Questões Sobre Psicopatologia - Psicologia - concurso
671) Comportamentos de estupor, excitação, posturas inadequadas, negativismo, rigidez, flexibilidade cérea, obediência automática e estereotipias são dominantes no quadro clínico de que tipo de esquizofrenia?
- A) Paranoide.
- B) Hebefrênica.
- C) Catatônica.
- D) Residual.
- E) Indiferenciada.
A alternativa correta é letra C) Catatônica.
Comportamentos de estupor, excitação, posturas inadequadas, negativismo, rigidez, flexibilidade cérea, obediência automática e estereotipias são dominantes no quadro clínico de que tipo de esquizofrenia?
A questão pode ser respondida com o seguinte texto:
"Subtipos
Cinco subtipos de esquizofrenia foram descritos com base predo- minantemente na apresentação clínica: paranoide, desorganizado, catatônico, indiferenciado e residual. O DSM-5 não usa mais esses subtipos, mas eles são listados na 10a revisão da Classificação internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (CID- 10). Eles estão inclusos neste texto porque os autores acreditam que sejam de significância clínica e porque ainda são utilizados pela maioria dos médicos nos Estados Unidos e em outros países para descrever a fenomenologia da esquizofrenia.
Tipo paranoide. O tipo paranoide da esquizofrenia caracteriza-se pela preocupação com um ou mais delírios ou alucinações auditivas frequentes. Classicamente, esse tipo é marcado sobretudo pela presença de delírios de perseguição ou grandeza (Fig. 7.1-4). Esses pacientes costumam ter seu primeiro episódio da doença em idade mais avançada do que aqueles com os tipos catatônico ou desorganizado. Pacientes nos quais a esquizofrenia ocorre no fim da segunda ou terceira décadas de vida em geral já estabeleceram uma vida social que pode ajudá-los a enfrentar a doença, e seus recursos de ego tendem a ser maiores do que os de afetados por esquizofrenia catatônica e desorganizada. Além disso, demonstram menos regressão de suas faculdades mentais, de respostas emocionais e de comportamento do que em outros tipos do transtorno. Indivíduos com esquizofrenia paranoide tendem a ser tensos, desconfiados, cautelosos, reservados e, às vezes, hostis ou agressivos, mas também ocasionalmente capazes de se comportar de forma adequada em algumas situações sociais. Sua inteligência nas áreas que não são invadidas pela psicose tende a permanecer intacta.Tipo desorganizado. O tipo desorganizado da esquizofrenia é caracterizado por regressão acentuada para um comportamento primitivo, desinibido e desordenado e pela ausência de sintomas que satisfaçam os critérios para o tipo catatônico. O início desse subtipo costuma ser precoce, ocorrendo antes dos 25 anos de idade. Os pacientes desorganizados em geral são ativos, mas de uma forma não construtiva, sem objetivo. Seu transtorno do pensamento é pronunciado, e o contato com a realidade é pobre. Sua aparência pessoal é desleixada, e o comportamento social e as respostas emocionais são inadequados, com frequência explodindo em risos sem nenhuma razão aparente. Sorrisos e caretas incongruentes também são comuns nesses pacientes, cujo comportamento pode ser mais bem descrito como tolo ou insensato.
(...)
* hebefrenia: Complexo de sintomas; considerada uma forma de esquizofrenia, caracterizada por comportamento agressivo ou tolo ou maneirismos, afeto inadequado e delírios e alucinações transitórios e não sistematizados. A esquizofrenia hebefrênica é atualmente denominada esquizofrenia desorganizada.(...)
Tipo catatônico. O tipo catatônico da esquizofrenia, que era comum várias décadas atrás, tornou-se raro na Europa e na América do Norte. Sua característica clássica é um distúrbio acentuado da função motora, que pode envolver estupor, negativismo, rigidez, excitação ou posturas bizarras. Por vezes, o paciente exibe alternância rápida entre extremos de excitação e estupor. As características associadas incluem estereotipias, maneirismos e flexibilidade cérea. O mutismo é particularmente comum. Durante a excitação catatônica, os pacientes necessitam de supervisão constante para impedir que machuquem a si mesmos ou outras pessoas. Pode ser necessário atendimento médico devido a desnutrição, exaustão, hiperpirexia ou autolesões.
