Questões Sobre Psicopatologia - Psicologia - concurso
431) O indivíduo acredita que seu corpo (principalmente sua pele e/ou seus cabelos) está infestado por pequenos organismos. Relata, no mais das vezes, que há “bichinhos sob a pele”, insetos nos cabelos, vermezinhos, aranhas, etc. Esse tipo de delírio corresponde ao delírio:
- A) De infestação.
- B) Cenestopático.
- C) De invenção ou descoberta.
- D) De perseguição.
A alternativa correta é letra A) De infestação.
O indivíduo acredita que seu corpo (principalmente sua pele e/ou seus cabelos) está infestado por pequenos organismos. Relata, no mais das vezes, que há “bichinhos sob a pele”, insetos nos cabelos, vermezinhos, aranhas, etc. Esse tipo de delírio corresponde ao delírio:
a) De infestação.
Essa é a alternativa que está de acordo com Dalgalarrondo:
"DELÍRIO DE INFESTAÇÃO (SÍNDROME DE EKBOM)
O indivíduo acredita que seu corpo (principalmente sua pele e/ou seus cabelos) está infestado por pequenos (mas macroscópicos) organismos. Relata, no mais das vezes, que há “bichinhos sob a pele”, insetos nos cabelos, vermezinhos, aranhas, etc. Acompanhando o delírio, podem ocorrer alucinações táteis (correspondentes aos “pequenos insetos”)."
Assertiva Correta.
b) Cenestopático.
Segundo Dalgalarrondo:
"DELÍRIO CENESTOPÁTICO
O indivíduo afirma que existem animais (cobra, rato, etc.) ou objetos dentro de seu corpo. Esse tipo de delírio baseia-se na interpretação delirante de sensações corporais vivenciadas pelo paciente, mas sem a temática de doença. Em determinado caso, o paciente afirmava que tinha uma laranja podre dentro de seu crânio; em outro, a paciente acreditava ter uma cobra em seu abdome e um peixe dentro da vagina."
Assertiva Falsa.
c) De invenção ou descoberta.
Veja o que Dalgalarrondo fala sobre esse delírio:
"DELÍRIO DE INVENÇÃO OU DESCOBERTA
Aqui o indivíduo, mesmo completamente leigo na ciência ou na área tecnológica em questão, revela ter descoberto a cura de uma doença grave (da AIDS, do câncer, etc.), ou ter desenvolvido um aparelho moderno fantástico; enfim, descobertas ou invenções que irão mudar o mundo."
Assertiva Falsa.
d) De perseguição.
De acordo com o autor supracitado:
"DELÍRIO PERSECUTÓRIO OU DE PERSEGUIÇÃO
O indivíduo acredita que é vítima de um complô e está sendo perseguido por pessoas conhecidas ou desconhecidas, tais
como máfias, vizinhos, polícia, pais, esposa ou marido, chefe ou colegas do trabalho (ou do ambiente estudantil)."
Assertiva Falsa.
A alternativa correta é, portanto, a Letra A.
432) Um indivíduo que não deseja nem gosta de relacionamentos íntimos, incluindo fazer parte de uma família, quase sempre opta por atividades solitárias, não tem amigos íntimos ou confidentes, mostra-se indiferente a elogios ou críticas, demonstra frieza emocional, distanciamento ou embotamento afetivo. Os critérios apresentados relacionam-se ao Transtorno de Personalidade:
- A) Esquizotípica.
- B) Antissocial.
- C) Paranoide.
- D) Esquizoide.
A alternativa correta é letra D) Esquizoide.
Um indivíduo que não deseja nem gosta de relacionamentos íntimos, incluindo fazer parte de uma família, quase sempre opta por atividades solitárias, não tem amigos íntimos ou confidentes, mostra-se indiferente a elogios ou críticas, demonstra frieza emocional, distanciamento ou embotamento afetivo. Os critérios apresentados relacionam-se ao Transtorno de Personalidade:
a) Esquizotípica.
Observe um dos critérios do Transtorno de Personalidade Esquizotípica, segundo o DSM-V:
"A. Um padrão difuso de déficits sociais e interpessoais marcado por desconforto agudo e capa-cidade reduzida para relacionamentos íntimos, além de distorções cognitivas ou perceptivas e comportamento excêntrico, que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:
1. Ideias de referência (excluindo delírios de referência).
2. Crenças estranhas ou pensamento mágico que influenciam o comportamento e são inconsistentes com as normas subculturais (p. ex., superstições, crença em clarividência, telepatia ou “sexto sentido”; em crianças e adolescentes, fantasias ou preocupações bizarras).
3. Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões corporais.
4. Pensamento e discurso estranhos (p. ex., vago, circunstancial, metafórico, excessivamente elaborado ou estereotipado).
5. Desconfiança ou ideação paranoide.6. Afeto inadequado ou constrito.
7. Comportamento ou aparência estranha, excêntrica ou peculiar.
8. Ausência de amigos próximos ou confidentes que não sejam parentes de primeiro grau.
9. Ansiedade social excessiva que não diminui com o convívio e que tende a estar associada mais a temores paranoides do que a julgamentos negativos sobre si mesmo."
Assertiva Falsa.
b) Antissocial.
Segundo o DSM-V, o T. P. Antissocial:
"A. Um padrão difuso de desconsideração e violação dos direitos das outras pessoas que ocorre
desde os 15 anos de idade, conforme indicado por três (ou mais) dos seguintes:
1. Fracasso em ajustar-se às normas sociais relativas a comportamentos legais, conforme indicado pela repetição de atos que constituem motivos de detenção.
2. Tendência à falsidade, conforme indicado por mentiras repetidas, uso de nomes falsos ou de trapaça para ganho ou prazer pessoal.
3. Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro.
4. Irritabilidade e agressividade, conforme indicado por repetidas lutas corporais ou agressões físicas.
5. Descaso pela segurança de si ou de outros.
6. Irresponsabilidade reiterada, conforme indicado por falha repetida em manter uma conduta consistente no trabalho ou honrar obrigações financeiras.
