Questões Sobre Semiologia - Veterinária - concurso

No exame semiológico de pequenos animais, como cães e gatos, a palpação de linfonodos é uma etapa fundamental para avaliar o estado de saúde do paciente. Entre as opções apresentadas, os linfonodos mediastinais (alternativa C) destacam-se por não serem palpáveis, mesmo quando aumentados. Isso ocorre devido à sua localização anatômica no tórax, protegidos pela caixa torácica, o que os torna inacessíveis ao exame físico convencional.

Em contraste, os demais linfonodos listados são rotineiramente palpáveis durante o exame clínico. Os linfonodos pré-escapulares (A) estão localizados cranialmente à escápula, os inguinais superficiais (B) na região da virilha, os submandibulares (D) abaixo da mandíbula e os poplíteos (E) atrás dos joelhos. Esses grupos linfáticos, quando aumentados, podem ser identificados através de palpação cuidadosa, fornecendo informações valiosas sobre possíveis processos inflamatórios, infecciosos ou neoplásicos.

A impossibilidade de palpar os linfonodos mediastinais reforça a importância de métodos complementares de diagnóstico, como radiografia ou ultrassonografia torácica, quando há suspeita de envolvimento dessas estruturas. Essa particularidade anatômica explica por que a alternativa C é a correta entre as opções apresentadas, sendo os linfonodos mediastinais os únicos que, por sua localização, escapam à avaliação palpatorial no exame físico de rotina.

A epiderme, como camada mais externa da pele, apresenta diferentes respostas a injúrias, conforme descrito nas alternativas. A análise das características de cada processo permite a correta associação entre as descrições e os fenômenos biológicos envolvidos.

A disqueratose (I) corresponde à queratinização prematura de células epidérmicas, um processo anormal de diferenciação que resulta em células com núcleos picnóticos e citoplasma eosinofílico. Esse fenômeno é observado em condições como ceratoses e neoplasias cutâneas.

A necrose (II) é caracterizada por dano celular irreversível, com perda da integridade da membrana plasmática, liberação de conteúdo intracelular e inflamação aguda adjacente. Esse padrão de morte celular ocorre em resposta a traumas, isquemia ou agentes tóxicos.

Já a apoptose (III) representa uma morte celular programada, com condensação citoplasmática, preservação de organelas e ausência de resposta inflamatória significativa. Esse mecanismo está presente em doenças autoimunes como lúpus eritematoso, conforme mencionado na descrição.

Portanto, a associação correta é: I - Disqueratose; II - Necrose; III - Apoptose, correspondente à alternativa D do questionário. Essa correlação demonstra a importância de reconhecer os padrões morfológicos distintos das respostas epidérmicas a agressões.

As alterações no crescimento celular são fenômenos biológicos fundamentais para compreender diversos processos fisiológicos e patológicos. No contexto apresentado, é essencial associar corretamente os conceitos de hiperplasia, atrofia e hipertrofia às suas respectivas definições.

A hiperplasia (I) refere-se ao aumento do número de células em um tecido, resultando em sua expansão. Esse processo pode ocorrer em situações como a regeneração hepática ou em resposta a estímulos hormonais.

A atrofia (II) corresponde à redução do tamanho de células previamente desenvolvidas, geralmente devido à diminuição da demanda funcional, nutrição inadequada ou inatividade. Um exemplo clássico é a atrofia muscular em membros imobilizados.

Por fim, a hipertrofia (III) caracteriza-se pelo aumento do volume celular sem proliferação, levando ao crescimento de tecidos ou órgãos. Esse mecanismo é observado no desenvolvimento muscular em atletas ou no coração em casos de hipertensão arterial.

Portanto, a associação correta é: I - Hiperplasia; II - Atrofia; III - Hipertrofia, conforme indicado na alternativa B. Essa distinção é crucial para o entendimento das respostas adaptativas celulares a diferentes estímulos fisiológicos e patológicos.

Em relação à semiologia veterinária, é correto afirmar:

• A) Uma vez estabelecido o diagnóstico, a determinação do prognóstico é fator de menor importância. (Incorreto: o prognóstico é essencial para orientar o tratamento e o manejo do paciente.)
• B) A inspeção e a palpação são procedimentos diagnósticos idênticos, portanto requerem outro método que os complemente. (Incorreto: são métodos distintos e complementares, mas não idênticos.)
• C) Síndrome (do grego syn-dromos = que correm juntos) é o conjunto de sintomas clínicos, de múltiplas causas e que afetam diversos sistemas; quando adequadamente reconhecidos e considerados em conjunto, caracterizam, por vezes, uma determinada enfermidade ou lesão. (Correto: essa é a definição precisa de síndrome na medicina veterinária.)
• D) Auscultação é o procedimento caracterizado pela observação de sons/ruídos produzidos unicamente pelos pulmões e pelo coração. (Incorreto: a auscultação também pode avaliar sons intestinais e de outros órgãos.)
• E) Provas de reações alérgicas não são usadas para diagnóstico de nenhuma enfermidade em medicina veterinária. (Incorreto: testes alérgicos são utilizados, por exemplo, em dermatites alérgicas.)

Portanto, a alternativa correta é C), pois define corretamente o conceito de síndrome na semiologia veterinária.