Tipo indiferenciado. Com frequência, pacientes que claramente têm esquizofrenia não podem ser enquadrados em um subtipo com tanta facilidade. Eles são classificados com esquizofrenia do tipo indiferenciado.Tipo residual. O tipo residual da esquizofrenia caracteriza-se por evidências contínuas do transtorno na ausência de um conjunto completo de sintomas ativos ou de sintomas suficientes para satisfazer o diagnóstico de outro tipo de esquizofrenia. Embotamento emocional, retraimento social, comportamento excêntrico, pensamento ilógico e frouxidão leve das associações são comuns nesse tipo. Quando ocorrem, delírios ou alucinações não são proeminentes nem acompanhados de reações afetivas significativas."
Fonte: "Compêndio de Psiquiatria" (Sadock et al.)
Com isso, encontramos a resposta na Letra C.
a) Paranoide.
b) Hebefrênica.
c) Catatônica.
d) Residual.
e) Indiferenciada.
672) O indivíduo com transtorno afetivo bipolar tipo “ciclador” rápido apresenta muitas fases depressivas, maníacas, hipomaníacas ou mistas em curto período, com apenas breves períodos de remissão. Para o diagnóstico deste tipo, é necessário que o paciente tenha apresentado, nos últimos doze meses, pelo menos quantos episódios de mania?
- A) Um.
- B) Dois.
- C) Três.
- D) Quatro.
- E) Cinco.
A alternativa correta é letra D) Quatro.
O indivíduo com transtorno afetivo bipolar tipo “ciclador” rápido apresenta muitas fases depressivas, maníacas, hipomaníacas ou mistas em curto período, com apenas breves períodos de remissão. Para o diagnóstico deste tipo, é necessário que o paciente tenha apresentado, nos últimos doze meses, pelo menos quantos episódios de mania?
A questão pode ser respondida com o seguinte texto:
"Transtorno afetivo bipolar, tipo “ciclador” rápido
Nesses casos, ocorrem muitas fases depressivas, maníacas, hipomaníacas ou mistas em curto período, com apenas breves períodos de remissão. Para o diagnóstico do tipo “ciclador” rápido, é necessário que o paciente tenha apresentado, nos últimos 12 meses, pelo menos quatro episódios bem caracterizados e distintos de mania (ou hipomania) e/ou depressão. Para dois episódios da mesma polaridade, deve-se verificar intervalos de dois meses de humor normal ou, no caso de episódios de polaridade distinta, guinada para episódio de polaridade oposta (sem necessidade de períodos intermediários de normalidade do humor)."Fonte: "Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais" (Dalgalarrondo)
Com isso, encontramos a resposta na Letra D.
a) Um.
b) Dois.
c) Três.
d) Quatro.
e) Cinco.
673) Com relação à temática da psicopatologia, considere as afirmativas a seguir.
- A) Somente a afirmativa II é verdadeira.
- B) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
- C) Somente a afirmativa III é verdadeira.
- D) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
- E) Todas as afirmativas são verdadeiras.
Com relação à temática da psicopatologia, as afirmativas são:
I. Uma classificação é um processo que permite agrupar e definir critérios para a inclusão ou exclusão de um grupo.
II. Os diagnósticos não são instrumentos úteis para estudos estatísticos sobre saúde pública.
III. É estreita a inter-relação entre o funcionamento do psiquismo com a forma de organização social em que está inscrito.
Assim, a alternativa correta é a letra D, pois apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
674) No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM – IV), encontramos critérios que caracterizam o Transtorno do Pânico. Quanto a esse transtorno, assinale a alternativa CORRETA.
- A) Ataques de pânico sempre se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância.
- B) Os ataques de pânico são mais bem explicados por um outro transtorno mental, como a Fobia Específica ou Social.
- C) A característica essencial é a presença de ataques de pânico recorrentes e inesperados, seguidos por preocupações persistentes de ter outro ataque.
- D) Apenas um ataque de pânico inesperado é suficiente para o diagnóstico.