7. Ausência de remorso, conforme indicado pela indiferença ou racionalização em relação a ter ferido, maltratado ou roubado outras pessoas."
Assertiva Falsa.
c) Paranoide.
De acordo com o DSM-V, o T. P. Paranoide:
"A. Um padrão de desconfiança e suspeita difusa dos outros, de modo que suas motivações são interpretadas como malévolas, que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes:
1. Suspeita, sem embasamento suficiente, de estar sendo explorado, maltratado ou enganado por outros.
2. Preocupa-se com dúvidas injustificadas acerca da lealdade ou da confiabilidade de amigos e sócios.
3. Reluta em confiar nos outros devido a medo infundado de que as informações serão usadas maldosamente contra si.
4. Percebe significados ocultos humilhantes ou ameaçadores em comentários ou eventos benignos.
5. Guarda rancores de forma persistente (i.e., não perdoa insultos, injúrias ou desprezo).
6. Percebe ataques a seu caráter ou reputação que não são percebidos pelos outros e reage com raiva ou contra-ataca rapidamente.
7. Tem suspeitas recorrentes e injustificadas acerca da fidelidade do cônjuge ou parceiro sexual."
Assertiva Falsa.
d) Esquizoide.
Veja a definição do DSM-V sobre o Transtorno de Personalidade Esquizoide:
"A. Um padrão difuso de distanciamento das relações sociais e uma faixa restrita de expressão de emoções em contextos interpessoais que surgem no início da vida adulta e estão presentes em vários contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes:
1. Não deseja nem desfruta de relações íntimas, inclusive ser parte de uma família.
2. Quase sempre opta por atividades solitárias.
3. Manifesta pouco ou nenhum interesse em ter experiências sexuais com outra pessoa.
4. Tem prazer em poucas atividades, por vezes em nenhuma.
5. Não tem amigos próximos ou confidentes que não sejam os familiares de primeiro grau.
6. Mostra-se indiferente ao elogio ou à crítica de outros.
7. Demonstra frieza emocional, distanciamento ou embotamento afetivo."
Assertiva Correta.
A alternativa correta é, portanto, a Letra E.
433) Uma pessoa que apresenta inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele, fatigabilidade, dificuldade em concentrar-se ou sensação de branco na mente, irritabilidade, além de tensão muscular e perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou insatisfatório e inquieto). Os critérios apresentados relacionam-se ao Transtorno:
- A) De Ansiedade Generalizada.
- B) De Estresse Agudo.
- C) De Estresse Pós-Traumático.
- D) Do Pânico com Agorafobia.
A alternativa correta é letra A) De Ansiedade Generalizada.
Uma pessoa que apresenta inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele, fatigabilidade, dificuldade em concentrar-se ou sensação de branco na mente, irritabilidade, além de tensão muscular e perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou insatisfatório e inquieto). Os critérios apresentados relacionam-se ao Transtorno:
a) De Ansiedade Generalizada.
Essa é a alternativa com o diagnóstico correto. Observe os critérios, segundo o DSM-V:
"A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional).
B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação.
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis meses).
Nota: Apenas um item é exigido para crianças.
1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele.
2. Fatigabilidade.
3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente.
4. Irritabilidade.
5. Tensão muscular.
6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto).
D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo).
F. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex., ansiedade ou preocupação quanto a ter ataques de pânico no transtorno de pânico, avaliação negativa no transtorno de ansiedade social [fobia social], contaminação ou outras obsessões no transtorno obsessivo-compulsivo, (...)
Assertiva Correta.
b) De Estresse Agudo.
Observe os critérios diagnósticos do Transtorno de Estresse Agudo, de acordo com o DSM-V:
"A. Exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violação sexual em uma (ou mais) das seguintes formas:
1. Vivenciar diretamente o evento traumático.
2. Testemunhar pessoalmente o evento ocorrido a outras pessoas.
3. Saber que o evento ocorreu com familiar ou amigo próximo. Nota: Nos casos de morte ou ameaça de morte de um familiar ou amigo, é preciso que o evento tenha sido violento ou acidental.
4. Ser exposto de forma repetida ou extrema a detalhes aversivos do evento traumático (p. ex., socorristas que recolhem restos de corpos humanos, policiais repetidamente expostos a detalhes de abuso infantil).
Nota: Isso não se aplica à exposição por intermédio de mídia eletrônica, televisão, filmes ou fotografias, a menos que tal exposição esteja relacionada ao trabalho.
B. Presença de nove (ou mais) dos seguintes sintomas de qualquer uma das cinco categorias de intrusão, humor negativo, dissociação, evitação e excitação, começando ou piorando depois da ocorrência do evento traumático: (...)C. A duração da perturbação (sintomas do Critério B) é de três dias a um mês depois do trauma. Nota: Os sintomas começam geralmente logo após o trauma, mas é preciso que persistam no mínimo três dias e até um mês para satisfazerem os critérios do transtorno.
D. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., medicamento ou álcool) ou a outra condição médica (p. ex., lesão cerebral traumática leve) e não é mais bem explicada por um transtorno psicótico breve.
Assertiva Falsa.
c) De Estresse Pós-Traumático.
Com base no DSM-V, os critérios são:
A. Exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual em uma (ou mais) das seguintes formas:
1. Vivenciar diretamente o evento traumático.
2. Testemunhar pessoalmente o evento traumático ocorrido com outras pessoas.
3. Saber que o evento traumático ocorreu com familiar ou amigo próximo. Nos casos de episódio concreto ou ameaça de morte envolvendo um familiar ou amigo, é preciso que o evento tenha sido violento ou acidental.
4. Ser exposto de forma repetida ou extrema a detalhes aversivos do evento traumático (p. ex., socorristas que recolhem restos de corpos humanos; policiais repetidamente expostos a detalhes de abuso infantil).B. Presença de um (ou mais) dos seguintes sintomas intrusivos associados ao evento traumático, começando depois de sua ocorrência:
1. Lembranças intrusivas angustiantes, recorrentes e involuntárias do evento traumático.
Nota: Em crianças acima de 6 anos de idade, pode ocorrer brincadeira repetitiva na qual temas ou aspectos do evento traumático são expressos.
2. Sonhos angustiantes recorrentes nos quais o conteúdo e/ou o sentimento do sonho estão relacionados ao evento traumático.
Nota: Em crianças, pode haver pesadelos sem conteúdo identificável.
3. Reações dissociativas (p. ex., flashbacks) nas quais o indivíduo sente ou age como se o evento traumático estivesse ocorrendo novamente. (Essas reações podem ocorrer em um continuum, com a expressão mais extrema na forma de uma perda completa de percepção do ambiente ao redor.)
Nota: Em crianças, a reencenação específica do trauma pode ocorrer na brincadeira.
4. Sofrimento psicológico intenso ou prolongado ante a exposição a sinais internos ou externos que simbolizem ou se assemelhem a algum aspecto do evento traumático.
5. Reações fisiológicas intensas a sinais internos ou externos que simbolizem ou se assemelhem a algum aspecto do evento traumático.C. Evitação persistente de estímulos associados ao evento traumático, começando após a ocorrência do evento, conforme evidenciado por um ou ambos dos seguintes aspectos: (...)
D. Alterações negativas em cognições e no humor associadas ao evento traumático começando ou piorando depois da ocorrência de tal evento, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes aspectos: (...)
E. Alterações marcantes na excitação e na reatividade associadas ao evento traumático, começando ou piorando após o evento, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes aspectos: (...)
F. A perturbação (Critérios B, C, D e E) dura mais de um mês.
G. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
H. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., medicamento, álcool) ou a outra condição médica.
Assertiva Falsa.
d) Do Pânico com Agorafobia.
Veja o que o DSM-V fala sobre o Transtorno do Pânico:
"A. Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas:
Nota: O surto abrupto pode ocorrer a partir de um estado calmo ou de um estado ansioso.
1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia.
2. Sudorese.
3. Tremores ou abalos.
4. Sensações de falta de ar ou sufocamento.
5. Sensações de asfixia.
6. Dor ou desconforto torácico.
7. Náusea ou desconforto abdominal.
8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio.
9. Calafrios ou ondas de calor.
10. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento).
11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo).
12. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”.
13. Medo de morrer.B. Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as seguintes características:
1. Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou sobre suas conseqüências (p. ex., perder o controle, ter um ataque cardíaco, “enlouquecer”).
2. Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionada aos ataques (p. ex., comportamentos que têm por finalidade evitar ter ataques de pânico, como a esquiva de exercícios ou situações desconhecidas).
C. A perturbação não é conseqüência dos efeitos psicológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou de outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo, doenças cardiopulmonares).
D. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex., os ataques de pânico não ocorrem apenas em resposta a situações sociais temidas, como no transtorno de ansiedade social; (...)
Assertiva Falsa.
A alternativa correta é, portanto, a Letra A.
434) De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR), apetite diminuído ou hiperfagia, insônia ou hipersonia, baixa energia ou fadiga, além de baixa autoestima, fraca concentração ou dificuldade em tomar decisões e sentimentos de desesperança, são critérios relacionados ao transtorno de humor.
- A) Depressivo Maior.
- B) Bipolar I.
- C) Distímico.
- D) Ciclotímico.
A alternativa correta é letra C) Distímico.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR), apetite diminuído ou hiperfagia, insônia ou hipersonia, baixa energia ou fadiga, além de baixa autoestima, fraca concentração ou dificuldade em tomar decisões e sentimentos de desesperança, são critérios relacionados ao transtorno de humor.
Esse transtorno é o Transtorno:
a) Depressivo Maior.
Abaixo veremos os critérios para o Transtorno Depressivo Maior.
Não é esse transtorno que a questão solicita.
Assertiva Falsa.
b) Bipolar I.
Veja os critérios, segundo o DSM-V:
"Para diagnosticar transtorno bipolar tipo I, é necessário o preenchimento dos critérios a seguir para um episódio maníaco. O episódio maníaco pode ter sido antecedido ou seguido por episódios hipomaníacos ou depressivos maiores.
Episódio Maníaco
A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade dirigida a objetivos ou da energia, com duração mínima de uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração, se a hospitalização se fizer necessária).
B. Durante o período de perturbação do humor e aumento da energia ou atividade, três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) estão presentes em grau significativo e representam uma mudança notável do comportamento habitual:
1. Autoestima inflada ou grandiosidade.
2. Redução da necessidade de sono (p. ex., sente-se descansado com apenas três horas de sono).
3. Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando.
4. Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados.
5. Distratibilidade (i.e., a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos insignificantes ou irrelevantes), conforme relatado ou observado.
6. Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja se-xualmente) ou agitação psicomotora (i.e., atividade sem propósito não dirigida a objetivos).
7. Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para conseqüências dolorosas (p. ex., envolvimento em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos).
C. A perturbação do humor é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no fun-cionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização a fim de prevenir dano a si mesmo ou a outras pessoas, ou existem características psicóticas.
D. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento, outro tratamento) ou a outra condição médica.Episódio Hipomaníaco
A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade ou energia, com duração mínima de quatro dias consecutivos e presente na maior parte do dia, quase todos os dias.
B. Durante o período de perturbação do humor e aumento de energia e atividade, três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) persistem, representam uma mudança notável em relação ao comportamento habitual e estão presentes em grau significativo:
1. Autoestima inflada ou grandiosidade.
2. Redução da necessidade de sono (p. ex., sente-se descansado com apenas três horas de sono).
3. Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando.
4. Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados.
5. Distratibilidade (i.e., a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos insignificantes ou irrelevantes), conforme relatado ou observado.
6. Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja se-xualmente) ou agitação psicomotora.
7. Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para conseqüências dolorosas (p. ex., envolvimento em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos).
C. O episódio está associado a uma mudança clara no funcionamento que não é característica do indivíduo quando assintomático.D. A perturbação do humor e a mudança no funcionamento são observáveis por outras pessoas.
E* O episódio não é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização. Existindo características psicóticas, por definição, o episódio é maníaco.
F. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento, outro tratamento).Episódio Depressivo Maior
A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de duas semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer.
Nota: Não incluir sintomas que sejam claramente atribuíveis a outra condição médica.
1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato subjetivo (p. ex., sente-se triste, vazio ou sem esperança) ou por observação feita por outra pessoa (p. ex., parece choroso). (Nota: Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável.)
2. Acentuada diminuição de interesse ou prazer em todas, ou quase todas, as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (conforme indicado por relato subjetivo ou observação feita por outra pessoa).
3. Perda ou gapho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p. ex., mudança de mais de 5% do peso^corporal em um mês) ou redução ou aumento no apetite quase todos os dias. (Nota: Em crianças, considerar o insucesso em obter o ganho de peso esperado.)
4. Insônia ou hipersonia quase diária.
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observável por outras pessoas; não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento).
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias.
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes) quase todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente).
8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão quase todos os dias (por - relato subjetivo ou observação feita por outra pessoa).
9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.
B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social,
profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo."
Assertiva Falsa.
c) Distímico.
Essa é a alternativa que está coerente com os sintomas descritos. Agora, o DSM-V chama o transtorno de Transtorno Depressivo Persistente (Distimia). Veja os critérios:
"A. Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, indicado por relato subjetivo ou por observação feita por outras pessoas, pelo período mínimo de dois anos.
Nota: Em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável, com duração mínima de um ano.
B. Presença, enquanto deprimido, de duas (ou mais) das seguintes características:
1. Apetite diminuído ou alimentação em excesso.
2. Insônia ou hipersonia.
3. Baixa energia ou fadiga.
4. Baixa autoestima.
5. Concentração pobre ou dificuldade em tomar decisões.
6. Sentimentos de desesperança.
C. Durante o período de dois anos (um ano para crianças ou adolescentes) de perturbação, o indivíduo jamais esteve sem os sintomas dos Critérios A e B por mais de dois meses.
D. Os critérios para um transtorno depressivo maior podem estar continuamente presentes por dois anos.
E. Jamais houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco e jamais foram satisfeitos os critérios para transtorno ciclotímico.
F. A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno esquizoafetivo persistente, esquizofrenia, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado.
G. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipotireoidismo).H. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo."
Assertiva Correta.
d) Ciclotímico.
Observe os critérios do Transtorno Ciclotímico, segundo o DSM-V:
"A. Por pelo menos dois anos (um ano em crianças e adolescentes), presença de vários períodos com sintomas hipomaníacos que não satisfazem os critérios para episódio hipomaníaco e vários períodos com sintomas depressivos que não satisfazem os critérios para episódio depressivo maior.
B. Durante o período antes citado de dois anos (um ano em crianças e adolescentes), os períodos hipomaníaco e depressivo estiveram presentes por pelo menos metade do tempo, e o indivíduo não permaneceu sem os sintomas por mais que dois meses consecutivos.
C. Os critérios para um episódio depressivo maior, maníaco ou hipomaníaco nunca foram satisfeitos.D. Os sintomas do Critério A não são mais bem explicados por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno espectro da esquizofrenia e outro transtorno fisiológico não especificado.
E. Os sintomas não são atribuíveis aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex;, droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo).
F Os sintomas causam sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo."
Assertiva Falsa.
A alternativa correta é, portanto, a Letra C.
435) Conceitua-se sintoma como
- A) um modo de examinar o paciente, atentando-se para os sinais que o mesmo apresenta.
- B) toda (excluir: a) informação descrita pelo paciente a partir de suas vivências, sensações e impressões.
- C) uma parte dos saberes da saúde que trata das enfermidades de um modo geral.
- D) o estudo das causas de uma determinada história de vida do indivíduo.
A alternativa correta é letra B) toda (excluir: a) informação descrita pelo paciente a partir de suas vivências, sensações e impressões.
Gabarito: Letra B
Conceitua-se sintoma como
a) um modo de examinar o paciente, atentando-se para os sinais que o mesmo apresenta.
Errado. Essa é a definição de semiologia.
b) toda (excluir: a) informação descrita pelo paciente a partir de suas vivências, sensações e impressões.
Certo! Essa é uma definição correta de sintoma. O “excluir: a” provavelmente foi um erro que passou despercebido pela banca.
“SINTOMA é toda a informação descrita pelo paciente, a partir de suas vivências, sensações e impressões. Não é passível de confirmação pelo examinador, já que é uma sensação do paciente (um mal-estar – sensação de insegurança - em uma dada situação, por exemplo).”
c) uma parte dos saberes da saúde que trata das enfermidades de um modo geral.
Errado. Essa é a definição de nosologia.
d) o estudo das causas de uma determinada história de vida do indivíduo.
Errado. Essa é a definição de etiologia.
