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Questões Sobre Colonização Portuguesa - História - Vestibular Tradicional

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21) Esta Capitania [do Rio de Janeiro] tem um rio muito largo e fermoso; divide-se dentro em muitas partes, e quantas terras estão ao longo dele se podem aproveitar, assim para roças de mantimentos como para cana-de-açúcar e algodão (…) E por tempo hão de se fazer nelas grandes fazendas: e os que lá forem viver com esta esperança não se acharão enganados.

(Pêro de Magalhães Gândavo. História da Província de Santa Cruz ou Tratado da Terra do Brasil, 1576.)
O texto refere-se
  • A) ao projeto da administração portuguesa de transferir a capital da Colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.
  • B) à incompetência da elite econômica e política da metrópole portuguesa, que desconhece as possibilidades de crescimento econômico da Colônia.
  • C) ao perigo de fragmentação política da Colônia do Brasil, caso o território permaneça despovoado na sua faixa litorânea.
     
  • D) à necessidade de ocupação econômica da Colônia, tendo em vista a ameaça representada pela Inglaterra e pela Espanha.
  • E) ao vínculo entre o povoamento de regiões da Colônia do Brasil e as atividades econômicas de subsistência e de exportação.
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A alternativa correta é letra E

O texto de Gândavo ilustra bem o que os colonizadores portugueses esperavam das terras descobertas na América: ocupá-las com grandes propriedades de monocultura voltadas para a exportação e, com pequenas "roças" para subsistência. 
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22) Ao contrário da América espanhola, a América portuguesa não apresentou, no princípio, abundância de metais preciosos. Na falta de riqueza mineral, foi o açúcar que, em termos econômicos, tornou viável os primeiros passos da colonização. 

Sobre o contexto  da produção de açúcar nos engenhos coloniais portugueses, no século XVI, assinale a alternativa correta.
 
  • A) A existência de um solo ideal para o cultivo da cana de açúcar levou as capitanias situadas nas atuais regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil a experimentarem um maior desenvolvimento.
  • B) A organização da produção açucareira no Brasil estava voltada para o atendimento da crescente e rentável demanda do mercado europeu, não atendida pelos engenhos da colônia portuguesa dos Açores.
  • C) A autoridade do senhor de engenho se restringia aos limites de sua propriedade, estando fora dela submetida às leis e normas da Coroa portuguesa, defendidas na colônia por um forte aparato militar e judiciário.
  • D) Os senhores de engenho, em comparação com os barões do café, tratavam seus escravos com menos violência, pois estes eram tidos como mercadorias de alto valor e de difícil reposição.
  • E) O alto valor do açúcar no mercado internacional promoveu um grande acúmulo de riqueza na colônia, que logo superou, em volume, a economia da metrópole.
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A alternativa correta é letra B

A economia açucareira no Brasil se caracterizou por estar estrutura na forma de plantation: grande latifundios que produziam para o mercado externo. O valor crescente do açúcar e a falta de prosperidade nas produções realizadas em solo português, fizeram com que a perspectiva de uma produção colonial no Brasil fosse concretizada. E, de fato, durante todo o período da América portuguesa o açúcar foi um produto de extrema importância, tendo seu auge no século basicamente entre os séculos XVI e XVII.

23) Sobre o emprego da mão de obra escrava no Brasil colonial, é possível afirmar que

  • A) apenas africanos foram escravizados, porque a Igreja Católica impedia a escravização dos índios.
  • B) as chamadas “guerras justas” dos portugueses contra tribos rebeldes legitimavam a escravização de índios.
  • C) interesses ligados ao tráfico negreiro controlado pelos holandeses forçavam a escravização do africano.
  • D) os engenhos de açúcar do Nordeste brasileiro empregavam exclusivamente indígenas escravizados.
  • E) apenas indígenas eram escravizados nas áreas em que a pecuária e o extrativismo predominavam.
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A alternativa correta é letra B

O conceito de "Guerra Justa" aplicado na América Colonial em geral, legitimava a captura de indígenas caso estes realizassem ações em que seria justa a retaliação, como por exemplo o ataque a alguma vila.
A "Guerra Justa" foi usada abusivamente. Foi muito comum, principalmente em áreas periféricas, os colonos provocarem os índios para que estes respondessem e assim ser possível a retaliação justificada para a captura de escravos. 
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24) Este quadro, pintado por Franz Post por volta de 1660, pode ser corretamente relacionado:

  • A) à iniciativa pioneira dos holandeses de construção dos primeiros engenhos no Nordeste.
  • B) à riqueza do açúcar, alvo principal do interesse dos holandeses no Nordeste.
  • C) à condição especial dispensada pelos holandeses aos escravos africanos.
  • D) ao início da exportação do açúcar para a Europa por determinação de Maurício de Nassau.
  • E) ao incentivo à vinda de holandeses para a constituição de pequenas propriedades rurais.
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A alternativa correta é letra B

Franz Post, pintor holandês, foi trazido ao Brasil para representar as novas terras da América. A União Ibérica fez com que Portugal rompesse suas relações com a Holanda, país que vendia o açúcar produzido no Brasil, devido à guerra entre Espanha e Holanda. Dessa forma,  os holandeses ocuparam o Nordeste do país sob a liderança de Maurício de Nassau, que incentivou a plantação de cana-de-açúcar e dos engenhos, e trouxe o pintor Franz Post para o país. Portanto, a resposta correta é a alternativa B.

25) Considerando a economia Colonial e Imperial no Brasil, a mão-de-obra escrava negra esteve menos presente nos trabalhos: 

 
  • A) das atividades dos cafezais fluminenses (Rio de Janeiro);
  • B) do ciclo do ouro ou da mineração;
  • C) do ciclo do gado ou pecuária nordestina;
  • D) do ciclo do açúcar ou açucareiro;
  • E) do pequeno ciclo dos diamantes, paralelo ao ciclo da mineração.
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A alternativa correta é letra C

Sabe-se que a mão-de-obra indígena foi extensamente usada durante o período colonial do Brasil, principalmente na plantação de açúcar e na mineração. No entanto, essas não foram atividades econômicas únicas da colônia, a pecuária foi intensamente realizada tanto no nordeste quando no sul do país. Esse tipo de atividade, porém, não se valia de mão-de-obra escrava. De tal forma que a alternativa mais adequada é a letra C.
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26) “O açúcar  – que se fez acompanhar sempre do negro  – adoçou tantos aspectos da vida brasileira que não se pode separar dele a civilização nacional. Deu-nos as sinhás de engenho. As mulatas dengosas. Os diplomatas maneirosos, tipo barão de Penedo, barão de Itamaracá, Sérgio Teixeira. Os políticos baianos – os mais agradáveis e finos do Brasil. As toadas dos cambiteiros. Os cantos das almajarras. As variações brasileiras da arte do papel rendilhado de tabuleiro de bolo e do doce de dia de festa. Os poetas de madrigais mais suaves. Alguns pregões brasileiríssimos: ‘Sorvete, iaiá! É de maracujá”.

Fonte: FREYRE, Gilberto. “Açúcar”. São Paulo: Companhia 
das Letras, 1997. p. 55
Sobre a economia e a sociedade do Brasil colonial, marque a alternativa CORRETA:
 
  • A) A instalação de um engenho era um empreendimento caro. Eram necessários vários itens: propriedade, gado, pastagens, escravos, equipamentos, entre outros. 
  • B) Do ponto de vista econômico e social, o cultivo e a exportação do fumo ultrapassava em importância e quantidade a produção do açúcar brasileiro.
  • C) A atividade de maior prestígio e importância nessa época era o comércio, deixando em segundo plano o desejo de ser senhor de engenho.
  • D) A maior parte da população nesse período estava nas cidades, em especial nas regiões Sul e Sudeste.
  • E) Desde o início da produção de açúcar  - décadas de 1530-1540  - o Brasil sofreu a concorrência do cultivo do açúcar nas Antilhas. Essas lavouras eram dominadas especialmente pelos espanhóis.
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A alternativa correta é letra A

Apesar de serem comuns no período colonial, os engenhos não eram construções simples e baratas. Era muito difícil desenvolver e instalar um engenho, o Senhor precisava ter escravos, equipamentos, animais e obra-prima. Portanto, a alternativa mais adequada é a letra A.

27) Entre as formas de resistência negra à escravidão, durante o período colonial brasileiro, podemos citar

  • A) a organização de quilombos, nos quais, sob supervisão de autoridades brancas, os negros podiam viver livremente.
  • B) as sabotagens realizadas nas plantações de café, com a introdução de pragas oriundas da África.
  • C) a preservação de crenças e rituais religiosos de origem africana, que eram condenados pela Igreja Católica.
  • D) as revoltas e fugas em massa dos engenhos, seguidas de embarques clandestinos em navios que rumavam para a África.
  • E) a adoção da fé católica pelos negros, que lhes proporcionava imediata alforria concedida pela Igreja.
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A alternativa correta é letra C

