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Questões Sobre Teorias e Técnicas Psicoterápicas - Psicologia - concurso

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151) Analise as afirmativas abaixo sobre o conceito de “relação dialógica” em Gestalt Terapia, segundo Joyce e Sills (2016).

1. É considerada uma forma de relacionamento terapêutico, para a teoria.
2. O terapeuta, nessa relação, deve estar plenamente presente e ser autêntico com o cliente.
3. O compromisso é apenas com o cliente e nunca com o diálogo.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

  • A) É correta apenas a afirmativa 1.
  • B) É correta apenas a afirmativa 2.
  • C) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
  • D) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
  • E) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra C) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.

Gabarito Letra C

 


1. É considerada uma forma de relacionamento terapêutico, para a teoria.

Certo! A Gestalt terapia se baseia na relação dialógica, como uma forma de relacionamento terapêutico.

“A teoria que embasa o processo da relação terapeuta-cliente nessa abordagem é a filosofia de Martim Buber, conhecida como relação dialógica, na qual as palavras-princípio Eu-Tu e Eu-Isso demonstram as duas dimensões da filosofia do diálogo que fundamentam a existência do homem.

Buber lutou para que o ser humano saísse de seu egoísmo e estivesse disposto a engajar-se no diálogo, por acreditar que o homem por si só não existe - ele só existe enquanto ser em relação com o mundo e/ou com os outros. Assim, o homem torna-se produto de seus relacionamentos, que são modos possíveis de existência e refletem dois pólos da mesma humanidade, que são: a relação Eu-Tu e a relação Eu-Isso, as quais são consideradas essenciais ao homem (RYCNER, 1995).

O diálogo genuíno (a relação dialógica) é um encontro que acontece entre Eu e Tu, a partir da qual me identifico como Eu e identifico o outro corno Tu. A atitude Eu-Tu é um ato essencial do homem, urna atitude de encontro entre dois parceiros na reciprocidade e na confirmação mútua.


2. O terapeuta, nessa relação, deve estar plenamente presente e ser autêntico com o cliente.

Certo!

“Ao dissertar sobre a relação dialógica, Joyce e Sills (2016) afirmam:

um terapeuta que oferece uma relação dialógica precisa estar completamente presente, compreendendo, validando e sendo autêntico com seu cliente. Isso é, certamente, uma prática muito exigente e difícil, à qual aspiramos e não constantemente alcançamos. No entanto, é a intenção que é mais importante (p.70).


3. O compromisso é apenas com o cliente e nunca com o diálogo.

Errado. A relação dialógica é fundamentada pelo diálogo genuíno.

 

Assim, apenas 1 e 2 estão corretas.

Gabarito Letra C

Fonte: Freitas, Julia Rezende Chaves Bittencourt de. (2016). A relação terapeuta-cliente na abordagem gestáltica. IGT na Rede13(24), 85-104

Motta, Hinayana Leão, Assis, Gustavo Alves Pereira de, & Satelis, Leila Ribeiro. (2020). A gestalt-terapia como clínica do encontro: compreendendo a relação dialógica. Revista da Abordagem Gestáltica26(spe), 382-392.

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152) Assinale a opção que NÃO se refere aos fatores terapêuticos propostos por Yalom para a Psicoterapia de Grupo:

  • A) Universalidade
  • B) Coesão Grupal
  • C) Catarse
  • D) Identificação
  • E) Racionalização

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra E) Racionalização

Gabarito: Letra E

Assinale a opção que NÃO se refere aos fatores terapêuticos propostos por Yalom para a Psicoterapia de Grupo:

 

Relembre todos os fatores terapêuticos do grupo, segundo Yalom:

“Yalom propôs um conjunto de 11 fatores, que seriam os fatores terapêuticos na terapia de grupo (Vinogradov; Cox; Yalom, 2003).

• Instilação da esperança. Ter esperança de melhorar é crucial para qualquer terapia. Perceber a melhora de outras pessoas que têm os mesmos problemas faz com que os pacientes acreditem que também são capazes de vencer suas dificuldades.

A universalidade do problema. Perceber outras pessoas com o mesmo problema diminui o isolamento, a vergonha e o estigma associados aos sintomas de muitos transtornos mentais.

 • Compartilhamento de informações. Ocorre sempre que o terapeuta dá informações, ou quando há troca de informações entre os membros, em grupos de problemas específicos (obesidade, trauma, tabagistas, drogaditos, pacientes com problemas médicos em comum).

• Altruísmo. O grupo estimula a possibilidade de ajudar os outros, um desejo inerente ao ser humano.

• Socialização. Desenvolvimento de habilidades sociais em decorrência do próprio convívio em grupo (contato visual, apertar as mãos, ouvir os outros).

• Comportamento imitativo. Pela simples observação do comportamento saudável das outras pessoas.

Catarse. Possibilidade de obtenção de alívio pela ventilação de emoções. Está ligada à universalidade e à coesão.

 • Recapitulação corretiva. Possibilidade de reviver e recapitular no grupo padrões de comportamento semelhantes aos que apresenta em seu grupo familiar primário, ao interagir com os demais membros do grupo, havendo a oportunidade de corrigi-los (submissão, competição, dependência).

• Fatores existenciais. A abordagem dos grandes temas ou problemas existenciais (doença, morte, luto, isolamento) auxilia as pessoas a lidar com essas questões.

