“Trata-se de uma forma de esquizofrenia na qual as mudanças afetivas são proeminentes, os delírios e as alucinações fugazes e fragmentários e o comportamento irresponsável e imprevisível; maneirismos são comuns. O afeto é superficial e inadequado. O pensamento está desorganizado e o discurso é cheio de divagações e incoerente. Há uma tendência a permanecer solitário e o comportamento parece vazio de propósito e sentimento”·
De acordo com a CID-10, esta é uma forma de esquizofrenia
- A) paranoide.
- B) catatônica.
- C) hebefrênica.
- D) residual.
- E) simples.
Resposta:
A alternativa correta é letra C) hebefrênica.
Para o entendimento do que traz a questão dividimos a análise em duas partes:
1) Esquizofrenia e seus principais subtipos
2) Análise das alternativas
1) Esquizofrenia e seus principais subtipos
1.1) Definição de esquizofrenia
Segundo Carpenter & Thaker (2008):
“A esquizofrenia é uma síndrome clínica que provavelmente engloba várias doenças ainda não definidas [...] A maioria dos pacientes apresenta comprometimento sutil da cognição. Em muitos casos, os comprometimentos cognitivos e os aspectos emocionais e sociais da doença surgem precocemente na vida. Os sintomas psicóticos tipicamente se manifestam no final da adolescência ou início da fase adulta nos homens e um pouco mais tarde nas mulheres.”
1.2) Principais subtipos
Complementando o assunto, acompanhe uma síntese sobre os principais subtipos da esquizofrenia com base nas contribuições de Carpenter & Thaker (2008), bem como no que encontra-se referido no Portal Educação:
- Esquizofrenia hebefrênica: A esquizofrenia hebefrênica (hoje denominada esquizofrenia desorganizada) é caracterizada por um nível de afeto superficial e incongruente e pela desorganização do pensamento e comportamento.
- Esquizofrenia paranoide: A esquizofrenia paranoide é caracterizada por predominância masculina, aparecimento mais tardio na vida, relativa preservação da cognição e afeto, além de alucinações e ilusões frequentemente persecutórias.
- Esquizofrenia catatônica: A esquizofrenia catatônica é caracterizada por manifestações psicomotoras extremas, com estupor, posicionamento prolongado ou excitação, e deve ser diferenciada da catatonia periódica, que consiste em uma síndrome à parte, não relacionada à esquizofrenia. Por motivos desconhecidos, a esquizofrenia catatônica é rara, atualmente.
- Esquizofrenia simples: A esquizofrenia simples denota uma psicose mais branda (isto é, menos alucinações, ilusões e desorganização), em que os casos tipicamente são caracterizados por um estilo de vida com níveis reduzidos de expressão e experiência emocional, bem como de empenho e impulso social.
- Esquizofrenia residual: a Esquizofrenia residual pode ser definida como o estágio crônico da esquizofrenia. Após a regressão de um quadro inicial fica uma espécie de quadro tardio onde ocorrem predominantemente sintomas negativos. Na esquizofrenia residual houve pelo menos um episódio de esquizofrenia, mas na maior parte do tempo o indivíduo não apresenta sintomas psicóticos positivos como delírios, alucinações, perturbações, comportamentos bizarros e agitações psicomotoras. Os sintomas negativos da psicose são verificamos mais facilmente como o embotamento afetivo, discurso pobre ou avolição e negligência com cuidados pessoais. Pode ocorrer também a presença de sintomas positivos atenuados como discurso levemente desorganizado e crenças infundadas.
2) Análise das alternativas
Considerando as alternativas disponíveis, produz-se os seguintes destaques:
- Apenas a LETRA “C” (hebefrênica) traduz corretamente o subtipo de esquizofrenia associado aos sintomas descritos pelo enunciado, no caso, caracterizada por um nível de afeto superficial e incongruente e pela desorganização do pensamento e comportamento.
- Concluindo a análise, destaca-se que as demais alternativas citam os outros subtipos de esquizofrenia, que foram descritos de forma pertinente no tópico explicativo supracitado.
- Mediante isto, ratifica-se, portanto, que a alternativa “C” constitui, de fato, o GABARITO da questão analisada.
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Fonte consultada:
Carpenter WT, Thaker GK. Schizophrenia. ACP Medicine. 2008;1-12. Tradução: Soraya Imon de Oliveira. Disponível https://bit.ly/31HCjml Acesso em 16 de fev de 2021.
Portal Educação. (s/d). Esquizofrenia residual. Disponível em https://bit.ly/3yZnev6
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