Logo do Site - Banco de Questões
Continua após a publicidade..

Nascida na década de 1930, a psicossociologia do trabalho constitui um campo de conhecimento cujos recursos contribuem para a investigação e a ação, por meio da articulação entre campo social, condutas humanas e vida psíquica. Tem como objetos privilegiados o grupo, a organização e a instituição, tendo sido elaborada a partir da influência de vários autores. Em relação à psicossociologia do trabalho, assinale a alternativa correta.

Continua após a publicidade..

Resposta:

A alternativa correta é letra B) O ideal do eu, como lembra Freud, tem um caráter social: da mesma forma, reúne uma família, uma classe, uma nação, mas também uma profissão, um coletivo de trabalho. São ideais sociais do eu que se originam em valores sociais elaborados na ação.

 

Nascida na década de 1930, a psicossociologia do trabalho constitui um campo de conhecimento cujos recursos contribuem para a investigação e a ação, por meio da articulação entre campo social, condutas humanas e vida psíquica. Tem como objetos privilegiados o grupo, a organização e a instituição, tendo sido elaborada a partir da influência de vários autores. Em relação à psicossociologia do trabalho, assinale a alternativa correta.

 

 

A respeito da psicossociologia do trabalho, Lhuilier (2014, p. 5) destaca:

“A psicossociologia do trabalho não pode ser uma psicossociologia aplicada à cena do trabalho entendido somente como um segmento da vida social. Ela implica uma reavaliação do quadro teórico e metodológico da psicossociologia, na óptica dos conceitos de atividade, ação e práxis. Para isso, no entanto, ela não se propõe a romper com os antecedentes da psicossociologia, mas sim a revisitá-los, a fim de desenvolvê-los.”


Considerando o exposto vamos a análise das alternativas:

a) A psicossociologia atribuiu um lugar central ao trabalho, às atividades do sujeito sobre e no mundo e às práticas concretas.

(Alternativa INCORRETA. Conforme Lhuilier, 2014, p. 6:

“a psicossociologia não atribuiu um lugar central necessariamente ao trabalho, às atividades do sujeito sobre e no mundo, nem mesmo às práticas concretas, de modo que a “análise das práticas”, como método, está mais centrada nas dimensões relacionais das experiências profissionais

 

b) O ideal do eu, como lembra Freud, tem um caráter social: da mesma forma, reúne uma família, uma classe, uma nação, mas também uma profissão, um coletivo de trabalho. São ideais sociais do eu que se originam em valores sociais elaborados na ação.

(Alternativa CORRETA. Segundo Lhuilier, 2014, pp. 12-13:

“O ideal do eu é a voz da prescrição. Ela diz o que é preciso fazer para se conformar ao modelo. E a distância desse ideal alimenta sentimentos de inferioridade ou até mesmo de vergonha. Esse ideal não tem apenas um caráter individual, função da história singular, dos modelos parentais. Como lembra Freud, ele tem um caráter social: é o ideal que reúne uma família, uma classe, uma nação; mas também uma profissão, um coletivo de trabalho. E esses ideais sociais do eu não são somente transmitidos: em nossa perspectiva, eles são engendrados a partir de valores sociais elaborados na ação.”


c) Erving Goffman, considerado um dos fundadores da sociologia do trabalho, elaborou esquema de análise sobre os danos que a especialização e o parcelamento de tarefas impõem ao homem, o que o acabou tornando um estranho ao seu trabalho e a si mesmo.

(Alternativa INCORRETA. De acordo com Lhuilier 2014, p. 8

“Devemos ainda evocar Georges Friedmann, considerado um dos fundadores da sociologia do trabalho, mas que sempre ficará profundamente atrelado à exigência da pluridisciplinaridade. Ele constrói um esquema de análise do trabalho em torno de três dimensões: técnica, psicológica e sociológica (1950), explorando os danos que a especialização e o parcelamento de tarefas impõem ao homem (que acabou tornando-se “estranho” ao seu trabalho e a si mesmo) (1956). Ele também aborda a questão do desenvolvimento do trabalho e de seus impedimentos: as múltiplas potencialidades de que o ser humano dispõe podem ser estimuladas por situações novas, ou, ao contrário, podem atrofiar-se caso não sejam solicitadas.”


d) Para Gérard Mendel, a experiência subjetiva do trabalho não está vinculada ao grau de poder que o sujeito detém.

(Alternativa INCORRETA. Lhuilier (2014, p. 10:

“Na psicossociologia do trabalho, as obras de Gérard Mendel (1998, 1999), seus conceitos de ato-poder e de movimento de apropriação do ato, reconhecem essa “triangulação” operada pelo fato de se considerar a realidade nas relações interpessoais e sociais. O conceito de ato-poder integra dois significados: o poder do ato como poder de transformação da realidade; e o poder sobre o ato, do qual seu autor dispõe. A experiência subjetiva do trabalho depende do grau de poder de que o sujeito dispõe

 

e) As regras (Molinier), o tipo do ofício (Clot) e os valores do coletivo de trabalho podem limitar o sentido do trabalho e seu reconhecimento.

(Alternativa INCORRETA. Lhuilier 2014, p. 15:

Nem as regras do ofício (Molinier, 2006), nem o tipo de ofício (Clot, 2008) e nem mesmo as regras e os valores do coletivo de trabalho podem limitar a questão do sentido do trabalho e de seu reconhecimento. Nossas análises as consideram como referências indispensáveis, é claro, mas elas também são produções sociais ancoradas na divisão técnica e social do trabalho. Cada uma dessas divisões constitui uma segmentação das representações do que se tem de fazer, do que é essencial fazer, do que é um trabalho bem feito, à luz de pontos de referência próprios ao lugar ocupado nessas divisões e das atividades a elas associadas.”

______________

Fonte consultada:

 

Lhuilier, D. (2014). Introdução à psicossociologia do trabalho. Cadernos de psicologia social do trabalho17(spe1), 5-19.

Continua após a publicidade..
Continua após a publicidade..

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *