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A hipótese de “cultura psicológica” proposta por Castel (1987) nos ajuda a compreender a excessiva psicologização da vida contemporânea, uma vez que:

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Resposta:

A alternativa correta é letra B) o que se visa, na cultura psicológica, não seria a prevenção nem a cura das disfunções, mas o autodesenvolvimento psicológico interminável do indivíduo.

Gabarito Letra B

 

A hipótese de "cultura psicológica" proposta por Castel (1987) nos ajuda a compreender a excessiva psicologização da vida contemporânea, uma vez que:

 

a)  atualmente, as técnicas médico-psicológicas ainda seguem as balizas clássicas do recorte do normal e do patológico, da problemática da prevenção e do tratamento.

Errado. Atualmente essas balizas já estão sendo ultrapassadas.

 

b)  o que se visa, na cultura psicológica, não seria a prevenção nem a cura das disfunções, mas o autodesenvolvimento psicológico interminável do indivíduo.

Certo!

 

c)  as atuais transformações no campo social e sua incidência nas áreas da saúde mental (psiquiatria, psicologia e psicanálise) recusam um processo de programação permanente de si.

Errado. Essas áreas estão caminhando para esse processo de programação de si permanente.

 

d)  o estudo da singularidade é incompatível com as determinações concretas constitutivas de um fenômeno social.

Errado. É a partir do estudo da singularidade que é possível captar as determinações concretas constitutivas de um fenômeno social.

 

e)  há um mercado de bens de saúde mental em redução, com ofertas pouco variadas devido a dificuldades econômicas da população.

Errado. O mercado de bens de saúde mental está em expansão, não redução, com uma variedade imensa de oferta de terapias.

 

Veja:

“Castel (1987) considera que se vive no bojo de uma nova cultura psicológica, em um movimento de superação da antipsiquiatria e pós-psicanálise. Atualmente, as técnicas médico-psicológicas já estariam ultrapassando as balizas clássicas do recorte do normal e do patológico, da problemática da prevenção e do tratamento, em direção a um processo de programação de si permanente. O que se visa na cultura psicológica não seria a prevenção nem a cura das disfunções, mas o autodesenvolvimento psicológico interminável do indivíduo. O mundo e a vida passam a ser compreendidos e interpretados como algo psicologicamente administrável e transformável, em um processo de psicologização crescente da totalidade da existência humana. A perspectiva cultural atual localiza e circunscreve na psicologia a plenitude da vocação social dos indivíduos: o objetivo seria então tratar o indivíduo normal e a sociabilidade comum.

Na origem dessa cultura psicológica, Castel (1987) detectou a desestabilização da psicanálise e sua dissolução em uma cultura psicanalítica de massa. A psicanálise teria dado caução teórica e técnica para a psicologia clínica e para outras profissões centradas na relação interpessoal e na ajuda (assistentes sociais, educadores, professores, pedagogos, advogados). Na grande nebulosa do psicológico, "estabeleceu-se um consenso para fazer da criança em relação ao homem, e da criança em cada homem, a chave de seu destino pessoal e o princípio explicativo essencial de sua história" (Castel, 1987, p.135). Se o fascínio pela psicanálise intensificou um interesse generalizado pela psicologia, transformando o discurso psicanalítico no principal codificador psicológico da existência humana, também retirou da psicanálise sua especificidade, banalizando-a enquanto denominador comum de um meio cultural.”

 

Nosso gabarito é Letra B.

 

Referência

Benelli, Sílvio José. (2009). A cultura psicológica no mercado de bens de saúde mental contemporâneo. Estudos de Psicologia (Campinas)26(4), 515-536

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