- E) Após o primeiro ataque, o sujeito não teme outro episódio.
No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM – IV), o Transtorno do Pânico é caracterizado pela presença de ataques de pânico recorrentes e inesperados, seguidos por preocupações persistentes de ter outro ataque.
Portanto, a alternativa correta é a letra C.
675) Considerando como referência o sistema de classificação de doenças DSM-IV-TR, são critérios gerais para o diagnóstico de Transtorno da
- A) I, II e IV.
- B) I, II e V.
- C) I, III e IV.
- D) I, III e V.
- E) II, IV e V.
A alternativa correta é letra A) I, II e IV.
De acordo com a Associação Psiquiátrica Americana APA (2003) Manual Diagnóstico e Estatístico para os Transtornos Mentais DSM-IV-TR (2003):
“Os traços de personalidade são padrões persistentes no modo de perceber, relacionar-se e pensar sobre o ambiente e sobre si mesmo, exibidos em uma ampla faixa de contextos sociais e pessoais. Apenas quando são inflexíveis e mal adaptativos e causam prejuízo funcional ou sofrimento significativo, os traços de personalidade constituem Transtornos de Personalidade. A característica essencial do Transtorno da Personalidade é um padrão persistente de vivência íntima e o comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo e se manifesta em pelo menos duas das seguintes áreas: cognição, afetividade, funcionamento interpessoal ou controle dos impulsos (Critério A). Este padrão persistente é inflexível e abrange uma ampla faixa de situações pessoais e sociais (Critério B) e provoca sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo (Critério C).....” (APA, 2003, p.642).
Com base no trecho supracitado do DSM-IV-TR, vamos a análise das proposições apresentadas.
I. Um padrão persistente de vivência íntima e de comportamento que se desvia de forma acentuada das expectativas da cultura.
CORRETA. Segundo o DSM-IV-TR esta é a característica essencial do Transtorno da Personalidade.
II. Um padrão estável e de longa duração.
CORRETA. De acordo com o DSM-IV-TR o Transtorno da Personalidade se caracteriza por um padrão persistente.
III. O padrão persistente é flexível por abranger uma ampla faixa de situações pessoais e sociais.
INCORRETA. Conforme o DSM-IV-TR (2003, p.642):
“Este padrão persistente é inflexível e abrange uma ampla faixa de situações pessoais e sociais”
IV. O padrão se manifesta nas áreas da cognição, afetividade, desempenho social e controle dos impulsos.
CORRETA. Consta no DSM-IV-TR que o Transtorno da Personalidade se manifesta em pelo menos duas das seguintes áreas supracitadas.
V. Seu início remonta tão somente à infância.
INCORRETA. Este critério não encontra correspondência nos descritores apresentados pelo DSM-IV-TR para o Transtorno da Personalidade.
Considerando a análise realizada, ratifica-se que das proposições apresentadas são consideradas CORRETAS somente “I, II e IV”, portanto, LETRA “A”.
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Fonte consultada:
Associação Psiquiátrica Americana (2003) Manual Diagnóstico e Estatístico para os Transtornos Mentais DSM-IV-TR, (4. ed. Rev.). Porto Alegre: Artmed.
676) Sobre os Transtornos da Personalidade, marque a alternativa INCORRETA.
- A) Em geral, sua sintomatologia é egossintômica.
- B) Personalidade esquiva, passivo-agressiva e antissocial são exemplos de transtornos da personalidade.
- C) A literatura especializada e a prática clínica reconhecem que pessoas com algum transtorno de personalidade têm mais probabilidade de recusar tratamento e de negar seus problemas do que as que apresentam outros quadros de adoecimento psíquico.
- D) Sua sintomatologia é autoplástica.
- E) Não apresentam autocrítica, visto que não se reconhecem doentes, e tendem a estabelecer comportamentos de manipulação na relação com o outro.
A alternativa correta é letra D) Sua sintomatologia é autoplástica.
Sobre os Transtornos da Personalidade, marque a alternativa INCORRETA.
a) Em geral, sua sintomatologia é egossintômica.
