Questões Sobre Psicopatologia - Psicologia - concurso
741) José e Maria são casados há 12 anos. José é alcoolista e seu consumo de álcool aumentou e diminuiu ao longo dos anos de casado, sem nunca ocorrer um período de abstinência maior que dois meses, quando ele ingressava em um programa de Alcoólicos Anônimos. Maria, desgastada com o sofrimento decorrente da situação já pediu a separação, mas José não aceitou e propôs a realização de psicoterapia de casal, prometendo, também, deixar de beber. Maria aceitou o pedido, alertando que seria a última tentativa. Os dois, então, iniciaram a psicoterapia comportamental de casais.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra A) Certo
Gabarito: Certo
Estudos comprovam que algumas pessoas são geneticamente mais vulneráveis à dependência química, e portanto as substâncias aditivas tem efeitos diferentes nessas pessoas em relação a indivíduos que não herdaram essa vulnerabilidade. Esse item está, então, Certo.
“Em linhas gerais, se considerarmos o grande contingente de indivíduos que experimentam alguma droga, é relativamente pequena a parcela dos que se tornam dependentes, uma vez que certas substâncias não têm elevado potencial inerente de levar à dependência, ao contrário de outras, como cocaína, seus derivados (crack) e heroína. Estas últimas levam ao quadro de DQ com poucas ocasiões de consumo e de forma mais independente da interação com outros fatores de vulnerabilidade. Entretanto, mesmo com níveis reduzidos de consumo de substâncias, a pessoa já pode apresentar impacto significativo na qualidade de vida, e, apesar de conhecermos alguns preditores de piores desfechos, uma vez iniciado o uso de qualquer droga, não é possível assegurar se haverá ou não a trajetória para dependência, marcada por mudanças cerebrais químicas e funcionais significativas e persistentes. Por esse motivo, cada vez mais estudos demonstram a importância de serem enfatizadas estratégias de prevenção. Além disso, ainda não são tão expressivas as opções comprovadamente efetivas de tratamento, e são observadas pequenas taxas de procura. A presença de baixo nível socioeconômico, falta de suporte familiar e comorbidades psiquiátricas graves são fatores que contribuem para menor chance de obter tratamento e sucesso. Estudos com gêmeos elucidaram definitivamente o importante papel da herdabilidade genética, que se manifesta por diversos mediadores, como o funcionamento de enzimas metabolizadoras das drogas, nível de resposta subjetiva individual que pode ocorrer, além de fatores emocionais, cognitivos e de personalidade. O conceito atual aponta que genes interagem com fatores ambientais para determinar o comportamento, com a existência de vulnerabilidade preexistente ao consumo de drogas de maneira geral, e também para cada tipo de substância psicoativa e momento ao longo da vida, em que os fatores genéticos e ambientais passam a ter pesos diferentes. A compreensão da DQ como doença crônica tem implicações para modelos de etiologia, tratamento, prognóstico e políticas na área de saúde, podendo ser comparada a diabetes melitus, hipertersão e asma, uma vez que existe tratamento disponível, com taxas de sucesso e melhora na qualidade de vida consistentes, mas que ainda é não curável. As recidivas de sintomas, ou recaídas, são muitos frequentes, fazem parte do quadro clínico, e representam um desafio para o tratamento. Ainda, a partir dos perfis de herdabilidade destas doenças, entende-se que a vulnerabilidade para adoecer é proveniente, em parte, da carga genética, que irá interagir com outros fatores, de forma semelhante ao que ocorre na fisiopatologia das dependências. Embora a DQ seja uma doença tratada na maioria das vezes por psiquiatras, considerando ser uma patologia do comportamento e cujas alterações de humor, sono, concentração e outras funções psíquicas acabam comprometidas, especialistas de outras áreas comumente fornecem contribuições relevantes.”
