Questões Sobre Biossegurança em Veterinária - Veterinária - concurso

Quanto aos métodos de esterilização, é incorreto afirmar que:

• A) a ração deve ser esterilizada na autoclave
• B) A maravalha deve ser esterilizada com radiação UV.
• C) A água deve ser esterilizada por acidificação.
• D) O cadáver do animal pode ser esterilizado na autoclave antes do descarte.
• E) Os métodos de esterilização mais utilizados são calor úmido, calor seco, radiação ultravioleta e filtração.

A alternativa B está incorreta porque a esterilização de maravalha com radiação ultravioleta não é eficaz, uma vez que a radiação UV possui baixo poder de penetração e não conseguiria esterilizar adequadamente todo o material, especialmente em camadas mais profundas. Os métodos adequados para esterilização de cama de animais geralmente envolvem autoclavagem ou outros processos que garantam penetração completa do agente esterilizante.

O manejo de animais de laboratório exige rigorosos protocolos de biossegurança, uma vez que esses animais podem carrear agentes patogênicos, incluindo zoonoses, mesmo quando não apresentam sinais clínicos de infecção. Entre as alternativas apresentadas, a correta é a letra C, que aborda o isolamento de animais expostos a agentes altamente infecciosos ou nocivos em unidades de fluxo laminar ou isoladores com filtros HEPA, garantindo que o ar de entrada e saída seja adequadamente filtrado.

As demais opções contêm imprecisões: a higienização de roupas de laboratório (A) requer métodos mais específicos que água e sabão; o uso de aparelhagem com fluxo de ar positivo (B) aumenta, e não reduz, a exposição; a consideração de animais como transmissores apenas quando sintomáticos (D) subestima o risco de transmissão assintomática; e a abertura de portas e janelas em salas SPF (E) compromete o controle ambiental, sendo contraindicada para reduzir amônia.

Portanto, o procedimento descrito em C é essencial para minimizar riscos biológicos em biotérios, alinhando-se às melhores práticas de contenção e proteção dos profissionais envolvidos.

O glutaraldeído representa a alternativa correta para a desinfecção de instalações zootécnicas e equipamentos expostos a agentes etiológicos com capacidade de esporulação. Esta escolha fundamenta-se na comprovada eficácia do glutaraldeído contra formas esporuladas, característica crítica no controle de doenças transmissíveis em ambientes animais. Enquanto amônia quaternária, álcoois, iodo-álcool e timerosal demonstram limitações significativas na inativação de esporos bacterianos, o glutaraldeído mantém sua ação esporicida mesmo em condições ambientais desafiadoras, garantindo uma descontaminação efetiva e prevenindo a disseminação de patógenos resistentes.

Os animais que possuem microbiota associada definida e que são criados em ambientes dotados de barreiras sanitárias absolutas são denominados gnotobióticos. Este termo deriva do grego "gnotos" (conhecido) e "bios" (vida), referindo-se precisamente a organismos com uma flora microbiana completamente conhecida e controlada. Diferentemente dos animais axênicos (completamente livres de microrganismos) ou convencionais (com microbiota natural), os gnotobióticos abrigam uma comunidade microbiana definida, permitindo estudos precisos sobre interações entre hospedeiro e microrganismos em condições sanitárias rigorosas.

A resposta correta é, portanto, a alternativa A) gnotobióticos, que descreve adequadamente essa condição experimental específica.

A Resolução Normativa nº 02/2006 estabelece parâmetros fundamentais para a classificação de risco de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) e os respectivos níveis de biossegurança aplicáveis. Analisando as alternativas, verifica-se que a opção D apresenta a descrição técnica correta ao afirmar que manipulações com OGM de Classe de Risco 4 exigem cabine de segurança biológica Classe II ou III, equipamentos de proteção individual compatíveis com NB-3 e sistema de ventilação com pressão positiva e suporte de vida. Esta determinação está alinhada com o alto potencial de risco associado a essa classe, requerendo contenção máxima para prevenir escape acidental e exposição.

As demais alternativas contêm imprecisões: a opção A ignora a obrigatoriedade de sinalização com símbolo de risco biológico mesmo em NB-1; a B desconsidera que vacinação obrigatória aplica-se apenas a níveis superiores de biossegurança; a C confunde características de classes de risco, já que OGM Classe 1 possuem risco insignificante; e a E atribui incorretamente a exigência de vigilância 24h ao NB-3, quando esta é prerrogativa do NB-4.

A aplicação de princípios de higiene e profilaxia constitui um pilar fundamental no manejo de animais em cativeiro, abrangendo desde a limpeza e desinfecção até o controle de vetores e o tratamento adequado de resíduos. Essas práticas visam não apenas prevenir doenças, mas também promover o bem-estar animal e a sustentabilidade ambiental. Analisando as afirmativas propostas, observa-se que a primeira descreve incorretamente o processo de desinfecção, uma vez que a remoção de matéria orgânica refere-se à limpeza, não à desinfecção propriamente dita, que é a etapa subsequente de eliminação de microrganismos. Ademais, a água não é um meio físico de desinfecção, mas sim um veículo para agentes químicos ou métodos térmicos.

A segunda afirmativa também se revela falsa, pois embora o controle da fauna sinantrópica seja essencial, a declaração de que raticidas, ratoeiras, iscas para moscas e inseticidas são os métodos "mais eficientes" é enganosa. Estratégias integradas, que priorizam a prevenção e o manejo ambiental, são consideradas mais eficazes e sustentáveis, reduzindo a dependência de métodos químicos que podem causar resistência e impactos ecológicos.

