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Questões Sobre Brasil Colônia - Período Açucareiro - História - 1º ano do ensino médio

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21) A expansão da agroindústria açucareira atingiu proporções assombrosas. O negócio da produção e comercialização do açúcar formava uma complexa rede de interesses que atraiu ataques estrangeiros. Em 1624 membros do exército da Companhia das Índias Ocidentais atacaram e ocuparam a sede do governo-geral em Salvador, e lá ficaram durante quase um ano. Em 1630, o ataque a Recife iniciou uma longa guerra de ocupação e reconquista, na qual todos os recursos materiais e humanos da colônia foram mobilizados para expulsar os invasores.

(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil)

O texto deve ser relacionado com:

  • A) invasões francesas; B) ataques de corsários ingleses; C) confrontos com espanhóis; D) invasões holandesas; E) ataques de corsários franceses.
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A alternativa correta é a letra d.

O texto se refere às invasões holandesas no Brasil, que ocorreram entre 1624 e 1654, durante a União Ibérica (1580-1640), período em que Portugal estava sob o domínio da Espanha. Os holandeses, que eram inimigos dos espanhóis e haviam sido expulsos do comércio do açúcar, tentaram conquistar as áreas produtoras de açúcar no Nordeste brasileiro, que era a principal fonte de riqueza da colônia. A Companhia das Índias Ocidentais, que era uma empresa holandesa de colonização e comércio, organizou as invasões e ocupou Salvador em 1624 e Recife em 1630. Os colonos luso-brasileiros resistiram aos invasores e contaram com o apoio da Coroa portuguesa, que enviou tropas e recursos para a guerra de reconquista. Os holandeses foram definitivamente expulsos em 1654, após a Batalha dos Guararapes.

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22) (UNIFOR CE/2017) O Complexo Econômico Nordestino estruturou-se no Nordeste do Brasil ao longo dos séculos XVI e XVII, a partir da produção de cana de açúcar para exportação. Esta produção articulou-se com a pecuária no interior da região. Sobre este período da história econômica do Brasil pode-se afirmar que:

23) (UNCISAL AL/2017) No Brasil colônia, o responsável pela produção açucareira – o senhor de engenho – tinha enorme prestígio social. Era um tipo de “nobre da terra”, um membro da “açucarocracia”, que produzia a partir de um modelo centrado nos princípios capitalistas de produção da época. A agricultura assentava-se sobre o latifúndio monocultor, escravista e exportador.

VAINFAS, Ronaldo (Dir.). Dicionário do Brasil colonial.

O modo de produção descrito no texto é conhecido como

  • A) roça
  • B) plantation
  • C) agrofeudal
  • D) rotação de cultivo
  • E) agricultura coletiva.
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A alternativa correta é a letra B.

O modo de produção descrito no texto é conhecido como plantation, que significa plantação em inglês. Esse termo é usado para designar um sistema agrícola baseado na grande propriedade monocultora, voltada para o mercado externo, que utiliza trabalho escravo ou semi-escravo e que depende de capitais e tecnologias estrangeiras. O plantation foi típico das colônias tropicais da América, como o Brasil, que produziam gêneros como açúcar, tabaco, algodão e café.

As demais alternativas não correspondem ao modo de produção descrito no texto, pois:

  • A alternativa A está incorreta, pois roça é um termo que se refere a uma pequena área de terra cultivada com diversas espécies vegetais, geralmente para subsistência. A roça é um sistema agrícola oposto ao plantation, pois é baseado na pequena propriedade, na policultura, no mercado interno e no trabalho familiar ou comunitário.
  • A alternativa C está incorreta, pois agrofeudal é um termo que se refere a um sistema agrícola baseado na grande propriedade, mas que não é monocultor, nem escravista, nem exportador. O agrofeudalismo é característico das sociedades medievais europeias, que produziam diversos produtos agrícolas para o consumo local, que utilizavam trabalho servil e que dependiam de relações de vassalagem e suserania.
  • A alternativa D está incorreta, pois rotação de cultivo é uma técnica agrícola que consiste em alternar diferentes espécies vegetais em uma mesma área de terra, a fim de preservar a fertilidade do solo e evitar pragas. A rotação de cultivo não é um modo de produção, mas um método que pode ser usado em diferentes sistemas agrícolas, desde que não sejam monocultores.
  • A alternativa E está incorreta, pois agricultura coletiva é um termo que se refere a um sistema agrícola baseado na propriedade comum da terra e dos meios de produção, que visa atender às necessidades coletivas da população. A agricultura coletiva é típica das sociedades socialistas ou comunistas, que produzem diversos produtos agrícolas para o mercado interno, que utilizam trabalho cooperativo e que dependem de planejamento estatal.
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24) As colônias que se formaram na América portuguesa tiveram, desde o século XVI, o caráter de sociedades escravistas. Com o passar do tempo, consolidaram-se em todas elas algumas práticas relacionadas à escravidão que ajudaram a cimentar a unidade e a própria identidade dos colonos luso-brasileiros. Dentre essas práticas, ressalta-se a combinação entre um avultado tráfico negreiro gerido a partir dos portos brasileiros e altas taxas de alforria.

BERBEL, Márcia. Escravidão e política. In: MOTA, Carlos Guilherme (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Editora SENAC, 2000. p. 87.

(PUCCamp SP/2017) Os holandeses, durante o governo de Maurício de Nassau, lançaram mão de algumas estratégias ao se relacionarem com os colonos luso-brasileiros durante o período em que dominaram parte do Nordeste brasileiro, no século XVII. Dentre essas estratégias, incluem-se

  • A) a busca do controle do tráfico negreiro a partir de um entreposto na África do Sul, a expropriação dos engenhos de açúcar mais produtivos e a difusão do calvinismo aos colonos luso-brasileiros
  • B) o estímulo à imigração holandesa para o nordeste brasileiro, a limpeza étnica da porção urbana da região ocupada e a expansão da cultura canavieira para o Suriname
  • C) o controle das rotas comerciais no Atlântico, a implantação do trabalho livre em sua área de influência, e a formação de uma colônia judaica na região do Maranhão
  • D) o estabelecimento de redes de comércio com os produtores de uma vasta região da costa nordestina, certa tolerância religiosa e a manutenção das relações escravistas
  • E) a formação de um exército anti-lusitano de alforriados em Recife, o estabelecimento de alianças com os espanhóis e a concessão de créditos aos colonos protestantes.
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A alternativa correta é a letra d.

Os holandeses, sob o governo de Maurício de Nassau, tentaram conciliar os interesses comerciais da Companhia das Índias Ocidentais com a pacificação e a prosperidade da região nordestina ocupada entre 1630 e 1654. Para isso, adotaram medidas como:

  • Manter o comércio do açúcar com os senhores de engenho, garantindo-lhes a liberdade de culto e a autonomia administrativa;
  • Permitir a liberdade religiosa aos judeus, que eram perseguidos pela Inquisição portuguesa e que contribuíam para o financiamento e a organização da produção açucareira;
  • Respeitar as relações escravistas existentes, sem interferir na propriedade ou no tratamento dos escravos, e até mesmo estimular o tráfico negreiro para suprir a demanda de mão de obra;
  • Promover o desenvolvimento urbano, cultural e científico de Recife, transformando-a em uma cidade cosmopolita e moderna.

Essas medidas visavam a consolidar o domínio holandês no Brasil e a evitar a resistência dos colonos luso-brasileiros, que se aliaram aos portugueses na guerra de restauração contra a Espanha e na expulsão dos invasores.

