Questões Sobre Doenças Infecciosas - Veterinária - concurso

Em relação à Influenza Aviária, assinale a alternativa correta.

• A) O agente viral pertence à Família Paramyxoviridae, Gênero Avulavirus.
• B) O vírus é transmitido exclusivamente por contato direto entre aves infectadas e susceptíveis.
• C) Aves nascidas em Incubatório de Matrizeiro no Brasil deverão ser vacinados contra a Influenza Aviária.
• D) A influenza aviária é considerada uma zoonose, o que representa preocupação permanente aos agentes de saúde pública, uma vez que alguns subtipos, tais como H5N1, H9N2, H7N7 e H7N2, já foram transmitidos de aves domésticas para humanos.
• E) Estudos têm indicado que o risco dos vírus de baixa patogenicidade é eminente, pois estes agentes podem sofrer mutações e gerar cepas de alta patogenicidade, que são capazes de promover mortalidade em cerca de 5% das aves afetadas.

A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecida como doença da vaca louca, representa uma grave enfermidade neurodegenerativa que afeta bovinos, caracterizando-se por seu caráter fatal e transmissível. Seu período de incubação é prolongado, frequentemente ultrapassando vários anos, o que invalida a alternativa A. O agente etiológico não é um vírus, mas sim um príon, uma proteína infectante de estrutura anormal, descartando a opção B. Embora diversas espécies possam ser afetadas por encefalopatias espongiformes, aves e suínos não são considerados naturalmente susceptíveis à EEB, tornando a alternativa C incorreta. O diagnóstico definitivo não pode ser baseado apenas na sintomatologia, que é inespecífica, exigindo exames laboratoriais post mortem, o que torna a opção D equivocada. A prevenção da doença concentra-se principalmente no controle rigoroso da alimentação animal, evitando a utilização de farinhas de carne e ossos de origem ruminante, o que corrobora a alternativa E como correta.

Sobre a Anemia Infecciosa Equina (AIE), é correto afirmar:

• A) Ao proprietário do animal sacrificado caberá indenização.
• B) A Instrução Normativa n° 45, de 15 de junho de 2004, resolve aprovar as normas para controle e erradicação da Anemia Infecciosa Equina.
• C) Se detectado foco de Anemia Infecciosa Equina, os equídeos portadores deverão ser marcados por meio da aplicação de ferro candente na paleta do lado direito com um “A”, contido em um círculo de 12 centímetros de diâmetro, seguido da sigla da UF.
• D) Em relação ao controle de trânsito, fica dispensado do exame de Anemia Infecciosa Equina o equídeo com idade inferior a 6 meses, desde que esteja acompanhado da mãe e esta apresente resultado laboratorial negativo.
• E) Quando a medida indicada for o sacrifício do animal portador, este será realizado pelo serviço veterinário oficial, no prazo máximo de 90 dias, a contar do resultado do exame de diagnóstico, preferencialmente na propriedade onde estiver o animal.

O Mormo, doença infectocontagiosa causada pela bactéria Burkholderia mallei, apresenta-se nas formas aguda e crônica, com particularidades quanto às espécies equinas afetadas. No contexto do diagnóstico desta enfermidade, as afirmativas apresentadas devem ser analisadas conforme a normativa vigente.

A primeira afirmativa, que indica que a prova de Fixação de Complemento só pode ser realizada em laboratório oficial, está incorreta, pois tal exame pode ser executado também por laboratórios credenciados, não sendo de exclusividade dos oficiais.

A segunda afirmativa, que preconiza o envio imediato do resultado positivo ao médico veterinário requisitante ou ao proprietário, está igualmente incorreta, já que o protocolo determina que resultados positivos devem ser comunicados prioritariamente ao serviço veterinário oficial para adoção das medidas sanitárias cabíveis.

A terceira afirmativa, que estabelece prazos de validade para resultados negativos da prova de Fixação de Complemento – 180 dias para propriedades monitoradas e 60 dias para os demais casos –, está correta, refletindo as diretrizes de vigilância epidemiológica.

A quarta afirmativa, que determina que a coleta de material para exame de mormo deve ser feita por médico veterinário oficial ou cadastrado, está correta, assegurando a idoneidade e padronização do procedimento.

A quinta afirmativa, que descreve a aplicação e leitura do teste da maleína, está incorreta, pois a dose correta de PPD maleína é de 0,1 ml por via intradérmica na pálpebra inferior, mas a leitura deve ocorrer entre 48 e 72 horas, e não estritamente às 72 horas.

Portanto, apenas as afirmativas 3 e 4 estão corretas, correspondendo à alternativa B.

Sobre o perfil hematológico na cinomose canina, a análise das assertivas revela que as corretas são I e IV. A assertiva I está correta pois a anemia observada na cinomose é tipicamente normocítica normocrômica e arregenerativa, refletindo supressão medular causada pelo vírus. A assertiva IV também está correta, já que as manifestações hematológicas variam significativamente conforme a fase da doença e a presença de complicações bacterianas secundárias.