Nosso gabarito é Letra B
436) Delírios de perseguição, delírios de grandeza, algumas vezes associados com alucinações apresentam ideias religiosas e/ou políticas, proclamando-se salvadores da terra ou da raça humana. O comportamento tende a uma conformidade aos delírios e as atitudes hostis. Os sintomas descritos referem-se à esquizofrenia do tipo:
- A) Simples
- B) Hebefrenica
- C) Catatônica
- D) Paranóide
- E) Residual
A alternativa correta é letra D) Paranóide
Delírios de perseguição, delírios de grandeza, algumas vezes associados com alucinações apresentam ideias religiosas e/ou políticas, proclamando-se salvadores da terra ou da raça humana. O comportamento tende a uma conformidade aos delírios e as atitudes hostis. Os sintomas descritos referem-se à esquizofrenia do tipo:
Para o entendimento do que traz a questão dividimos a análise em duas partes:
1) Esquizofrenia e seus principais subtipos
2) Análise das alternativas
1) Esquizofrenia e seus principais subtipos
1.1) Definição de esquizofrenia
Segundo Carpenter & Thaker (2008):
“A esquizofrenia é uma síndrome clínica que provavelmente engloba várias doenças ainda não definidas […] A maioria dos pacientes apresenta comprometimento sutil da cognição. Em muitos casos, os comprometimentos cognitivos e os aspectos emocionais e sociais da doença surgem precocemente na vida. Os sintomas psicóticos tipicamente se manifestam no final da adolescência ou início da fase adulta nos homens e um pouco mais tarde nas mulheres.”
1.2) Principais subtipos
Complementando o assunto, acompanhe uma síntese sobre os principais subtipos da esquizofrenia com base nas contribuições de Carpenter & Thaker (2008), bem como no que encontra-se referido no Portal Educação:
- Esquizofrenia hebefrênica: A esquizofrenia hebefrênica (hoje denominada esquizofrenia desorganizada) é caracterizada por um nível de afeto superficial e incongruente e pela desorganização do pensamento e comportamento.
- Esquizofrenia paranoide: A esquizofrenia paranoide é caracterizada por predominância masculina, aparecimento mais tardio na vida, relativa preservação da cognição e afeto, além de alucinações e ilusões frequentemente persecutórias.
- Esquizofrenia catatônica: A esquizofrenia catatônica é caracterizada por manifestações psicomotoras extremas, com estupor, posicionamento prolongado ou excitação, e deve ser diferenciada da catatonia periódica, que consiste em uma síndrome à parte, não relacionada à esquizofrenia. Por motivos desconhecidos, a esquizofrenia catatônica é rara, atualmente.
- Esquizofrenia simples: A esquizofrenia simples denota uma psicose mais branda (isto é, menos alucinações, ilusões e desorganização), em que os casos tipicamente são caracterizados por um estilo de vida com níveis reduzidos de expressão e experiência emocional, bem como de empenho e impulso social.
- Esquizofrenia residual: a Esquizofrenia residual pode ser definida como o estágio crônico da esquizofrenia. Após a regressão de um quadro inicial fica uma espécie de quadro tardio onde ocorrem predominantemente sintomas negativos. Na esquizofrenia residual houve pelo menos um episódio de esquizofrenia, mas na maior parte do tempo o indivíduo não apresenta sintomas psicóticos positivos como delírios, alucinações, perturbações, comportamentos bizarros e agitações psicomotoras. Os sintomas negativos da psicose são verificamos mais facilmente como o embotamento afetivo, discurso pobre ou avolição e negligência com cuidados pessoais. Pode ocorrer também a presença de sintomas positivos atenuados como discurso levemente desorganizado e crenças infundadas.
2) Análise das alternativas
Considerando as alternativas disponíveis, produz-se os seguintes destaques:
- Apenas a LETRA “D” (paranoide) traduz corretamente o subtipo de esquizofrenia associado aos sintomas descritos pelo enunciado, no caso, delírios de perseguição, delírios de grandeza (algumas vezes associados com alucinações apresentam ideias religiosas e/ou políticas, proclamando-se salvadores da terra ou da raça humana) destacando-se que o comportamento tende a uma conformidade aos delírios e as atitudes hostis.
- Concluindo a análise, destaca-se que as demais alternativas citam os outros subtipos de esquizofrenia, que foram descritos de forma pertinente no tópico explicativo supracitado.
Mediante isto, ratifica-se, portanto, que a alternativa “D” constitui, de fato, o GABARITO da questão analisada.
Considerando as informações contidas no enun, ratifica-se que a sequência correta para o quadro proposto é “I, II, III, IV”, portanto, a alternativa LETRA “A” configura o GABARITO da questão analisada.
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Fonte consultada:
Carpenter WT, Thaker GK. Schizophrenia. ACP Medicine. 2008;1-12. Tradução: Soraya Imon de Oliveira. Disponível https://bit.ly/31HCjml Acesso em 16 de fev de 2021.
Portal Educação. (s/d). Esquizofrenia residual. Disponível em https://bit.ly/3yZnev6
437) Sobre a concepção de normal e patológico, analise as afirmativas a seguir, identificando as verdadeiras (V) e as falsas (F).
- A) V-V-F-F-F
- B) V-V-V-V-F
- C) F-V-V-F-F
- D) V-F-V-V-V
- E) F-F-V-V-F
A alternativa correta é letra D) V-F-V-V-V
Sobre a concepção de normal e patológico, analise as afirmativas a seguir, identificando as verdadeiras (V) e as falsas (F).
Essa questão pode ser respondida com o seguinte trecho do texto "Os Servidores do Sistema Penitenciário e a Luta pela Saúde no Contexto das Instituições Prisionais no Pará" de Oliveira:
"Os conceitos de normal e patológico, em sua dimensão histórica possibilitam a construção de aportes teóricos importantes para a compreensão das atividades no setor saúde. Segundo Canguilhem (2006), a definição entre normal e o patológico corresponde a determinados arbítrios, no caso da medicina, ao consenso científico que esse estabelece no seio da comunidade, inclusive está sujeita a paradigmas divergentes.
Canguilhem (2006) distingue patologia e anormalidade e conceitua saúde não restritamente à ausência de doença, fundamentando as teorias em subjetividade e trabalho. Para ele, o normal saudável teria que se sentir capaz de adoecer e de afastar a doença. Se a possibilidade de testar a saúde através da doença lhe fosse eliminada, o ser humano não teria mais a segurança de ser normal de poder enfrentar qualquer doença que viesse a surgir.