Coesão grupal. O sentido de pertencer a um grupo e ter afinidade com seus membros facilita a aceitação dos demais e dos aspectos inaceitáveis de si próprio, além de possibilitar o estabelecimento de relacionamentos mais profundos com os outros.

• Aprendizagem interpessoal. Em grupos de longa duração, o ambiente grupal permite o surgimento da psicopatologia individual, que, na interação com os demais, pode ser identificada e corrigida.”


a)  Universalidade
b)  Coesão Grupal
c)  Catarse
d)  Identificação
e)  Racionalização

 

Racionalização não é um desses fatores terapêuticos. Via de regra, identificação também não é, mas é um elemento que permeia vários dos outros fatores.

Nosso gabarito é Letra E

 

Fonte: Psicoterapias : abordagens atuais [recurso eletrônico] / Aristides Volpato Cordioli (organizador) – 3. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2008. 

153) Sobre a Psicoterapia Grupal, analise os itens:

I.O grupo oferece ao terapeuta, por meio da interação de seus integrantes, um acesso privilegiado aos conflitos e relacionamentos (vínculos) que eles estabelecem, podendo assim abordar e tratar as patologias existentes. Isso constitui a principal diferença entre a psicoterapia psicodinâmica individual e a de grupo: enquanto nos grupos as relações intersubjetivas (vínculos) fazem parte do aqui e agora, no tratamento individual essas relações estão no lá e então e são apenas relatadas pelo paciente.

II.A existência de um grupo pressupõe uma série de características psicológicas que lhe é intrínseca e, portanto, definidora de o que é um grupo. Esse conjunto de características se chama setting grupal e ocorre em todos os grupos humanos, independentemente da sua finalidade. Um terapeuta de grupo deve compreendê-los adequadamente para minimizar os seus efeitos obstrutivos e maximizar os seus efeitos catalisadores de mudanças e de crescimento emocional.

III.O enquadre grupal é o conjunto de regras e combinações que organizam e possibilitam o processo grupal terapêutico. São as “regras do jogo”. Ele inclui os aspectos práticos do tratamento: local, horário, frequência e duração das sessões, honorários, férias, número de participantes, grupo aberto ou fechado, etc. Ao mesmo tempo, o enquadre também funciona como um “organizador psicológico” que estabelece limites e funções e proporciona a segurança necessária para os pacientes poderem se desnudar ao longo do tratamento.

IV.O funcionamento de um grupo, sua cultura, sua organização gestáltica e sua “produtividade” são fortemente influenciados pela composição (ou agrupamento, como denominam alguns autores) de seus membros.

V.O encontro de pessoas no grupo produz um fenômeno denominado de estado de reflexos, no qual cada participante pode refletir nos outros e ter refletidos pelos outros os vários aspectos de sua imagem social e psicológica. Isso oferece ao indivíduo uma oportunidade ímpar de reconhecer identificações patológicas, produzindo novas identificações mais saudáveis.

Estão CORRETAS apenas as afirmativas:

  • A) III, IV e V.
  • B) I, II e III.
  • C) II, III e IV.
  • D) I, III e IV.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) I, III e IV.

Gabarito Letra D

 

Certo! Essa informação está no livro do Cordioli:

“O grupo oferece ao terapeuta, por meio da interação de seus integrantes, um acesso privilegiado aos conflitos e relacionamentos (vínculos) que eles estabelecem, podendo assim abordar e tratar as patologias existentes. Isso constitui a principal diferença entre a psicoterapia psicodinâmica individual e a de grupo: enquanto nos grupos as relações intersubjetivas (vínculos) fazem parte do aqui-e-agora, no tratamento individual essas relações estão no lá-e-então e são apenas relatadas pelo paciente.”

 

 Errado. O setting grupal é o conjunto de limites, regras e combinados que são realizados pelo grupo. Esse conjunto de características é chamado de dinâmica grupal.

 

Certo! Veja:

“Enquadre grupal (setting) O enquadre grupal é o conjunto de regras e combinações que organizam e possibilitam o processo grupal terapêutico. São as “regras do jogo”. Ele inclui os aspectos práticos do tratamento: local, horário, freqüência e duração das sessões, honorários, férias, número de participantes, grupo aberto ou fechado, etc. Ao mesmo tempo, o enquadre também funciona como um “organizador psicológico” que estabelece limites e funções e proporciona a segurança necessária para os pacientes poderem se desnudar ao longo do tratamento. Ele é um continente para as interações necessárias. Um exemplo disso está na mudança de “clima” que ocorre entre os pacientes quando saem da sala de espera e entram na sala de atendimento para iniciar a sessão. Dessa função decorre a importância do enquadre ser mantido firmemente estável e constante. Mudanças de horário e falta do terapeuta devem ser evitadas ao máximo” 

 

Certo! Veja:

O funcionamento de um grupo, sua cultura, sua organização gestáltica e sua “produtividade” são fortemente influenciados pela composição (ou agrupamento, como denominam alguns autores) de seus membros. Em função disso, o terapeuta deve tentar compor pacientes que tenham menor probabilidade de um término prematuro (abandono), visando a estabelecer ou manter a integridade grupal, o que facilita a coesão, que é a principal diretriz na composição de grupos terapêuticos (Yalom; Leszcz, 2006). Nesse sentido, o terapeuta tem a difícil tarefa de prever, nas entrevistas de seleção, o comportamento interativo do indivíduo com o grupo e do grupo com o novo membro. Ele deve se valer dos seus sentimentos e contratransferências, que constituem um excelente indicador da complementaridade de papéis possíveis de serem desempenhados e de seu impacto, positivo ou negativo, na integridade do grupo.” 

