Questões Sobre Suinocultura - Veterinária - concurso

No contexto da suinocultura brasileira, os sistemas de criação refletem a diversidade regional e as condições econômicas dos produtores. Analisando as afirmações apresentadas, observa-se que a primeira (I) descreve corretamente o sistema intensivo misto, no qual reprodutores machos e porcas em gestação são mantidos em piquetes, combinando elementos de confinamento e áreas externas. A quarta (IV) também está adequada, pois caracteriza precisamente o Sistema Confinado (SISCON), onde todos os animais permanecem em instalações com piso e cobertura, permitindo controle zootécnico e econômico integral.

Por outro lado, a segunda afirmação (II) apresenta um equívoco ao atribuir ao Sistema Semi-Confinado (SISCAL) o uso de piquetes com cercas eletrificadas em corrente alternada para animais em crescimento e terminação, quando na realidade esse sistema emprega estruturas parcialmente abertas sem esse tipo de cerca. A terceira (III) também é incorreta, já que o sistema intensivo misto não é predominante na região norte do Brasil — onde condições climáticas e tradições favorecem outros modelos —, e além disso, porcas em lactação normalmente não são manejadas em piquetes nesse sistema devido à necessidade de maior proteção e controle ambiental.

Portanto, apenas as afirmações I e IV estão corretas, conforme indicado pelo gabarito.

Sobre animais susceptíveis à Febre Aftosa, analise os itens abaixo:

I. Bovinos e bisões

II. Suínos e javalis

III. Caprinos e ovinos

IV. Antílopes e búfalos

Estão CORRETOS

• A)I e II, apenas.
• B)II e III, apenas.
• C)II e IV, apenas.
• D)I e III, apenas.
• E)I, II, III e IV.

• A) Peste Suína Clássica e Doença de Aujeszky.
• B) Anemia e Brucelose suína.
• C) PSC e varíola.
• D) Doença de Aujeszky e Síndrome Espongiforme Bovina.
• E) Leptospirose suína e Brucella melitensis.

O gabarito correto é A) Peste Suína Clássica e Doença de Aujeszky, conforme estabelecido pelo Programa Nacional de Sanidade Suídea (PNSS).

Leia o texto a seguir:

Considerando a importância econômica da suinocultura e a necessidade de se evitar a disseminação de doenças, assegurando níveis desejáveis de produtividade, foi estabelecida a Certificação de granjas de reprodutores suídeos. Sobre as condições das granjas para serem certificadas, analise os itens abaixo:

I. Controle da Peste Suína Clássica e Doença de Ausjszky

II. Biossegurança nas granjas

III. Testes negativos para Brucelose e Leptospirose

IV. Controle da sarna

Assinale a alternativa CORRETA.

• A)Todos estão incorretos.
• B)Apenas I, III e IV estão corretos.
• C)Apenas II, III e IV estão corretos.
• D)Apenas II e IV estão corretos.
• E)Todos estão corretos.

Estudos sobre bem-estar animal na suinocultura evoluíram significativamente desde a década de 1970, impulsionados pela crescente preocupação da sociedade com o sofrimento dos animais. No contexto do transporte de suínos para abate, é fundamental compreender os fatores que impactam seu bem-estar durante essa etapa crítica.

A alternativa correta é a C, pois a mistura de suínos de diferentes propriedades pouco antes do transporte é reconhecidamente um fator de estresse que eleva os riscos de comportamentos agressivos, como ameaças e lutas. Isso ocorre porque os animais estabelecem hierarquias sociais em seus grupos originais, e a introdução súbita de indivíduos desconhecidos desencadeia conflitos por dominância, aumentando lesões e estresse.

As demais alternativas apresentam incorreções: na opção A, suínos em movimento tendem a ampliar, não diminuir, a base de apoio para manter o equilíbrio; na B, viagens longas, e não curtas, geralmente intensificam os problemas de estresse; e na D, maior espaço entre os animais é preferível para minimizar esmagamentos e permitir adaptação ao movimento, contrariando a sugestão de reduzir o espaço.

Portanto, a gestão adequada do transporte deve evitar a mistura de lotes, assegurar condições veiculares apropriadas e priorizar condutas que reduzam o estresse, alinhando-se às demandas crescentes por práticas mais humanitárias na suinocultura.