25) (PUCCamp SP/2017) Mais do que resultante de acasos e similares, como aconteceu a muitos países, o Brasil é produto de uma obra. Em sua primeira parte, feita à medida e semelhança do colonizador. Depois, conduzida pela classe dominante dele herdeira, no melhor e sobretudo no pior da herança. O sistema aí nascente projetou-se na história como um processo sem interrupção, sem sequer solavancos. Escravocrata por tanto tempo, fez a abolição mais conveniente à classe dominante, não aos ex-escravizados. A República trouxe recusas superficiais ao Império, ficando a expansão republicana do poder e dos direitos reduzida, no máximo, a farsas, a começar do método fraudador das “eleições a bico de pena”.

FREITAS, Jânio de. Folha de S. Paulo, 30/04/2017.

Sobre a obra colonizadora, a que o texto de Jânio de Freitas se refere, é correto afirmar que a

  • A) opção pela implantação da economia açucareira, com base na grande propriedade rural e no trabalho escravo, articula-se com o mecanismo de dominação colonial e com a política mercantilista
  • B) colonização se estabelece dentro dos padrões de povoamento e expansão religiosa, resultou da expansão marítima dos países da Europa e se constituiu numa sociedade de europeus sem miscigenação
  • C) exploração econômica da colônia, com base na produção de açúcar, pretendeu impor a reserva de mercado metropolitano por meio de um sistema de livre comércio que atingia todas as riquezas coloniais
  • D) escolha pela produção açucareira na colônia objetivava demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos na América, tendo como elemento propulsor o desenvolvimento da expansão comercial e marítima
  • E) existência, na colônia recém descoberta, de uma estrutura produtiva já instalada pela população nativa foi capaz de viabilizar uma efetiva exploração econômica segundo os padrões da política mercantilista.
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A alternativa correta é a letra a.

A colonização do Brasil foi um projeto econômico e político da Coroa portuguesa, que visava a explorar as riquezas da América e a garantir a exclusividade comercial com a colônia. Para isso, implantou-se a economia açucareira, baseada na grande propriedade rural (o engenho), no trabalho escravo (principalmente de africanos) e na produção voltada para o mercado externo (especialmente a Europa). Essa estrutura se articulava com o mecanismo de dominação colonial, que submetia a colônia aos interesses da metrópole, e com a política mercantilista, que buscava acumular riquezas e controlar o comércio internacional.

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26) (UTF PR/2018) Se as especiarias dominaram o comércio marítimo português durante o século XV, um século depois esse papel foi ocupado, no Brasil, pela produção açucareira, que abrangia a lavoura de cana propriamente dita e a fabricação do açúcar nos engenhos. Muitos historiadores denominam essa economia de plantation, expressão emprestada dos ingleses para indicar as lavouras tropicais.

Assinale a alternativa que apresenta os três elementos nos quais esse tipo de produção se fundamentava.

  • A) Latifúndio, monocultura e mão de obra escrava
  • B) Latifúndio, policultura e mão de obra escrava
  • C) Latifúndio, monocultura e mão de obra livre
  • D) Minifúndio, monocultura e mão de obra escrava
  • E) Minifúndio, policultura e mão de obra livre.
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A alternativa correta é a letra a.

A produção açucareira no Brasil colonial se fundamentava em três elementos: o latifúndio, a monocultura e a mão de obra escrava. O latifúndio era a grande propriedade rural, concedida pela coroa portuguesa aos colonos através das sesmarias. A monocultura era o cultivo de um único produto, no caso o açúcar, destinado à exportação para o mercado europeu. A mão de obra escrava era a utilização de africanos trazidos pelo tráfico negreiro para trabalhar nas plantações e nos engenhos, sob condições de exploração e violência.

As outras alternativas são incorretas por:

  • b) A policultura era o cultivo de vários produtos, geralmente para a subsistência dos colonos, e não para a exportação. A economia açucareira não se baseava na policultura, mas sim na monocultura.
  • c) A mão de obra livre era a utilização de trabalhadores que recebiam salários ou remunerações pelo seu trabalho. A economia açucareira não se baseava na mão de obra livre, mas sim na mão de obra escrava.
  • d) O minifúndio era a pequena propriedade rural, geralmente ocupada por lavradores pobres ou livres. A economia açucareira não se baseava no minifúndio, mas sim no latifúndio.
  • e) A combinação de minifúndio, policultura e mão de obra livre era uma característica da economia de subsistência, que se desenvolveu nas regiões menos exploradas pela metrópole, como o Nordeste e o Sul. A economia açucareira não se baseava nesses elementos, mas sim nos opostos.

