Questões Sobre Colonização Portuguesa - História - Vestibular Tradicional

A monocultura de exportação realizada em larga escala e em grandes propriedades é o que define a "plantation", que não é exclusivamente brasileira. Essa economia,, com base em derivados da cana de açúcar, integrada a um comércio atlântico de escravos gerou uma sociedade escravocrata e patriarcal-autoritária. A opção E leva em conta esses dois fatores, monocultura de exportação e escravidão, e por isso é a correta.

A questão apresenta uma relação do início da sociedade colonial brasileira com o mercantilismo e as grandes navegações, levando à exploração econômica da América pelas metrópoles de Portugal e Espanha. Colonizaram seus respectivos territórios definidos pelo tratado de Tordesilhas, ou seja, ainda nos séculos XVI e XVII. Uma das primeiras explorações econômicas de Portugal no Brasil foi a monocultura de cana-de-açúcar, estruturando-se em engenhos, basicamente na região Nordeste. Por outro lado, na América espanhola, houve a mineração de ouro e prata, como em Potosí, por exemplo. A cultura da mandioca era tradicional indígena e não se aplica; a mineração de diamantes e a produção de charque se aplicam ao século XVIII; e a monocultura do café é posterior. Portanto, a resposta correta é a alternativa D.

Durante o início do período colonial português no Brasil a mão-de-obra que movimentava as plantações e a mineração advinha principalmente do comércio de escravos africanos, que além de trabalhar na lavoura e na mineração desempenhavam todas as tarefas necessárias a manutenção do contínuo fluxo de produção para abastecimento do mercado europeu. Além do uso dos escravos na produção, o próprio comércio de escravos africanos se tornou uma força econômica florescente na época, fazendo do tráfico negreiro uma das principais atividades econômicas da época.

O combate aos quilombos, que consistiam em focos de resistência contra a escravidão, funcionava como imposição da ordem escravista vigente. Além disso, o desmantelamento desses quilombos de modo violento era utilizado para disseminar o medo entre os cativos, uma espécie de exemplo do que poderia acontecer caso os cativos tomassem o mesmo rumo que os quilombolas.

A escravidão era uma instituição fundamental para a colônia. O trabalho braçal era considerado indigno pelos portugueses e demais europeus. Assim, ter escravos era a única maneira digna, segundo sua cultura, de obter alimentos e serviços.

A produção açucareira rendia lucros sobretudo para os comerciantes que adquiriam o açúcar produzido nos engenhos e o revendiam de forma altamente vantajosa no mercado europeu. A atividade exigia investimentos relativamente altos para a instalação do engenho e a aquisição de escravos. O laltifúndio e a monocultura permitiam uma produção em larga escala, enquanto a escravidão garantia a regularidade no fornecimento de mão-de-obra e o altíssimo grau de exploração da mesma.

 O escravo, durante a vigência da escravatura brasileira, representava um dos meios de avaliar-se o escalão social o qual o indivíduo que os possuía ocupava, ou seja, o número de escravos que o indivíduo possuía era uma representação de seu poder aquisitivo e sua influência.

O bom trato aos escravos era aconselhado desde o século XVI, já pelo Padre Antonil, em seu "Cultura e opulência do Brasil". As famílias escravas eram mais estáveis, e algumas possuiam pequenas lavouras particulares ou casebres. Isso diminuia o risco de fugas, de requisições de alforria e de insurreições.

O açúcar foi responsável pelo desenvolvimento do principal setor econômico do Brasil colônia. Os senhores de engenho controlavam assim os meios de produção da riqueza colonial. Todo o funcionamento administrativo da colônia esteve voltado para o comércio açucareiro por muito tempo. Isso gerou enorme prestígio e deu poder e influência aos senhores de engenho.