CORRETA. Os TP são considerados de sintomatologia egossintômica porque em geral os sintomas são compreendidos pelo indivíduo como pertencentes a ele próprio e de certa forma valorizados pelo sujeito.
b) Personalidade esquiva, passivo-agressiva e antissocial são exemplos de transtornos da personalidade.
CORRETA. Essa era a classificação estabelecida até então pelo DSM-IV, considerando os transtornos mencionados.
c) A literatura especializada e a prática clínica reconhecem que pessoas com algum transtorno de personalidade têm mais probabilidade de recusar tratamento e de negar seus problemas do que as que apresentam outros quadros de adoecimento psíquico.
CORRETA. Essa característica ocorre devido, principalmente, a ausência de autocrítica, onde os indivíduos negam ou procuram camuflar o quadro de adoecimento.
d) Sua sintomatologia é autoplástica.
INCORRETA. Os TP são constituídos em sua maioria de sintomas aloplásticos e não autoplásticos. Autoplástico corresponde a reação que modifica o eu, enquanto aloplástico está relacionado a adaptação que modifica algo exterior ao indivíduo.
e) Não apresentam autocrítica, visto que não se reconhecem doentes, e tendem a estabelecer comportamentos de manipulação na relação com o outro.
CORRETA. A ausência de autocrítica reflete em comportamentos como negação ou de engodo na interação com o outro.
677) M é uma jovem de 25 anos, e, nos últimos 6 meses, vem apresentando alguns sintomas que, além de um sofrimento significativo, fez com que acabasse por ser demitida de seu trabalho. Se antes do surgimento dos sintomas era uma jovem comunicativa e com vários amigos, hoje se mantém afastada e isolada, perdendo muitos de seus contatos sociais. M frequentemente tem insônia, irritabilidade aumentada, angústia constante e dificuldade para se concentrar. Fisicamente, M também sofre o revés de seu atual estado, sendo comum a presença de taquicardia, tontura, dores musculares, sudorese fria, entre outros sintomas. Na maior parte do tempo esses sintomas são basais, no entanto,M sofre crises intermitentes, ocasiões em que os sintomas se intensificam. Seu isolamento é decorrente do medo que sente desses momentos de pico sintomatológico.
- A) depressiva.
- B) do pânico.
- C) mista de ansiedade e depressão.
- D) fóbica.
- E) de Münchausen.
A alternativa correta é letra B) do pânico.
Gabarito Letra B
M é uma jovem de 25 anos, e, nos últimos 6 meses, vem apresentando alguns sintomas que, além de um sofrimento significativo, fez com que acabasse por ser demitida de seu trabalho. Se antes do surgimento dos sintomas era uma jovem comunicativa e com vários amigos, hoje se mantém afastada e isolada, perdendo muitos de seus contatos sociais. M frequentemente tem insônia, irritabilidade aumentada, angústia constante e dificuldade para se concentrar. Fisicamente, M também sofre o revés de seu atual estado, sendo comum a presença de taquicardia, tontura, dores musculares, sudorese fria, entre outros sintomas. Na maior parte do tempo esses sintomas são basais, no entanto,M sofre crises intermitentes, ocasiões em que os sintomas se intensificam. Seu isolamento é decorrente do medo que sente desses momentos de pico sintomatológico.
Com base nessa descrição sintomatológica, M é portadora de síndrome:
a) depressiva.
Errado. A característica central da depressão é o humor deprimido e perda do interesse por atividades, que M não apresenta.
b) do pânico.
Certo! As crises intermitentes que M apresenta são compatíveis com um episodio de pânico, que somado com o medo de ter outra crise caracteriza uma síndrome do pânico.
“A. Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas: Nota: O surto abrupto pode ocorrer a partir de um estado calmo ou de um estado ansioso.
1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia.
2. Sudorese.
3. Tremores ou abalos.
4. Sensações de falta de ar ou sufocamento.
5. Sensações de asfixia.
6. Dor ou desconforto torácico.
7. Náusea ou desconforto abdominal.
8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio.
9. Calafrios ou ondas de calor.
10. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento).
11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo).
12. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”.
