Quando há um diagnóstico de Pânico, devemos investigar, visto que ocorre uma associação frequente, a presença de:
- A) Transtorno Afetivo Bipolar
- B) Agorafobia
- C) Esquizofrenia
- D) Transtorno obssessivo- compulsivo
- E) Fobia social
Resposta:
A alternativa correta é letra B) Agorafobia
Quando há um diagnóstico de Pânico, devemos investigar, visto que ocorre uma associação frequente, a presença de:
A questão é de 2012, e provavelmente foi baseada no DSM-4. Explorando o assunto a fim de compreender as principais mudanças do DSM-4 para o atual manual, DSM-5, dividimos a análise em duas partes:
1) As principais mudanças do DSM-4 para o atual manual DSM-5
2) Análise das alternativas
1) As principais mudanças do DSM-4 para o atual manual DSM-5
- Comparando os critérios diagnósticos para os Transtornos de Personalidade no DSM 4 e DSM 5 nota-se que estes não sofreram mudanças. No capítulo apresentado na Seção II do manual em vigor, manteve-se reunidos os mesmos transtornos divididos em três grupos: Grupo A – Transtornos de Personalidade Paranóide, Esquizóide e Esquizotípica; Grupo B – Transtornos de Personalidade Anti-Social, Borderline, Histriônica e Narcisista; e Grupo C – Transtornos de Personalidade Esquiva, Dependente e Obsessivo-Compulsiva.
- No DSM 4 havia uma divisão entre os diagnósticos de Abuso e Dependência de Substâncias. O DSM- 5 removeu esta divisão, reunindo-os sob a denominação de Transtorno por Uso de Substância.
- No mais recente Manual de Diagnóstico para Transtornos Mentais, o DSM V, a “síndrome do pânico” passou a ser denominada “Transtorno do Pânico”. Apesar desta atualização (além de outras pequenas alterações) os critérios diagnósticos para esse tipo de transtorno, praticamente mantiveram-se os mesmos. Sobre este assunto destacamos dois pontos relevantes:
-No DSM V, “Transtorno do Pânico” pode ser diagnosticado com ou sem a presença de “agorafobia”. Diz o Manual: “se a agorafobia está presente, um diagnóstico adicional de agorafobia é estabelecido.” (DSM V, 2014, p. 210)
-No novo Manual, DSM V, “Transtorno do Pânico” e “Agorafobia” foram tratados como duas categorias distintas.
2) Análise das alternativas
a) Transtorno Afetivo Bipolar
INCORRETA. Considerando a CID-10, Del Porto (1999, p. 10), destaca:
“• F31 - Transtorno afetivo bipolar. O transtorno afetivo bipolar pode ser classificado, de acordo com o tipo do episódio atual, em hipomaníaco, maníaco ou depressivo. Os episódios maníacos são subdivididos de acordo com a presença ou ausência de sintomas psicóticos. Os episódios depressivos são classificados de acordo com as regras descritas em F32. O transtorno afetivo bipolar inclui ainda os episódios mistos (F31.6)."
b) Agorafobia
CORRETA. Quando há um diagnóstico de Pânico, devemos investigar, visto que ocorre uma associação frequente, a presença de agorafobia. Segundo o DSM-5 (2014):
“Os indivíduos com agorafobia podem ter medo ou evitar situações sociais (p. ex., ir ao cinema) porque escapar pode ser difícil ou o auxílio pode não estar disponível no caso de incapacitação ou sintomas do tipo pânico, enquanto os indivíduos com transtorno de ansiedade social têm mais medo da avaliação dos outros.”
c) Esquizofrenia
INCORRETA. Segundo Carpenter & Thaker (2008):
“A esquizofrenia é uma síndrome clínica que provavelmente engloba várias doenças ainda não definidas [...] A maioria dos pacientes apresenta comprometimento sutil da cognição. Em muitos casos, os comprometimentos cognitivos e os aspectos emocionais e sociais da doença surgem precocemente na vida. Os sintomas psicóticos tipicamente se manifestam no final da adolescência ou início da fase adulta nos homens e um pouco mais tarde nas mulheres.”
d) Transtorno obssessivo- compulsivo
INCORRETA. Sobre o Transtorno obssessivo- compulsivo-TOC, segundo o DSM-5 (2014):
“O sintoma característico do TOC é a presença de obsessões e compulsões (Critério A). Obsessões são pensamentos repetitivos e persistentes (p. ex., de contaminação), imagens (p. ex., de cenas violentas ou horrorizantes) ou impulsos (p. ex., apunhalar alguém). É importante observar que as obsessões não são prazerosas ou experimentadas como voluntárias: são intrusivas e indesejadas e causam acentuado sofrimento ou ansiedade na maioria das pessoas”
e) Fobia social
INCORRETA. O Transtorno de ansiedade social (Fobia Social), segundo o DSM-5 (2014) é compreendido como:
“A característica essencial do transtorno de ansiedade social é um medo ou ansiedade acentuados ou intensos de situações sociais nas quais o indivíduo pode ser avaliado pelos outros. Em crianças, o medo ou ansiedade deve ocorrer em contextos com os pares, e não apenas durante interações com adultos”
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Fonte consultada:
Carpenter WT, Thaker GK. Schizophrenia. ACP Medicine. 2008;1-12. Tradução: Soraya Imon de Oliveira. Disponível https://bit.ly/31HCjml Acesso em 16 de fev de 2021.
Dalgalarrondo, P. (2008). Psicopatologia e semiologia dos transtornos. 2. ed. Porto Alegre : Artmed.
Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Del Porto, José Alberto. (1999). Conceito e diagnóstico. Brazilian Journal of Psychiatry, 21(Suppl. 1), 06-11. https://dx.doi.org/10.1590/S1516-44461999000500003
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