Fonte: Chaim, C. H., Bandeira, K. B. P., & Andrade, A. G. de. (2015). Fisiopatologia da dependência química. Revista De Medicina, 94(4), 256-262. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v94i4p256-262
742) Com relação aos diferentes tipos de transtornos e seus tratamentos, julgue o item a seguir.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra A) Certo
Gabarito: Certo
O transtorno depressivo maior é um transtorno comum e tratável, mas nem por isso deve ser menosprezado, pelas suas consequências funcionais e pelo considerável risco de suicídio que apresenta, tornando imperativo um diagnóstico precoce seguido de intervenção adequada. Esse item está, então, Certo
“A possibilidade de comportamento suicida existe permanentemente durante os episódios depressivos maiores. O fator de risco descrito com mais consistência é história prévia de tentativas ou ameaças de suicídio, porém deve ser lembrado que a maioria dos suicídios completados não é precedida por tentativas sem sucesso. Outras características associadas a risco aumentado de suicídio completado incluem sexo masculino, ser solteiro ou viver sozinho e ter sentimentos proeminentes de desesperança. A presença de transtorno da personalidade borderline aumenta sensivelmente o risco de tentativas de suicídio futuras.”
Referência
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
743) Acerca de comportamentos compulsivos, aditivos e suas formas de tratamento, julgue o item a seguir.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra B) Errado
Gabarito: errado
O uso abusivo de álcool é caracterizado sofrimento ou prejuízo funcional associados a substância, e não há situações específicas que possam ser consideradas “seguras”. Esse item está, então, errado. Vamos relembrar um pouco sobre o desenvolvimento do transtorno:
“O primeiro episódio de intoxicação por álcool tende a ocorrer no período intermediário da adolescência. Problemas relacionados ao álcool que não satisfazem todos os critérios para transtorno por uso, ou problemas isolados, podem ocorrer antes dos 20 anos, mas a idade no início de um transtorno por uso de álcool com dois ou mais critérios agrupados chega ao ápice no fim da adolescência ou entre os 20 e os 25 anos. A grande maioria dos indivíduos que desenvolvem transtornos relacionados ao álcool o faz até o fim da faixa dos 30 anos. As primeiras evidências de abstinência dificilmente aparecem antes que vários outros aspectos do transtorno por uso de álcool se desenvolvam. Observa-se início precoce de transtorno por uso de álcool em adolescentes com problemas preexistentes de conduta e em indivíduos com intoxicação de início precoce. O transtorno por uso de álcool apresenta um curso variável, caracterizado por períodos de remissão e recaídas. Uma decisão de parar de beber, frequentemente em resposta a uma crise, tende a ser seguida por um período de semanas ou meses de abstinência, em geral seguido por períodos limitados de consumo controlado e não problemático. Contudo, assim que a ingestão de álcool é retomada, é muito provável que o consumo aumente rapidamente e que voltem a ocorrer problemas graves. O transtorno por uso de álcool costuma ser erroneamente percebido como uma condição intratável, com base no fato de que os indivíduos que se apresentam para tratamento têm, geralmente, história de muitos anos de problemas graves relacionados ao álcool. Entretanto, esses casos mais graves representam apenas uma pequena parcela das pessoas com o transtorno, e o paciente típico tem um prognóstico muito mais promissor. Entre adolescentes, transtorno da conduta e comportamento antissocial repetido costumam ocorrer concomitantemente a transtornos relacionados ao álcool e a outras substâncias. Embora a maioria dos indivíduos com transtorno por uso de álcool desenvolva a condição antes dos 40 anos, talvez 10% apresente início tardio. Mudanças físicas relacionadas à idade em indivíduos mais velhos resultam em suscetibilidade mais elevada do cérebro aos efeitos depressores do álcool; taxas menores de metabolismo hepático de uma variedade de substâncias, incluindo o álcool; e redução do percentual de água no corpo. Essas alterações podem fazer pessoas mais velhas desenvolverem intoxicação mais grave e problemas subsequentes com níveis menores de consumo. Problemas relacionados ao álcool em pessoas mais velhas também apresentam grande probabilidade de associação a outras complicações médicas.”
