Questões Sobre Doenças Infecciosas - Veterinária - concurso

De acordo com as disposições do Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (PNSE/MAPA), estabelece-se que o exame laboratorial para anemia infecciosa equina (AIE) torna-se dispensável para potros que estejam acompanhados de suas mães - desde que estas apresentem resultado laboratorial negativo para a doença - e que possuam idade inferior a seis meses. Esta determinação fundamenta-se no período de imunidade passiva conferido pelos anticorpos maternos, que protegem os animais jovens durante os primeiros meses de vida, tornando desnecessário o exame nessa fase específica.

As alternativas apresentadas são:

• A) inferior a 6 meses.
• B) entre 6 e 12 meses.
• C) entre 12 e 18 meses.
• D) entre 18 e 24 meses.
• E) superior a 24 meses.

Conforme estabelecido pela normativa, a alternativa correta é a A) inferior a 6 meses.

A Instrução Normativa nº 5/2002 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabelece diretrizes claras para o controle da raiva em herbívoros domésticos, uma doença de notificação obrigatória que representa séria ameaça à saúde animal e à produção pecuária. Conforme determina a legislação, a profilaxia deve ser realizada com vacina de vírus inativado, administrada na dosagem de 2 mL por via subcutânea ou intramuscular. Esta especificação técnica fundamenta-se em critérios de segurança, eficácia imunológica e praticidade de aplicação, garantindo a proteção dos rebanhos sem riscos de reversão viral ou efeitos adversos significativos.

A escolha pelo vírus inativado (opção A) justifica-se por sua estabilidade e segurança, particularmente importante em programas de vacinação em massa. As demais alternativas apresentam inconsistências técnicas: vírus atenuado (B) poderia apresentar riscos de reversão; dosagens superiores a 2 mL (C e E) não condizem com o estabelecido normativo; e a opção D especifica dosagem insignificante (0,5 mL) e via restrita, divergindo completamente do previsto na IN 5/2002. Portanto, a correta interpretação da norma conduz inequivocamente à alternativa A como procedimento oficialmente autorizado pelo MAPA.

O Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos (PNSE) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabelece o teste de Imunodifusão em Gel de Ágar (IDGA) como método diagnóstico oficial para a detecção da anemia infecciosa equina (AIE). Este exame é reconhecido pela sua alta especificidade e confiabilidade na identificação de anticorpos contra o vírus da AIE, sendo fundamental para o controle sanitário dos equídeos no Brasil. Conforme as diretrizes do PNSE, a confirmação da negatividade requer dois exames consecutivos de IDGA realizados com intervalo de 30 a 60 dias, assegurando a eficácia do período de quarentena para animais oriundos de propriedades não controladas para a doença.

A doença descrita no texto apresenta características marcantes que permitem sua identificação como salmonelose, especificamente relacionada ao sorotipo Dublin em bovinos. A manifestação clínica inicia-se com febre alta, seguida pela presença de coágulos sanguíneos nas fezes, diarreia profusa e posterior hipotermia, acompanhada de sinais evidentes de dor abdominal. O aborto é um evento comum na enfermidade, que pode evoluir para óbito em poucos dias ou resultar em animais portadores assintomáticos, perpetuando a disseminação da infecção.

Bezerros demonstram maior susceptibilidade, desenvolvendo surtos epidêmicos com alta mortalidade, frequentemente associados à septicemia fatal em recém-nascidos. A transmissão ocorre principalmente via fecal-oral, através de fezes contaminadas, mas também pode estar associada ao leite de vacas eliminadoras do agente. Esses aspectos clínicos, epidemiológicos e patológicos são consistentes com a salmonelose, diferenciando-a das demais alternativas: listeriose (afeta principalmente o sistema nervoso), pasteurelose (doença respiratória), enterotoxemia (associada a toxinas bacterianas) e hemoglobinúria bacilar (caracterizada por hemoglobinúria e anemia).

O sistema de vigilância sanitária animal no Brasil estabelece critérios rigorosos para notificação de doenças, sendo que algumas enfermidades exigem comunicação imediata ao serviço veterinário oficial diante de qualquer caso suspeito. Esta obrigatoriedade está fundamentada na necessidade de resposta rápida para conter potenciais surtos que possam comprometer a saúde animal, a saúde pública ou causar impactos econômicos significativos.

Entre as alternativas apresentadas, a opção E contém exclusivamente doenças de notificação imediata: Antraz (carbúnculo hemático), Doença de Aujeszky, Doença de Newcastle, Encefalopatia Espongiforme Bovina, Febre Aftosa, Mormo e Raiva. Estas enfermidades se caracterizam por seu alto poder de disseminação, potencial zoonótico (com exceção da Doença de Newcastle) ou graves consequências para a produção animal, justificando a exigência de notificação imediata mesmo na suspeita inicial.

As demais alternativas incluem doenças que, embora importantes para a vigilância epidemiológica, não possuem o mesmo status de notificação imediata para casos suspeitos, sendo algumas de notificação obrigatória regular ou possuindo diferentes protocolos de comunicação conforme a situação epidemiológica.

A alternativa correta é a C, pois todas as doenças listadas - Anemia infecciosa do salmão, Infecção por alphavirus salmonídeo, Septicemia hemorrágica viral, Necrose pancreática infecciosa e Corinebacteriose - constam como doenças de notificação obrigatória de animais aquáticos ao Serviço Veterinário Oficial conforme estabelecido pela Portaria MPA n° 19/2015.

