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Questões Sobre Colonização Portuguesa - História - Vestibular Tradicional

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31) Quando os portugueses começaram a povoar a terra, havia muitos destes índios pela costa junto das Capitanias. Porque os índios se levantaram contra os portugueses, os governadores e capitães os destruíram pouco a pouco, e mataram muito deles. Outros fugiram para o sertão, e assim ficou a costa despovoada de gentio ao longo das Capitanias. Junto delas ficaram alguns índios em aldeias que são de paz e amigos dos portugueses.

Pero de Magalhães Gandavo. Tratado da Terra do Brasil, em http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/ganda1.html. Acessado em 20/08/2012
 
Conforme o relato de Pero de Gandavo, escrito por volta de 1570, naquela época,
  • A) as aldeias de paz eram aquelas em que a catequese jesuítica permitia o sincretismo religioso como forma de solucionar os conflitos entre indígenas e portugueses.
  • B) a violência contra os indígenas foi exercida com o intuito de desocupar o litoral e facilitar a circulação do ouro entre as minas e os portos.
  • C) fuga dos indígenas para o interior era uma reação às perseguições feitas pelos portugueses e ocasionou o esvaziamento da costa.
  • D) houve resistência dos indígenas à presença portuguesa de forma semelhante às descritas por Pero Vaz de Caminha, em 1500.
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A alternativa correta é letra C

A colonização do Brasil pelos portugueses foi feita com a implantação de lavouras canavieiras e com a utilização de mão de obra escrava indígena, posteriormente substituída por africanos. Como consequência, diversos choques entre índios e portugueses surgiram, forçando os nativos a abandonarem a região litorânea, fugindo para o interior do continente. Portanto, a resposta correta é a alternativa C.
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32) A idéia exposta neste livro é diferente e relativamente simples: a colonização portuguesa, fundada no escravismo, deu lugar a um espaço econômico e social bipolar, englobando uma zona de produção escravista situada no litoral da América do Sul e uma zona de reprodução de escravos centrada em Angola.

(Luis Felipe de Alencastro, O trato dos viventes.)
 
A partir do texto, pode-se concluir que
  • A) as duas regiões de colonização no Atlântico Sul eram independentes, unidas somente pela subordinação à metrópole.
  • B) a presença dos colonizadores portugueses assegurou a produção agroexportadora no continente africano, do século XVI ao XVIII.
  • C) as duas regiões unidas pelo oceano formaram um só sistema de exploração colonial criado pelos portugueses nos séculos XVI e XVII.
  • D) a Coroa portuguesa privilegiava a porção africana, isto é, a reprodução de escravos, dentro do império colonial, nos séculos XVI e XVII.
  • E) nossa história não coincide com o nosso território colonial, isto é, a colônia portuguesa da América do Sul era simples prolongamento da Europa.
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A alternativa correta é letra C

As duas porções territoriais citadas no texto integravam um mesmo sistema de exploração. A exploração portuguesa estava fundamentada no princípio de evitar o déficit na balança comercial. Na costa da África, os portugueses geralmente trocavam mercadorias, como o tabaco e a aguardente, por escravos. No território sul-americano, eles compravam, mesmo que a baixo custo, os gêneros produzidos e em seguida os revendiam para outras nações. O diferencial exploratório que mantinha o superávit residia justamente no tráfico negreiro, o qual consistia na principal fonte recuperadora de moeda.

33) Algumas décadas depois da chegada de Cabral à América, os portugueses viram-se na necessidade de efetivar a ocupação das suas descobertas territoriais. Sobre o processo de colonização implementado pelos lusitanos na América, podemos afirmar que:

 
  • A) Foi viabilizado pela descoberta de ouro e diamantes no interior, particularmente, em terras hoje pertencentes aos Estados de Minas Gerais e Goiás.
  • B) Teve no cultivo da cana para a fabricação de açúcar a ser comercializado no mercado europeu e na utilização do trabalho escravo, fatores centrais.
  • C) Tiveram, na exploração do pau-brasil, na utilização da mão-de-obra africana e na criação de um sistema colonial centrado na vida urbana, elementos vitais para o sucesso inicial do empreendimento colonial.
  • D) Teve, na Coroa Espanhola e nos mercadores da Nova Lusitânia, parceiros vitais para o êxito do empreendimento.
  • E) Só foi efetivamente viabilizado com a unificação da Península Ibérica em 1580.
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A alternativa correta é letra B

