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Para a psicanálise a personalidade de todos os indivíduos pode ser compreendida por meio de três estruturas mentais que são elas Neurose, Psicose e Perversão. Os mecanismos de defesa dessa estruturas são respectivamente:

Resposta:

A alternativa correta é letra C) Recalque, Foraclusão e Denegação.

  

Para a psicanálise a personalidade de todos os indivíduos pode ser compreendida por meio de três estruturas mentais que são elas Neurose, Psicose e Perversão. Os mecanismos de defesa dessa estruturas são respectivamente:

 
 

Aluno, que tal conhecermos um pouco sobre o assunto, para então analisarmos as alternativas?! Para isso, considere a correção desta questão dividida em duas partes:

1) Conhecimento das Estruturas Psíquicas

2) Análise das alternativas

 
 

1) Conhecimento das Estruturas Psíquicas

 

Em uma antiga perspectiva da psicopatologia (de base psicanalítica) a definição de qual estrutura (Psicose, Neurose ou Perversão) iria compor a personalidade do sujeito (em termos patológicos e não no estado hígido), dependeria, principalmente, da resolução advinda a partir da passagem pelo processo do Complexo de Édipo. A fim de compreender como tal Complexo influenciaria na composição da personalidade, peço ao aluno, gentilmente, que acompanhe o raciocínio desenvolvido nas linhas sequentes.

Sem adentrar em discussões mais aprofundadas sobre afeto/hostilidade da criança em relação às figuras parentais, de forma simples, entenda aqui o Complexo de Édipo, como nada mais, que, o espaço que o sujeito vem a ocupar no sistema de relações sociais adultas. Grosso modo, seria a maneira como o indivíduo irá se localizar (ou “deslocalizar”), principalmente, após ser “apresentado ao universo simbólico da sociedade atrelado à linguagem”. Clarificando o assunto, confira o que menciona Lepine (1974, p. 24):

“O Complexo de Édipo é uma estrutura triádica que introduz a criança na ordem simbólica da linguagem objetivante, o que lhe permite dizer eu, ele ou ela, tu e a situa como criança humana num mundo de terceiros adultos.

 

Do processo atrelado ao Complexo de Édipo, os indivíduos acabam por manifestar uma ou outra estrutura, porém, o que distinguiria o estado hígido (“normal”) do estado patológico (“doença”) seria o grau de sintomas ligados a estrutura, sendo que, quanto maior o grau, maior o sofrimento do indivíduo. Dessa forma, o sofrimento proveniente de tais sintomas psíquicos, originados a partir da resolução do Complexo de Édipo, seria o que levaria à necessidade de tratamento psicológico.

Nesse sentido, o estudo dos sintomas psicológicos na antiga perspectiva da psicopatologia (de base psicanalítica) poderia ser compreendido através de três divisões básicas da estrutura psíquica: 1) Psicose, 2) Neurose e 3) Perversão. Cada uma das três estruturas possuiria seu próprio mecanismo de defesa. A seguir, acompanhe uma síntese correspondente a cada uma delas.

 

PSICOSE

 

Na Psicose, basicamente, ao rejeitar a realidade o sujeito passa a criar versões distorcidas da mesma. A psicose divide-se em três subestruturas: 1.1) paranoia (é o outro que persegue); 1.2) autismo (é o outro que “quase” não existe);  e 1.3) esquizofrenia (o outro é visto de forma distorcida, por exemplo: como um monstro). A psicose possui como mecanismo de defesa a foraclusão ou forclusão. No caso, o indivíduo “fora/inclui”, ou seja, a pessoa rejeita (exclui) a realidade, criando (incluindo) versões delirantes, fantasiosas ou alucinatórias.

OBS: a inclusão do autismo na estrutura psicose atualmente é contestada por diversas correntes epistemológicas, principalmente, após as reformulações advindas sobre o assunto a partir do DSM-V.

 

NEUROSE

 

Na Neurose, basicamente, a pessoa retém ou ignora para si mesma o problema. A neurose divide-se em três subestruturas: 2.1) histeria (reclamações extenuantes, caracterizando angústia permanente); 2.2) neurose obsessiva (também há reclamações, mas nesse caso existem tentativas de organização do ambiente a fim de fugir do problema, havendo angústia de mudança) e; 3.2) fobia (nesse caso, a angústia se relaciona a uma situação específica, provocando tensão contínua). O mecanismo de defesa da neurose é o recalque ou repressão, ou seja, o neurótico ao procurar reter ou manter ignorado o problema, acaba mantendo o conteúdo problemático reprimido ou recalcado.

 

PERVERSÃO

 

Na Perversão, a estrutura não é dividida, apesar disso inclui manifestações como sadismo, masoquismo e fetichismo, etc. A pessoa busca o prazer de forma contínua, praticamente de maneira desenfreada. A perversão possui como mecanismo de defesa a denegação (a pessoa nega que suas perversões sejam anômalas ou causem sofrimento).

 

OBSERVAÇÕES: conforme site especializado*¹:

 
  • Na infância, os quadros clínicos por excelência seriam, do lado da psicose (ausência do terceiro), o autismo e a esquizofrenia, e do lado da neurose (presença do terceiro), a fobia.
 
  • As demais psicoses (paranoia /mania-depressão) e as demais neuroses (histeria de conversão, neurose obsessiva) bem como os quadros perversos (sado-masoquismo, fetichismo, travestismo, voyeurismo-exibicionismo), registrar-se-iam na fase adulta. Mas a divisão infância/fase adulta não é totalmente estanque, visto que na última também podem estar presentes as síndromes características da infância (esquizofrenia, autismo, fobia).
 
 

2) Análise das alternativas

 
  • Apenas a LETRA “C” (Recalque, Foraclusão e Denegação) corresponde ao que requisita o enunciado e é mencionado pelo tópico explicativo supracitado;

   

  • Prosseguindo a análise, destaca-se que embora as demais alternativas até citem algumas das defesas pertinentes, estas não são compatíveis ao que solicita a questão na íntegra, seja pela supressão, acréscimo ou permuta das categorias elencadas.

   

  • Concluindo, ratifica-se, portanto, que a alternativa “C” constitui, de fato, o GABARITO da questão analisada.

   

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Fonte consultada:

*¹BOLETIM CLÍNICO - NÚMERO 7 - OUTUBRO/1999. Disponível em https://bit.ly/3sCKfCE

LEPINE, Claude (1974). O Inconsciente na Antropologia de Levi-Strauss. São Paulo: Editora Ática.

Oliveira, A.  (2015). Psicose, Neurose e Perversão. Disponível em https://abre.ai/co1E . Acesso em 18 de set de 2018.

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