 

Errado. O nome disso é galeria de espelhos, e não estado de reflexos.

“O encontro de pessoas no grupo produz um fenômeno que Foulkes denominou de galeria de espelhos, no qual cada participante pode refletir nos outros e ter refletidos pelos outros os vários aspectos de sua imagem social e psicológica. Isso oferece ao indivíduo uma oportunidade ímpar de corrigir identificações patológicas, produzindo novas identificações mais saudáveis.”

 

Assim, estão corretas apenas I, III e IV.

Nosso gabarito é Letra D

 

Fonte: Psicoterapias : abordagens atuais [recurso eletrônico] / Aristides Volpato Cordioli (organizador) – 3. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2008.

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154) De acordo com Muller-Granzotto: “Para uma clínica gestáltica, a intervenção nos comportamentos neuróticos tem um duplo sentido político: por um viés, ela consiste em ajudar o consulente a ir além do seu apego ao passado; mas, por outro, ela se traduz no acolhimento à função política desse apego”. Assinale a alternativa incorreta.

  • A) Se é verdade que os afetos vêm do passado, isso não significa que tragam dele o conteúdo que lhes dá sentido, até porque o sentido que se atribui a um afeto, mesmo quando se menciona o passado, é sempre construído no presente.
  • B) A repetição de um afeto está antes atrelada ao passado da relação do consulente; muito pouco o analista teria a fazer pelo analisando que não interpretar para este a suposta cena que estaria a repetir.
  • C) A terapia consiste em analisar a estrutura interna da experiência concreta: não tanto o que está sendo experienciado, relembrado, feito, dito etc., mas a maneira como o que está sendo relembrado é relembrado, ou como o que é dito é dito.
  • D) Conforme o entendimento de Fritz Perls, se a repetição está apoiada na atualidade da relação, procurando para si uma nova resolução, o trabalho analítico não pode consistir em reencontrar algo, e sim em criar uma novidade.
  • E) Do ponto de vista da tarefa ética da clínica gestáltica, que é o encontro com esse outrem (inédito e repetido) que se manifesta com e para a elaboração do consulente, cada sessão é única.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) A repetição de um afeto está antes atrelada ao passado da relação do consulente; muito pouco o analista teria a fazer pelo analisando que não interpretar para este a suposta cena que estaria a repetir.

Gabarito Letra B

De acordo com Muller-Granzotto: “Para uma clínica gestáltica, a intervenção nos comportamentos neuróticos tem um duplo sentido político: por um viés, ela consiste em ajudar o consulente a ir além do seu apego ao passado; mas, por outro, ela se traduz no acolhimento à função política desse apego”. Assinale a alternativa incorreta.
a)  Se é verdade que os afetos vêm do passado, isso não significa que tragam dele o conteúdo que lhes dá sentido, até porque o sentido que se atribui a um afeto, mesmo quando se menciona o passado, é sempre construído no presente.

Certo!

“O questionamento de Lacan, em certa medida, vai ao encontro das críticas que, muito antes, Fritz Perls dirigiu aos seus colegas freudianos, no sentido de pontuar que, em análise, os afetos que enovelam o analista e o analisando não têm relação obrigatória com uma suposta cena que retornaria do passado. Se é verdade que os afetos vêm do passado, isso não significa que tragam dele o conteúdo que lhes dá sentido, até porque, em análise, o sentido que se atribui a um afeto, mesmo quando se menciona o passado, é sempre construído no presente. Dessa maneira, a repetição de um afeto está antes atrelada à atualidade da relação do analista com o analisando, a qual sempre representa uma nova chance para os afetos encontrarem uma destinação na realidade, do que a uma suposição abstrata sobre a ocorrência de uma cena traumática.”


b)  A repetição de um afeto está antes atrelada ao passado da relação do consulente; muito pouco o analista teria a fazer pelo analisando que não interpretar para este a suposta cena que estaria a repetir.

Errado. Essa é uma perspectiva psicanalítica, e não gestáltica.


c)  A terapia consiste em analisar a estrutura interna da experiência concreta: não tanto o que está sendo experienciado, relembrado, feito, dito etc., mas a maneira como o que está sendo relembrado é relembrado, ou como o que é dito é dito.

Certo!

“De acordo com a proposição da "terapia como análise gestáltica" formulada por PHG (1951, p. 46), a

terapia consiste, assim, em analisar a estrutura interna da experiência concreta [que, conforme vimos, diz respeito à função id, especificamente ao excitamento mobilizado pela repetição de um hábito), qualquer que seja o grau de contato desta; não tanto o que está sendo experienciado, relembrado, feito, dito, etc., mas a maneira como o que está sendo relembrado é relembrado, ou como o que é dito é dito, com que expressão facial, tom de voz, sintaxe, postura, afeto, omissão, consideração ou falta de consideração para com a outra pessoa etc. (grifo dos autores)”


d)  Conforme o entendimento de Fritz Perls, se a repetição está apoiada na atualidade da relação, procurando para si uma nova resolução, o trabalho analítico não pode consistir em reencontrar algo, e sim em criar uma novidade.

Certo!