A certificação de Granjas de Reprodutores Suídeos representa um marco significativo no setor suinícola brasileiro, estabelecendo parâmetros sanitários e de biossegurança essenciais para a produção de animais de alta qualidade genética e sanitária. A Instrução Normativa nº 19 de 2002 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento consolida as diretrizes necessárias para que essas granjas operem dentro dos mais rigorosos padrões, assegurando não apenas a saúde dos plantéis, mas também a sustentabilidade da cadeia produtiva.

Dentre as condições básicas para certificação, destaca-se a necessidade de registro formal no órgão competente do MAPA e cadastro no Serviço Oficial local, conforme estabelecido na alternativa A. Este requisito é fundamental, pois garante que a granja esteja sob a supervisão e o monitoramento contínuo das autoridades sanitárias, facilitando o rastreamento de eventuais problemas e a implementação de medidas corretivas. As demais alternativas, embora abordem aspectos relevantes como biossegurança, exames laboratoriais, infraestrutura e licenças ambientais, apresentam inconsistências ou generalizações que não refletem integralmente as exigências normativas.

Além do cumprimento dos requisitos legais, a certificação exige um compromisso permanente com boas práticas de produção, incluindo programas sanitários robustos, controle de acesso de pessoas e veículos, e manejo adequado de resíduos. Esses elementos, quando integrados, contribuem para a prevenção de doenças e para a manutenção do status sanitário do rebanho, beneficiando toda a cadeia produtiva e os consumidores finais.

A leptospirose suína apresenta manifestações clínicas bastante variáveis, conforme descrito no texto. A infecção pode ocorrer de forma subclínica, com quadros febris transitórios, ou evoluir para manifestações graves como abortos, nascimento de leitões debilitados, retardo no crescimento, icterícia e complicações neurológicas. O aborto caracteristicamente ocorre entre a terceira e quarta semana após a infecção, sendo particularmente crítico quando a infecção acontece no último terço da gestação. Os sorovares pomona, tarassovi e canicola destacam-se como os principais agentes associados a abortos e natimortalidade na espécie suína.

Entre as alternativas apresentadas, a leptospirose é a única que corresponde integralmente às características descritas: a variabilidade de apresentações clínicas, o padrão temporal dos abortos, os sorovares específicos mencionados e o espectro de sintomas que inclui desde febre passageira até complicações sistêmicas graves. As demais enfermidades listadas não se alinham com esse conjunto particular de manifestações epidemiológicas e clínicas.

O controle adequado da temperatura ambiente é um dos principais focos quando se busca aliar bem-estar animal e produtividade. Para a criação comercial de suínos, a zona de conforto térmico para as matrizes em lactação está situada entre 12°C e 22°C.

Esta faixa térmica específica é fundamental pois garante que as porcas lactantes mantenham seu equilíbrio fisiológico, favorecendo a produção leiteira e o desenvolvimento saudável dos leitões. Temperaturas acima ou abaixo desta zona de conforto podem gerar estresse térmico, reduzindo o consumo de ração, comprometendo a imunidade dos animais e afetando negativamente os índices produtivos. O manejo ambiental preciso, através de sistemas de climatização e ventilação adequados, torna-se portanto essencial para otimizar tanto o bem-estar animal quanto os resultados zootécnicos na suinocultura.

São causas comuns de mortalidade de leitões recém-nascidos, EXCETO:

• A) Afogamento.
• B) Inanição.
• C) Esmagamento.
• D) Hipotermia.

Em relação aos índices zootécnicos ligados à reprodução de suínos, a alternativa INCORRETA é a letra C, que afirma que "a redução do número de partos/porca/ano resulta em altos índices de 'leitões desmamados/porca/ano'".

Esta afirmação é equivocada, pois o índice "leitões desmamados/porca/ano" é diretamente influenciado pela frequência de partos. Quanto maior o número de partos por ano, maior a oportunidade de desmamar leitões, aumentando assim a produtividade anual. Reduzir o número de partos/porca/ano diminui a capacidade reprodutiva e, consequentemente, resulta em menores índices de leitões desmamados, não em altos índices como sugerido.

As demais alternativas estão corretas: a letra A destaca a importância do indicador; a letra B corretamente associa a redução da mortalidade na lactação à melhoria do índice; e a letra D afirma, com precisão, que leitegadas numerosas contribuem positivamente para o índice em questão.