Referência
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
744) Julgue o item a seguir acerca de eventos estressores e respostas somáticas.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra A) Certo
Gabarito: Certo
O trauma sofrido por crianças vítimas de maus tratos, se não tratado, favorece o desenvolvimento do transtorno da personalidade borderline na vida adulta.
Certo. Os maus-tratos são fatores de risco para o desenvolvimento do transtorno de personalidade borderline. Veja:
“No que concerne aos estressores ambientais, segundo Benetti, Pizetta, Schwartz, Hass e Melo (2010), a vivência de eventos traumáticos, compreendidos como eventos que coloquem em risco a vida, a integridade física ou psicológica do próprio indivíduo ou de alguém próximo (APA, 2014), é fator de risco para a ocorrência de transtornos mentais, em especial os transtornos da personalidade. Os eventos traumáticos mais comumente citados na literatura como preditores do aparecimento de sintomas de TPB [transtorno de personalidade borderline] são os abusos ou maus-tratos na infância (Chapman, Turner, & Dixon-Gordon, 2013; Crick et al., 2005; Reich & Zanarini, 2001; Zanarini et al., 1997; Soloff, Lynch, & Kelly, 2002). Maus-tratos na infância, também chamados de abuso infantil, podem ser entendidos como qualquer atitude, geralmente proveniente de um cuidador, que cause danos físicos e/ou psicológicos a crianças e adolescentes menores de 18 anos. Os abusos podem ser físicos, sexuais ou psicológicos (Bornovalova et al., 2013). Pacientes borderline adultos relatam mais experiências de maus-tratos, de todos os tipos, do que indivíduos com outros transtornos da personalidade (Battle et al., 2004; Oquendo, Miller, & Sublette, 2013; Zanarini & Frankenburg, 1997). Ribeiro e colaboradores (2011) salientam que há evidências de que não apenas a vivência de eventos traumáticos na infância aumenta o risco de TPB, mas também que existe uma maior associação entre TPB e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) do que se esperaria entre indivíduos sem o transtorno. Schestatsky (2005) relaciona e define cinco tipos de eventos traumáticos: 1) abuso sexual: contato ou interação em nível sexual entre um adulto e a criança; 2) abuso físico: punições e agressões físicas; 3) abuso emocional: repetitivos comportamentos verbais e não verbais com o objetivo de humilhar ou controlar a criança; 4) negligência física: incapacidade dos cuidadores de prover necessidades básicas da criança, como alimentação, educação e cuidados de saúde; e 5) negligência emocional: dificuldade para que os cuidadores interajam afetivamente com a criança, por ausências prolongadas de casa, transtornos psiquiátricos e fatores correlatos.”
Referência
Nunes, Fábio Luiz, Rezende, Helga Alessandra de, Silva, Renata Saldanha, & Alves, Marcela Mansur. (2015). Eventos traumáticos na infância, impulsividade e transtorno da personalidade borderline. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 11(2), 68-76. https://dx.doi.org/10.5935/1808-5687.20150011
745) Julgue o item a seguir, acerca da dependência da Internet.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra B) Errado
Gabarito: errado
Existem duas perspectivas que permitem identificar o erro desse item. Primeiramente, sabemos que muitas vezes no tratamento de dependências a retirada total do acesso ao objeto de vício pode ser prejudicial, sendo mais apropriada a redução de danos. Além disso, nos tempos atuais a internet ocupa um espaço central da vida de todos, sendo ainda mais inviável a retirada total do acesso à conexão virtual do que o acesso a uma substância aditiva, por exemplo. Veja:
“Outros sintomas de abstinência incluem aumento de ansiedade, raiva, depressão, irritabilidade e isolamento social. A dificuldade, em relação à experiência de abstinência de internet e outras tecnologias de mídia digital, é que é quase impossível atingir um nível de abstinência total. A vida moderna impede isso. A abstinência como resultado desejado, que geralmente é o objetivo no tratamento do abuso de álcool e substâncias, não é uma probabilidade prática na dependência de internet. Em vez disso, o que se espera atingir é um padrão de uso moderado. Esse padrão moderado foi chamado de usar o computador de forma consciente (Greenfield, 2008). Usar o computador com consciência significa desenvolver e integrar um uso saudável de internet e da tecnologia de mídia. Esse conceito foi primeiramente observado nas numerosas organizações beneficentes alemãs que instruíram o público e lançaram materiais de prevenção sobre comportamentos saudáveis de uso do computador. Um padrão moderado permite um maior grau de autocontrole consciente e uso equilibrado, e é esse uso consciente que permite o maior autocontrole e uso equilibrado. Os objetivos do tratamento, então, passam a ser a educação e a prevenção, para ajudar a restabelecer (dentro de limites razoáveis) um padrão de uso moderado. O uso consciente e a autoconsciência são o processo crítico pelo qual essa mudança acontece. Tais mudanças comportamentais não são obtidas facilmente, e deixaremos que os capítulos sobre estratégias de tratamento examinem melhor esse processo.”