“Tal como era empregado pelos freudianos dos anos 1940, a noção de transferência fazia crer que muito pouco o analista teria a fazer pelo analisando que não interpretar para este a suposta cena que ambos estariam a repetir. Todavia, conforme o entendimento de Fritz Perls, se a repetição está apoiada na atualidade da relação, procurando para si uma nova resolução, o trabalho analítico não pode consistir em reencontrar algo, e sim em criar uma novidade. É por esse motivo que Fritz Perls passou a trabalhar em análise como um participe das vivências efetivamente operadas no consultório. Não se trata, aqui, de uma contratransferência, mas de um fazer conjunto. Ou, como mais tarde dirão Erving e Miriam Polster (1973), comentando a afirmação de Fritz Perls de que o "terapeuta é seu próprio instrumento”


e)  Do ponto de vista da tarefa ética da clínica gestáltica, que é o encontro com esse outrem (inédito e repetido) que se manifesta com e para a elaboração do consulente, cada sessão é única.

Certo!

Do ponto de vista da tarefa ética da clínica gestaltica, que é o encontro com esse outrem (inédito e repetido) que se manifesta com e para a elaboração do consulente, cada sessão é única. Cada sessão, nesse sentido, caracteriza uma línica. E uma das principais virtudes da teoria do self reside justamente em assi nalar essa singularidade das vivências de contato que caracterizam a experiência clínica Contudo, do ponto de vista do clínico, daquele que deseja, mediante essa manifestação de outrem com e para o consulente, encontrar um "lugar", a elabo: ração desse "lugar" é algo muito importante. Evidente que não se trata de elaborar tal lugar para o consulente. Trata-se, para o clínico, de elaborá-lo para si; o que ele vai fazer em regime de supervisão. Em última instância, tal elaboração visa favo recer a fluidez no processo analitico com o consulente.”

 

Nosso gabarito é Letra B

155) A relação terapêutica envolve todos os elementos, sentimentos, pensamentos e atitudes que ocorrem a partir do momento em que se forma uma dupla terapeuta-paciente. Em psicoterapia, além de técnicas especiais de cada escola psicoterapêutica, os fenômenos que ocorrem na relação entre terapeuta e paciente são determinantes para que se consiga atingir os objetivos propostos. Assinale a alternativa incorreta sobre Aliança Terapêutica ou de Trabalho (AT) em psicoterapia.

  • A) A AT é composta de três elementos essenciais: (1) desenvolvimento de vínculo pessoal composto de sentimentos positivos recíprocos; (2) acordo sobre os objetivos do tratamento; (3) acordo sobre as tarefas que cabem ao terapeuta e ao paciente no processo psicoterapêutico.
  • B) A AT é um elemento determinante e comum a todas as formas de psicoterapia e refere-se ao vínculo estabelecido entre paciente e terapeuta, o qual é fundamental para o trabalho psicoterapêutico.
  • C) A técnica é baseada na teoria clínica (e norteada por ela) que referencia o tratamento, enquanto a aliança representa quanto terapeuta e paciente estão conseguindo caminhar juntos no processo terapêutico. Sob esse ponto de vista, é um elemento comum a todas as técnicas psicoterapêuticas.
  • D) A AT representa o componente do relacionamento entre o paciente e seu terapeuta impactado pela transferência; corresponde aos elementos da relação real e simbólica que atuam nos objetivos terapêuticos.
  • E) A AT diz respeito à parte racional e intencional dos sentimentos do paciente para com seu terapeuta. Para Greenson, a origem da AT está na motivação do paciente para superar sua sensação de desamparo.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) A AT representa o componente do relacionamento entre o paciente e seu terapeuta impactado pela transferência; corresponde aos elementos da relação real e simbólica que atuam nos objetivos terapêuticos.

Gabarito Letra D

A relação terapêutica envolve todos os elementos, sentimentos, pensamentos e atitudes que ocorrem a partir do momento em que se forma uma dupla terapeuta-paciente. Em psicoterapia, além de técnicas especiais de cada escola psicoterapêutica, os fenômenos que ocorrem na relação entre terapeuta e paciente são determinantes para que se consiga atingir os objetivos propostos. Assinale a alternativa incorreta sobre Aliança Terapêutica ou de Trabalho (AT) em psicoterapia.
a)  A AT é composta de três elementos essenciais: (1) desenvolvimento de vínculo pessoal composto de sentimentos positivos recíprocos; (2) acordo sobre os objetivos do tratamento; (3) acordo sobre as tarefas que cabem ao terapeuta e ao paciente no processo psicoterapêutico.

Certo! Veja:

“A partir dessa diferenciação, os estudos de Bordin (1979) propõem três dimensões essenciais na composição da aliança: 1) acordo nos objetivos do tratamento entre paciente e terapeuta, 2) acordo nas tarefas e 3) desenvolvimento do vínculo (confiança e apego) entre a dupla. O conceito de AT proposto por Bordin foi considerado ateórico por conter elementos comuns a diferentes teorias psicoterapêuticas. Dessa forma, a maioria das conceituações teóricas sobre a AT baseia-se no trabalho desse autor (Ackerman & Hilsenroth, 2003).”


b)  A AT é um elemento determinante e comum a todas as formas de psicoterapia e refere-se ao vínculo estabelecido entre paciente e terapeuta, o qual é fundamental para o trabalho psicoterapêutico.

Certo! A aliança terapêutica é, inclusive, um fator muito relevante no sucesso psicoterapêutico.


c)  A técnica é baseada na teoria clínica (e norteada por ela) que referencia o tratamento, enquanto a aliança representa quanto terapeuta e paciente estão conseguindo caminhar juntos no processo terapêutico. Sob esse ponto de vista, é um elemento comum a todas as técnicas psicoterapêuticas.

