Questões Sobre Doenças Infecciosas - Veterinária - concurso

O controle da Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma questão de saúde pública, uma vez que a doença representa uma zoonose de significativa importância epidemiológica. Considerando que o cão atua como principal reservatório do protozoário Leishmania em ambientes urbanos, o monitoramento sorológico da população canina torna-se uma estratégia fundamental para interromper o ciclo de transmissão para os humanos.

Nesse contexto, a escolha dos testes diagnósticos adequados é crucial para a precisão dos inquéritos sorológicos, sejam eles amostrais ou censitários. O Ministério da Saúde do Brasil, baseado em evidências científicas e na eficácia dos métodos, estabeleceu como padrão o uso combinado da Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) e do Ensaio Imunoenzimático (ELISA). Esses testes são recomendados por apresentarem alta sensibilidade e especificidade, permitindo um mapeamento confiável da soroprevalência da infecção nas diferentes regiões.

Portanto, a alternativa correta é a que indica a RIFI e o ELISA como os testes sorológicos recomendados para o estudo da soroprevalência da LVC em cães, conforme as diretrizes nacionais. Essa abordagem assegura não apenas a identificação adequada dos animais infectados, mas também contribui para a implementação de medidas de controle mais efetivas, beneficiando tanto a saúde animal quanto a pública.

A Raiva é causada por um Lissavírus, e sua prevenção, em animais, é feita principalmente pela administração da vacina antirrábica, que propicia ao animal uma imunidade ativa contra a doença.

A alternativa correta que preenche as lacunas é a letra A) Lissavírus, ativa.

O Lissavírus pertence à família Rhabdoviridae e é o agente etiológico da raiva, enquanto a vacinação confere imunidade ativa através da produção de anticorpos pelo próprio organismo do animal vacinado.

Para a confirmação laboratorial da raiva após a morte de um cão, o material de eleição a ser encaminhado consiste no encéfalo e medula espinhal. Essas estruturas são fundamentais, pois o vírus da raiva apresenta tropismo pelo sistema nervoso central, onde se replica e pode ser detectado com maior precisão através de técnicas como a imunofluorescência direta ou isolamento viral. Embora a saliva também possa conter o vírus, sua coleta é mais indicada para diagnóstico em animais vivos, enquanto a cabeça inteira pode ser enviada em algumas situações, mas o encéfalo isolado é preferível para facilitar o processamento laboratorial. A medula espinhal complementa a amostra, assegurando uma análise mais abrangente. Portanto, a alternativa correta é a que especifica o encéfalo e a medula espinhal como materiais ideais.

O sucesso no cultivo bacteriológico de amostras de campo depende de uma série de fatores. A forma de colheita, o tipo de peça anatômica, a quantidade de material colhido, o acondicionamento, o transporte, o tempo após a colheita e o tempo de estocagem constituem alguns dos fatores que interferem significativamente no resultado do diagnóstico laboratorial. O material ideal para o isolamento direto (bacteriológico) de Brucella sp no rebanho bovino é:

• A) Fezes.
• B) Leite.
• C) Sangue.
• D) Pleura pulmonar.
• E) Feto e anexos fetais.

O gabarito correto é E).

A cinomose canina é uma doença altamente contagiosa de cães que apresenta distribuição mundial, caracterizada por uma infecção generalizada que envolve vários sistemas e órgãos.

Considerando o vírus da cinomose canina, é correto afirmar que:

• A) A doença foi descrita pela primeira vez em 1926, quando surtos graves foram relatados na Inglaterra e no Oriente Médio.
• B) O vírus da cinomose canina é um vírus do gênero Morbilivírus e subfamília Pneumovirinae que produz uma infecção multisistêmica e mortalidade variável.
• C) O Morbilivírus causa uma infecção grave no trato respiratório superior dos cães, com coriza e inchaço dos seios, sendo a doença conhecida como síndrome da cabeça inchada.
• D) A confirmação laboratorial é realizada somente por meio do isolamento viral e o teste de inibição da hemoaglutinação, usando antissoro específico, confirmando a presença de cinomose.
• E) Em populações urbanas de cães, o vírus é mantido pela infecção em animais suscetíveis, dissemina-se rápido entre cães jovens, normalmente de três a seis meses, idade em que a imunidade materna declina.

O gabarito correto é E).

