
- C) distúrbio na área motora fina;
- D) distúrbio na área motora global.
A alternativa correta é letra B) perda da capacidade de linguagem;
A afasia é um distúrbio caracterizado por:
Segundo Dalgalarrongo (2008):
Afasia: “É a perda da linguagem, falada e escrita, por incapacidade de compreender e utilizar os símbolos verbais”
a) perda de prazer nas atividades cotidianas;
INCORRETA. Conforme Dalgalarrongo (2008):
Anedonia: “É a incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com determinadas atividades e experiências da vida”
b) perda da capacidade de linguagem;
CORRETA. Afirmação compatível com o que expressa literatura supracitada, portanto, opção VERDADEIRA.
c) distúrbio na área motora fina;
INCORRETA. A afasia é uma alteração na linguagem não na habilidade motora.
d) distúrbio na área motora global.
INCORRETA. Vide correção da LETRA “D”.
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Fonte consultada:
Dalgalarrondo, P. (2008). Psicopatologia e semiologia dos transtornos. 2. ed. Porto Alegre : Artmed.
258) O delirium é um quadro bastante observável em Unidades de Cuidados Intensivos. Em relação ao delirium NÃO é correto afirmar que:
- A) pacientes com delírio não devem ficar isolados;
- B) alguns estudos referem como fatores de risco para o desenvolvimento de delirium a hipertensão arterial e o hábito de tabagismo;
- C) alguns reguladores no ambiente, como a presença defamiliares, calendários, relógios ou luz fraca e podem auxiliar a melhora do quadro;
- D) o fator idade não é uma variável importante nos quadros de delirium.
ESTA QUESTÃO FOI ANULADA, NÃO POSSUI ALTERNATIVA CORRETA
Questão anulada
O delirium é um quadro bastante observável em Unidades de Cuidados Intensivos. Em relação ao delirium NÃO é correto afirmar que:
a) pacientes com delírio não devem ficar isolados;
Pacientes com delírio não devem, de fato, ficar isolados. Mas a questão é sobre delirium, não sobre delírio.
“É importante salientar que a prevenção depende de equipe multidisciplinar (cirurgião, anestesiologista, enfermeira e médico clínico). Pacientes com delírio não devem ficar isolados, pois a falta de estimulação pode tornar o paciente mais “fechado”, respondendo mais a estímulos internos que externos”
b) alguns estudos referem como fatores de risco para o desenvolvimento de delirium a hipertensão arterial e o hábito de tabagismo;
Certo. Há indícios dessa relação.
c) alguns reguladores no ambiente, como a presença defamiliares, calendários, relógios ou luz fraca e podem auxiliar a melhora do quadro;
Certo. Como o delirium é um estado confusional, esses reguladores auxiliam o paciente a se situar.
“O tratamento do estado confusional agudo consiste em abordagem multiprofissional especializada com enfoque na prevenção, segurança do paciente e manejo das causas identificadas a partir de medidas não farmacológicas e também medicamentosas. Dentre as boas práticas reconhecidas, deve ser evitado o uso de múltiplas medicações, especialmente as envolvidas na etiologia deste quadro. Recomenda-se a retirada lenta e progressiva de medicações que possam causar algum tipo de abstinência, oferta de recursos de memória e orientação, como calendário, relógio e fotos de familiares. O ambiente de tratamento deve ser calmo, confortável, mantendo a localização do leito do paciente, evitando intervenções que limitem a sua mobilidade e permitindo o uso de suas lentes corretivas ou aparelho de audição. Manter boa iluminação durante o dia e limitá-la à noite, estimular a presença frequente de familiares e/ ou acompanhantes, oferecendo apoio e esclarecimento ao paciente e sua família, também são medidas que auxiliam na prevenção e tratamento do delirium (BOTEGA, 2012; FORTALEZA; MIGUEL, 2013; CEREJEIRA; MUKAETOVALADINSKA, 2011).”
d) o fator idade não é uma variável importante nos quadros de delirium.
Errado. A idade avançada é um fator de risco para os quadros de delirium.
Assim, temos uma afirmativa incorreta e uma desconexa com a questão, o que a fez ser anulada.
Fonte: Ruiz-Neto, Pedro Poso, Moreira, Neli A. e Furlaneto, Maria ElizabetDelírio pós-anestésico. Revista Brasileira de Anestesiologia [online]. 2002, v. 52, n. 2 [Acessado 23 Setembro 2021] , pp. 242-250. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0034-70942002000200013>.
Diretrizes Clínicas em Saúde Mental. Disponível em: https://saude.es.gov.br/Media/sesa/Protocolo/Diretrizes%20Clinicas%20em%20saude%20mental.pdf
259) Segundo a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10, o Transtorno Esquizotípico (F21) é caracterizado por comportamento excêntrico e anomalias do pensamento e do afeto, sendo que não existe perturbação dominante ou típica, mas algumas das seguintes perturbações podem estar presentes:
- A) pobre relacionamento com outros e uma tendência a retraimento social; suspeita ou ideias paranoides; afeto inapropriado e constrangido.