Outro aspecto que aproxima Canguilhem (2006) aos postulados da Psicodinâmica do Trabalho é que não privilegiam os aspectos psicopatológicos e utilizam o mesmo conceito de vivência. A normalidade, nesse contexto deve ser entendida como equilíbrio instável, fundamentalmente precário, entre sofrimento e as defesas contra o sofrimento. Assim, o normal não deve ser tomado como sinônimo de saudável, mas como o que não entrou em um quadro de descompensação psíquica ou somática."
"Os Servidores do Sistema Penitenciário e a Luta pela Saúde no Contexto das Instituições Prisionais no Pará" (Oliveira)
Com base nisso, podemos analisar as afirmativas abaixo.
( V ) Em sua dimensão histórica possibilita a construção de aportes teóricos importantes para a compreensão das atividades no setor de saúde.
( F ) Saúde é, restritamente, a ausência de doença.
( V ) O normal saudável teria que se sentir capaz de adoecer e afastar a doença.
( V ) A normalidade, nesse contexto, deve ser entendida como equilíbrio instável, fundamentalmente precário, entre sofrimento e as defesas contra o sofrimento.
( V ) O normal não deve ser tomado como sinônimo de saudável, mas como o que não entrou em um quadro de descompensação psíquica ou somática.
Portanto, a sequência ficou V F V V V. Encontramos a resposta na Letra D.
A alternativa que apresenta a sequência correta é:
a) V-V-F-F-F
b) V-V-V-V-F
c) F-V-V-F-F
d) V-F-V-V-V
e) F-F-V-V-F
438) Dor no peito, tontura taquicardia, dormência nas mãos, nos pés e no rosto, sensação de falta de ar, medo, sudorese, tremores. São sinais e sintomas de:
- A) Esquizofrenia
- B) Transtorno de estresse Pós-traumático.
- C) Transtorno do pânico
- D) Transtorno obsessivo-compulsivo.
- E) Depressão
A alternativa correta é letra C) Transtorno do pânico
A questão data de 2012 e provavelmente baseou-se no DSM-IV, porém, como os sintomas descritos não destoam ao que preconiza o manual atual, vamos analisá-la com base no compilado mais recente, aproveitando, antes de mais nada para realizar alguns destaques pertinentes. Acompanhe:
- No mais recente Manual de Diagnóstico para Transtornos Mentais, o DSM V, a “síndrome do pânico” passou a ser denominada “Transtorno do Pânico”. Apesar desta atualização (além de outras pequenas alterações) os critérios diagnósticos para esse tipo de transtorno, praticamente mantiveram-se os mesmos. Sobre este assunto destacamos dois pontos relevantes:
- No DSM V, “Transtorno do Pânico” pode ser diagnosticado com ou sem a presença de “agorafobia”. Diz o Manual: “se a agorafobia está presente, um diagnóstico adicional de agorafobia é estabelecido.” (DSM V, 2014, p. 210)
- No novo Manual, DSM V, “Transtorno do Pânico” e “Agorafobia” foram tratados como duas categorias distintas.
- Sobre o Transtorno de Pânico, segundo o DSM-5 (2014, pp. 208-209):
“Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas: […] 1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia. 2. Sudorese. 3. Tremores ou abalos. 4. Sensações de falta de ar ou sufocamento. 5. Sensações de asfixia. 6. Dor ou desconforto torácico […] Transtorno de pânico se refere a ataques de pânico inesperados recorrentes”
a) Esquizofrenia
INCORRETA. Segundo Carpenter & Thaker (2008):
“A esquizofrenia é uma síndrome clínica que provavelmente engloba várias doenças ainda não definidas […] A maioria dos pacientes apresenta comprometimento sutil da cognição. Em muitos casos, os comprometimentos cognitivos e os aspectos emocionais e sociais da doença surgem precocemente na vida. Os sintomas psicóticos tipicamente se manifestam no final da adolescência ou início da fase adulta nos homens e um pouco mais tarde nas mulheres.”
b) Transtorno de estresse Pós-traumático.
INCORRETA. Sobre o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) Knapp & Caminha (2003, pp 31-33) destacam:
“O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é uma psicopatologia que se desenvolve como resposta a um estressor traumático, real ou imaginário, de significado emocional suficiente para desencadear uma cascata de eventos psicológicos e neurobiológicos relacionados.”
c) Transtorno do pânico
CORRETA. As informações do enunciado são compatíveis com o Transtorno mencionado, portanto, alternativa VERDADEIRA.
d) Transtorno obsessivo-compulsivo.
INCORRETA. Quanto ao Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), Dalgalarrondo (2008, p.107) destaca:
“o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) apresenta atenção ou vigilância excessiva e desregulada. O paciente demonstra alterações no controle executivo (funções frontais), na memória de trabalho (intimamente relacionada à atenção) e na seleção de respostas”
e) Depressão
INCORRETA. Dalgalarrondo (2008, p.106) cita:
“Nos quadros depressivos, geralmente há diminuição geral da atenção, ou seja, hipoprosexia. Em alguns casos graves, ocorre a fixação da atenção em certos temas depressivos (hipertenacidade), com rigidez e alguma diminuição da capacidade de mudar o foco da atenção (hipovigilância)”
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Fonte consultada:
Carpenter WT, Thaker GK. Schizophrenia. ACP Medicine. 2008;1-12. Tradução: Soraya Imon de Oliveira. Disponível https://bit.ly/31HCjml Acesso em 16 de fev de 2021.
Knapp, Paulo e Caminha, Renato Maiato. (2003). Terapia cognitiva do transtorno de estresse pós-traumático. Rev. Bras. Psiquiatria, 25 (supl.1), 31-36.
Dalgalarrondo, P. (2008). Psicopatologia e semiologia dos transtornos. 2. ed. Porto Alegre : Artmed.