Esse item está errado.
Fonte: As propriedades de dependência do uso de internet. David Greenfield.
Disponível em: https://www.dependenciadeinternet.com.br/nabucocap08.pdf
746) Julgue o item a seguir, acerca de psicologia da saúde e comportamentos de saúde.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra A) Certo
Gabarito: certo
Certo! O estresse pode ser dividido em três fases: alarme, resistência e exaustão. A fase de alarme é a primeira fase, caracterizada pelo aumento da capacidade do organismo de responder ao agente estressor, com respostas autonômicas como o aumento da taxa de batimentos cardíacos e da pressão arterial.
“A reação de estresse pode ser dividida em três fases. A fase de alarme ou excitação, que ocorre quando o organismo reconhece o estímulo como estressante, é caracterizada por aumento da capacidade orgânica em responder ao agente agressor, com ativação do Sistema Nervoso Simpático (SNS) e do eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HHA), resultando em aumento na secreção de catecolaminas (norepinefrina e epinefrina) e de glicocorticóides. Se o estímulo for mantido, a capacidade de reação diminui e o organismo desenvolve mecanismos adaptativos durante a fase seguinte, denominada fase de resistência. Quando essa adaptação não ocorre, desenvolve-se a fase de exaustão, na qual o organismo torna-se suscetível a distúrbios renais, cardiovasculares, gastrintestinais e/ou imunológicos (Lundberg, 2000; McEwen, 2000a).
Frente a estressores internos ou externos, a preservação da homeostasia requer adaptações contínuas autonômicas, endócrinas e comportamentais (Aguilera, 1998). Respostas comportamentais incluem alterações cognitivas e sensoriais, aumento do alerta, intensificação da memória seletiva, supressão de comportamentos de fome e de reprodução e analgesia induzida pelo estresse (McEwen, 2000a; Pacak, McCarty, 2000).
As respostas comportamentais e fisiológicas são desencadeadas pela ativação dos sistemas efetores do estresse primário, incluindo o eixo SNS-medula da adrenal e o eixo HHA. O sistema límbico, ao ser estimulado por um estressor, ativa o hipotálamo, o qual recebe e integra as informações neurais e humorais e estimula a atividade simpática e a secreção de dois neuro-hormônios: o hormônio liberador de corticotrofina (CRH) e a vasopressina. Estes são transportados para a hipófise anterior, onde estimulam a liberação do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). O ACTH, ao atuar na zona fasciculada da glândula adrenal, promove maior secreção de glicocorticóides (Buckingham, 2000)”
Referência
Tanno, Ana Paula, & Marcondes, Fernanda Klein. (2002). Estresse, ciclo reprodutivo e sensibilidade cardíaca às catecolaminas. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, 38(3), 273-289. https://dx.doi.org/10.1590/S1516-93322002000300004
747) No que concerne à dependência química e às formas de tratamento, julgue o item a seguir.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra B) Errado
Gabarito: Errado
Errado. O tratamento de síndromes psicopatológicas geralmente não segue padrões rígidos. É importante que cada caso seja analisado individualmente para que o tratamento seja feito de forma adequada, e só por isso já poderíamos pensar que é equivocado afirmar que um ou outro tipo de intervenção seja necessário, como se dissesse que é impossível um tratamento sem ele. Aqui, o erro é ainda maior, uma vez que as síndromes de dependência são diversas. Por fim, é importante ressaltar que medicamentos psicotrópicos, especialmente os benzodiazepínicos, são muito utilizados no tratamento de algumas síndromes de abstinência, e não de dependência. Veja, por exemplo, uma recomendação de tratamento de síndrome de abstinência do álcool:
“Apesar de haver remissão espontânea da síndrome de abstinência, recomenda-se o tratamento adequado, visando ao alívio dos sintomas e à prevenção de complicações, como o delirium tremens. A droga de escolha para o tratamento da síndrome de abstinência são os benzodiazepínicos, preferencialmente de meia-vida prolongada (diazepam 10 a 20 mg VO repetidos a cada hora até sedação leve; em caso de insuficiência hepática, usar lorazepam 4 a 6 mg VO repetidamente, se necessário). Recomenda-se a retirada gradual da medicação ao longo de 1 semana (cerca de 10 a 20% da dose inicial a cada 2 dias). Deve-se evitar a administração profilática e o uso de doses excessivas, com consequente sedação demasiada. Também pode ser utilizado haloperidol (p. ex., 5 mg IM) no caso de agitação psicomotora intensa ou alucinações.
Frequentemente, estes pacientes, alcoolistas crônicos, apresentam deficiências vitamínicas e nutricionais. Recomenda-se sobretudo a administração de tiamina (100 mg IM e depois 300 mg VO por 7 dias), para evitar o surgimento da síndrome de Wernicke-Korsakoff.
Caso ocorram crises convulsivas no ato do atendimento, deve-se adminstrar diazepam 10 mg EV e, se não houver melhora, fenitoína 15 mg/kg EV; evitar hidantalização indiscriminada. O paciente que apresentou convulsão deve ser mantido em observação (cerca de 1/3 destes pacientes desenvolvem delirium tremens).”
Fonte:
Dependência de Substâncias Psicoativas. Disponível em:
https://www.medicinanet.com.br/dependencia_de_substancias.
748) Sobre o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM), em suas versões mais recentes, é correto afirmar:
- A) Contempla cinco eixos facilitadores da avaliação do paciente, sendo que o eixo III diz respeito à presença ou à ausência de transtornos da personalidade associados ao quadro.
- B) Contempla quatro eixos facilitadores da avaliação do paciente, sendo que o eixo II diz respeito às condições médicas gerais do paciente.
- C) Contempla quatro eixos facilitadores da avaliação do paciente, sendo que o eixo I diz respeito a distúrbios clínicos do paciente.
- D) Contempla cinco eixos facilitadores da avaliação do paciente, sendo que o eixo V diz respeito à presença ou à ausência de um transtorno de personalidade associado ao quadro.
- E) Contempla cinco eixos facilitadores da avaliação do paciente, sendo que o eixo III diz respeito às condições médicas gerais do paciente.
A resposta correta para a questão é:
A alternativa correta é letra E) Contempla cinco eixos facilitadores da avaliação do paciente, sendo que o eixo III diz respeito às condições médicas gerais do paciente.
O Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM) é uma ferramenta importante para a classificação e diagnóstico de transtornos mentais. Em suas versões mais recentes, o DSM contempla cinco eixos que facilitam a avaliação do paciente. O eixo III, especificamente, refere-se às condições médicas gerais do paciente, não a transtornos da personalidade como mencionado nas outras alternativas.
749) Um estudante universitário procura atendimento psicológico na própria universidade na qual está cursando o ensino superior. Conforme o relato desse indivíduo, nos últimos meses, sente-se asfixiado, manifestando, rotineiramente, suor nas mãos, além de um significativo bloqueio na fala quando necessita manifestar suas opiniões em sala de aula. Mais recentemente, sente-se desanimado, com medo de morrer. Conforme esse mesmo relato, no que se refere à hipótese diagnóstica para o quadro, pode-se inferir:
- A) Não é possível considerar a ocorrência de Transtorno de Ansiedade Generalizada, considerando que a sintomatologia desse transtorno não abarca sinais de desânimo nem medo de morrer.