Certo! A aliança terapêutica é um importante fator comum presente em todas terapias.


d)  A AT representa o componente do relacionamento entre o paciente e seu terapeuta impactado pela transferência; corresponde aos elementos da relação real e simbólica que atuam nos objetivos terapêuticos.

Errado. Muitas abordagens não trabalham com o conceito de transferência, mas a aliança terapêutica ainda está presente.


e)  A AT diz respeito à parte racional e intencional dos sentimentos do paciente para com seu terapeuta. Para Greenson, a origem da AT está na motivação do paciente para superar sua sensação de desamparo.

Certo! Veja:

“Dentro das relações terapêuticas, o estabelecimento de vinculo é o primeiro fator crucial para o processo psicoterápico ter avanço. A questão dentro deste tema trouxe a visão diversificada de autores da psicologia clínica. Conhecer a diversidade e as definições destes autores possibilitará ao profissional a oportunidade de escolher a melhor maneira adequada e que pretende atuar. Com base no exposto, tem-se:

• Zetzel – acentuou a importância da AT para o sucesso da terapia. A capacidade de desenvolver uma relação de trabalho depende de um certo grau de maturidade do ego existente antes do contato com o terapeuta;

• Freud – definiu a AT como a parte racional e intencional dos sentimentos do paciente para com seu terapeuta. Para ele, a origem da AT está na motivação do paciente para superar sua doença e sua sensação de desamparo; e,

• Greenson – destacou que o primeiro objetivo da terapia é ligar o paciente ao terapeuta. Segundo ele, com interesse do profissional aliado à alguns cuidados, o paciente logo estabelece, espontaneamente, esta ligação.”

 

Nosso gabarito é Letra C

 

Fonte: Psicoterapias : abordagens atuais [recurso eletrônico] / Aristides Volpato Cordioli (organizador) – 3. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2008.

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156) A psicologia clínica estuda distúrbios mentais, seus sintomas, causas, tratamentos e intervenções psíquicas por meios de várias abordagens psicoterápicas. A abordagem psicoterápica observada na charge é:

  • A) Psicoterapia humanista.
  • B) Gestalt Terapia.
  • C) Psicanálise.
  • D) Terapia Cognitiva e Comportamental.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) Gestalt Terapia.

  

Base teórica para a compreensão da questão

 

A charge ou ilustração apresentada pela questão mostra a percepção do indivíduo com base em uma experiência aqui-agora. Esse tipo de perspectiva é pertinente a Gestalt-terapia, ramificação atrelada a abordagem fenomenológica em psicologia. A fim de entender como funciona a Gestalt-terapia, sobre sua fundação e proposta terapêutica, peço ao aluno que acompanhe os recortes textuais a seguir, atentando-se para os grifos em azul:

 
  • A abordagem fenomenológica se ramifica em humanista (“Terapia centrada na pessoa” ) e  existencial (“Gestalt-terapia”). Carl Rogers (1902-1987) é o fundador da Abordagem Centrada na Pessoa.  Em psicologia a abordagem de Rogers é identificada como a primeira linha epistêmica a considerar a saúde mental como principal questão da Psicologia, separando-se de outras perspectivas clinicas que resumiam os problemas humanos a distúrbios advindos da neurose básica. Por outro lado, Frederick Perls, considerado o fundador da Gestalt-Terapia, propunha a compreensão do organismo como um todo, expandindo as fronteiras do manejo terapêutico, com ênfase em uma compreensão plena do ser.
 
  • Frederick Perls, fundador da Gestalt-Terapia, foi bastante influenciado pela proposta de Kurt Goldstein, que compreendia o organismo como um todo. Além de Goldstein outro teórico que influenciou a perspectiva de Perls foi Husserl. A ideia de campo fenomenal, por exemplo, também chamada as vezes de campo da experiência, é uma ideia aplicada a Gestalt-terapia por Perls, mas herdada de Husserl. O campo fenomenal, em síntese, corresponde a percepção personalíssima do indivíduo a respeito do mundo que lhe cerca.
 
  • Complementando o entendimento do assunto acerca da Gestalt-Terapia, Alvim (2014, p. 28-29) ressalta que a proposta desta abordagem seria:
 

“...restabelecer o continuum de awareness, ou seja, o fluxo temporal da existência da experiência aqui-agora. Tendo na perspectiva de campo o princípio básico, o trabalho terapêutico não pode prescindir de retomar, no campo da psicoterapia, uma implicação na relação que parta do corpo, da experiência e de um saber não reflexivo”

OBS: “Awareness” basicamente corresponde a uma consciência qualitativa e plena.

   

 

Análise das alternativas

 

a)  Psicoterapia humanista.

INCORRETA. Conforme mencionado no tópico explicativo supracitado, a abordagem fenomenológica se ramifica em humanista (“Terapia centrada na pessoa” ) e  existencial (“Gestalt-terapia”). Carl Rogers (1902-1987) é o fundador da Abordagem Centrada na Pessoa. 

 

b)  Gestalt Terapia.

CORRETA. A alternativa designa corretamente a abordagem a qual refere-se a ilustração trazida pela questão, portanto, opção CERTA.

 

c)  Psicanálise.

INCORRETA. Freud é o fundador da Psicanálise na psicologia. Dentre algumas das principais concepções freudiana podemos mencionar o “Inconsciente” que corresponderia a um “lugar psíquico” com conteúdos e mecanismos específicos. O psicanalista, geralmente, tem por objetivo, explicitar o funcionamento psíquico do paciente, utilizando para isto da análise dos mecanismos defensivos, ou do conteúdo latente, isto é, fantasias e desejos inconscientes, com base no material trazido à sessão por meio de livre associação.