13. Medo de morrer.
B. Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as seguintes características:
1. Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou sobre suas consequências (p. ex., perder o controle, ter um ataque cardíaco, “enlouquecer”).
2. Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionada aos ataques (p. ex., comportamentos que têm por finalidade evitar ter ataques de pânico, como a esquiva de exercícios ou situações desconhecidas)
c) mista de ansiedade e depressão.
Errado. O transtorno misto de ansiedade e depressão acontece quando o indivíduo apresenta tanto sintomas de ansiedade quanto de depressão mas sem que nenhum seja suficiente para um diagnóstico próprio. M. apresenta sinais e sintomas suficientes para um diagnostico de pânico, e não apresenta sintomas depressivos suficientes.
d) fóbica.
Errado. Não há um objeto ou situação especifica que M tema.
e) de Münchausen.
Errado. Na síndrome de Munchausen há falsificação de sinais ou sintomas físicos ou psicológicos, ou indução de lesão ou doença, associada a fraude identificada, que M não apresenta.
Fonte: AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5). Arlington, VA: American Psychiatric Association, 2013.
678) O pensamento é uma função psíquica e como tal está sujeito a desequilíbrios. Uma das formas de analisar os processos do pensamento é dividi-lo em três aspectos ou momentos do pensamento: o curso, a forma e o conteúdo. A fuga de ideias é uma das alterações do pensamento e ela se caracteriza por:
- A) uma desaceleração do pensamento, em que a ideia associativa seguinte é desviada. Ocorre em quadros de ansiedade extrema, psicoses tóxicas, em alguns esquizofrênicos, manias e em alguns casos de depressão ansiosa.
- B) uma profunda perda dos enlaces associativos, uma total perda da coerência do pensamento. Sobram apenas “pedaços” de pensamentos, conceitos e ideias fragmentadas, muitas vezes irreconhecíveis, sem qualquer articulação racional e sem que se perceba uma linha diretriz e uma finalidade no ato de pensar. Muito comum em formas avançadas de esquizofrenia e quadros demenciais.
- C) interrupções bruscas e repentinas do pensamento, sem qualquer motivo aparente.Uma alteração quase exclusiva da esquizofrenia.
- D) um afrouxamento dos laços associativos, mas que ainda mantém uma concatenação lógica entre as ideias. As associações parecem mais livres, não tão bem articuladas como em estados cognitivos normais. Comum nas fases iniciais da esquizofrenia e em transtornos da personalidade, principalmente do tipo esquizotípico.
- E) uma mudança na associação entre as palavras, que deixam de seguir uma lógica ou finalidade do pensamento e passam a ocorrer por assonância, as ideias sendo ligadas muito mais pela presença de estímulos externos contingentes. Há também uma aceleração do pensamento. É muito característica das síndromes maníacas.
A alternativa correta é letra E) uma mudança na associação entre as palavras, que deixam de seguir uma lógica ou finalidade do pensamento e passam a ocorrer por assonância, as ideias sendo ligadas muito mais pela presença de estímulos externos contingentes. Há também uma aceleração do pensamento. É muito característica das síndromes maníacas.
Gabarito Letra E
O pensamento é uma função psíquica e como tal está sujeito a desequilíbrios. Uma das formas de analisar os processos do pensamento é dividi-lo em três aspectos ou momentos do pensamento: o curso, a forma e o conteúdo. A fuga de ideias é uma das alterações do pensamento e ela se caracteriza por:
a) uma desaceleração do pensamento, em que a ideia associativa seguinte é desviada. Ocorre em quadros de ansiedade extrema, psicoses tóxicas, em alguns esquizofrênicos, manias e em alguns casos de depressão ansiosa.
Errado. A desaceleração do pensamento acontece na lentificação do pensamento.
“Aceleração do pensamento
O pensamento flui de forma muito acelerada, com uma ideia se sucedendo à outra rapidamente, podendo até ser difícil acompanhar o ritmo do indivíduo. Pode ocorrer nos quadros de mania, em alguns pacientes com esquizofrenia, eventualmente nos estados de ansiedade intensa, nas psicoses tóxicas (sobretudo por anfetamina e cocaína) e na depressão ansiosa.
Lentificação do pensamento
Nesse caso, o pensamento progride lentamente, de forma lenta e dificultosa. Há certa latência entre as perguntas formuladas e as respostas. Ocorre principalmente em pacientes gravemente deprimidos, em alguns casos de rebaixamento do nível de consciência, em certas intoxicações (por substâncias sedativas) e em quadros psico-orgânicos que afetam estruturas subcorticais.”
b) uma profunda perda dos enlaces associativos, uma total perda da coerência do pensamento. Sobram apenas “pedaços” de pensamentos, conceitos e ideias fragmentadas, muitas vezes irreconhecíveis, sem qualquer articulação racional e sem que se perceba uma linha diretriz e uma finalidade no ato de pensar. Muito comum em formas avançadas de esquizofrenia e quadros demenciais.
Errado. Essa é a desagregação do pensamento.
“Desagregação do pensamento Nesse caso, há profunda e radical perda dos enlaces associativos, total perda da coerência do pensamento. Sobram apenas “pedaços” de pensamentos, conceitos e ideias fragmentados, muitas vezes irreconhecíveis, sem qualquer articulação racional, sem que sejam detectadas uma linha diretriz e uma finalidade no ato de pensar. Trata-se de alteração típica de formas avançadas de esquizofrenia e de quadros demenciais.”
c) interrupções bruscas e repentinas do pensamento, sem qualquer motivo aparente.Uma alteração quase exclusiva da esquizofrenia.
Errado. Esse é o bloqueio do pensamento.
“Bloqueio ou interceptação do pensamento Verifica-se o bloqueio do pensamento quando o indivíduo, ao relatar algo, no meio de uma conversa, brusca e repentinamente interrompe seu pensamento, sem qualquer motivo aparente. O paciente pode relatar que, sem saber por que, “o pensamento para”, é bloqueado. Trata-se de alteração quase exclusiva da esquizofrenia.”
d) um afrouxamento dos laços associativos, mas que ainda mantém uma concatenação lógica entre as ideias. As associações parecem mais livres, não tão bem articuladas como em estados cognitivos normais. Comum nas fases iniciais da esquizofrenia e em transtornos da personalidade, principalmente do tipo esquizotípico.
Errado. Esse é o afrouxamento das associações:
“Afrouxamento das associações Nesse caso, embora ainda haja concatenação lógica entre as ideias, nota-se já o afrouxamento dos enlaces associativos (Nobre de Melo, 1979). As associações parecem mais livres, não tão bem articuladas. Manifesta-se nas fases iniciais da esquizofrenia e em TPs (sobretudo TP esquizotípica).”
e) uma mudança na associação entre as palavras, que deixam de seguir uma lógica ou finalidade do pensamento e passam a ocorrer por assonância, as ideias sendo ligadas muito mais pela presença de estímulos externos contingentes. Há também uma aceleração do pensamento. É muito característica das síndromes maníacas.
Certo!
“Fuga de ideias
É uma alteração do fluxo e da estrutura do pensamento secundária a acentuada aceleração do pensamento, na qual uma ideia se segue a outra de forma extremamente rápida, perturbando-se as associações lógicas entre os juízos e os conceitos. A fuga de ideias pode ser classificada como alteração do curso ou como alteração formal do pensamento. Na fuga de ideias, as associações entre as palavras deixam de seguir uma lógica ou finalidade do pensamento e passam a ocorrer por assonância (p. ex., amor, flor, cor... ou cidade, idade, realidade...), e as ideias se associam muito mais pela presença de estímulos externos contingentes (as pessoas que estão presentes na entrevista, os móveis e os quadros da sala de entrevista, um ruído incidental, alguém que entra na sala, etc.). Segundo Nobre de Melo (1979), na fuga de ideias, há o progressivo afastamento da ideia diretriz ou principal, sem prejuízo manifesto, contudo, para a coerência final do relato. Tal noção de preservação da coerência nessa condição não é, entretanto, aceita por todos os autores. A fuga de ideias é uma alteração muito característica dos quadros maníacos do TB.”
Nosso gabarito é Letra E
Fonte: Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais – 3. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019.
