Segundo Dalgalarrondo (2019, p. 650) o construto neurose forneceu, ao longo da história da psicopatologia no século XX, uma moldura conceitual e classificatória bastante rica, que abarcava sintomas da série da ansiedade, da fobia, da obsessão, da dissociação, da conversão e da somatização. As neuroses se caracterizavam, no plano da subjetividade, por dificuldades e conflitos intrapsíquicos e interpessoais que mantinham no indivíduo um estado contínuo de sofrimento associado à frustração, angústia, rigidez emocional e sentimentos de inadequação. Seus mecanismos básicos eram o recalque (mas também projeção, deslocamento, negação, regressão, racionalização e formação reativa), que representava a luta interna, quase sempre inconsciente, entre impulsos inaceitáveis perante um julgamento rígido e automático. Também de grande importância eram as dificuldades interpessoais do sujeito neurótico, o qual era marcado pela rigidez e frustração recorrente nas relações pessoais e pela insatisfação constante com o que recebia e dava aos outros.
Marque a alternativa CORRETA acerca do conceito de neurose nos Sistemas Diagnósticos atuais (DSM-5 e CID-11):
- A) Nos sistemas diagnósticos atuais, DSM-5 e CID-11, o conceito de neurose acabou sendo totalmente suprimido. Em seu lugar, entrou um número maior de transtornos, como os de ansiedade (TAG e transtorno de pânico), as fobias, os TOCs, os transtornos dissociativos, os transtornos conversivos, a hipocondria e a somatização, assim como os transtornos relacionados ao estresse e a traumas psíquicos. Assim, o construto neurose como princípio organizador foi abandonado e trocado por uma variedade de transtornos específicos.
- B) Nos sistemas diagnósticos atuais, DSM-5 e CID-11, o conceito de neurose segue em vigor devido à sua relação com a ação inibitória de sintomas positivos – por exemplo, o indivíduo fica pouco ativo, sem iniciativa, isolado dos outros, pois experimenta delírio ou alucinação que o ameaça e impõe retaliações caso saia de seu isolamento.
- C) Nos sistemas diagnósticos atuais, DSM-5 e CID-11, ela geralmente é diagnosticada quando sintomas positivos e negativos ocorrem em conjunto com perdas no funcionamento social, na ausência de sintomas proeminentes de humor (mania e/ou depressão), mas não são decorrentes de doenças neurológicas ou do uso de substâncias.
- D) Nos sistemas diagnósticos atuais, DSM-5 e CID-11, a neurose se caracteriza por fadiga fácil depois de esforço físico ou mental, dores musculares, dificuldade em relaxar, sensação de fraqueza e exaustão corporal, irritabilidade, dificuldade em concentrar-se, tonturas, cefaléias e insegurança.
Resposta:
A alternativa correta é letra A) Nos sistemas diagnósticos atuais, DSM-5 e CID-11, o conceito de neurose acabou sendo totalmente suprimido. Em seu lugar, entrou um número maior de transtornos, como os de ansiedade (TAG e transtorno de pânico), as fobias, os TOCs, os transtornos dissociativos, os transtornos conversivos, a hipocondria e a somatização, assim como os transtornos relacionados ao estresse e a traumas psíquicos. Assim, o construto neurose como princípio organizador foi abandonado e trocado por uma variedade de transtornos específicos.
Marque a alternativa CORRETA acerca do conceito de neurose nos Sistemas Diagnósticos atuais (DSM-5 e CID-11):
A questão está baseada no seguinte texto:
"O construto neurose forneceu, ao longo da história da psicopatologia no século XX, uma moldura conceitual e classificatória bastante rica, que abarcava sintomas da série da ansiedade, da fobia, da obsessão, da dissociação, da conversão e da somatização.
As neuroses se caracterizavam, no plano da subjetividade, por dificuldades e conflitos intrapsíquicos e interpessoais que mantinham no indivíduo um estado contínuo de sofrimento associado a frustração, angústia, rigidez emocional e sentimentos de inadequação, Seus mecanismos básicos eram o recalque (mas também projeção, deslocamento, negação, regressão, racionalização e formação reativa), que representava a luta interna, quase sempre inconsciente, entre impulsos inaceitáveis perante um julgamento rígido e automático. Também de grande importância eram as dificuldades interpessoais do sujeito "neurótico", o qual era marcado pela rigidez e frustração recorrente nas relações pessoais e pela insatisfação constante com o que recebia e dava aos outros.