   

d)  Terapia Cognitiva e Comportamental.

INCORRETA. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) possui entre seus principais contribuintes a figura de Aaron Beck. Na década de 1960 Beck criou e comandou o Centro de Terapia Cognitiva da Universidade da Pensilvânia. Na década de 1990, Aaron Beck afastou-se do Centro de Terapia, fundando com sua filha Judith Beck o Beck Institute. São considerados dois grandes contribuidores em termos da Abordagem Cognitivo Comportamental. Aaron Beck é o idealizador das Escalas Beck, incluindo a Escala de Ansiedade de Beck (BAI) e a Escala de Depressão de Beck (BDI).

 

________________

Fonte consultada:

ALVIM, M. B. Transtorno bipolar, temporalidade e conexão com o outro. In: FRAZÃO, L. M.; FUKUMITSU, K. O. (orgs.). Quadros clínicos disfuncionais e Gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 2017. p. 45-74.

157) Um dos principais fatores relacionados aos processos de mudança na psicoterapia é o sofrimento psíquico. As pessoas que apresentam o sofrimento tendem a ser motivadas ao tratamento. Cria-se, então, o estabelecimento de um vínculo e uma aliança de trabalho entre o profissional e seu cliente. Mas, para que essas mudanças aconteçam de forma positiva e considerável, a intensidade da psicopatologia pode comprometer esse processo. Nem todas as técnicas são condizentes com todas as pessoas e nem todos os transtornos comportam determinadas técnicas ou intervenções. Considerando os fatores do próprio indivíduo no processo de mudança, assinale a afirmativa correta.

  • A) As pessoas que possuem algumas características como alto nível de ansiedade, baixa tolerância, história de trauma na infância e dificuldade nas relações interpessoais apresentam bons prognósticos na psicoterapia. Essas características da personalidade impulsionam as mudanças mais significativas do processo.
  • B) As pessoas motivadas para o processo de mudança apresentam um comportamento decidido e claro, embora, antes, a família ou os amigos precisem recomendar ou impor algum tipo de tratamento em virtude da dificuldade em reconhecer a necessidade; elas acabam se responsabilizando pelo desfecho do tratamento.
  • C) As pessoas que possuem um diagnóstico de transtorno de personalidade borderline, por exemplo, tendem a apresentar determinada limitação ao lidar com estresse agudo, podem ter pouca tolerância a confrontos, além de um risco suicida em virtude de situações estressantes, o que não condiz com técnicas de mudanças muito objetivas ou diretivas.
  • D) A relação estabelecida no processo terapêutico é determinada pelas características pessoais do terapeuta e cliente. Para que o processo de mudança ocorra de maneira favorável é esperado do terapeuta um posicionamento enquanto responsável pelo desenlace da terapia; e do cliente é esperado o interesse em falar, em ser ouvido, abertura para mudança, valorização e reconhecimento do trabalho.
  • E) As intervenções baseadas na psicoterapia psicanalítica apresentam respostas mais favoráveis em pessoas mais impulsivas ou agressivas, isso porque conseguem atingir as camadas mais profundas, promovendo as mudanças necessárias de forma gradativa e recorrente; através das técnicas apropriadas os pacientes conseguem identificar o que causa essas reações e passam a elaborar a mudança de forma mais consciente.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra C) As pessoas que possuem um diagnóstico de transtorno de personalidade borderline, por exemplo, tendem a apresentar determinada limitação ao lidar com estresse agudo, podem ter pouca tolerância a confrontos, além de um risco suicida em virtude de situações estressantes, o que não condiz com técnicas de mudanças muito objetivas ou diretivas.

Gabarito Letra C

Considerando os fatores do próprio indivíduo no processo de mudança, assinale a afirmativa correta.
a)  As pessoas que possuem algumas características como alto nível de ansiedade, baixa tolerância, história de trauma na infância e dificuldade nas relações interpessoais apresentam bons prognósticos na psicoterapia. Essas características da personalidade impulsionam as mudanças mais significativas do processo.

Errado. Esses são fatores indicativos de mau prognostico.

“Algumas características de personalidade poderiam tornar os pacientes quase inacessíveis à intervenção psicoterápica. A combinação de pouca motivação, baixa tolerância à ansiedade e déficits nas relações interpessoais indicariam um mau prognóstico (Lambert; Bergin, 1994). História de trauma na infância, incluindo abuso sexual, e traços de psicopatia e narcisismo também seriam preditores de pior resposta (Lambert; Bergin, 1994)”


b)  As pessoas motivadas para o processo de mudança apresentam um comportamento decidido e claro, embora, antes, a família ou os amigos precisem recomendar ou impor algum tipo de tratamento em virtude da dificuldade em reconhecer a necessidade; elas acabam se responsabilizando pelo desfecho do tratamento.

Errado. Pessoas motivadas não precisam de imposição alheia.


c)  As pessoas que possuem um diagnóstico de transtorno de personalidade borderline, por exemplo, tendem a apresentar determinada limitação ao lidar com estresse agudo, podem ter pouca tolerância a confrontos, além de um risco suicida em virtude de situações estressantes, o que não condiz com técnicas de mudanças muito objetivas ou diretivas.