Quanto ao sistema urinário, é INCORRETO afirmar que:

• A) cães e gatos podem ter normalmente pouca quantidade de proteína na urina.
• B) a oligúria e a oligodipsia são comuns no hipertireoidismo em cães e gatos.
• C) a proteinúria está geralmente associada a uma rápida progressão da doença renal crônica.
• D) a poliúria é um sinal clínico muito comum em cães com síndrome de Cushing.

O gabarito correto é B), pois a oligúria e a oligodipsia não são características do hipertireoidismo em cães e gatos. Pelo contrário, o hipertireoidismo geralmente está associado a poliúria e polidipsia, especialmente em gatos.

Quanto aos atos de urinar e defecar, é INCORRETO afirmar que:

• A) Disquesia é geralmente consequência de uma doença no ânus ou períneo, caracterizada por dificuldade e dor ao evacuar.
• B) Obstipação é uma forma menos grave de constipação, cujas fezes não são tão ressecadas e nem tão duras.
• C) Tenesmo é o esforço ineficaz e doloroso na defecação e micção.
• D) Incontinência fecal e urinária consistem na defecação e micção sem o controle consciente.

O gabarito correto é B), pois a obstipação não é uma forma menos grave de constipação, mas sim um termo que pode ser usado como sinônimo de constipação intestinal, indicando um quadro de dificuldade para evacuar, geralmente associado a fezes ressecadas e endurecidas.

Quanto à hipertermia e febre, é INCORRETO afirmar que:

• A) A hipertermia maligna pode causar miopatia iniciada por agentes farmacológicos como os relaxantes musculares e anestésicos inalatórios.
• B) Febre é uma resposta do organismo pela invasão de um patógeno ou devido a injúrias de causas variadas.
• C) Hipertermia é o resultado da perda do equilíbrio entre produção e perda de calor.
• D) A insolação deve ser tratada rapidamente, usando água gelada e antitérmicos.

O gabarito correto é D), pois o uso de água gelada e antitérmicos não é recomendado no tratamento da insolação, já que pode causar complicações como vasoconstrição e dificultar a dissipação do calor. O correto é resfriar o corpo gradualmente com água morna ou fria (não gelada) e buscar atendimento médico.

Quanto aos atos de urinar e defecar, é INCORRETO afirmar que:

• A) Disquesia é geralmente consequência de uma doença no ânus ou períneo caracterizada por dificuldade e dor ao evacuar.
• B) Obstipação é uma forma menos grave de constipação, cujas fezes não são tão ressecadas e nem tão duras.
• C) Tenesmo é o esforço ineficaz e doloroso na defecação e micção.
• D) Incontinência fecal e urinária consistem na defecação e micção sem o controle consciente.

O gabarito correto é B), pois a obstipação não é uma forma menos grave de constipação, mas sim um termo que pode ser usado como sinônimo de constipação intestinal, indicando a mesma condição de dificuldade para evacuar, com fezes ressecadas e endurecidas.

A icterícia é uma condição caracterizada pela coloração amarelada da pele e mucosas, incluindo a mucosa ocular, como observado no exame clínico veterinário descrito. Esse fenômeno ocorre devido ao acúmulo de bilirrubina no organismo, um pigmento amarelo resultante da degradação da hemoglobina presente nos glóbulos vermelhos. Quando o fígado não consegue processar adequadamente a bilirrubina ou há um excesso de sua produção, ela se deposita nos tecidos, levando ao aparecimento da tonalidade amarelada típica da icterícia.

Entre as opções apresentadas, a alternativa B) "Coloração amarelada na pele e mucosas" é a correta, pois define precisamente o quadro clínico da icterícia. As demais alternativas não correspondem a essa condição: a coloração azulada (A) pode indicar cianose, relacionada à falta de oxigenação; a perda de sensibilidade à luz solar (C) não tem relação com a icterícia; e o aumento da coloração rosada (D) pode sugerir hiperemia ou outros processos, mas não o acúmulo de bilirrubina.

Portanto, o gabarito correto é de fato a opção B), que descreve de maneira precisa a manifestação clínica da icterícia em animais e humanos.

O choque é um estado clínico grave caracterizado pela inadequada oxigenação tecidual, resultando em disfunção celular e orgânica. Conforme definido por Di Bartola (1992) e Muir (1998), trata-se de uma condição em que há falha no suprimento ou utilização de oxigênio pelos tecidos, levando a alterações metabólicas e potencial falência de órgãos. Cotran, Kumar e Robbins (1994) complementam essa visão, destacando que o choque surge da hipoperfusão generalizada devido a reduções no volume sanguíneo, débito cardíaco ou redistribuição inadequada do fluxo sanguíneo.

No contexto do artigo "Choque Circulatório: Aspectos Básicos de Fisiopatologia e Terapêutica", as três proposições apresentadas estão corretas e em conformidade com o tema:

I. O choque é de fato um déficit circulatório agudo e generalizado que causa hipóxia celular e suas consequências, conforme descrito nas definições iniciais.

II. A classificação dos tipos de choque realmente se baseia em mecanismos fisiológicos e patológicos distintos, como os sistemas compensatórios cardiovasculares e as respostas celulares à hipóxia.

III. As controvérsias na classificação existem porque, na prática clínica, o choque frequentemente apresenta etiologias múltiplas e manifestações sobrepostas, influenciadas por fatores como duração, gravidade e resposta ao tratamento.

Portanto, todas as afirmações (I, II e III) estão corretas e alinhadas com o conteúdo apresentado, justificando a alternativa E) como resposta adequada.