Quando chegaram na América, os portugueses tinham um forte mercado nas índias e por isso praticaram basicamente extrativismo de Pau-Brasil. No entanto, quando o mercado oriental entrou em decadência, os olhos de Portugal se voltaram para a colônia na América e fizeram um projeto de colonização efetiva com povoação do território. A partir daí, se iniciou o cultivo de Cana para a produção de açúcar voltada para o mercado externo e realizada, principalmente, com mão-de-obra escrava. Portanto, a alternativa mais adequada é a letra B.
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34) Um dos problemas que a população brasileira enfrentou no período colonial foi a constante escassez de alimentos. Isto ocorria, entre outros fatores, porque:

  • A) a partir de meados do século XIX, o aumento dos preços do café no mercado internacional provocou uma expansão do cultivo desse grão no Brasil, levando a uma queda na produção de itens de subsistência.
  • B) devido à carência de mão-de-obra, os escravos eram utilizados na exploração mineradora, na madeireira e na pecuária, o que impediu o desenvolvimento da produção de alimentos e a formação de um mercado interno nacional.
  • C) a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro representou um aumento no consumo de produtos alimentícios, causando um colapso na economia de subsistência do Reino Unido de Brasil e Portugal.
  • D) quando a exportação de açúcar se encontrava em uma fase ascendente, os esforços se canalizavam ao máximo para a sua produção, diminuindo o cultivo de outros produtos alimentícios.
  • E) em meados do século XVIII, o desenvolvimento da indústria têxtil na Inglaterra estimulou a produção pernambucana de algodão destinado à exportação, o que resultou na redução da área de plantio de produtos alimentares.
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A alternativa correta é letra D

 No período colonial, a economia açucareira teve momentos de muito destaque no comércio internacional. Esse fator acabava sendo determinante para expandir ou retrair a área de produção agrícola, chegando até, em algumas épocas, a aumentar a produção de açúcar para exportação em detrimento da plantação de alimentos para consumo interno, de maneira que a produção alimentícia era negligenciada, causando escassez, conforme afirma a alternativa D.

35) No final do século XVII, Portugal e Brasil tiveram que enfrentar dificuldades econômicas. Por quê? 

  • A) Porque os engenhos de açúcar foram ocupados pelos espanhóis.
  • B) Porque Portugal e Brasil estavam unidos à Espanha e a Espanha era inimiga da Inglaterra.
  • C) Porque o açúcar das Antilhas começou a fazer concorrência ao açúcar do Brasil.
  • D) Porque os holandeses haviam destruído as plantações de cana-de-açúcar.
  • E) Porque fracassou o sistema de capitanias hereditárias.
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A alternativa correta é letra C

A concorrência da produção de açúcar das Antilhas afetou severamente a economia colonial portuguesa na América. Entre 1580 e 1640, Felipe II, monarca espanhol passou a dominar uma vasta extensão territorial na Europa, inclusive Portugal, por razões dinásticas. Em guerra pela independência contra a Espanha, os Países Baixos passaram a produzir e comercializar açúcar em suas colônias, concorrendo em melhores condições com o produto brasileiro e causando a queda do seu preço a um terço do seu valor, o que resultou em prejuízos tanto para a economia da colônia quanto para Portugal.

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36) … todos os gêneros produzidos junto ao mar podiam conduzir-se para a Europa facilmente e os do sertão, pelo contrário, nunca chegariam a portos onde os embarcassem, ou, se chegassem, seria com despesas tais que aos lavradores não faria conta largá-los pelo preço por que se vendessem os da Marinha. Estes foram os motivos de antepor a povoação da costa à do sertão. (Frei Gaspar da Madre de Deus, em 1797.)