27) (UNIMONTES/2010) Brancos pobres, mestiços e libertos com frequência viviam na dependência dos senhores de engenho ou outros fazendeiros, recebendo às vezes parcelas de terra em arrendamento ou parceria (…) Sabe-se ainda da existência de uma população crescente de lavradores independentes em terras próprias ou ocupando terras devolutas, produzindo alimentos em regime de autossubsistência ou para mercados locais, sempre ameaçados pelos fazendeiros em sua posse, em geral conhecidos em suas características.

CARDOSO, Ciro Flamarion. O trabalho na colônia. In: FERREIRA, Olavo Leonel. História do Brasil. São Paulo: Ática, 2010.

O texto acima

  • A) referenda as teses que advogam o predomínio do trabalho não escravo na colônia, incluindo a mão de obra indígena
  • B) relativiza a explicação da estrutura econômica colonial baseada no trinômio latifúndio-exportação-trabalho escravo
  • C) aponta para o fácil acesso à terra na América Portuguesa, aspecto que coloca em xeque as teses da hegemonia dos grandes proprietários
  • D) enumera vários fatores, entre eles a presença dos mestiços e libertos, que explicam as dificuldades da Coroa e da Igreja em disciplinar a sociedade colonial.
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A alternativa correta é a letra b.

O texto acima relativiza a explicação da estrutura econômica colonial baseada no trinômio latifúndio-exportação-trabalho escravo, ao mostrar que havia outras formas de trabalho e de ocupação da terra na colônia, além da produção açucareira. O autor menciona a existência de brancos pobres, mestiços e libertos que viviam na dependência dos senhores de engenho ou de outros fazendeiros, recebendo terras em arrendamento ou parceria, e também de lavradores independentes que produziam alimentos em terras próprias ou devolutas, para a subsistência ou para os mercados locais. Esses grupos sociais representavam uma diversidade e uma complexidade que não podem ser ignoradas na análise da sociedade colonial brasileira.

As outras alternativas são incorretas por:

  • a) O texto não referenda as teses que advogam o predomínio do trabalho não escravo na colônia, incluindo a mão de obra indígena, pois ele não nega a importância do trabalho escravo africano na economia colonial, nem afirma que a mão de obra indígena era predominante. O texto apenas reconhece que havia outras formas de trabalho, que conviviam com a escravidão, mas não a substituíam.
  • c) O texto não aponta para o fácil acesso à terra na América Portuguesa, aspecto que coloca em xeque as teses da hegemonia dos grandes proprietários, pois ele não sugere que a terra era abundante e disponível para todos, nem que os grandes proprietários eram minoritários ou irrelevantes. O texto apenas indica que havia lavradores independentes que ocupavam terras próprias ou devolutas, mas que estavam sempre ameaçados pelos fazendeiros em sua posse, o que revela a existência de conflitos e disputas pela terra na colônia.
  • d) O texto não enumera vários fatores, entre eles a presença dos mestiços e libertos, que explicam as dificuldades da Coroa e da Igreja em disciplinar a sociedade colonial, pois ele não se propõe a analisar as relações entre a metrópole e a colônia, nem o papel da Igreja na colonização. O texto apenas descreve alguns aspectos da composição social e da organização econômica da colônia, sem entrar em questões políticas ou religiosas.
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28) (ENEM/2012) Dos senhores dependem os lavradores que têm partidos arrendados em terras do mesmo engenho; e quanto os senhores são mais possantes e bem aparelhados de todo o necessário, afáveis e verdadeiros, tanto mais são procurados, ainda dos que não têm a cana cativa, ou por antiga obrigação, ou por preço que para isso receberam. ANTONIL, J. A. Cultura e opulência do Brasil [1711]

