Pichon-Rivière começou a trabalhar com grupos na medida em que observava a influência do grupo familiar em seus pacientes. Sua prática psiquiátrica esteve subsidiada principalmente pela psicanálise e pela psicologia social, sendo ele o fundador tanto da Escola Psicanalítica Argentina (1940) como do Instituto Argentino de Estudos Sociais (1953).
Sobre a técnica dos Grupos Operativos, assinale a afirmativa correta.
- A) A técnica do grupo operativo, sistematizada por Picho n Rivière, consiste em um trabalho que tem como objetivo promover um processo de aprendizagem para os sujeitos envolvidos no processo.
- B) A técnica de grupo operativo não propõe a intervenção de um coordenador; mas propõe um observador que registra a reunião, resgata a história do grupo e analisa os pontos emergentes, o movimento do grupo em torno da tarefa e os papéis desempenhados pelos integrantes.
- C) A técnica do grupo operativo pressupõe somente uma tarefa que está explícita (aprendizagem, diagnóstico ou tratamento) e o enquadre que são os elementos fixos (o tempo, a duração, a frequência, a função do coordenador e do observador).
- D) O momento da tarefa é caracterizado pelas resistências, ansiedades e medos dos integrantes do grupo, no contato com os outros e consigo mesmo. A partir do momento em que é possível elaborar as ansiedades básicas, romper com as estereotipias, abrir se para o novo, pode se dizer que o grupo está na tarefa.
Resposta:
A alternativa correta é letra A) A técnica do grupo operativo, sistematizada por Picho n Rivière, consiste em um trabalho que tem como objetivo promover um processo de aprendizagem para os sujeitos envolvidos no processo.
Gabarito Letra A
Sobre a técnica dos Grupos Operativos, assinale a afirmativa correta.
a) A técnica do grupo operativo, sistematizada por Picho n Rivière, consiste em um trabalho que tem como objetivo promover um processo de aprendizagem para os sujeitos envolvidos no processo.
Certo!
“A aprendizagem centrada nos processos grupais coloca em evidência a possibilidade de uma nova elaboração de conhecimento, de integração e de questionamentos acerca de si e dos outros. A aprendizagem é um processo contínuo em que comunicação e interação são indissociáveis, na medida em que aprendemos a partir da relação com os outros.
A técnica de grupo operativo consiste em um trabalho com grupos, cujo objetivo é promover um processo de aprendizagem para os sujeitos envolvidos. Aprender em grupo significa uma leitura crítica da realidade, uma atitude investigadora, uma abertura para as dúvidas e para as novas inquietações.”
b) A técnica de grupo operativo não propõe a intervenção de um coordenador; mas propõe um observador que registra a reunião, resgata a história do grupo e analisa os pontos emergentes, o movimento do grupo em torno da tarefa e os papéis desempenhados pelos integrantes.
Errado. Nos grupos operativos há a presença e intervenção de um coordenador.
“A técnica de grupo operativo propõe a presença e intervenção de um coordenador, que indaga e problematiza, estabelecendo algumas articulações entre as falas e os integrantes, sempre direcionando o grupo para a tarefa comum; e um observador que registra o que ocorre na reunião, resgata a história do grupo e depois analisa com o coordenador os pontos emergentes, o movimento do grupo em torno da tarefa e os papéis desempenhados pelos integrantes. Em relação aos papéis no grupo, podemos dizer que alguns são fixos, como o papel do coordenador e do observador, enquanto outros emergem no decorrer do processo, articulando-se com as necessidades e com as expectativas tanto individuais quanto grupais, podendo alternar-se. O porta-voz é o integrante que explicita o que está implícito, colaborando com a tarefa. O bode-expiatório aparece quando explicita algo não tem a aceitação do grupo. Já o líder de mudança surge no momento em que o que foi explicitado pelo portavoz é aceito pelo grupo contribuindo para o movimento dialético grupal”
c) A técnica do grupo operativo pressupõe somente uma tarefa que está explícita (aprendizagem, diagnóstico ou tratamento) e o enquadre que são os elementos fixos (o tempo, a duração, a frequência, a função do coordenador e do observador).
Errado. Além da tarefa explícita há também a tarefa implícita.
“A técnica do grupo operativo pressupõe a tarefa explícita (aprendizagem, diagnóstico ou tratamento), a tarefa implícita (o modo como cada integrante vivencia o grupo) e o enquadre que são os elementos fixos (o tempo, a duração, a frequência, a função do coordenador e do observador). Para Pichon-Rivière (1998), o processo grupal se caracteriza por uma dialética na medida em que é permeado por contradições, sendo que sua tarefa principal é justamente analisar essas contradições. O autor utiliza uma representação para mostrar o movimento de estruturação, desestruturação e reestruturação de um grupo, que é o cone invertido.”
d) O momento da tarefa é caracterizado pelas resistências, ansiedades e medos dos integrantes do grupo, no contato com os outros e consigo mesmo. A partir do momento em que é possível elaborar as ansiedades básicas, romper com as estereotipias, abrir se para o novo, pode se dizer que o grupo está na tarefa.
Errado. O momento caracterizado pelas resistências, ansiedades e medos é a pré-tarefa.
“A mudança, que é o objetivo primordial de todo grupo operativo, envolve todo um processo gradativo, no qual os integrantes do grupo passam a assumir diferentes papéis e posições frente à tarefa grupal. O momento da pré-tarefa é caracterizado pelas resistências dos integrantes do grupo ao contato com os outros e consigo mesmo, na medida em que o novo, o grupo, gera ansiedade e medo, medo de perder o próprio referencial, de se deparar com algo que possa surpreender e por sua vez suspender suas velhas e cômodas certezas a cerca de si e do mundo. A partir do momento em que é possível elaborar as ansiedades básicas, romper com as estereotipias, abrir-se para o novo e o desconhecido, pode-se dizer que o grupo está na tarefa.
A tarefa é a trajetória que o grupo percorre para atingir seus objetivos, ela está relacionada ao modo como cada integrante interage a partir de suas próprias necessidades. Compartilhar essas necessidades em torno dos objetivos comuns do grupo pressupõe flexibilidade, descentramento e perspectiva de abertura para o novo. Quando o grupo aprende a problematizar as dificuldades que emergem no momento da realização de seus objetivos, podemos dizer que ele entrou em tarefa, pois a elaboração de um projeto comum já é possível e este grupo pode passar a operar um projeto de mudanças.”
Nosso gabarito é Letra A.
Referência
Bastos, Alice Beatriz B. Izique. (2010). A técnica de grupos-operativos à luz de Pichon-Rivière e Henri Wallon. Psicologo informacao, 14(14), 160-169. Recuperado em 15 de dezembro de 2020, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-88092010000100010&lng=pt&tlng=pt.
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