 
O texto mostra
  • A) o desconhecimento dos colonos das desvantagens de se ocupar o interior.
  • B) o caráter litorâneo da colonização portuguesa da América.
  • C) o que àquela altura ainda poucos sabiam sobre as desvantagens do sertão.
  • D) o contraste entre o povoamento do nordeste e o do sudeste.
  • E) o estranhamento do autor sobre o que se passava na região das Minas.
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A alternativa correta é letra B

Durante seus primeiros dois séculos, a colonização portuguesa no Brasil se constituiu principalmente na faixa litorânea por motivos econômicos, mesmo que pecuaristas e bandeirantes já se voltassem para o interior. É somente no século XVIII com a mineração de ouro é que o interior passou a ser visto como interessante para os portugueses.

37) Em 1839 publica-se um Manual do Agricultor no qual o autor diz: “Também parecerá ao primeiro golpe de vista singular que tenhamos tratado de lavouras de gêneros de luxo e exportação, com preferência às dos vegetais que fornecem o mantimento diário”.

TAUNAY, C. A. Manual do agricultor brasileiro. Rafael de Bivar Marquese (Org.). São Paulo: Companhia das Letras, 2001. p. 148.
 
A partir da leitura do texto acima e de seus conhecimentos, é correto afirmar que:
  • A) os vegetais que forneciam o alimento diário, no século XIX, eram tão abundantes que não era necessário incentivar sua cultura;
  • B) o Brasil, durante os períodos coloniais e imperiais, sofreu frequentemente carestia e escassez de alimentos, por privilegiar a lavoura de produtos de exportação;
  • C) os especialistas priorizavam tratar sobre os gêneros de luxo, para estimular os grandes proprietários e cultivá-los, pois estes resistiam a sacrificar suas lavouras de mandioca;
  • D) os gêneros de luxo não tinham mercado de exportação, e, por isso, a agricultura priorizava o mercado interno;
  • E) a agricultura no Brasil imperial foi desenvolvida priorizando cuidados ambientais, entre estes a preservação da mata virgem.
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A alternativa correta é letra B

Desde o início da colonização do Brasil até muito depois de sua Independência, o território brasileiro produziu primordialmente produtos voltados para a exportação. Essa característica, além de prejudicar os habitantes do país com a escassez de produtos alimentícios básicos, retardou o desenvolvimento do mercado interno. Portanto, a alternativa mais adequada é a letra B.
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38) O trabalho é incessante. Aqui uma chusma [grupo] de pretos, seminus, cada qual levando à cabeça seu saco de café, e conduzidos à frente por um que dança e canta ao ritmo do chocalho ou batendo dois ferros um contra o outro, na cadência de monótonas estrofes a que todos fazem eco; dois mais carregam no ombro pesado tonel de vinho […], entoando a cada passo

melancólica cantilena; além, um segundo grupo transporta fardos de sal, sem mais roupa que uma tanga e, indiferentes ao peso como ao calor, apostam corrida gritando a pleno pulmão. Acorrentados uns aos outros, aparecem seis outros com balde d´água à cabeça. São criminosos empregados em trabalhos públicos, também vão cantando em cadência…
(Ernest Ebel. O Rio de Janeiro e seus arredores em 1824.)
 
O texto, escrito pelo viajante Ernest Ebel, exprime:
 
  • A) a presença de um número significativo de negros na sociedade brasileira da época e as tarefas cotidianas que, como escravos, eram obrigados a realizar.
  • B) o estado de rebelião dos escravos brasileiros, coagidos a um trabalho extenuante sob os olhos dos senhores e permanentemente acorrentados.
  • C) uma visão positiva e otimista da sociedade dos trópicos, em que o trabalho é acompanhado pela música e pela dança.
  • D) o ritmo do trabalho urbano determinado pelas imposições do processo de industrialização que se iniciava na cidade do Rio de Janeiro.
  • E) a ineficácia da mão-de-obra escrava no trabalho urbano, quando comparada com a produtividade do trabalho assalariado.
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A alternativa correta é letra A

Os "negros da terra" e índios foram os primeiros escravizados no Brasil. Posteriormente, com a produção canavieira, na primeira metade do século XIX, os portugueses passaram a utilizar mão de obra africana.O texto de Ernest Ebel faz menção a um considerável número de escravos negros que exerceram diversas funções, como o trabalho nas fazendas de café. Estes escravos eram trazidos das colônias africanas e foram base para a economia agroexportadora da colônia brasileira até o fim da escravidão no Brasil, em 1888.