ANTONIL, J. A. Cultura e opulência do Brasil [1711]

Segundo o texto, a produção açucareira no Brasil colonial era

  • A) baseada no arrendamento de terras para a obtenção da cana a ser moída nos engenhos centrais
  • B) caracterizada pelo funcionamento da economia de livre mercado em relação à compra e venda de cana
  • C) dependente de insumos importados da Europa nas frotas que chegavam aos portos em busca do açúcar
  • D) marcada pela interdependência econômica entre os senhores de engenho e os lavradores de cana
  • E) sustentada no trabalho escravo desempenhado pelos lavradores de cana em terras arrendadas.
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A alternativa correta é a letra D

O texto mostra que os senhores de engenho eram os proprietários das terras e dos equipamentos necessários para a produção do açúcar, e que os lavradores de cana dependiam deles para cultivar a matéria-prima. Os lavradores podiam ter a cana cativa, ou seja, vinculada ao engenho por contrato ou dívida, ou podiam negociar livremente com os senhores de engenho. Essa relação estabelecia uma interdependência econômica entre os dois grupos, que formavam a elite colonial.

As demais alternativas estão incorretas, pois:

  • A alternativa A ignora que os senhores de engenho também eram donos das terras onde a cana era cultivada, e que o arrendamento era apenas uma forma de contrato entre eles e os lavradores.
  • A alternativa B confunde a existência de um mercado interno de cana com a ideia de livre mercado, que não se aplicava à economia colonial, regulada pela metrópole.
  • A alternativa C exagera o papel dos insumos importados da Europa, que não eram essenciais para a produção açucareira, e que chegavam ao Brasil junto com os produtos manufaturados que eram trocados pelo açúcar.
  • A alternativa E contradiz o texto, que se refere aos lavradores de cana como senhores, e não como escravos. O trabalho escravo era realizado nas plantações e nos engenhos, mas não pelos lavradores de cana.

29) (UEFS BA/2018) Não só o algodão, o bicho-da-seda e a laranjeira introduziram os árabes e mouros na Península: desenvolveram a cultura da cana-de-açúcar que, transportada depois da Ilha da Madeira para o Brasil, condicionaria o desenvolvimento econômico e social da colônia portuguesa na América, dando-lhe organização agrária e possibilidades de permanência e fixidez. O mouro forneceu ao colonizador do Brasil os elementos técnicos de produção e utilização econômica da cana. (Gilberto Freyre. Casa-Grande e Senzala, 1989.)

Gilberto Freyre. Casa-Grande e Senzala, 1989.

Ilustra o argumento do autor sobre os efeitos da economia da cana-de-açúcar na história da colônia do Brasil a referência

  • A) à instalação de um complexo econômico constituído pela grande exploração agrícola, aos maquinários para a transformação da matéria-prima e à utilização de trabalho compulsório
  • B) à uniformização econômica do extenso território da colônia, à expansão da catequese em meio às populações indígenas e à produção em grande escala do açúcar para o mercado interno
  • C) à constituição de uma sociedade nobiliárquica de origem europeia, à submissão da população nativa ao trabalho extenuante da produção tropical e à economia de coleta de produtos nativos
  • D) à urbanização das sociedades litorâneas, à chegada de mão de obra estrangeira especializada em equipamentos industriais e ao predomínio da mão de obra europeia imigrante nos trabalhos agrícolas
  • E) à formação de governos autônomos no nordeste do Brasil, à liberdade de venda no exterior da produção colonial e aos investimentos de grandes somas de capital em manufaturas têxteis.
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A alternativa correta é a letra A.

