Leia os fragmentos a seguir.
“Não corram tanto ou pensarão que estamos fugindo!”
(“REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL”. Rio de Janeiro, ano 1, n. 1, jul. 2005, p. 24.)
“Preferindo abandonar a Europa, D. João procedeu com exato conhecimento de si mesmo. Sabendo-se incapaz de heroísmo, escolheu a solução pacífica de encabeçar o êxodo e procurar no morno torpor dos trópicos a tranquilidade ou o ócio para que nasceu”.
(MONTEIRO, Tobias. “História do Império: a elaboração da Independência”. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1981. p. 55. [Adaptado].
O embarque da família real para o Brasil, em 1807, deu origem a contraditórias narrativas. A frase acima, atribuída à rainha D. Maria I, tornou-se popular, passando a constituir uma versão narrativa ainda vigorosa. Nos anos de 1920, os estudos sobre a Independência refizeram o percurso do embarque, assegurando uma interpretação republicana sobre esse acontecimento, tal como exemplificado no trecho do jornalista e historiador Tobia Monteiro. Sobre essa versão narrativa em torno do embarque, pode-se dizer que pretendia
- A) conquistar a simpatia da Inglaterra, ressaltando a importância do apoio inglês no translado da corte portuguesa para o Brasil.
- B) associar a figura do rei ao pragmatismo político, demonstrando que o deslocamento da corte era um ato de enfrentamento a Napoleão.
- C) ridicularizar o ato do embarque, agregando à interpretação desse acontecimento os elementos de tragédia, comicidade e ironia.
- D) culpabilizar a rainha pela decisão do embarque, afirmando-lhe o estado de demência lamentado por seus súditos.
- E) explicar o financiamento do ócio real por parte da colônia, comprovando que o embarque fora uma estratégia articulada pelo rei.
Resposta:
A alternativa correta é a letra C)
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