39) No Brasil, os escravos:

1. trabalhavam tanto no campo quanto na cidade, em atividades econômicas variadas.
2. sofriam castigos físicos, em praça pública, determinados por seus senhores.
3. resistiam de diversas formas, seja praticando o suicídio, seja organizando rebeliões.
4. tinham a mesma cultura e religião, já que eram todos provenientes de Angola.
5. estavam proibidos pela legislação de efetuar pagamento por sua alforria.
Das afirmações acima, são verdadeiras apenas
  • A) 1, 2 e 4.
  • B) 3, 4 e 5.
  • C) 1, 3 e 5.
  • D) 1, 2 e 3.
  • E) 2, 3 e 5.
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A alternativa correta é letra D

Afirmação 1: verdadeira. Os escravos não trabalhavam apenas na agricultura, mas também na prestação de serviços urbanos e em atividades domésticas.
Afirmação 2: verdadeira. Os patrões queriam que a punição fosse exemplar para os outros escravos, realizando-a em público.
Afirmação 3: verdadeira. As duas formas de resistência foram recorrentes no período escravista.
Afirmação 4: falsa. Os escravos eram provenientes de diversas localidades da África, possuindo feições culturais distintas.
Afirmação 5: falsa. Muitos escravos se libertavam pelo pagamento da alforria, após terem acumulado dinheiro por diversos meios.
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40) O primeiro grupo social utilizado pelos portugueses como escravo foi o das comunidades indígenas encontradas no Brasil. A lógica era simples: os índios estavam localizados junto ao litoral, e o custo inicial era pequeno, se comparado ao trabalhador originário de Portugal. (…)

No entanto, rapidamente ocorreu um declínio no emprego do trabalhador indígena.”
(Rubim Santos Leão de Aquino et alii, Sociedade brasileira:
uma história através dos movimentos sociais)
 
O declínio a que o texto se refere e o avanço da exploração do trabalhador escravo africano podem ser explicados:
  • A) pelo prejuízo que a escravização indígena gerava para os senhores de engenho que tinham a obrigação da catequese; pela impossibilidade de a Coroa portuguesa cobrar tributos nos negócios envolvendo os nativos da colônia; pela presença de uma pequena comunidade indígena nas regiões produtoras de açúcar.
  • B) pela forte oposição dos jesuítas à escravização indiscriminada dos índios; pelo lucro da Coroa portuguesa e dos traficantes com o comércio de africanos; pela necessidade de fornecimento regular de mão-de-obra para a atividade açucareira, em franca expansão na passagem do século XVI ao XVII.
  • C) pela imposição de escravos do norte da África, por parte dos grandes traficantes holandeses; pela determinação da Igreja católica em proibir a escravização indígena em todo Império colonial português; pelo custo menor do escravo de algumas regiões da África, como Angola e Guiné.
  • D) pelos preceitos das Ordenações Filipinas, que indicavam o caminho da catequese e não o do trabalho para os nativos americanos; pelo desconhecimento, por parte dos índios brasileiros, de uma economia de mercado; pelos acordos entre o colonizador português e parte das lideranças indígenas.
  • E) pela extrema fragilidade física dos povos indígenas encontrados nas terras portuguesas na América; pelos preceitos religiosos da Contra-Reforma, que não aceitavam a escravização de povos primitivos; pela impossibilidade de encontrar e capturar índios no interior do espaço colonial.
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A alternativa correta é letra B

A oposição dos jesuítas, com eventual apoio da Coroa, e a resistência oposta pelos indígenas à escravização, dificultavam o fornecimento regular dessa mão-de-obra para as lavouras. Por sua vez, o escravo africano já era encontrado cativo na costa ocidental daquele continente, bastando aos traficantes adquiri-lo ali e revendê-lo no Brasil. A questão dos lucros do tráfico negreiro é real, devendo-se, no entanto, ressaltar que a maior parte de seus praticantes residia na própria colônia, e não na metrópole.
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