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Um problema é identificado quando são reconhecidas alterações ou mudanças nos padrões de comportamento comum, podendo ser percebidas como sendo de origem quantitativa ou qualitativa.

 

Em razão do exposto, analise as afirmativas a seguir:

 

I. A dificuldade de julgar, quando se configura um problema que necessita de uma avaliação clínica, é sentida tanto pelo sujeito quanto pelos profissionais.

 

II. As mudanças podem ser percebidas na atividade motora, no humor e em outros afetos.

 

III. O sintoma é um sinal de perturbação que pode precocemente servir de alerta.

 

IV. O problema, diretamente conectado a sintomas universais sem qualquer influência da cultura do sujeito.

 

Estão corretas apenas as afirmativas

Resposta:

A alternativa correta é letra A)  I, II e III.

Gabarito Letra A

 

Um problema é identificado quando são reconhecidas alterações ou mudanças nos padrões de comportamento comum, podendo ser percebidas como sendo de origem quantitativa ou qualitativa.

 

Em razão do exposto, analise as afirmativas a seguir:

 

I. A dificuldade de julgar, quando se configura um problema que necessita de uma avaliação clínica, é sentida tanto pelo sujeito quanto pelos profissionais.

Certo!

“Dizem que “os sintomas estão presentes quando os limites da variabilidade normal são ultrapassados” (Yager & Gitlin, 1999, p.694). Então, se considerarmos a aparente continuidade entre ajustamentos que as mudanças de rotina impõem, os estados emocionais associados a acontecimentos da vida diária, as reações a situações estressantes freqüentes e os sintomas iniciais de um transtorno mental, evidencia-se a dificuldade de julgar quando se configura um problema que necessita de uma avaliação clínica. E tal dificuldade tanto pode ser sentida pelo sujeito como pelas pessoas que convivem com o paciente, inclusive por aquelas que podem ser classificadas como agentes de saúde mental (como professores, orientadores, padres, médicos, etc.).” 

 

II. As mudanças podem ser percebidas na atividade motora, no humor e em outros afetos.

Certo!

“Se, como observam Kaplan e Sadock (1999b), a maioria das manifestações de transtornos psiquiátricos representa variações de diferentes graus de um continuum entre saúde mental e psicopatologia, então, na maior parte das vezes, as mudanças percebidas são de natureza quantitativa. Pode-se falar, em primeiro lugar, em alterações autolimitadas, que se verificariam pela presença de um exagero ou diminuição de um padrão de comportamento usual, dito normal. Tais mudanças quantitativas podem ser observadas em várias dimensões, como na atividade (motora, da fala, do pensamento), no humor (depressão vs. euforia), em outros afetos (embotamento, excitação), etc. Freqüentemente, esse tipo de alterações surge como resposta a determinados eventos da vida, e a perturbação é proporcional às causas, ficando circunscrita aos efeitos estressantes dos mesmos. Não obstante, se sua intensidade for desproporcional às causas e/ou tal alteração persistir além da vigência normal dos efeitos das mesmas (por exemplo, no luto patológico), já pode ter uma significação clínica. Naturalmente, deve ser considerada a possibilidade de outras variações, quando uma alteração aparentemente pareceu ser autolimitada, mas reaparece sob diferentes modalidades, numa mutação sintomática, ou da mesma maneira, repetitivamente, de forma cíclica.”

 

III. O sintoma é um sinal de perturbação que pode precocemente servir de alerta.

Certo!

“Parece que, se tomarmos num sentido amplo, a distinção torna-se uma questão de ponto de vista. Shaw (1977), por exemplo, afirmava que “sintoma é um sinal” (p.8), porque se torna significativo na medida em que evidencia uma perturbação. Então, é considerado como um sinal de perturbação, que pode precocemente servir de alerta, mesmo que não tenha sido registrada qualquer queixa explícita, isto é, mesmo que não tenha se verificado a identificação de um sintoma. Por outro lado, na prática, fala-se em sintoma quando parece possível atribuir-lhe uma significação mais clínica. Pode-se, então, afirmar “que os sintomas estão presentes quando os limites da variabilidade normal são ultrapassados” (Yager & Gitlin, 1999, p.693).”

 

IV. O problema, diretamente conectado a sintomas universais sem qualquer influência da cultura do sujeito.

Errado. Sintomas sempre devem ser considerados a partir da cultura em que surgem.

“Quando as mudanças percebidas são de natureza qualitativa, habitualmente chamam a atenção por seu cunho estranho, bizarro, idiossincrásico, inapropriado ou esquisito e, então, mesmo o leigo tende a associá-las com dificuldades mais sérias. Apesar disso, ainda que sejam geralmente tomadas como sinal de perturbação, eventualmente poderão ser explicadas em termos culturais ou subculturais. Pode-se afirmar que “um comportamento ou experiência subjetiva definidos como sintomáticos em um contexto podem ser perfeitamente aceitáveis e estar dentro dos limites normais em outro contexto” (Yager & Gitlin, 1999, p.694). Uma manifestação inusitada, do ponto de vista qualitativo, deve, assim, ser julgada dentro do contexto em que o indivíduo está e, como sintoma, será tanto mais grave se for compelida mais por elementos interiores do que pelo campo de estímulos da realidade, que é praticamente ignorada. Entretanto, é preciso ficar bem claro que um sintoma único não tem valor diagnóstico por si, o que vale dizer que nenhum sintoma é patognomônico de uma determinada síndrome ou condição reconhecida. Assim, “todos os sintomas psiquiátricos devem ser considerados como inespecíficos – vistos em uns poucos e, mais provavelmente, em muitos transtornos” (Yager & Gitlin, 1999, p.694).”

 

Assim, apenas I, II e III estão corretas.

Gabarito Letra A.

 

Referência

CUNHA, Jurema Alcides. Psicodiagnstico-V. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000

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