O psicopatólogo holandês Jan Hendrik van den Berg (1914-2012), em uma vertente existencialista, concebia a neurose como uma perturbação do contato inter-humano, uma perturbação nas relações com o outro. No centro de todas as neuroses, situava-se a angústia (van den Berg, 1970, p. 237).Nessa mesma linha, para Henri Ey (1900-1977), as neuroses representavam antes uma perturbação do equilíbrio interior do sujeito neurótico do que uma mudança em seu sistema de realidade (que, nesse caso, seria a psicose). Nos neuróticos, de modo geral, dominavam as manifestações de uma angústia permanente e de mecanismos de defesa que, em última análise, fracassavam na resolução de conflitos (Ey, 1974).
Nos sistemas diagnósticos atuais, DSM e CID, o conceito de neurose acabou sendo totalmente suprimido. Em seu lugar, entrou um número maior de transtornos, como os de ansiedade (TAG e transtorno de pânico), as fobias, os TOCs, os transtornos dissociativos, os transtornos conversivos, hipocondria e a somatização, assim como OS transtornos relacionados ao estresse e a traumas psíquicos. Assim, o construto neurose como "princípio organizador" foi abandonado e trocado por uma variedade de transtornos específicos.
Certamente, essa troca se relacionou a certo enfraquecimento das concepções psicanalíticas na psiquiatria contemporânea e à maior ênfase em tratamentos farmacológicos e concepções neurobiológicas relacionadas aos distintos quadros ansiosos. De modo geral, os profissionais de orientação psicanalítica continuam utilizando o construto "neurose" na prática clínica e no plano teórico.
Uma das consequências do abandono de construtos abrangentes como "neurose" é o aumento marcante dos diagnósticos de comorbidades, em particular no campo dos transtomos de ansiedade e depressivos em relação a transtoros comórbidos da personalidade. Ao se abandonar categorias amplas, que incluem, além de sintomas, modos de ser e reagir (como a personalidade do indivíduo), os sistemas atuais geram a necessidade de múltiplos diagnósticos de comorbidade, o que muitas vezes é feito de forma estabanada e confusa."Fonte: "Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais" (Dalgalarrondo)
Com isso, encontramos a resposta na Letra A.
a) Nos sistemas diagnósticos atuais, DSM-5 e CID-11, o conceito de neurose acabou sendo totalmente suprimido. Em seu lugar, entrou um número maior de transtornos, como os de ansiedade (TAG e transtorno de pânico), as fobias, os TOCs, os transtornos dissociativos, os transtornos conversivos, a hipocondria e a somatização, assim como os transtornos relacionados ao estresse e a traumas psíquicos. Assim, o construto neurose como princípio organizador foi abandonado e trocado por uma variedade de transtornos específicos.
b) Nos sistemas diagnósticos atuais, DSM-5 e CID-11, o conceito de neurose segue em vigor devido à sua relação com a ação inibitória de sintomas positivos – por exemplo, o indivíduo fica pouco ativo, sem iniciativa, isolado dos outros, pois experimenta delírio ou alucinação que o ameaça e impõe retaliações caso saia de seu isolamento.
c) Nos sistemas diagnósticos atuais, DSM-5 e CID-11, ela geralmente é diagnosticada quando sintomas positivos e negativos ocorrem em conjunto com perdas no funcionamento social, na ausência de sintomas proeminentes de humor (mania e/ou depressão), mas não são decorrentes de doenças neurológicas ou do uso de substâncias.
d) Nos sistemas diagnósticos atuais, DSM-5 e CID-11, a neurose se caracteriza por fadiga fácil depois de esforço físico ou mental, dores musculares, dificuldade em relaxar, sensação de fraqueza e exaustão corporal, irritabilidade, dificuldade em concentrar-se, tonturas, cefaléias e insegurança.
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