Questões Sobre Doenças Infecciosas - Veterinária - concurso

No diagnóstico ante mortem de infecções intensas de cisticercose suína, o órgão avaliado é a língua, que apresenta nódulos císticos visíveis e palpáveis sob a mucosa, permitindo a identificação dos cisticercos. Embora outros órgãos como coração, pulmão, rim e fígado possam ser afetados, a língua é o sítio mais acessível para exame clínico, sendo o método prático e eficaz para confirmação da infecção ativa antes do abate.

Alternativa correta: C) língua.

O cavalo examinado apresenta sintomas clínicos compatíveis com a fase de viremia de uma infecção, como febre aguda, edema ventral, anemia severa e emagrecimento. Esses sinais são característicos de doenças virais que cursam com disseminação sistêmica do agente patogênico pela corrente sanguínea, como a anemia infecciosa equina ou a arterite viral equina. Portanto, considerando o quadro descrito, é provável que o animal esteja efetivamente na fase de viremia.

C) CERTO

A anemia infecciosa equina (AIE) representa uma importante doença viral que afeta equídeos, exigindo rigorosas medidas de controle sanitário. O diagnóstico adequado é fundamental para o cumprimento das normas estabelecidas pelo MAPA, que determinam o sacrifício dos animais positivos.

Dentre as opções apresentadas, o teste de Coggins destaca-se como o método sorológico padrão-ouro para a detecção de anticorpos contra o vírus da AIE. Esta técnica de imunodifusão em gel de ágar possui alta especificidade e sensibilidade, sendo amplamente reconhecida e exigida em programas de controle sanitário.

As demais alternativas mostram-se inadequadas: o hemograma e o teste de Coombs podem indicar anemia hemolítica mas não são específicos para AIE; já o esfregaço sanguíneo e a imunofluorescência direta não são métodos práticos para diagnóstico rotineiro, uma vez que a visualização direta do vírus é tecnicamente difícil e pouco sensível.

Portanto, o teste de Coggins constitui o exame laboratorial mais apropriado para o diagnóstico conclusivo e controle desta doença, permitindo a correta identificação dos animais portadores e a implementação das medidas sanitárias exigidas pela legislação.

O tétano é uma doença infecciosa grave causada pela toxina do Clostridium tetani, que afeta o sistema nervoso central e apresenta distribuição cosmopolita, com todas as espécies animais sendo suscetíveis. Entre as alternativas apresentadas, a incorreta é a letra E, pois os achados de necropsia no tétano não são considerados patognomônicos. Esta afirmação está equivocada por várias razões.

Em primeiro lugar, o tétano é primariamente uma intoxicação, e não uma infecção que cause lesões macroscópicas evidentes ou específicas nos tecidos. As alterações musculares, quando presentes, são secundárias aos espasmos e à rigidez, mas não constituem um padrão diagnóstico único. Além disso, a presença de corpúsculos de inclusão bacteriana em hepatócitos não é uma característica da doença; o Clostridium tetani não produz inclusões intracelulares típicas em células do hospedeiro, tornando essa descrição incorreta e enganosa.

As demais alternativas estão corretas: o diagnóstico diferencial abrange condições como envenenamento por estricnina e outras doenças neurológicas (A); a manifestação clínica inclui rigidez muscular, prolapso da terceira pálpebra e postura característica (B); a temperatura e a frequência cardíaca podem inicialmente permanecer normais, elevando-se com a progressão dos espasmos (C); e o tratamento é multifatorial, envolvendo neutralização da toxina, controle de sintomas e suporte (D).

Portanto, a afirmação incorreta é a de que os achados necroscópicos são patognomônicos, o que destaca a importância do diagnóstico clínico e epidemiológico nesta enfermidade.

É um micrororganismo anaeróbio estrito produtor de esporos:

• A) Brucella abortus.
• B) Mycobacterium tuberculosis.
• C) Leptospira interrogans.
• D) Clostridium botulinum.
• E) Bacillus anthracis.

O gabarito correto é D) Clostridium botulinum.

