(Fuvest) – Há controvérsias entre historiadores sobre o caráter das duas grandes revoluções do mundo contemporâneo, a Francesa de 1789 e a Russa de 1917; no entanto, existe consenso sobre o fato de que ambas
Qual foi o aspecto comum entre as duas revoluções?
- A) fracassaram, uma vez que, depois de Napoleão, a França voltou ao feudalismo com os Bourbons e a União Soviética, depois de Gorbatchev, ao capitalismo
- B) geraram resultados diferentes das intenções revolucionárias, pois tanto a burguesia francesa quanto a russa eram contrárias a todo tipo de governo autoritário.
- C) puseram em prática os ideais que as inspiraram, de liberdade e igualdade e de abolição das classes e do Estado
- D) efetivaram mudanças profundas que resultaram na superação do capitalismo na França e do feudalismo na Rússia.
- E) foram marcos políticos e ideológicos, inspirando, a primeira, as revoluções até 1917, e a segunda, os movimentos socialistas até a década de 1970.
Resposta:
A alternativa correta é a letra E.
As duas revoluções foram marcos políticos e ideológicos porque representaram rupturas históricas com as ordens sociais e econômicas vigentes e propuseram novos modelos de organização da sociedade. A Revolução Francesa de 1789 foi inspirada pelos ideais iluministas de liberdade, igualdade e fraternidade e contestou o absolutismo monárquico e os privilégios da nobreza e do clero. A Revolução Russa de 1917 foi inspirada pelos ideais marxistas de socialismo e comunismo e contestou o czarismo e o capitalismo. Ambas as revoluções influenciaram outros movimentos revolucionários ao longo da história. A Revolução Francesa inspirou as revoluções liberais e nacionais do século XIX e as revoluções democráticas do século XX. A Revolução Russa inspirou os movimentos socialistas e comunistas que se espalharam pelo mundo, especialmente na Ásia, na África e na América Latina.
As outras alternativas são incorretas porque:
- A alternativa A é incorreta porque as duas revoluções não fracassaram, mas sim tiveram desdobramentos históricos diferentes. A França não voltou ao feudalismo depois de Napoleão, mas sim à monarquia constitucional, que foi novamente contestada pelas revoluções de 1830 e 1848. A União Soviética não voltou ao capitalismo depois de Gorbatchev, mas sim se desintegrou em várias repúblicas independentes, algumas das quais adotaram o capitalismo e outras mantiveram o socialismo.
- A alternativa B é incorreta porque as duas revoluções não geraram resultados diferentes das intenções revolucionárias, mas sim tiveram contradições internas e externas. A burguesia francesa e a russa não eram contrárias a todo tipo de governo autoritário, mas sim a favor de um governo que atendesse aos seus interesses econômicos e políticos. A burguesia francesa apoiou a monarquia constitucional e depois o governo de Napoleão, que foi autoritário e expansionista. A burguesia russa apoiou a revolução de fevereiro de 1917, que derrubou o czar e estabeleceu um governo provisório, mas foi derrubada pela revolução de outubro de 1917, que implantou o socialismo.
- A alternativa C é incorreta porque as duas revoluções não puseram em prática os ideais que as inspiraram, mas sim enfrentaram dificuldades e limitações para realizá-los. A Revolução Francesa não conseguiu garantir a liberdade e a igualdade para todos os cidadãos, pois excluiu as mulheres, os escravos e os pobres de muitos direitos políticos e sociais. A Revolução Russa não conseguiu abolir as classes e o Estado, pois manteve uma estrutura de poder centralizada e burocrática, que reprimiu as divergências e as oposições.
- A alternativa D é incorreta porque as duas revoluções não efetivaram mudanças profundas que resultaram na superação do capitalismo na França e do feudalismo na Rússia, mas sim promoveram transformações econômicas e sociais parciais e contraditórias. A Revolução Francesa não superou o capitalismo na França, mas sim fortaleceu a burguesia como classe dominante e ampliou o mercado interno e externo. A Revolução Russa não superou o feudalismo na Rússia, mas sim implantou uma economia planificada e estatizada, que conviveu com formas de produção atrasadas e ineficientes.
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