Questões Sobre Parasitologia em Veterinária - Veterinária - concurso

O desenvolvimento dos flebotomíneos, insetos vetores da leishmaniose visceral, ocorre em ambientes específicos caracterizados por matéria orgânica em decomposição. Estes mosquitos-palha, como são popularmente conhecidos, depositam seus ovos em locais úmidos e sombreados, ricos em detritos vegetais, folhas em decomposição, frutos caídos e outros materiais orgânicos. Estes acúmulos fornecem as condições ideais de umidade, proteção e alimento para as larvas se desenvolverem, ao contrário de ambientes como água estagnada (característica de mosquitos como o Aedes aegypti) ou solos expostos. A presença de vegetação em decomposição cria um microambiente essencial para o ciclo de vida deste vetor, tornando a opção C a correta conforme indicado pelo gabarito.

• A) água estagnada.
• B) tecidos animais vivos.
• C) acúmulos de vegetais em decomposição.
• D) solo argiloso.
• E) depósitos de areia.

Na dirofilariose canina, os nematoides adultos da espécie Dirofilaria immitis estabelecem-se predominantemente no coração, especificamente no ventrículo direito e na artéria pulmonar. Esta localização é crucial para o ciclo biológico do parasita, permitindo a liberação de microfilárias na corrente sanguínea, que subsequentemente são ingeridas por mosquitos vetores durante a alimentação, perpetuando assim o ciclo de transmissão. Embora as formas adultas possam ocasionalmente migrar para outros órgãos como pulmões e fígado em infecções severas, sua sede primária e característica permanece o sistema cardiovascular. As outras alternativas - fígado, pulmão, intestino e cérebro - representam locais de complicações secundárias ou erráticas migrações parasitárias, não o sítio eletivo de estabelecimento dos vermes adultos.

A doença de Lyme é uma infecção bacteriana causada pela Borrelia burgdorferi e transmitida através da picada de carrapatos infectados. Entre as opções apresentadas, os ixodídeos (carrapatos duros) são os vetores hematófagos responsáveis pela transmissão desta doença. Esses artrópodes se alimentam de sangue e podem infectar humanos durante o processo de alimentação, especialmente em estágios ninfais ou adultos. Os culicídeos (mosquitos), flebotomíneos (mosquitos-palha), quirópteros (morcegos) e triatomídeos (barbeiros) não estão associados à transmissão da doença de Lyme, sendo vinculados a outras enfermidades, como malária, leishmaniose, raiva e doença de Chagas, respectivamente. Portanto, a alternativa correta é a E) ixodídeos.

Com base nos conhecimentos em helmintoses equinas, o parasito que forma nódulos fibrosos na mucosa gástrica é Draschia megastoma. Este helminto, também conhecido como Habronema megastoma, é um nematódeo que se aloja no estômago dos equinos e provoca a formação de nódulos característicos na parede gástrica, os quais podem causar desde desconforto até complicações mais graves como obstruções e perfurações. As outras alternativas representam parasitos com ciclos e locais de ação distintos: Strongyloides westeri afeta principalmente o intestino delgado; Anaplocephala magna e Paranoplocephala mamillana são cestódeos que habitam o intestino delgado; e Parascaris equorum é um nematódeo que parasita o intestino delgado, sem relação com a formação de nódulos gástricos.

A parasitologia veterinária constitui um campo de extrema relevância para a saúde animal e pública, especialmente no contexto das helmintoses caninas. Essas infecções, de distribuição global, representam um desafio constante na clínica de pequenos animais, exigindo conhecimento aprofundado sobre a biologia dos parasitos, suas rotas de transmissão, patogenicidade e potencial zoonótico.

Dentre as alternativas apresentadas, a afirmativa incorreta é a que atribui ao Trichuris vulpis o parasitismo do estômago de cães. Na realidade, esse helminto, conhecido como "verme chicote", localiza-se especificamente no ceco e no cólon do hospedeiro, onde se fixa à mucosa intestinal, podendo causar colite e diarreia mucohemorrágica, e não gastrite. As demais opções descrevem com precisão aspectos cruciais de outras helmintoses: a transmissão de ancilostomídeos (Ancylostoma e Uncinaria) por diversas vias, incluindo a lactogênica; o ciclo biológico do Dipylidium caninum, que depende da ingestão do hospedeiro intermediário (pulgas); a anemia ferropriva grave e potencialmente fatal provocada pelo hematofagismo dos ancilostomídeos; e a baixa patogenicidade característica da infecção por Dipylidium caninum, cujo principal sinal clínico é o prurido anal.