Por outro lado, a assertiva II está incorreta porque a linfopenia, embora comum, não é considerada patognomônica da cinomose, pois pode ocorrer em diversas outras doenças virais. A assertiva III também está incorreta, uma vez que a trombocitopenia é relativamente frequente na cinomose e está associada a mecanismos como consumo periférico, dano medular e sequestro esplênico.

Dessa forma, apenas as assertivas I e IV estão corretas, correspondendo à alternativa C.

O principal fator de virulência da Brucella abortus relacionado à sua patogenicidade em bovinos é a presença do polissacarídeo O em sua membrana externa. Este componente estrutural desempenha um papel crucial na evasão do sistema imunológico do hospedeiro, permitindo que a bactéria estabeleça infecções persistentes. O polissacarídeo O interfere no reconhecimento imune e na fagocitose, facilitando a sobrevivência intracelular da bactéria e contribuindo significativamente para o desenvolvimento da brucelose bovina.

Embora outras características listadas possam estar envolvidas na patogenicidade geral da Brucella, como a capacidade de sobreviver intracelularmente (opção D) ou a presença de sistemas de secreção (opção E), o polissacarídeo O representa o fator específico mais diretamente associado à virulência em bovinos, conforme demonstrado por estudos de mutagenese e modelos experimentais de infecção.

O mormo, também conhecido como lamparão, é uma doença infectocontagiosa grave que afeta principalmente equídeos, podendo ocasionalmente atingir humanos e outros animais. A enfermidade é causada pela bactéria Burkholderia mallei, um bacilo Gram-negativo que se caracteriza por provocar lesões nodulares nas vias respiratórias e na pele dos animais infectados. A transmissão ocorre geralmente através do contato com secreções de animais doentes, tornando a doença de notificação obrigatória em muitos países devido ao seu potencial epidêmico e zoonótico.

Entre as opções apresentadas, a Burkholderia cepacia está associada a infecções oportunistas em humanos, particularmente em pacientes com fibrose cística; Streptococcus pneumoniae é um agente comum de pneumonia em humanos; Staphylococcus aureus está relacionado a uma variedade de infecções cutâneas e sistêmicas; e Burkholderia pseudomallei é o agente etiológico do melioidose, uma doença endêmica em regiões tropicais. Portanto, a alternativa correta que identifica o patógeno específico do mormo em equinos é a E) Burkholderia mallei.

Entre os vírus listados, o Herpesvírus Bovino Tipo 1 (opção C) é o único que apresenta genoma de DNA e está diretamente associado a enfermidades respiratórias e reprodutivas em bovinos. Este vírus é responsável por condições como a rinotraqueíte infecciosa bovina, que afeta o trato respiratório, e também pode causar abortos, infertilidade e outras complicações reprodutivas, representando um significativo impacto na pecuária.

As demais opções não atendem aos critérios solicitados: o Vírus Parainfluenza Bovino Tipo 3 (A) e o Vírus Respiratório Sincicial Bovino (D) possuem genoma de RNA e estão relacionados principalmente a doenças respiratórias; o Vírus da Raiva (B) tem genoma de RNA e afeta o sistema nervoso; e o Vírus da Febre Aftosa (E), também de RNA, causa doença vesicular, sem associação primária com problemas reprodutivos.

Conforme estabelecido pela norma CAC/GL 86-2015, as medidas de controle pós-abate para Trichinella ssp em carnes suínas, equinas e de caça incluem procedimentos específicos que permitem o tratamento do produto mesmo após a detecção do parasita. Entre as alternativas apresentadas, a opção D) corretamente descreve as medidas previstas: realizar o congelamento em regime de refrigeração que garanta a letalidade para todas as Trichinella ssp presentes; tratamento térmico validado para inativação de Trichinella ssp; ou tratamento por irradiação, igualmente validado para inativação do parasita. Esta abordagem assegura a segurança do alimento sem necessariamente exigir a condenação total da carcaça, desde que os protocolos validados sejam rigorosamente seguidos.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), a lista de doenças de notificação obrigatória atualizada em 2017 inclui diversas enfermidades que devem ser comunicadas internacionalmente quando detectadas em exames ante-mortem e post-mortem. Entre as opções apresentadas, a alternativa A é a única em que todas as doenças listadas possuem caráter de notificação obrigatória perante a OIE.

A anaplasmose bovina, a piroplasmose equina, a gastroenterite transmissível em suínos e a tuberculose bovina são reconhecidas pela organização como doenças de significância internacional, exigindo que os países membros notifiquem imediatamente qualquer ocorrência. Esta obrigatoriedade visa facilitar o controle sanitário global, prevenir a disseminação transfronteiriça e proteger a saúde animal e pública.

As demais alternativas contêm pelo menos uma doença que não integra a lista de notificação compulsória da OIE, conforme a atualização de 2017, o que invalida essas opções como respostas completamente corretas.