679) Ao analisar a formação dos sintomas na XVII Conferência (1917), Freud afirma que, no caso das neuroses de transferência, os pacientes adoecem de uma frustração, quando a satisfação de seus desejos sexuais é inviabilizada pela realidade.O sintoma é:
- A) um produto do recalque, uma satisfação substitutiva aos impulsos pulsionais intoleráveis.
- B) produzido a partir da recusa da realidade.
- C) histérico quando o afeto ligado à ideia intolerável se desloca para o pensamento.
- D) obsessivo-compulsivo quando o afeto é retirado da realidade e investe em uma ideia delirante.
- E) produto da denegação e comporta um aspecto retroativo.
A alternativa correta é letra A) um produto do recalque, uma satisfação substitutiva aos impulsos pulsionais intoleráveis.
Ao analisar a formação dos sintomas na XVII Conferência (1917), Freud afirma que, no caso das neuroses de transferência, os pacientes adoecem de uma frustração, quando a satisfação de seus desejos sexuais é inviabilizada pela realidade. O sintoma é:
A resolução da questão pede que o candidato tenha conhecimento das Estruturas Psíquicas, sendo assim, acompanhe o pequeno resumo:
Síntese sobre as Estruturas Psíquicas
Em uma antiga perspectiva da psicopatologia (com enfoque psicodinâmico) o estudo da personalidade compreendia a divisão da estrutura psíquica através de três divisões básicas: 1) Psicose, 2) Neurose e 3) Perversão. Cada uma das três estruturas possuiria seu próprio mecanismo de defesa. Acompanhe a síntese correspondente a cada uma delas.
Psicose
Na Psicose, basicamente, ao rejeitar a realidade o sujeito passa a criar versões distorcidas da mesma. A psicose divide-se em três subestruturas: 1.1) paranoia (é o outro que persegue); 1.2) autismo (é o outro que “quase” não existe); e 1.3) esquizofrenia (o outro é visto de forma distorcida, por exemplo: como um monstro). A psicose possui como mecanismo de defesa a foraclusão ou forclusão. No caso, o indivíduo “fora/inclui”, ou seja, a pessoa rejeita (exclui) a realidade, criando (incluindo) versões delirantes, fantasiosas ou alucinatórias.
OBS: a inclusão do autismo na estrutura psicose atualmente é contestada por diversas correntes epistemológicas, principalmente, após as reformulações advindas sobre o assunto a partir do DSM-V.
Neurose
Na Neurose, basicamente, a pessoa retém ou ignora para si mesma o problema. A neurose divide-se em três subestruturas: 2.1) histeria (reclamações extenuantes, caracterizando angústia permanente); 2.2) neurose obsessiva (também há reclamações, mas nesse caso existem tentativas de organização do ambiente a fim de fugir do problema, havendo angústia de mudança) e; 3.2) fobia (nesse caso, a angústia se relaciona a uma situação específica, provocando tensão contínua). O mecanismo de defesa da neurose é o recalque ou repressão, ou seja, o neurótico ao procurar reter ou manter ignorado o problema, acaba mantendo o conteúdo problemático reprimido ou recalcado.
Perversão
Na Perversão, a estrutura não é dividida, apesar disso inclui manifestações como sadismo, masoquismo e fetichismo, etc. A pessoa busca o prazer de forma contínua, praticamente de maneira desenfreada. A perversão possui como mecanismo de defesa a denegação (a pessoa nega que suas perversões sejam anômalas ou causem sofrimento).
Com base no exposto vamos a análise das alternativas:
a) um produto do recalque, uma satisfação substitutiva aos impulsos pulsionais intoleráveis.
Alternativa CORRETA. Como constituintes da estrutura neurose, tais manifestações trazem relação com a defesa correspondente desta, o recalque, que opera como uma camuflagem dos reais objetos desejados.
b) produzido a partir da recusa da realidade.
Alternativa INCORRETA. “Recusa da realidade” traz relação com foraclusão, portanto, há maior correspondência com a estrutura psicose que com a neurose, propriamente.
c) histérico quando o afeto ligado à ideia intolerável se desloca para o pensamento.