Portanto, a identificação da informação errônea sobre a localização anatômica do Trichuris vulpis é fundamental para um diagnóstico correto e para a implementação de protocolos de tratamento e controle adequados, reforçando a importância de um conhecimento parasitológico preciso na prática veterinária.

A babesiose canina, doença transmitida principalmente por carrapatos e causada por protozoários que parasitam hemácias, apresenta manifestações clínicas variadas conforme a fase da infecção. Embora as opções A, B, C e E descrevam aspectos plausíveis da doença – como anemia, febre, complicações sistêmicas e sinais crônicos –, a alternativa correta é a D, que aborda especificamente o envolvimento neurológico em casos agudos, caracterizado pela meningoencefalite supurativa, um achado distintivo e grave nesse contexto.

• A) Dictyocaulus viviparus é causador de importantes perdas econômicas ao afetar o intestino delgado e provocar graves diarreias em bovinos jovens.
• B) Taenia hydatigena tem como hospedeiros definitivos os ruminantes, como bovinos, ovinos e cervídeos, e como hospedeiros intermediários canídeos, como cães, lobos e raposas, alojando-se preferencialmente no fígado e na cavidade abdominal.
• C) Fasciola hepatica é um dos principais nematelmintos que afetam diversas espécies animais e comumente apresenta migração aberrante aos rins, principalmente em ovinos.
• D) Ostertagia ostertagi, um dos endoparasitos mais importantes em ovinos, aloja-se e produz lesões principalmente no rúmen.
• E) Trypanosoma vivax causa declínio na produção leiteira, problemas reprodutivos, como morte fetal e aborto, e é transmitido por tabanídeos como tabanus spp. (mutuca) e stomoxys calcitrans (mosca-dos-estábulos).

A análise das alternativas sobre Leishmaniose Visceral no Brasil revela que a opção D contém uma afirmação claramente incorreta ao atribuir a transmissão da doença ao gênero Anopheles. Este equívoco é particularmente grave pois confunde dois gêneros de mosquitos com características epidemiológicas completamente distintas.

Os mosquitos do gênero Anopheles são reconhecidamente vetores da malária, pertencendo à família Culicidae, enquanto a transmissão da Leishmaniose Visceral no Brasil é exclusivamente atribuída a flebotomíneos da família Psychodidae, com destaque para Lutzomyia longipalpis como principal vetor. A biologia, ecologia e comportamento desses insetos são radicalmente diferentes, sendo impossível a transmissão cruzada entre as famílias.

Esta distinção é crucial para as estratégias de controle vetorial, pois as medidas adotadas para combater Anopheles (como drenagem de águas paradas e uso de mosquiteiros) são ineficazes contra flebotomíneos, que requerem abordagens específicas como manejo ambiental e controle químico direcionado.

A manutenção desta incorreção poderia levar a equívocos conceituais graves e comprometer as ações de vigilância epidemiológica, destacando a importância do rigor científico nas informações sobre doenças tropicais.

As chamadas bicheiras ou miíases são infestações graves causadas pela invasão de tecidos vivos ou mortos de animais e humanos por larvas de moscas, conhecidas popularmente como moscas varejeiras. Entre os principais agentes etiológicos responsáveis por essa condição, destaca-se a Cochliomyia hominivorax, também chamada de mosca-da-bicheira, que é um parasita obrigatório e causa significativos prejuízos à pecuária e riscos à saúde pública.

Outras espécies podem estar envolvidas, mas a Cochliomyia hominivorax se distingue por seu comportamento parasitário agressivo, depositando ovos em feridas abertas ou mucosas, onde as larvas se alimentam do tecido hospedeiro. É fundamental o controle preventivo através do manejo sanitário adequado e tratamento imediato de feridas para evitar a infestação.

Analise a afirmativa a seguir.

A febre maculosa é uma zoonose, transmitida pelo carrapato Amblyoma cajennense (carrapato estrela). É uma doença aguda causada por uma rickettsia e animais domésticos e silvestres podem ser reservatórios da doença.

Marque a opção que completa CORRETA e respectivamente as lacunas.

• A)erlichiose / bactéria / canídeos
• B)febre maculosa / rickettsia / domésticos e silvestres
• C)doença de Lyme / protozoário / domésticos
• D)doença de Lyme / bactéria / silvestres
• E)babesiose / rickettsia / canídeos e felinos