A entrevista clínica caracteriza-se
- A) na abordagem cognitivo-comportamental, por se centrar na Resposta-Reflexo da comunicação manifesta do cliente, a fim de ampliar a consciência do problema vivido.
- B) na abordagem psicanalítica, por ter o entrevistador como ressonante e amplificador da experiência do cliente.
- C) na abordagem dos gestalt-terapeutas, pelo enfoque no processo e na dialogia, no “aqui e agora”, explorando “Eu-Tu” na relação entre psicoterapeuta-indivíduo, família ou grupo.
- D) na abordagem rogeriana, pelo entendimento de que o sujeito tem uma posição ativa, sempre comunicando mais do que se propõe, e por buscar a historização do indivíduo.
- E) nas abordagens da Gestalt e de Rogers, pela ênfase no “aqui e agora”, com perguntas únicas na busca de respostas únicas; ambas privilegiam os experimentos a fim de interferir no campo experiencial do paciente.
Resposta:
A alternativa correta é letra C) na abordagem dos gestalt-terapeutas, pelo enfoque no processo e na dialogia, no “aqui e agora”, explorando “Eu-Tu” na relação entre psicoterapeuta-indivíduo, família ou grupo.
A entrevista clínica caracteriza-se
a) na abordagem cognitivo-comportamental, por se centrar na Resposta-Reflexo da comunicação manifesta do cliente, a fim de ampliar a consciência do problema vivido.
Esse conceito de resposta-reflexo é utilizado na Abordagem Centrada na Pessoa de Rogers. Veja:
"A entrevista clínica na Abordagem Centrada na Pessoa
(...)
A intervenção característica da Terapia Centrada na Pessoa é conhecida como Resposta-Reflexo, consistindo esta em acentuar a comunicação manifesta pelo cliente. Este tipo de intervenção pode parecer simples, mas não é, pois exige do psicoterapeuta grande habilidade em acompanhar o cliente sem apressá-lo, ou, então, abandoná-lo. É um exercício de sintonia empática e presença permanente, com o objetivo de ampliar a consciência."
Fonte: "(Con) Textos de Entrevista" (Macedo e Carrasco)
Assertiva Falsa.
b) na abordagem psicanalítica, por ter o entrevistador como ressonante e amplificador da experiência do cliente.
Esses conceitos estão relacionados a Abordagem Centrada na Pessoa. Veja:
"A entrevista clínica na Abordagem Centrada na Pessoa
(...)
A partir dessa visão, é indispensável que o psicoterapeuta tenha tais atitudes e saiba transmiti-las ao cliente, impregnando a estrutura e o conteúdo de suas respostas. O psicoterapeuta é uma caixa de ressonância e um amplificador da experiência do cliente. Percebe-o como um todo, não julga, não interroga, não tranqüiliza nem interpreta. Seu objetivo é acompanhar as descobertas do cliente na forma como ele as vai experienciando."
Fonte: "(Con) Textos de Entrevista" (Macedo e Carrasco)
Assertiva Falsa.
c) na abordagem dos gestalt-terapeutas, pelo enfoque no processo e na dialogia, no “aqui e agora”, explorando “Eu-Tu” na relação entre psicoterapeuta-indivíduo, família ou grupo.
Essa é a alternativa correta. Veja mais no texto abaixo:
"O diálogo genuíno explorando o "entre" Eu-Tu é a base da psicoterapia na abordagem gestáltica. Cura, desta forma, é a restauração da totalidade pela relação pessoa-a-pessoa, e quaisquer propostas do psicoterapeuta devem partir do contexto dialógico, incluindo campo total e suas conexões figura/fundo.
(...)
O foco será direcionado ao processo dialógico singular "aqui e agora", incluindo o passado expresso "aqui" e exigindo respostas únicas para perguntas únicas, sempre tendo a perspectiva do todo/organismo. Não haverá, desta forma, regras"
Fonte: "(Con) Textos de Entrevista" (Macedo e Carrasco)
Assertiva Correta.
d) na abordagem rogeriana, pelo entendimento de que o sujeito tem uma posição ativa, sempre comunicando mais do que se propõe, e por buscar a historização do indivíduo.
A busca pela historização do indivíduo é característica da psicanálise.
"A busca pela historização do indivíduo torna-se imprescindível. Freud sempre manteve a aspiração de recuperar a verdade histórica a partir da narrativa do paciente. Hornstein aponta para a possibilidade de articulação dos acontecimentos históricos significativos com as montagens fantasmáticas que acompanham suas representações psíquicas. Encontrar relações entre circunstâncias reais e fantasmáticas e articulá-las com a interpretação que o sujeito elaborou acerca do vivenciado. Historizar implica considerar que a história não é uma estrutura invariável, nem um conjunto de acontecimentos imprevisíveis."
Fonte: "(Con) Textos de Entrevista" (Macedo e Carrasco)
Assertiva Falsa.
e) nas abordagens da Gestalt e de Rogers, pela ênfase no “aqui e agora”, com perguntas únicas na busca de respostas únicas; ambas privilegiam os experimentos a fim de interferir no campo experiencial do paciente.
Essa afirmativa distorce o seguinte texto:
"A entrevista dialógica
Os gestalt-terapeutas acreditam que o ser humano tem um impulso natural para saúde. Em Gestalt-terapia, o paciente apreende por meio de seus sentidos, experimentando-se na relação. É uma psicoterapia abrangente, integrativa e multidimensional, na qual o fundamental é o processo.
(...)
O foco será direcionado ao processo dialógico singular e "aqui e agora", incluindo o passado expresso "aqui" e exigindo respostas únicas para perguntas únicas, sempre tendo a perspectiva do todo/organismo. Não haverá, desta forma, regras rígidas. No entanto, é essencial a postura dialógica de respeito ao outro na sua totalidade e alteridade. A entrevista, o processo, a abordagem e o objetivo são dialógicos no seu enfoque global.
(...)
Neste sentido, a Gestalt-terapia difere da Abordagem Centrada na Pessoa, uma vez que esta opta por não utilizar experimentos, por entender que estes podem interferir demasiadamente no campo experiencial do paciente. Na Gestalt-terapia há uma postura ativa do psicoterapeuta no diálogo no campo fenomenológico do paciente."
Fonte: "(Con) Textos de Entrevista" (Macedo e Carrasco)
Assertiva Falsa.
Portanto, a alternativa correta é a Letra C.
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