(UEPA/2015) Eu acredito que é no contexto dessa guerra crônica que nós devemos examinar o fenômeno peculiar da mandioca brava, o único alimento básico do mundo que é venenoso. Sugiro que a adoção dessa planta representou uma estratégia de defesa específica para uma situação de guerra constante do tipo “guerra de saque”.
(BECKERMAN, Stephen. A Amazônia estava repleta de gente em 1492? Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi. Coleção Emilie Snethlage, 1991, p. 149)
A incorporação de certos alimentos pelos grupos indígenas americanos, como o citado no Texto IV, representou uma forma de proteção desses grupos porque o:
- A) processo requerido para se tornar comestível é demorado, assegurando que os inimigos de um grupo tenham dificuldade em se prover dos campos de sua vítima.
- B) trabalho exigido para a colheita do produto permite a mobilidade dos inimigos, possibilitando combates intensos favorecendo a defesa.
- C) consumo desse alimento pelos inimigos é determinante, promovendo a morte de parte deles com a ingestão do produto.
- D) esforço realizado para a extração da planta desgasta os invasores, garantindo resultado favorável aos invadidos.
- E) caminho percorrido para atravessar os campos é longo, permitindo a organização eficiente dos defensores.
Resposta:
A resposta correta é a (A).
O texto afirma que a mandioca brava é o único alimento básico do mundo que é venenoso. O autor sugere que a adoção dessa planta representou uma estratégia de defesa específica para uma situação de guerra constante do tipo “guerra de saque”.
A mandioca brava é uma planta tóxica que contém ácido cianídrico. Para que seja consumida, ela deve ser submetida a um processo de fermentação ou cozimento, que elimina o veneno.
A incorporação da mandioca brava pelos grupos indígenas americanos representou uma forma de proteção porque tornava mais difícil para os inimigos saquear seus alimentos. Se os inimigos invadissem uma aldeia e roubassem a mandioca, eles teriam que saber como processá-la para poder consumi-la. Isso poderia dar aos moradores da aldeia tempo para se organizar e se defender.
As demais alternativas são incorretas por seguintes razões:
(B) O trabalho exigido para a colheita do produto não necessariamente permitiria a mobilidade dos inimigos. Os inimigos poderiam estar equipados para realizar esse trabalho.
(C) O consumo desse alimento pelos inimigos não é determinante. Os inimigos poderiam saber como processá-lo para poder consumi-lo sem risco.
(D) O esforço realizado para a extração da planta poderia desgastar os invasores, mas não seria suficiente para garantir um resultado favorável aos invadidos.
(E) O caminho percorrido para atravessar os campos não necessariamente permitiria a organização eficiente dos defensores. Os inimigos poderiam estar preparados para enfrentar esse desafio.
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