- B) ruminações maníacas com resistência interna; ausência de conteúdos dismorfóbicos, sexuais ou agressivos; suspeita ou ideias fusionais.
- C) comportamento ou aparência de parecer comum e sem importância; relacionamento conturbado com outros e atitude reclamante; experiências perceptivas usuais.
- D) personalização e realização sem somatossensoriais (corporais) ou outras ilusões; pensamento obsessivo e circunstancial; conduta elaborada ou não estereotipada.
- E) discurso usual, porém com incoerência grosseira; episódios quase psicóticos permanentes; ideias delirantes que ocorrem frequentemente com provocação externa; leves ilusões.
A alternativa correta é letra A) pobre relacionamento com outros e uma tendência a retraimento social; suspeita ou ideias paranoides; afeto inapropriado e constrangido.
Gabarito Letra A
Segundo a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10, o Transtorno Esquizotípico (F21) é caracterizado por comportamento excêntrico e anomalias do pensamento e do afeto, sendo que não existe perturbação dominante ou típica, mas algumas das seguintes perturbações podem estar presentes:
Vamos relembrar o que diz a CID sobre o transtorno esquizotípico:
“Um transtorno caracterizado por comportamento excêntrico e anomalias do pensamento e do afeto, os quais se assemelham àqueles vistos na esquizofrenia, embora nenhuma anomalia esquizofrênica definida e característica tenha ocorrido em qualquer estágio. Não existe perturbação dominante ou típica, mas algumas das seguintes podem estar presentes:
(a) afeto inapropriado e constrangido (o indivíduo parece frio e distahte);
(b) comportamento ou aparência que é estranho, excêntrico ou peculiar;
(c) pobre relacionamento com outros e uma tendência a retraimento social;
(d) crenças estranhas ou pensamento mágico influenciando o comportamento e inconsistentes com normas subculturais;
(e) suspeita ou ideias paranoides;
(f) ruminações obsessivas sem resistência interna, frequentemente com conteúdos dismorfofóbicos, sexuais ou agressivos;
(g) experiências perceptivas inusuais, incluindo somatossensoriais (corporais) ou outras ilusões, despersonalização ou desrealizaçao;
(h) pensamento vago, circunstancial, metafórico, superelaborado ou estereotipado, manifestado por um discurso estranho ou de outras formas, sem incoerência grosseira;
(i) episódios quase psicóticos ocasionais e transitórios, com intensas ilusões, alucinações auditivas ou outras e ideias deliroides, usualmente ocorrendo sem provocação externa.”
a) pobre relacionamento com outros e uma tendência a retraimento social; suspeita ou ideias paranoides; afeto inapropriado e constrangido.
b) ruminações maníacas com resistência interna; ausência de conteúdos dismorfóbicos, sexuais ou agressivos; suspeita ou ideias fusionais.
c) comportamento ou aparência de parecer comum e sem importância; relacionamento conturbado com outros e atitude reclamante; experiências perceptivas usuais.
d) personalização e realização sem somatossensoriais (corporais) ou outras ilusões; pensamento obsessivo e circunstancial; conduta elaborada ou não estereotipada.
e) discurso usual, porém com incoerência grosseira; episódios quase psicóticos permanentes; ideias delirantes que ocorrem frequentemente com provocação externa; leves ilusões.
A única alternativa que traz sintomas apresentados no manual para o transtorno é a Letra A.
260) Em episódios depressivos típicos (CID-10, F32), o indivíduo usualmente sofre de humor deprimido, perda de interesse e prazer e energia reduzida levando a uma fatigabilidade aumentada e atividade diminuída. Isto ocorre quando o episódio é
- A) somente leve.
- B) somente moderado e grave.
- C) somente moderado.
- D) somente grave.
- E) leve, moderado e grave.
A alternativa correta é letra E) leve, moderado e grave.
Gabarito Letra E
Em episódios depressivos típicos (CID-10, F32), o indivíduo usualmente sofre de humor deprimido, perda de interesse e prazer e energia reduzida levando a uma fatigabilidade aumentada e atividade diminuída. Isto ocorre quando o episódio é
a) somente leve.
b) somente moderado e grave.
c) somente moderado.
d) somente grave.
e) leve, moderado e grave.
O que muda entre as diferentes gravidades do transtorno não são os sintomas, e sim a intensidade deles. Assim, esses sintomas estão tanto nos episódios leves quanto nos moderados e graves.
“Em episódios depressivos típicos, de todas as três variedades descritas abaixo [leve (F32.0), moderado (F32.1) e grave (F32.2 e F32.3)], o indivíduo usualmente sofre de humor deprimido, perda de iiiieresse e prazer e energia reduzida levando a uma fatigabilidade aumentada e atividade diminuída. Cansaço marcante após esforços apenas leves é comum. Outros sintomas comuns são:
(a) concentração e atenção reduzidas; (b) autoestima e autoconfiança reduzidas;
(c) ideias de culpa e inutilidade (mesmo em um tipo leve de episódio);
(d) visões desoladas e pessimistas do futuro;
(e) ideias ou atos autolesivos ou suicídio;
(f) sono perturbado;
(g) apetite diminuído. “
Nosso gabarito é Letra E.