Certo!


d)  A relação estabelecida no processo terapêutico é determinada pelas características pessoais do terapeuta e cliente. Para que o processo de mudança ocorra de maneira favorável é esperado do terapeuta um posicionamento enquanto responsável pelo desenlace da terapia; e do cliente é esperado o interesse em falar, em ser ouvido, abertura para mudança, valorização e reconhecimento do trabalho.

Errado. A responsabilidade pelo processo é tanto do terapeuta quanto do paciente.

“A capacidade de estabelecer um vínculo e uma aliança de trabalho com o terapeuta é um outro fator relacionado ao paciente que é fundamental para o bom andamento de uma psicoterapia. A relação que irá se estabelecer ao longo de uma terapia é determinada pelas características pessoais de seus participantes, sendo-lhes exigidas certas condições para que ela seja de boa qualidade. Do paciente, exige-se que tenha interesse em falar com a outra pessoa, em ser ouvido, valorizado e compreendido (Jackson, 1992). Para avaliar essas condições no paciente, Sifneos (1979) exigia pelo menos uma relação significativa no passado, enquanto Malan (1981) exigia a capacidade de se vincular rapidamente à pessoa do terapeuta.”


e)  As intervenções baseadas na psicoterapia psicanalítica apresentam respostas mais favoráveis em pessoas mais impulsivas ou agressivas, isso porque conseguem atingir as camadas mais profundas, promovendo as mudanças necessárias de forma gradativa e recorrente; através das técnicas apropriadas os pacientes conseguem identificar o que causa essas reações e passam a elaborar a mudança de forma mais consciente.

Errado. Esses pacientes respondem melhor a intervenções cognitivo-comportamentais.

“Beutler e colaboradores (2002) relatam que pacientes mais auto-reflexivos, introspectivos e/ ou introvertidos teriam maior probabilidade de responder a psicoterapias psicanalíticas do que pacientes mais impulsivos ou agressivos, os quais tenderiam a responder mais a intervenções cognitivo-comportamentais.”

 

Nosso gabarito é Letra C

Fonte: Psicoterapias : abordagens atuais [recurso eletrônico] / Aristides Volpato Cordioli (organizador) – 3. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2008.

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158) Segundo CORDIOLI (2008) essa terapia foi criada, inicialmente, para tratamento da depressão considerando que os doentes apresentavam uma visão negativa de si mesmos, do mundo a sua volta e de seu futuro. Marque a opção que apresenta o nome desta abordagem:

  • A) Terapia Sistêmica.
  • B) Psicanálise.
  • C) Terapia Breve.
  • D) Terapia Analítica.
  • E) Terapia Cognitiva.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra E) Terapia Cognitiva.

 

Segundo CORDIOLI (2008) essa terapia foi criada, inicialmente, para tratamento da depressão considerando que os doentes apresentavam uma visão negativa de si mesmos, do mundo a sua volta e de seu futuro. Marque a opção que apresenta o nome desta abordagem:

 

A questão está baseada no seguinte texto:

 

"A terapia cognitiva foi proposta inicialmente por Aaron T. Beck, no início da década de 1960, para tratamento da depressão. Beck teve sua atenção despertada pela visão negativa que os pacientes deprimidos tinham de si mesmos, do mundo à sua volta e do seu futuro (tríade de Beck). Ele sugeriu que essa visão negativa era responsável pelos sintomas depressivos e propôs o uso de estratégias para corrigir tais distorções que se revelaram efetivas no tratamento dos quadros depressivos. Posteriormente, a terapia cognitiva foi estendida, com as devidas adaptações, para o tratamento de transtornos de ansiedade, transtornos alimentares, transtornos da personalidade, dependência química, entre outros. (...)"

 

Fonte: "Psicoterapias: abordagens atuais" (Cordioli)

 

Com isso, encontramos a resposta na Letra E.


a)  Terapia Sistêmica.
b)  Psicanálise.
c)  Terapia Breve.
d)  Terapia Analítica.
e)  Terapia Cognitiva.

159) Tavares (2000), no seu artigo A Entrevista Clínica, descreve a entrevista clínica como um conjunto de técnicas de investigação, dirigido por um entrevistador treinado, que utiliza conhecimentos psicológicos, com o objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos. Com base nessa afirmação, marque a alternativa correta em relação à entrevista clínica:

  • A) A entrevista clínica é um procedimento simplista e não consegue captar os aspectos clínicos necessários, tornando-a sim um instrumento secundário no processo clínico.
  • B) A entrevista clínica deve ter sempre um texto padronizado como fonte de referência teórica para justificar sua análise.
  • C) A entrevista clínica é o único instrumento que deve ser utilizado no processo terapêutico, devido a natureza simplista e engessada dos outros instrumentos de avaliação.
  • D) A entrevista clínica deve ser somente utilizada na ausência de outros testes, padronizado.
  • E) A entrevista clínica é um instrumento completo devido a sua capacidade de se adequar as particularidades que faltam aos instrumentos padronizados.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra E) A entrevista clínica é um instrumento completo devido a sua capacidade de se adequar as particularidades que faltam aos instrumentos padronizados.