O texto de Gilberto Freyre destaca a importância da cultura da cana-de-açúcar na formação econômica e social do Brasil colonial, que foi influenciada pelos árabes e mouros que introduziram essa cultura na Península Ibérica. A cana-de-açúcar foi a base de um complexo econômico que envolvia a grande propriedade rural (a casa-grande), os engenhos para a produção do açúcar, a exportação para o mercado europeu e a utilização de trabalho compulsório, principalmente de escravos africanos.

As demais alternativas não ilustram o argumento do autor, pois:

  • A alternativa B está incorreta, pois a economia da cana-de-açúcar não uniformizou o território colonial, mas se concentrou na região Nordeste, principalmente no litoral. Além disso, a produção do açúcar era voltada para o mercado externo, não para o interno.
  • A alternativa C está incorreta, pois a sociedade colonial não era nobiliárquica, mas senhorial, formada por uma elite agrária que detinha o poder econômico e político. A população nativa não foi submetida ao trabalho da cana-de-açúcar, mas resistiu à colonização e foi alvo de guerras e catequese. A economia de coleta de produtos nativos, como o pau-brasil, não foi predominante na colônia.
  • A alternativa D está incorreta, pois a economia da cana-de-açúcar não provocou a urbanização das sociedades litorâneas, mas sim a formação de núcleos urbanos secundários, dependentes dos engenhos. A mão de obra estrangeira especializada em equipamentos industriais era escassa na colônia, assim como a mão de obra europeia imigrante nos trabalhos agrícolas, que era minoritária em relação à mão de obra escrava.
  • A alternativa E está incorreta, pois a economia da cana-de-açúcar não gerou a formação de governos autônomos no Nordeste, mas sim a subordinação à metrópole portuguesa, que controlava o comércio colonial. A produção colonial não tinha liberdade de venda no exterior, mas estava sujeita ao pacto colonial, que restringia o comércio aos portugueses. Os investimentos em manufaturas têxteis eram proibidos na colônia, pois contrariavam os interesses da metrópole.
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30) (Mackenzie SP/2017) No Brasil do século XVI, a sociedade tinha, no engenho, o centro de sua organização.

Mackenzie SP/2017

Assinale a alternativa que NÃO atesta a importância do engenho no período colonial.

  • A) A grande propriedade era monocultora e também escravocrata, voltada para o mercado externo, sendo a montagem da estrutura de produção açucareira, um empreendimento de alto custo
  • B) Os senhores de engenhos, por serem proprietários de terras e escravos, detinham o poder político e controlavam as Câmaras Municipais, sendo denominados de “homens bons”, estendendo tal poder para o interior de sua família
  • C) Alguns engenhos funcionavam como unidades de produção autossuficientes, pois além de oficinas para reparos de suas instalações, produziam alimentos necessários à sobrevivência de seus moradores
  • D) No engenho também havia alguns tipos de trabalhadores assalariados, como o feitor, o mestre de açúcar, o capelão ou padre, que se sujeitavam ao poder e à influência do grande proprietário de terras
  • E) Os grandes engenhos contavam com toda a infraestrutura não apenas para atender às necessidades básicas de sobrevivência, mas voltadas à atividade intelectual que tornava o engenho centro de discussões comerciais.
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A alternativa correta é a letra E.

O texto afirma que o engenho era o centro da organização social no Brasil do século XVI, pois era a base da economia colonial, que se voltava para a produção e exportação do açúcar. As alternativas A, B, C e D atestam a importância do engenho nesse período, pois mostram as características da grande propriedade monocultora e escravocrata, o poder político dos senhores de engenho, a autossuficiência de algumas unidades produtivas e a presença de trabalhadores assalariados.

A alternativa E, porém, não atesta a importância do engenho, pois apresenta uma informação falsa. Os grandes engenhos não contavam com toda a infraestrutura voltada à atividade intelectual, nem eram centros de discussões comerciais. Pelo contrário, a vida nos engenhos era marcada pela rusticidade, pela violência, pela exploração do trabalho e pela submissão à metrópole portuguesa, que controlava o comércio colonial.

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