- B) Não é possível considerar a ocorrência de qualquer tipo de transtorno de ansiedade, considerando que o desânimo é um sintoma restrito à Depressão Maior.
- C) É possível considerar a ocorrência de Transtorno de Ansiedade Generalizada, ainda que a sensação de desânimo seja pouco frequente no que se refere à sintomatologia do transtorno.
- D) É possível considerar a ocorrência de Transtorno de Ansiedade Generalizada, uma vez que o medo de morrer é o sintoma mais frequente nesse transtorno.
- E) Não é possível considerar a ocorrência de Transtorno de Ansiedade Generalizada, uma vez que o bloqueio da fala ocorre exclusivamente nos casos de Fobia Social.
A alternativa correta é letra C) É possível considerar a ocorrência de Transtorno de Ansiedade Generalizada, ainda que a sensação de desânimo seja pouco frequente no que se refere à sintomatologia do transtorno.
Os sintomas apresentados pelo estudante universitário, como sentir-se asfixiado, suor nas mãos, bloqueio na fala e medo de morrer, sugerem a possibilidade de um quadro de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). Embora o desânimo e o medo de morrer possam não ser sintomas típicos desse transtorno, eles podem estar presentes devido à intensidade da ansiedade experimentada pelo indivíduo.
A TAG é caracterizada por preocupação excessiva e persistente, associada a sintomas somáticos e cognitivos, como tensão muscular, inquietação, dificuldade de concentração e irritabilidade. O medo de morrer pode ser uma manifestação extrema da ansiedade, enquanto o desânimo pode surgir como resultado da exaustão emocional causada pela intensidade dos sintomas de ansiedade.
Portanto, mesmo que o desânimo não seja um sintoma predominante na TAG, sua presença não exclui a possibilidade desse transtorno, especialmente considerando o contexto clínico e a associação com outros sintomas ansiosos apresentados pelo estudante.
750) No que se refere à classificação dos sintomas da esquizofrenia, considera-se, para uma melhor avaliação do quadro, tanto a presença de sintomas positivos, como também a presença de sintomas negativos. Assinale a alternativa na qual constam SOMENTE sintomas positivos que podem aparecer nesse transtorno.
- A) Delírios bizarros – Alucinações auditivas – Desordem do comportamento
- B) Delírios bizarros – Alucinações visuais – Anedonia
- C) Alucinações auditivas – Anedonia – Abulia
- D) Alucinações visuais – Alucinações auditivas – Embotamento emocional
- E) Delírios Bizarros – Alucinações visuais – Embotamento emocional
A resposta correta para a questão é:
A alternativa correta é letra A) Delírios bizarros – Alucinações auditivas – Desordem do comportamento.
Na esquizofrenia, os sintomas podem ser classificados em positivos e negativos. Os sintomas positivos são aqueles que envolvem a presença de comportamentos ou experiências adicionais que não são normalmente presentes na maioria das pessoas. Na alternativa A, os sintomas positivos mencionados são:
- Delírios bizarros: São crenças falsas e irracionais que persistem mesmo quando há evidências contrárias. Na esquizofrenia, os delírios podem ser especialmente bizarros, como a crença de que se é controlado por forças externas ou de que se possui poderes especiais.
- Alucinações auditivas: Consistem na percepção de vozes ou sons que não têm origem externa. As alucinações auditivas são comuns na esquizofrenia e podem ser perturbadoras para o paciente.
- Desordem do comportamento: Refere-se a alterações significativas no comportamento do paciente, como agitação, comportamento desorganizado ou incomum, dificuldade em manter uma rotina adequada e perda da capacidade de realizar atividades diárias de forma eficaz.
Esses sintomas positivos são importantes para o diagnóstico e a avaliação do quadro de esquizofrenia, pois podem indicar a gravidade do transtorno e influenciar o plano de tratamento.