Questões Sobre Brasil Pré-Colonial - História - 1º ano do ensino médio
1) (IFSC/2013) Nas primeiras décadas da chegada dos portugueses no Brasil (1500 a 1530), o governo português limitou-se a reconhecer a terra e preservar sua posse. É o chamado período pré-colonial.
Sobre o início da colonização do Brasil, assinale a alternativa CORRETA.
- A) No primeiro momento, o governo português enviou expedições guarda-costas e exploradoras, bem como priorizou a construção de feitorias.
- B) O rei de Portugal ordenou a utilização da mão-de-obra africana na extração do pau-brasil.
- C) A providência imediata após o descobrimento foi a criação do governo geral, visando a descentralizar o poder político.
- D) O Brasil foi colonizado primeiro por invasores franceses, com o objetivo de dominar o comércio açucareiro.
- E) A fundação das atuais cidades do Rio de Janeiro e São Paulo fez parte do primeiro plano de ocupação elaborado em 1510.
A resposta correta é a (A). No primeiro momento, o governo português enviou expedições guarda-costas e exploradoras, bem como priorizou a construção de feitorias.
As demais alternativas estão incorretas.
(B) está incorreta porque a utilização da mão-de-obra africana na extração do pau-brasil só foi autorizada em 1530, com a criação do sistema de capitanias hereditárias.
(C) está incorreta porque a criação do governo geral ocorreu em 1548, após o período pré-colonial.
(D) está incorreta porque o Brasil foi colonizado primeiro por portugueses, com o objetivo de explorar o pau-brasil.
(E) está incorreta porque a fundação das atuais cidades do Rio de Janeiro e São Paulo ocorreu no século XVI, após o período pré-colonial.
2) (FATEC SP/2013) Quando a esquadra de Cabral chegou ao território que hoje chamamos de Brasil, o escrivão Pero Vaz de Caminha registrou, em uma longa carta ao rei, os principais acontecimentos. Entre eles, Caminha destacou: “Nesta terra, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro. Águas são muitas, infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo aproveitar, dar-se-á nesta terra tudo, por bem das águas que tem.”
(pt.scribd.com/doc/7011303/Marilena-Chaui-Brasil-Mito-Fundador-e-Sociedade-AutoritAria Acesso em: 08.03.2013. Adaptado)
Relacionando esse trecho da carta de Caminha aos objetivos da colonização portuguesa na América, é correto afirmar que essa colonização foi
- A) de povoamento, pois se encontraram ouro e prata na primeira viagem às novas terras.
- B) de povoamento, já que havia pouca possibilidade de as terras serem produtivas ou férteis.
- C) de exploração, pois se pretendiam utilizar as águas dos rios para a produção de energia elétrica.
- D) mercantilista, pois se demonstrava interesse em metais preciosos e exploração da agricultura.
- E) mercantilista, já que a beleza do local era ideal para a exploração do mercado turístico.
A alternativa correta é a letra D, pois essa colonização foi mercantilista, pois se demonstrava interesse em metais preciosos e exploração da agricultura. O mercantilismo era a política econômica adotada pelos países europeus na época das grandes navegações, que visava acumular riquezas por meio do comércio e da exploração colonial. Os portugueses, ao chegarem ao Brasil, buscavam encontrar ouro e prata, como os espanhóis haviam feito na América espanhola, mas não encontraram esses metais na primeira viagem. Por isso, eles se dedicaram à exploração do pau-brasil, uma madeira de cor vermelha que era usada para tingir tecidos e tinha grande valor na Europa. Depois, eles iniciaram a produção de açúcar nas terras brasileiras, utilizando o trabalho escravo dos indígenas e dos africanos. O açúcar era um produto muito lucrativo no mercado europeu, e os portugueses tinham vantagens na sua produção, pois já possuíam experiência nas ilhas atlânticas, como Madeira e Açores.
3) (ESPCEX/2014) “Os primeiros trinta anos da História do Brasil são conhecidos como período Pré-Colonial. Nesse período, a coroa portuguesa iniciou a dominação das terras brasileiras, sem no entanto, traçar um plano de ocupação efetiva, […] A atenção da burguesia metropolitana e do governo português estavam voltados para o comércio com o Oriente, que desde a viagem de Vasco da Gama, no final do século XV, havia sido monopolizado pelo Estado português. […] O desinteresse português em relação ao Brasil estava em conformidade com os interesses mercantilistas da época, como observou o navegante Américo Vespúcio, após a exploração do litoral brasileiro, podese dizer que não encontramos nada de proveito”.(Berutti,2004) .
Sobre o período retratado no texto, pode-se afirmar que o(a)
- A) desinteresse português pelo Brasil nos primeiros anos de colonização, deu-se em decorrência dos tratados comerciais assinados com a Espanha, que tinha prioridade pela exploração de terras situadas a oeste de Greenwich.
- B) maior distância marítima era a maior desvantagem brasileira em relação ao comércio com as Índias.
- C) desinteresse português pode ser melhor explicado pela resistência oferecida pelos indígenas que dificultavam o desembarque e o reconhecimento das novas terras.
- E) abertura de um novo mercado na América do Sul, ampliava as possibilidades de lucro da burguesia metropolitana portuguesa.
- E) relativo descaso português pelo Brasil, nos primeiros trinta anos de História, explica-se pela aparente inexistência de artigos (ou produtos) que atendiam aos interesses daqueles que patrocinavam as expedições
A resposta correta é a (E). O texto afirma que o desinteresse português pelo Brasil nos primeiros anos de colonização estava em conformidade com os interesses mercantilistas da época, que eram voltados para o comércio com o Oriente, em busca de especiarias e outros produtos valiosos. O Brasil, por outro lado, não apresentava nenhum produto que atraísse a atenção dos portugueses.