A manutenção das crenças religiosas e de alguns costumes de seus territórios de origem dos cativos foi uma das principais formas de resistência à influência cultural promovida pela sua nova situação e um meio de amenização dos sentimentos nostálgicos. Ademais, essa conservação das crenças deu-se de uma maneira tão intensa que, apesar das constantes investidas católicas para cristianizar os cativos em um período de tempo significativo, grande parte dos elementos integrantes das religiões africanas constituíram diversas formas religiosas sincréticas, como o Candomblé.
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28) É assim extremamente simples a estrutura social da colônia no primeiro século e meio de colonização. Reduzse em suma a duas classes: de um lado os proprietários rurais, a classe abastada dos senhores de engenho e fazenda; doutro, a massa da população espúria dos trabalhadores do campo, escravos e semilivres. Da simplicidade da infraestrutura econômica – a terra, única força produtiva, absorvida pela grande exploração agrícola – deriva a da estrutura social: a reduzida classe de proprietários e a grande massa, explorada e oprimida. Há naturalmente no seio desta massa gradações, que assinalamos. Mas, elas não são contudo bastante profundas para se caracterizarem em situações radicalmente distintas.  

Caio Prado Jr., Evolução política do Brasil. 20ª ed. São Paulo: Brasiliense, p.28-29, 1993 [1942].  
Neste trecho, o autor observa que, na sociedade colonial,
  • A) só havia duas classes conhecidas, e que nada é sabido sobre indivíduos que porventura fizessem parte de outras.
  • B) havia muitas classes diferentes, mas só duas estavam diretamente ligadas a critérios econômicos. 
  • C) todos os membros das classes existentes queriam se transformar em proprietários rurais, exceto os pequenos trabalhadores livres, semilivres ou escravos. 
  • D) diversas classes radicalmente distintas umas das outras compunham um cenário complexo, marcado por conflitos sociais. 
  • E) a população se organizava em duas classes, cujas gradações internas não alteravam a simplicidade da estrutura social.
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A alternativa correta é letra E

Outras alternativas além da E podem ser interpretadas como afirmações corretas, no entanto a questão se refere diretamente à interpretação do texto. O trecho se inicia destacando a simplicidade da estrutura social, reduzida a duas classes. Em seguida afirma que a terra origina a estrutura social por sua posse. Reconhece também que há gradações, mas são superficiais para caracterizarem nova classe social. A alternativa E resume o argumento do texto.

29) (Debret. As Engrenagens)

(Debret. As Engrenagens)
O engenho, representado na obra de Debret, inicialmente identificava apenas as instalações voltadas à transformação da cana em açúcar não-refinado. Posteriormente, passou a ser a unidade básica de produção e centro de uma economia estruturada, no Brasil colonial, na
  • A) produção agrícola voltada para o mercado interno.
  • B) exploração coletiva da grande propriedade rural.
  • C) agricultura de subsistência e no trabalho servil.
  • D) abertura do mercado para o comércio externo.
  • E) grande propriedade monocultora escravista.
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A alternativa correta é letra E

 A partir de 1530, Portugal iniciou a colonização efetiva do Brasil, para isso, precisou encontrar um gênero que pudesse dar base à sua política colonizadora de defender o território, povoando-o e usufruindo dos lucros. Estabeleceu-se, então, no Brasil o plantio de cana-de-açúcar voltado para a expotação. Com o plantio de cana nasceu a unidade básica de produção e verdadeiro centro de uma economia estruturada: O engenho. O engenho tornou-se um núcleo de poder, exercendo influência sobre a população que residia ao redor. A cena retratada por Debret mostra claramente o modo com o qual os engenhos manuais produziam o açúcar, assim a alternativa correta só pode ser a e.
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30) Não é minha intenção que não haja escravos… nós só queremos os lícitos, e defendemos (proibimos) os ilícitos. Essa posição do jesuíta Antônio Vieira, na segunda metade do século XVII,

  • A) aceita a escravidão negra mas condena a indígena.
  • B) admite a escravidão apenas em caso de guerra justa.
  • C) apóia a proibição da escravidão aos que se convertem ao cristianismo.
  • D) restringe a escravidão ao trabalho estritamente necessário.
  • E) conserva o mesmo ponto de vista tradicional sobre a escravidão em geral.
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A alternativa correta é letra A

A questão exige que se saiba sobre a defesa que os jesuítas faziam dos indígenas. Embora a alternativa b pareça coerente, a guerra justa só era empreendida contra índios, e por isso não pode ser a alternativa correta.
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