Araújo, Á. C., & Neto, F. L. (2014). A nova classificação americana para os transtornos mentais–o DSM-5. Revista brasileira de terapia comportamental e cognitiva, 16(1), 67-82.
Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
439) Sobre o Transtorno do Humor, marque a afirmativa correta.
- A) a depressão e a mania frequentemente são chamados de transtornos afetivos, porém a patologia crítica nestes, são o estado emocional interno e não do afeto, e a expressão externa do conteúdo emocional.
- B) duas categorias adicionais de transtono do humor são: a ciclotimia e a distimia que constituem transtornos que representam formas menos graves de transtorno bipolar e depressão maior, respectivamente.
- C) a depressão unipolar e o transtorno bipolar representam transtornos iguais, visto que, são um continuum de experiência emocional.
- D) a prevalência dos transtornos do humor difere de uma raça para outra, existindo uma correlação entre ambas, possivelmente por observações nas práticas diagnósticas.
- E) o transtorno bipolar e a depressão unipolar ocorrem em famílias, porém há evidencias de hereditariedade para o transtorno bipolar, que é menos forte do que para a depressão unipolar.
A alternativa correta é letra A) a depressão e a mania frequentemente são chamados de transtornos afetivos, porém a patologia crítica nestes, são o estado emocional interno e não do afeto, e a expressão externa do conteúdo emocional.
Sobre o Transtorno do Humor, marque a afirmativa correta.
a) a depressão e a mania frequentemente são chamados de transtornos afetivos, porém a patologia crítica nestes, são o estado emocional interno e não do afeto, e a expressão externa do conteúdo emocional.
Essa afirmativa está de acordo com o seguinte trecho do texto “Transtornos Depressivos em Pacientes com Epilepsia do Lobo Temporal Mesial, Refratários às Drogas Antiepiléticas” de Gonçalves:
“Para Kaplan e Sadock, Jaspers, a depressão e mania frequentemente são chamados de transtornos afetivos, porém a patologia crítica nestes transtornos é de humor. É o estado emocional interno de uma pessoa que está comprometido, e não do afeto, a expressão externa do conteúdo emocional. O humor pode ser normal, exaltado ou deprimido, um indivíduo normal experimenta uma grande variedade de humores, e tem um repertório igualmente grande de expressões afetivas, sente-se no controle de seus humores e afetos.”
“Transtornos Depressivos em Pacientes com Epilepsia do Lobo Temporal Mesial, Refratários às Drogas Antiepiléticas” (Gonçalves)
Assertiva Correta.
b) duas categorias adicionais de transtono do humor são: a ciclotimia e a distimia que constituem transtornos que representam formas menos graves de transtorno bipolar e depressão maior, respectivamente.
Essa afirmativa distorce o seguinte trecho do livro “Compêndio de Psiquiatria” de Kaplan e Sadock:
“Três categorias adicionais de transtornos do humor são hipomania, ciclotimia e distimia. Hipomania é um episódio de sintomas maníacos que não satisfaz os critérios para episódio maníaco. Ciclotimia e distimia são transtornos que representam formas menos graves de transtorno bipolar e de depressão maior, respectivamente.”
“Compêndio de Psiquiatria” (Kaplan e Sadock)
Assertiva Falsa.
c) a depressão unipolar e o transtorno bipolar representam transtornos iguais, visto que, são um continuum de experiência emocional.
Não representam transtornos iguais. Observe o texto de Kaplan e Sadock:
“É tentador considerar os transtornos do humor em um continuum com variações normais no humor. Indivíduos com esses transtornos, entretanto, com frequência relatam uma qualidade indefinível, mas distinta, em seu estado patológico. O conceito de um continuum, portanto, pode representar a identificação excessiva do médico com a patologia, desse modo, possivelmente, distorcendo sua abordagem dos pacientes afetados por essa condição.
Pacientes apenas com episódios depressivos maiores têm transtorno depressivo maior ou depressão unipolar. Aqueles com episódios tanto maníacos quanto depressivos ou somente com episódios maníacos são considerados com transtorno bipolar. Os termos “mania unipolar” e “mania pura” às vezes são usados para pacientes bipolares que não têm episódios depressivos.”
“Compêndio de Psiquiatria” (Kaplan e Sadock)
Assertiva Falsa.
d) a prevalência dos transtornos do humor difere de uma raça para outra, existindo uma correlação entre ambas, possivelmente por observações nas práticas diagnósticas.
Mais uma distorção do texto de Kaplan e Sadock:
“Não foi encontrada correlação entre condição socioeconômica e transtorno depressivo maior. Uma incidência mais alta do que a média de transtorno bipolar I é encontrada entre os grupos socioeconômicos mais altos; entretanto, ele é mais comum em pessoas que não têm curso superior do que naquelas com diploma universitário, o que também pode refletir a idade de início relativamente precoce para o transtorno. A depressão é mais comum em áreas rurais do que em áreas urbanas. A prevalência de transtorno do humor não difere entre as raças. Contudo, existe uma tendência dos examinadores a diagnosticar menos transtorno do humor e mais esquizofrenia em pacientes cuja base racial ou cultural difira da sua.”
“Compêndio de Psiquiatria” (Kaplan e Sadock)
Assertiva Falsa.
e) o transtorno bipolar e a depressão unipolar ocorrem em famílias, porém há evidencias de hereditariedade para o transtorno bipolar, que é menos forte do que para a depressão unipolar.
Kaplan e Sadock referem que o Transtorno Bipolar é mais hereditário. Veja:
“As estimativas atuais de concordância para transtorno bipolar variam entre 65 e 100% em gêmeos MZ e entre 10 e 30% em gêmeos DZ, indicando que o transtorno é altamente hereditário (entre cerca de 60 e 80%). Vários estudos demonstraram que esse transtorno é bem mais hereditário do que a depressão maior unipolar, que tem uma hereditariedade estimada entre 30 e 40%”
“Compêndio de Psiquiatria” (Kaplan e Sadock)
Assertiva Falsa.