O diagnóstico da influenza equina baseia-se no reconhecimento de um conjunto característico de sinais clínicos que se desenvolvem após um curto período de incubação. Conforme indicado pela alternativa correta B), o quadro típico manifesta-se dentro de até dois dias após a exposição ao vírus, sendo marcado por febre alta, tosse seca, secreção nasal, anorexia e depressão em graus variáveis. Um aspecto crucial da apresentação clínica é a exacerbação dos sintomas com a realização de exercícios, o que frequentemente serve como um indicador importante para o veterinário. Esta combinação de sinais respiratórios agudos com rápido início e agravamento pelo esforço físico constitui a base para a suspeita diagnóstica da influenza equina, diferenciando-a de outras condições que podem apresentar períodos de incubação mais longos ou manifestações hemorrágicas mais proeminentes.

A respeito da Leptospirose em animais, assinale a alternativa correta.

• A) As leptospiras sobrevivem em ambientes aquáticos (rios, açudes, lagoas) independentemente da temperatura destes.
• B) As sorovariedades da leptospira não apresentam preferência a uma espécie particular de hospedeiro.
• C) Os hospedeiros de manutenção são as principais fontes de contaminação ambiental e de transmissão natural a outras espécies.
• D) A patogenicidade das leptospiras não está relacionada à virulência da sorovariedade infectante e à suscetibilidade do hospedeiro.
• E) As leptospiras penetram no hospedeiro somente através da pele lesionada.

A alternativa correta é a C, pois os hospedeiros de manutenção, que abrigam as leptospiras em seus rins e as eliminam pela urina, constituem efetivamente as principais fontes de contaminação do ambiente e de transmissão da doença para outros animais e até para humanos.

A raiva é uma zoonose viral grave que apresenta diferentes ciclos epidemiológicos conforme os hospedeiros envolvidos. Analisando as afirmativas, verifica-se que a I está correta, pois os hospedeiros naturais, como morcegos hematófagos e carnívoros silvestres, são efetivamente os principais vetores na manutenção e transmissão do vírus rábico. A III também é precisa, já que o ciclo silvestre diz respeito à circulação do vírus entre animais selvagens, como raposas, gambás e primatas. Quanto à IV, está igualmente correta, uma vez que o ciclo rural refere-se especificamente à raiva em herbívoros domésticos, com bovinos e bubalinos sendo os mais afetados, principalmente por transmissão via morcegos hematófagos. A V está correta ao identificar que o ciclo aéreo é uma denominação utilizada para a raiva em morcegos, importantes reservatórios e transmissores da doença.

Por outro lado, a afirmativa II é incorreta, pois o ciclo urbano da raiva não se refere à doença em seres humanos, mas sim à transmissão envolvendo animais domésticos, principalmente cães e gatos, que são os principais responsáveis pela propagação em ambientes urbanos. Os humanos são hospedeiros acidentais e não constituem um ciclo epidemiológico próprio.

Dessa forma, as afirmativas corretas são I, III, IV e V, correspondendo à alternativa B.

Assinale a alternativa que completa adequadamente a lacuna abaixo.

A inclusão intracitoplasmática denominada corpúsculo de Lentz é encontrada nos linfócitos e hemácias de cães com cinomose.

• A)corpúsculo de Lentz.
• B)corpúsculo de Heinz.
• C)corpúsculo de Howell-Jolly.
• D)corpúsculo de Negri.
• E)corpúsculo de Malpighi.

Para determinar a(s) data(s) provável(is) de exposição ao vírus da cinomose, consideramos o período de incubação de 1 a 3 semanas (7 a 21 dias) e o intervalo de diagnóstico entre 15 e 30 de maio.

Calculando retroativamente a partir das datas de diagnóstico:

• Se os cães foram diagnosticados em 15 de maio, a exposição pode ter ocorrido entre 24 de abril (15 de maio - 21 dias) e 8 de maio (15 de maio - 7 dias).
• Se os cães foram diagnosticados em 30 de maio, a exposição pode ter ocorrido entre 9 de maio (30 de maio - 21 dias) e 23 de maio (30 de maio - 7 dias).

Considerando todos os casos diagnosticados entre 15 e 30 de maio, as datas de exposição prováveis abrangem desde 24 de abril até 23 de maio. No entanto, a única opção que se encaixa consistentemente no intervalo comum, especialmente para casos diagnosticados no início do período (15 de maio), é entre 8 e 9 de maio, correspondendo à alternativa C.