As demais alternativas contêm doenças que não possuem notificação obrigatória segundo a legislação, como a Ictiofitiríase (presente nas opções A, B e E), Doença do sono da truta (opções A e B), Doença viral do bagre-do-canal (opções A, B e D), Doença do rhabdovírus de lúcio (opções B e E) e Doença iridoviral do esturjão branco (opções B, D e E), que não integram a lista oficial de notificação compulsória.

A análise das afirmativas sobre tuberculose revela que a alternativa A é a correta, contemplando as afirmativas 1, 2, 3 e 4. A primeira afirmativa está precisa ao descrever a tuberculose por Mycobacterium bovis como uma zoonose crônica que afeta principalmente bovinos e bubalinos, refletindo o conhecimento estabelecido na medicina veterinária.

A segunda afirmativa também se mostra correta, uma vez que as micobactérias do complexo Mycobacterium tuberculosis, incluindo M. tuberculosis, M. bovis e M. africanum, são de fato os principais agentes etiológicos da tuberculose em mamíferos, abrangendo tanto humanos quanto animais.

Quanto à terceira afirmativa, está tecnicamente adequada ao afirmar que a via digestiva é a principal porta de entrada para M. bovis em animais, com a transmissão ocorrendo majoritariamente através da ingestão de leite contaminado, o que corresponde aos dados epidemiológicos consagrados.

A quarta afirmativa igualmente se sustenta, pois os sinais clínicos descritos – caquexia progressiva, tosse seca e repetitiva, mastite e infertilidade – são consistentes com as manifestações da tuberculose bovina, conforme documentado na literatura especializada.

Entretanto, a quinta afirmativa apresenta uma imprecisão. Embora Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium bovis sejam de fato classificados como patógenos de classe de risco 3, a descrição do risco "para a comunidade é limitado" não é totalmente precisa, dado que ambos representam riscos significativos de transmissão comunitária, especialmente em contextos de saúde pública e pecuária.

De acordo com a Instrução Normativa 19/2016, que estabelece os critérios de classificação de risco para Brucelose e Tuberculose nas Unidades da Federação, analisamos cada afirmativa:

A primeira afirmativa é verdadeira (V), pois a prevalência de focos de Brucelose entre 5% e 10% classifica a unidade como de risco MÉDIO, independentemente da qualidade das ações executadas.

A segunda afirmativa é verdadeira (V), uma vez que prevalência igual ou superior a 10% para Brucelose determina risco ALTO, também independente da execução das ações.

A terceira afirmativa é falsa (F), já que prevalência de Tuberculose entre 2% e 3% não é classificada como MUITO BAIXA; de acordo com a norma, essa faixa pode corresponder a outras categorias de risco, dependendo de fatores adicionais.

A quarta afirmativa é verdadeira (V), pois prevalência de focos de Tuberculose igual ou maior que 6% configura risco ALTO, independentemente da qualidade das ações.

Portanto, a sequência correta é V • V • F • V.

A alternativa correta é a E, que estabelece que a realização de eventos como exposições, feiras, leilões e outras aglomerações de animais em regiões com características geográficas específicas - que permitem o manejo pecuário apenas em períodos limitados do ano - deve seguir normas específicas definidas pelo serviço veterinário oficial das Unidades da Federação, após aprovação do MAPA. Este requisito demonstra uma abordagem flexível e contextualizada do controle e fiscalização do trânsito de animais susceptíveis à Febre Aftosa, considerando particularidades regionais e mantendo a supervisão adequada das autoridades sanitárias.

As demais alternativas apresentam incorreções: A) Os prazos pós-vacinação não seguem esta progressão numérica; B) Não há proibição absoluta de abate durante a vacinação; C) Animais jovens podem ser movimentados com esquemas vacinais diferenciados; D) A participação em eventos pode sim ser suspensa em situações de risco epidemiológico.

A raiva representa uma das zoonoses mais graves que afeta o sistema de saúde pública e a produção animal. Trata-se de uma doença viral aguda do Sistema Nervoso Central com letalidade próxima a 100%, o que torna as medidas preventivas, especialmente a vacinação, de extrema importância.

No contexto dos herbívoros domésticos, o programa de vacinação segue protocolos específicos estabelecidos pelos órgãos de defesa sanitária. A alternativa A está correta pois reflete as diretrizes oficiais: a vacinação torna-se compulsória em situações de foco da doença, sendo indicada prioritariamente para bovinos e equinos a partir dos três meses de idade, que constituem as categorias mais susceptíveis e economicamente relevantes.

As demais alternativas apresentam incorreções técnicas significativas. A aplicação por via endovenosa (B) é totalmente inadequada e perigosa. O protocolo de revacinação (C) geralmente ocorre anualmente, não em 60 dias. Os animais jovens nascidos após a vacinação do rebanho (D) requerem imunização individual quando atingem a idade apropriada, não sendo protegidos pela imunidade do rebanho de forma confiável. Por fim, a utilização de vacinas com vírus vivo (E) é contraindicada para herbívoros, que devem receber vacinas de vírus inativado, com dosagens que podem variar conforme a espécie e o fabricante.

Portanto, a compreensão e aplicação correta das normas de vacinação são fundamentais para o controle eficaz da raiva em herbívoros, protegendo tanto a saúde animal quanto a humana.