Questões Sobre Imunologia e Vacina - Veterinária - concurso

A maturação dos linfócitos responsáveis pela imunidade celular nos mamíferos ocorre no timo. Este órgão linfático primário é essencial para o desenvolvimento e seleção dos linfócitos T, que são as células centrais na resposta imune celular, atuando diretamente no reconhecimento e eliminação de células infectadas ou anômalas. As demais alternativas referem-se a estruturas relacionadas a outros aspectos da imunidade: os centros germinativos dos gânglios linfáticos estão associados à ativação e proliferação de linfócitos B na resposta humoral; a bursa de Fabricius é um órgão encontrado em aves, não em mamíferos; as placas de Peyer estão envolvidas na imunidade mucosal intestinal; e a polpa branca do baço atua na filtragem sanguínea e resposta imune, mas não é o local primário de maturação dos linfócitos T.

Em bezerras imunizadas com a vacina B-19 contra a brucelose, na faixa etária estabelecida pela legislação vigente no Brasil, a classe de imunoglobulina anti-Brucella que predomina nos testes de aglutinação até os animais atingirem os 18 meses de idade é a IgM. Esta imunoglobulina representa a resposta imune primária, sendo a primeira a ser produzida após a exposição ao antígeno. Embora a vacina B-19 induza uma resposta imune que inclui a produção de diferentes classes de anticorpos, a IgM é a que se destaca nos testes sorológicos de aglutinação durante esse período, uma vez que testes como o soroaglutinação rápida (SAR) e o teste do antígeno acidificado tamponado (AAT) são mais sensíveis à detecção dessa classe de anticorpos na fase inicial da resposta imune.

Portanto, a alternativa correta é a C) IgM.

Nas reações imunológicas de fixação de complemento, o ingrediente empregado como fonte de complemento é constituído por soro fresco de cobaia. O soro de cobaia é amplamente utilizado nestas reações por apresentar alta concentração de componentes do sistema complemento, particularmente os fatores C1 a C9, essenciais para a cascata de ativação que caracteriza a fixação do complemento. Este soro deve ser fresco ou adequadamente preservado, pois os componentes do complemento são termolábeis e perdem sua atividade funcional quando expostos a condições inadequadas de armazenamento.

As outras alternativas não correspondem à fonte de complemento: hemácias de carneiro são utilizadas como células-alvo em testes de hemólise; 2-mercapto-etanol é um agente redutor empregado em dosagens de anticorpos; EDTA atua como quelante de cálcio e magnésio, inibindo a via clássica do complemento; e a solução de Alsevers é um meio conservante para hemácias.

A raiva permanece como uma zoonose de grande relevância para a saúde pública, exigindo ações coordenadas de vigilância, prevenção e controle. Conforme as diretrizes do Ministério da Saúde, é fundamental analisar as afirmativas apresentadas para compreender os protocolos adequados.

Quanto à primeira afirmativa, que descreve o período de incubação e eliminação viral em cães, gatos e quirópteros, observa-se imprecisão. Embora a eliminação do vírus pela saliva ocorra efetivamente antes dos sinais clínicos, o período de incubação varia significativamente, podendo estender-se por meses, especialmente em quirópteros, diferindo dos 5 a 15 dias citados. Portanto, essa informação não está totalmente correta.

A segunda afirmativa, que aborda os ciclos de transmissão da raiva, está alinhada com a classificação epidemiológica estabelecida. De fato, distinguem-se quatro ciclos: urbano (envolvendo animais domésticos), rural (relacionado a bovinos e outros animais de produção), silvestre aéreo (associado a morcegos) e silvestre terrestre (envolvendo animais como raposas e gambás). Essa divisão é crucial para orientar estratégias específicas de controle.

A terceira afirmativa recomenda a observação de cães e gatos suspeitos por 180 dias em ambiente domiciliar. Contudo, essa orientação não condiz com as medidas oficiais, que preconizam o isolamento e eutanásia para diagnóstico em casos suspeitos, visando evitar riscos de transmissão. A quarentena prolongada em domicílio é considerada inadequada e perigosa.

Por fim, a quarta afirmativa destaca a superioridade da vacina de cultivo celular em relação às vacinas produzidas em sistema nervoso central, o que é factualmente correto. As vacinas modernas, derivadas de cultivo celular, oferecem maior potência imunogênica, maior segurança e reduzem drasticamente os riscos de eventos adversos, sendo o padrão recomendado atualmente.

Diante disso, somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras, tornando a alternativa C a correta. Este entendimento reforça a importância de seguir rigorosamente as normativas técnicas para o controle eficaz da raiva.

• A)V – V – F – F.
• B)V – F – V – V.
• C)V – F – V – F.
• D)F – V – F – V.
• E)F – V – V – F.

O antígeno de Adenovirus tipo II presente nas vacinas múltiplas para cães possui uma característica imunológica particularmente relevante: embora seja especificamente direcionado contra infecções respiratórias causadas por esse vírus, demonstra capacidade de induzir proteção cruzada contra a hepatite viral canina. Este fenômeno ocorre devido à similaridade antigênica entre o Adenovirus tipo II e o Adenovirus tipo I, agente etiológico da hepatite infecciosa canina. Dessa forma, a vacinação com o componente de Adenovirus tipo II confere imunidade eficaz contra ambas as manifestações virais, representando uma estratégia vacinal inteligente que amplia o espectro de proteção com um único antígeno. As demais opções listadas - cinomose, parvovirose, coronavirose e parainfluenza - são causadas por agentes virais distintos sem relação antigênica com o Adenovirus, portanto não se beneficiam desta proteção cruzada.

Com relação aos acidentes com serpentes peçonhentas, correlacione a coluna da esquerda com a da direita de acordo com o tipo de serpente e seu respectivo soro antiofídico:

Agentes

1. Surucucu pico-de-jaca.

2. Cascavel.

3. Coral verdadeira.

4. Jararaca.

Mecanismos Fisiopatológicos

(1) Anti botrópico-laquético.

(4) Anti botrópico.

(3) Anti elapídico.

(2) Anti crotálico.

• A)1 - 4 - 2 - 3.
• B)1 - 4 - 3 - 2.
• C)4 - 1 - 2 - 3.
• D)2 - 1 - 3 - 4.
• E)3 - 2 - 1 - 4.

Durante uma inflamação, o corpo animal reconhece microorganismos invasores pela presença de moléculas comuns expressas em suas superfícies. Essas estruturas são denominadas “Padrões Moleculares associados a Patógenos (PAMPs)”. A resposta do organismo é a sintetização ou secreção de uma mistura de citocinas, a qual desencadeia a inflamação enquanto se inicia a ativação da imunidade adquirida. As principais citocinas sintetizadas e secretadas neste caso são:

• A)Ácido araquidônico, fator de necrose tumoral-α, alarmina
• B)Fator de necrose tumoral-α, interleucina-1, interleucina-6
• C)Leucotrienos, interleucina-1, prostaglandinas
• D)Quimiocinas, C5a, histamina
• E)CXCL1, interleucina-6, C5a

O gabarito correto é B).

Mesmo havendo o desenvolvimento de órgãos linfoides no período embrionário, todos os animais são mais susceptíveis a enfermidades nas primeiras semanas de vida. Sendo assim, em mamíferos, é necessária a ingestão de colostro nas primeiras horas de vida. A imunoglobulina predominante no colostro é:

• A)IgA
• B)IgD
• C)IgE
• D)IgG
• E)IgM

O gabarito correto é D).