Alternativa INCORRETA. Na realidade, na histeria há a conversão somática. Conforme Rabelo & Cols. (2017, p. 101):
“A neurose é uma estrutura psíquica caracterizada por sintomas de origem infantil a partir de um conflito psíquico recalcado. A histeria é uma neurose que tem como característica a conversão somática como peculiar na formação de seus sintomas. Elisabeth Von R., um dos famosos casos clínicos de Sigmund Freud, apresentou sintomas conversivos como dores nas pernas e dificuldades em andar, no qual o surgimento ocorreu a partir do seu desejo sexual pelo marido da sua segunda irmã.
d) obsessivo-compulsivo quando o afeto é retirado da realidade e investe em uma ideia delirante.
Alternativa INCORRETA. Investimento em uma ideia delirante traz maior compatibilidade com a estrutura psicose.
e) produto da denegação e comporta um aspecto retroativo.
Alternativa INCORRETA. “Denegação” traz correspondência com a perversão e não com a neurose.
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Fonte consultada:
Oliveira, A. (2015). Psicose, Neurose e Perversão. Disponível em https://psicofilosofando.wordpress.com/2015/08/31/psicose-neurose-e-perversao/. Acesso em 15 de dez de 2018.
Rabelo, I. D. M., Vieira, J. W., de Paula Carvalho, D., & Moura, G. C. (2017). A Neurose Histérica e o Sintoma Conversivo: Considerações Psicanalíticas. Caderno de Graduação-Ciências Humanas e Sociais-UNIT-ALAGOAS, 3(3), 101.
680) Um dos sintomas característicos do sujeito que sofre de estresse pós-traumático é o da resposta de sobressalto exagerada ( resposta musculoesquelética súbita, que varia da simples contração de grupos musculares até o assumir de posturas de defesa em resposta a estímulos inócuos: normalmente barulho ou som alto). Os pacientes assustam-se facilmente. Tais sintomas têm correlação neurobiológica interessante, pois traduzem uma dificuldade na avaliação discriminatória do estímulo e uma incapacidade de modular a resposta, no mais das vezes, extrema e estereotipada. Entre as patologias comórbidas ao TEPT mais frequentes NÃO devemos citar:
- A) transtornos de ansiedade.
- B) abuso/dependência de substâncias psicoativas.
- C) epilepsia.
- D) transtorno obsessivo-compulsivo.
- E) transtornos somatoformes.
A alternativa correta é letra C) epilepsia.
Gabarito: Letra C
Entre as patologias comórbidas ao TEPT mais frequentes NÃO devemos citar:
a) transtornos de ansiedade.
b) abuso/dependência de substâncias psicoativas.
c) epilepsia.
d) transtorno obsessivo-compulsivo.
e) transtornos somatoformes.
Os indivíduos com TEPT tem 80% mais de chance de desenvolver outro transtorno mental, sendo os de humor, ansiedade, abuso/dependência de substâncias, TOC, somatoformes e dissociativos os mais comuns. Veja:
“Dentre as patologias co-mórbidas mais freqüentes se destacam:
• transtornos de humor, especialmente depressão em 46% a 51%;3,32,33
• transtornos de ansiedade em 29% a 56,1%;3,32,33
• abuso/dependência de substâncias psicoativas em 27% a 80%;3,34
• transtorno obsessivo-compulsivo em 13%,32 risco dez vezes maior de apresentá-lo;31
• transtornos somatoformes: pacientes com TEPT teriam probabilidade três vezes maior de apresentar sintomas de somatização;35
• transtornos dissociativos: Saxe et al36 encontraram TEPT em 90% dos pacientes com quadros dissociativos internados em hospital psiquiátrico;”
A epilepsia não é geralmente comórbida.
Nosso gabarito é Letra C.
Fonte: Câmara Filho, José Waldo S e Sougey, Everton BTranstorno de estresse pós-traumático: formulação diagnóstica e questões sobre comorbidade. Brazilian Journal of Psychiatry [online]. 2001, v. 23, n. 4 [Acessado 14 Janeiro 2022] , pp. 221-228.