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(ENEM/2015) Em sociedade de origens tão nitidamente personalistas como a nossa, é compreensível que os simples vínculos de pessoa a pessoa, independentes e até exclusivos de qualquer tendência para a cooperação autêntica entre os indivíduos, tenham sido quase sempre os mais decisivos. As agregações e relações pessoais, embora por vezes precárias, e, de outro lado, as lutas entre facções, entre famílias, entre regionalismos, faziam dela um todo incoerente e amorfo. O peculiar da vida brasileira parece ter sido, por essa época, uma acentuação singularmente enérgica do afetivo, do irracional, do passional e uma estagnação ou antes uma atrofia correspondente das qualidades ordenadoras, disciplinadoras, racionalizadoras.
HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.
Um traço formador da vida pública brasileira expressa-se, segundo a análise do historiador, na
- A) rigidez das normas jurídicas
- B) prevalência dos interesses privados
- C) solidez da organização institucional
- D) legitimidade das ações burocráticas
- E) estabilidade das estruturas políticas
Resposta:
A alternativa correta é a letra b).
Segundo o historiador Sérgio Buarque de Holanda, a sociedade brasileira se caracterizou por uma forte tendência ao personalismo, ou seja, a valorização das relações pessoais em detrimento das instituições públicas. Essa tendência favorecia os interesses privados de grupos ou indivíduos que se beneficiavam da exploração colonial, da escravidão, do patriarcalismo e do clientelismo. Por outro lado, dificultava o desenvolvimento de uma cultura cívica, de uma ordem jurídica, de uma organização burocrática e de uma estabilidade política.
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