Portanto, a alternativa correta é a Letra A.
440) Quando há um diagnóstico de Pânico, devemos investigar, visto que ocorre uma associação frequente, a presença de:
- A) Transtorno Afetivo Bipolar
- B) Agorafobia
- C) Esquizofrenia
- D) Transtorno obssessivo- compulsivo
- E) Fobia social
A alternativa correta é letra B) Agorafobia
Quando há um diagnóstico de Pânico, devemos investigar, visto que ocorre uma associação frequente, a presença de:
A questão é de 2012, e provavelmente foi baseada no DSM-4. Explorando o assunto a fim de compreender as principais mudanças do DSM-4 para o atual manual, DSM-5, dividimos a análise em duas partes:
1) As principais mudanças do DSM-4 para o atual manual DSM-5
2) Análise das alternativas
1) As principais mudanças do DSM-4 para o atual manual DSM-5
- Comparando os critérios diagnósticos para os Transtornos de Personalidade no DSM 4 e DSM 5 nota-se que estes não sofreram mudanças. No capítulo apresentado na Seção II do manual em vigor, manteve-se reunidos os mesmos transtornos divididos em três grupos: Grupo A – Transtornos de Personalidade Paranóide, Esquizóide e Esquizotípica; Grupo B – Transtornos de Personalidade Anti-Social, Borderline, Histriônica e Narcisista; e Grupo C – Transtornos de Personalidade Esquiva, Dependente e Obsessivo-Compulsiva.
- No DSM 4 havia uma divisão entre os diagnósticos de Abuso e Dependência de Substâncias. O DSM- 5 removeu esta divisão, reunindo-os sob a denominação de Transtorno por Uso de Substância.
- No mais recente Manual de Diagnóstico para Transtornos Mentais, o DSM V, a “síndrome do pânico” passou a ser denominada “Transtorno do Pânico”. Apesar desta atualização (além de outras pequenas alterações) os critérios diagnósticos para esse tipo de transtorno, praticamente mantiveram-se os mesmos. Sobre este assunto destacamos dois pontos relevantes:
-No DSM V, “Transtorno do Pânico” pode ser diagnosticado com ou sem a presença de “agorafobia”. Diz o Manual: “se a agorafobia está presente, um diagnóstico adicional de agorafobia é estabelecido.” (DSM V, 2014, p. 210)
-No novo Manual, DSM V, “Transtorno do Pânico” e “Agorafobia” foram tratados como duas categorias distintas.
2) Análise das alternativas
a) Transtorno Afetivo Bipolar
INCORRETA. Considerando a CID-10, Del Porto (1999, p. 10), destaca:
“• F31 - Transtorno afetivo bipolar. O transtorno afetivo bipolar pode ser classificado, de acordo com o tipo do episódio atual, em hipomaníaco, maníaco ou depressivo. Os episódios maníacos são subdivididos de acordo com a presença ou ausência de sintomas psicóticos. Os episódios depressivos são classificados de acordo com as regras descritas em F32. O transtorno afetivo bipolar inclui ainda os episódios mistos (F31.6)."
b) Agorafobia
CORRETA. Quando há um diagnóstico de Pânico, devemos investigar, visto que ocorre uma associação frequente, a presença de agorafobia. Segundo o DSM-5 (2014):
“Os indivíduos com agorafobia podem ter medo ou evitar situações sociais (p. ex., ir ao cinema) porque escapar pode ser difícil ou o auxílio pode não estar disponível no caso de incapacitação ou sintomas do tipo pânico, enquanto os indivíduos com transtorno de ansiedade social têm mais medo da avaliação dos outros.”
c) Esquizofrenia
INCORRETA. Segundo Carpenter & Thaker (2008):
“A esquizofrenia é uma síndrome clínica que provavelmente engloba várias doenças ainda não definidas [...] A maioria dos pacientes apresenta comprometimento sutil da cognição. Em muitos casos, os comprometimentos cognitivos e os aspectos emocionais e sociais da doença surgem precocemente na vida. Os sintomas psicóticos tipicamente se manifestam no final da adolescência ou início da fase adulta nos homens e um pouco mais tarde nas mulheres.”
d) Transtorno obssessivo- compulsivo
INCORRETA. Sobre o Transtorno obssessivo- compulsivo-TOC, segundo o DSM-5 (2014):
“O sintoma característico do TOC é a presença de obsessões e compulsões (Critério A). Obsessões são pensamentos repetitivos e persistentes (p. ex., de contaminação), imagens (p. ex., de cenas violentas ou horrorizantes) ou impulsos (p. ex., apunhalar alguém). É importante observar que as obsessões não são prazerosas ou experimentadas como voluntárias: são intrusivas e indesejadas e causam acentuado sofrimento ou ansiedade na maioria das pessoas”
e) Fobia social
INCORRETA. O Transtorno de ansiedade social (Fobia Social), segundo o DSM-5 (2014) é compreendido como:
“A característica essencial do transtorno de ansiedade social é um medo ou ansiedade acentuados ou intensos de situações sociais nas quais o indivíduo pode ser avaliado pelos outros. Em crianças, o medo ou ansiedade deve ocorrer em contextos com os pares, e não apenas durante interações com adultos”
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Fonte consultada:
Carpenter WT, Thaker GK. Schizophrenia. ACP Medicine. 2008;1-12. Tradução: Soraya Imon de Oliveira. Disponível https://bit.ly/31HCjml Acesso em 16 de fev de 2021.
Dalgalarrondo, P. (2008). Psicopatologia e semiologia dos transtornos. 2. ed. Porto Alegre : Artmed.
Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Del Porto, José Alberto. (1999). Conceito e diagnóstico. Brazilian Journal of Psychiatry, 21(Suppl. 1), 06-11. https://dx.doi.org/10.1590/S1516-44461999000500003