Por outro lado, a terceira afirmativa é verdadeira, destacando a importância da quarentena como barreira sanitária. Esse procedimento assegura que apenas animais saudáveis integrem o plantel, com infraestrutura e protocolos dedicados para minimizar riscos de contaminação cruzada, um aspecto crítico na profilaxia de doenças infecciosas.

Finalmente, a quarta afirmativa é falsa, pois a compostagem é um processo biológico aeróbico, não anaeróbico. A presença de oxigênio é indispensável para a atividade microbiana que decompõe a matéria orgânica, produzindo composto como resultado. Fatores como umidade, temperatura e pH, mencionados corretamente, de fato influenciam a eficiência do processo, mas a natureza aeróbica é um elemento definidor.

Assim, a sequência correta é F – F – V – F, conforme a alternativa E.

De acordo com a classificação de risco de agentes biológicos estabelecida pelo Ministério da Saúde, a correlação entre as classes de risco e suas respectivas descrições é a seguinte:

A primeira descrição, que menciona agentes com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou transmissão desconhecida, sem medidas profiláticas ou terapêuticas eficazes, corresponde à Classe de risco 4 (item 3).

A segunda descrição, que abrange agentes biológicos de doença animal não existentes no país, com potencial de graves perdas econômicas, refere-se à Classe de risco especial (item 4).

A terceira descrição, que inclui agentes que provocam infecções com potencial limitado de propagação e para os quais existem medidas terapêuticas, relaciona-se à Classe de risco 2 (item 1).

A quarta descrição, que abrange agentes com capacidade de transmissão respiratória, causando patologias potencialmente letais mas com medidas de tratamento e/ou prevenção, corresponde à Classe de risco 3 (item 2).

Portanto, a sequência correta é: 3 - 4 - 1 - 2.

Levando em consideração as diretrizes para o trabalho em contenção com agentes biológicos, assinale a alternativa que completa adequadamente a lacuna abaixo.

“A baciloscopia para detecção de Mycobacterium tuberculosis pode ser realizada em laboratório NB 2 utilizando Cabine de Segurança Biológica (CSB), mesmo este agente sendo classificado como da Classe de Risco 3.”

• A) Bacillus cereus
• B) Bacillus thurigiensis
• C) Mycobacterium tuberculosis
• D) Mycoplasma agalactiae
• E) Cowdria ruminatium

Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, biossegurança requer um conjunto de ações para prevenção, controle, redução ou eliminação de riscos à saúde humana, animal, vegetal e o meio ambiente. Analise as afirmativas abaixo sobre biossegurança, colocando entre parênteses a letra "V", quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra "F" quando se tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

(V) O transporte de material biológico entre laboratórios dentro de um campus ou no mesmo prédio deve ser feito em dois recipientes, um interno e outro externo, ambos vedados, e contendo informação sobre o tipo de material transportado, o nome e o endereço do remetente e destinatário.

(V) Laboratórios NB-2 são considerados ambientes de contenção, e destinam-se ao trabalho com agentes biológicos da classe de risco 2, moderado risco individual e limitado risco para a comunidade, a exemplo de Ehrlichia spp. ou Mycoplasma spp.

(F) Em laboratórios NB-1, toda a equipe deve ser treinada para ações de biossegurança. É vedado o consumo e a presença de alimentos (salvo se os alimentos forem o material analisado) e é proibida a pipetagem com a boca, mas nos NB-1 os jalecos podem ser usados fora do ambiente laboratorial.

A sequência correta é V - V - F, correspondente à alternativa C.

A classificação de risco (CR) de agentes biológicos é um sistema fundamental para a biossegurança, categorizando os microrganismos conforme seu potencial de causar doenças e sua capacidade de disseminação. Considerando que agentes sem potencial patogênico são classificados como CR-1, a associação correta entre os itens listados e suas respectivas categorias de risco é crucial para garantir práticas laboratoriais adequadas.

O Vinca rosea (1) é uma planta, não um agente biológico patogênico, mas pode conter substâncias tóxicas; no contexto de agentes biológicos, não se enquadra nas classificações de risco padrão para microrganismos, sendo geralmente tratado como de baixo risco ou não aplicável. O Poxvirus da varíola (2) é altamente patogênico e transmissível, historicamente associado a surtos graves, e é classificado como CR-4 devido à sua alta transmissibilidade por inalação, potencial letal e falta de tratamento eficaz amplamente disponível. O Bifidobacterium bifidum (3) é uma bactéria probiótica benéfica, não patogênica para humanos ou animais, e se enquadra na CR-1. A Salmonella spp. (4) é um patógeno conhecido por causar infecções gastrointestinales, com potencial moderado de disseminação e tratamentos disponíveis, classificando-se como CR-2. O Flavivirus da febre do oeste do Nilo (5) pode causar doenças graves, incluindo encefalite, com transmissão por vetores e potencial limitado de disseminação direta, mas com medidas profiláticas, sendo typically CR-3.

Assim, a sequência correta para as descrições de CR é: CR-2 corresponde à Salmonella spp. (4), CR-3 ao Flavivirus (5), e CR-4 ao Poxvirus (2), resultando na alternativa B) 4 - 5 - 2.