 

Tavares (2000), no seu artigo A Entrevista Clínica, descreve a entrevista clínica como um conjunto de técnicas de investigação, dirigido por um entrevistador treinado, que utiliza conhecimentos psicológicos, com o objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos. Com base nessa afirmação, marque a alternativa correta em relação à entrevista clínica:

 

A questão está baseada no seguinte texto:

 

"Em psicologia, a entrevista clínica é um conjunto de técnicas de investigação, de tempo delimitado, dirigido por um entrevistador treinado, que utiliza conhecimentos psicológicos, em uma relação profissional, com o objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos (indivíduo, casal, família, rede social), em um processo que visa a fazer recomendações, encaminhamentos ou propor algum tipo de intervenção em benefício das pessoas entrevistadas. Convém agora examinar os elementos dessa definição.

(...)

Afirmamos ainda que a entrevista é parte de um processo. Este deve ser concebido, basicamente, como um processo de avaliação, que pode ocorrer em apenas uma sessão e ser dirigido a fazer um encaminhamento, ou a definir os objetivos de um processo psicoterapêutico. Muitas vezes, o aspecto avaliativo de uma entrevista inicial confunde-se com a psicoterapia que se inicia, devido ao aspecto terapêutico intrínseco a um processo de avaliação e ao aspecto avaliativo intrínseco à psicoterapia. Outras vezes, o processo de avaliação é complexo e exige um conjunto diferenciado de técnicas de entrevistas e de instrumentos e procedimentos de avaliação, como, por exemplo, além da entrevista, os instrumentos projetivos ou cognitivos, as técnicas de observação, etc. A importância de enfatizar a entrevista como parte de um processo é de poder vislumbrar o seu papel e o seu contexto ao lado de uma grande quantidade possível de procedimentos em psicologia. A entrevista clínica é um procedimento poderoso e, pelas suas características, é o único capaz de adaptar-se à diversidade de situações clínicas relevantes e de fazer explicitar particularidades que escapam a outros procedimentos, principalmente aos padronizados. A entrevista é a única técnica capaz de testar os limites de aparentes contradições e de tornar explícitas características indicadas pelos instrumentos padronizados, dando a eles validade clínica (Tavares, 1998), por isso, a necessidade de dar destaque à entrevista clínica no âmbito da avaliação psicológica."

 

Fonte: "A Entrevista Clínica" (Tavares) In:  "Psicodiagnóstico-V" (Cunha)

 

Com isso, encontramos a resposta na Letra E.


a)  A entrevista clínica é um procedimento simplista e não consegue captar os aspectos clínicos necessários, tornando-a sim um instrumento secundário no processo clínico.


b)  A entrevista clínica deve ter sempre um texto padronizado como fonte de referência teórica para justificar sua análise.


c)  A entrevista clínica é o único instrumento que deve ser utilizado no processo terapêutico, devido a natureza simplista e engessada dos outros instrumentos de avaliação.


d)  A entrevista clínica deve ser somente utilizada na ausência de outros testes, padronizado.


e)  A entrevista clínica é um instrumento completo devido a sua capacidade de se adequar as particularidades que faltam aos instrumentos padronizados.

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160) Tipo de entrevista onde o(a) terapeuta permite que o sujeito fale, livremente, sobre seu sofrimento. Durante o discurso, apenas pede mais detalhes sobre determinados pontos para entender melhor a problemática. Esse tipo de entrevista pode ser classificado como:

  • A) Aberta.
  • B) Fechada.
  • C) Devolução.
  • D) Exploratória.
  • E) Mista.

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A alternativa correta é letra A) Aberta.

 

Tipo de entrevista onde o(a) terapeuta permite que o sujeito fale, livremente, sobre seu sofrimento. Durante o discurso, apenas pede mais detalhes sobre determinados pontos para entender melhor a problemática. Esse tipo de entrevista pode ser classificado como:

 
 

Base teórica para a compreensão da questão

 

Segundo Souza (s/d), basicamente, as entrevistas podem ser de dois tipos: abertas ou fechadas, sendo que as variações ocorrem em grau (mais ou menos abertas ou fechadas). Descrevendo ambos tipos, o autor menciona:

 
  • Nas entrevistas fechadas, ou estruturadas, como também são conhecidas, as perguntas são previamente formuladas e ordenadas e o entrevistador não pode alterar esta disposição.
 
  • Na entrevista aberta (não-dirigida ou não-estruturada) o entrevistado tem ampla liberdade para discorrer sobre um assunto, e o entrevistador, liberdade para formular e/ou alterar as perguntas de acordo com o fluxo da entrevista, bem como para fazer intervenções (o que não é possível nas entrevistas fechadas).
 
 

Análise das alternativas

 

a)  Aberta.

CORRETA. A nomenclatura designa o tipo de entrevista que requisita o enunciado e é mencionado pela publicação supracitada, portanto, opção CERTA.

   

b)  Fechada.

INCORRETA. Na chamada entrevista fechada não é possível que o entrevistador realize intervenções ou altere as perguntas.

 

c)  Devolução.

INCORRETA. Sobre a Entrevista de Devolução ou Devolutiva, Silva (2007) explica:

“No término do psicodiagnóstico, o técnico tem algo a dizer ao entrevistado em relação ao que fundamenta a indicação.”

 

d)  Exploratória.

INCORRETA. A nomenclatura não corresponde ao tipo de instrumento requisitado pelo enunciado, portanto, opção FALSA.

 

e)  Mista.

INCORRETA. As entrevistas mistas, geralmente, apresentam perguntas abertas e fechadas.

   

_______________

Fonte consultada:

Souza, F de. (s/d). A entrevista psicológica. Disponível em https://bit.ly/3YHUfcT

da Silva, V. G. (2007). A Entrevista Psicológica e suas Nuanças. Disponível em https://bit.ly/3abpEgl

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