O microrganismo cujos esporos podem permanecer viáveis durante vários anos no solo ou nas pastagens é o Bacillus anthracis, agente etiológico do carbúnculo (antraz). Esta característica é fundamental para a epidemiologia da doença, pois os esporos são altamente resistentes a condições ambientais adversas, como dessecação, calor e desinfetantes comuns, permitindo sua persistência no ambiente por longos períodos. Dessa forma, pastagens contaminadas representam um risco contínuo de infecção para animais herbívoros, que são os hospedeiros primários, podendo também ocasionar casos humanos, geralmente associados à exposição ocupacional ou a produtos de origem animal.

As demais alternativas não correspondem à descrição: Salmonella sp. e Yersinia enterocolitica são bactérias que não formam esporos; Brucella abortus e Mycobacterium bovis, embora possam sobreviver por algum tempo no ambiente, não produzem esporos resistentes como os do Bacillus anthracis.

Com base no quadro clínico descrito, caracterizado por prostração, gemidos, inapetência, parada de lactação, tumefação edematosa dolorida com presença de dois furos centrais drenando líquido sanguinolento, além de hemorragias nasais, orais e retais, evidencia-se um caso provável de carbúnculo sintomático (gangrena gasosa), causado por Clostridium chauvoei.

Considerando o caráter agudo e fatal da enfermidade, a administração de antibiótico de amplo espectro é indicada para combater a infecção bacteriana, enquanto a antitoxina tetânica atua neutralizando toxinas circulantes, constituindo uma medida profilática adjuvante diante do risco de complicações por infecções clostridiais.

Portanto, a conduta terapêutica descrita está correta e alinhada com as diretrizes de tratamento para doenças clostridiais em ruminantes.

O quadro clínico descrito, caracterizado por prostração, edema hemorrágico doloroso com presença de dois orifícios drenando líquido sanguinolento, hemorragias mucosas e súbita parada de lactação, é altamente sugestivo de carbúnculo sintomático, doença causada pelo Clostridium chauvoei. Embora o Clostridium perfringens possa causar doenças em ruminantes, como enterotoxemias, suas manifestações são predominantemente entéricas e não correspondem ao padrão de sintomas apresentado, particularmente a combinação característica de edema crepitante com orifícios de drenagem.

O item está ERRADO.

O provável diagnóstico apresentado para a situação descrita é incorreto. Embora o carbúnculo sintomático possa causar sintomas como edema, dor e hemorragias em bovinos, a presença de dois furos no centro da área edematosa, com saída de líquido sanguinolento, é altamente sugestiva de outra enfermidade: a mormo. O mormo, causado pela bactéria Burkholderia mallei, caracteriza-se pela formação de nódulos ulcerados que drenam secreção purulenta ou sanguinolenta, frequentemente associados a sintomas sistêmicos como prostração, inapetência e hemorragias nasais. Adicionalmente, a parada de lactação e o quadro clínico multifocal descrito são mais compatíveis com o mormo do que com o carbúnculo sintomático, que tipicamente apresenta edema crepitante e não ulcerações com drenagem ativa.

Portanto, a afirmação de que o diagnóstico provável é carbúnculo sintomático está ERRADA.

Com base nas informações clínicas e anatomopatológicas descritas, o quadro apresentado pelos bovinos é altamente sugestivo de linfoma bovino, uma neoplasia linforreticular maligna frequentemente associada ao vírus da leucose enzoótica bovina (VLEB). Esta enfermidade possui caráter neoplásico e não infeccioso bacteriano, portanto, o uso de antibioticoterapia é completamente inadequado e ineficaz para o tratamento.

As manifestações clínicas como perda de peso progressiva, febre, aumento generalizado de linfonodos e presença de massas tumorais em múltiplos órgãos são características de processos linfoproliferativos malignos. A antibioticoterapia, indicada para infecções bacterianas, não tem qualquer ação sobre células neoplásicas ou infecções virais persistentes como a leucose bovina.

O tratamento desta condição é inviável na prática pecuária, sendo a prevenção por meio de controle sanitário, teste e descarte de animais soropositivos e manejo adequado as medidas recomendadas. A afirmação de que se deve utilizar antibioticoterapia por 30 dias para eliminação do agente está, portanto, incorreta.