As demais alternativas estão incorretas.
(A) está incorreta porque o Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, dividiu o mundo em duas partes, atribuindo ao Portugal as terras situadas a leste de Greenwich. O Brasil, portanto, ficava dentro da área de influência portuguesa.
(B) está incorreta porque a distância marítima entre o Brasil e a Europa não era maior do que a distância entre a Europa e as Índias.
(C) está incorreta porque, embora a resistência indígena tenha sido um fator de dificuldade para a colonização portuguesa, ela não foi o principal motivo do desinteresse inicial dos portugueses pelo Brasil.
(D) está incorreta porque a abertura de um novo mercado na América do Sul poderia, na verdade, representar uma ameaça aos interesses portugueses no Oriente.
4) (UNITAU SP/2014) Analise a imagem abaixo de Theodore de Bry, Grandes Viagens, 1592.
Theodore de Bry utilizou desenhos de Hans Staden para elaborar as suas representações das práticas dos indígenas do Novo Mundo. Sobre o contato das culturas europeia e indígena e as representações do olhar europeu, considerando a imagem acima, é correto afirmar, EXCETO:
- A) Essa imagem é um exemplo de eurocentrismo, pois apresenta representações baseadas em referências culturais europeias.
- B) A imagem representa a idealização do nativo com base em crenças religiosas, visão mítica e em obras literárias, entre outras referências.
- C) Imaginário e crenças religiosas levaram a uma demonização do nativo e de seus hábitos criando uma visão preconceituosa do nativo e da natureza brasileira permeada por crenças religiosas e por valores morais.
- D) A função da iconografia naquele período era difundir a imagem do outro na Europa e construir, com base no imaginário e em descrições de terceiros, romantização e embelezamento da paisagem e dos nativos.
- E) Os viajantes, cronistas e artistas representavam os nativos e suas práticas tendo consciência total da distorção da imagem, visando demonizar o nativo para justificar a sua exterminação sem qualquer fundo moral.
A alternativa correta é a letra E, pois os viajantes, cronistas e artistas não representavam os nativos e suas práticas tendo consciência total da distorção da imagem, visando demonizar o nativo para justificar a sua exterminação sem qualquer fundo moral. Pelo contrário, muitos deles tinham uma visão curiosa e admirada dos povos indígenas, e procuravam retratá-los com fidelidade, baseando-se em relatos de testemunhas oculares ou em desenhos feitos por eles mesmos. Theodore de Bry, por exemplo, nunca esteve no Brasil, mas utilizou os desenhos de Hans Staden, que viveu entre os tupinambás e presenciou seus rituais de antropofagia
As outras alternativas são incorretas, pois:
A) Essa imagem é um exemplo de eurocentrismo, pois apresenta representações baseadas em referências culturais europeias. Isso é verdade, pois a imagem mostra os indígenas com traços físicos e vestimentas que remetem aos europeus, além de elementos simbólicos que sugerem uma associação entre os nativos e o diabo, como a serpente, o fogo e o sangue
B) A imagem representa a idealização do nativo com base em crenças religiosas, visão mítica e em obras literárias, entre outras referências. Isso também é verdade, pois a imagem reflete a influência de concepções religiosas, como o mito do bom selvagem, que via os indígenas como seres inocentes e puros, mas também o mito do selvagem canibal, que os via como bárbaros e devoradores de homens. Além disso, a imagem também dialoga com obras literárias, como a Utopia de Thomas More, que descrevia uma sociedade idealizada e semelhante à dos nativos americanos
C) Imaginário e crenças religiosas levaram a uma demonização do nativo e de seus hábitos criando uma visão preconceituosa do nativo e da natureza brasileira permeada por crenças religiosas e por valores morais. Isso também é verdade, pois a imagem mostra uma cena de canibalismo que choca os valores morais e religiosos dos europeus, que consideravam os indígenas como pagãos e hereges. A imagem também mostra uma natureza exuberante e selvagem, que contrasta com a paisagem europeia e que desperta tanto admiração quanto temor nos observadores
D) A função da iconografia naquele período era difundir a imagem do outro na Europa e construir, com base no imaginário e em descrições de terceiros, romantização e embelezamento da paisagem e dos nativos. Isso também é verdade, pois a imagem faz parte de uma coleção de relatos de viagens que tinha como objetivo divulgar as descobertas e as maravilhas do Novo Mundo na Europa. A imagem também mostra uma certa romantização e embelezamento da paisagem e dos nativos, que são retratados com cores vivas e formas harmoniosas, apesar da cena de violência
5) (IFBA/2015) Analise a figura e o texto a seguir:
“Descoberta da América: chegada de Américo Vespúcio”. Gravura em metal de Theodor Galle baseada num desenho de Janvan der Straet (ca. 1575). Disponível em: <http://www.metmuseum.org/collection/thecollection- online/search/343845>. Acesso em 22 de set. 2014, às 20h47.
A história canônica do Brasil começa com o “Descobrimento”. Nesta cena Américo Vespúcio desperta a América, representada por uma índia Tupinambá, deitada na rede. Rede, tacape e cenas de antropofagia, que se veem ao fundo, são emblemáticos dos Tupinambás. Desenho de Jan van der Straet (também chamado Stadanus), gravura de Theodor Galle (1589).
(CUNHA, Manuela Carneiro. Introdução a uma história indígena. In: CUNHA, Manuela Carneiro. História dos Índios no Brasil. SP: Companhia das Letras, 1992. P. 09).
Sobre história Indígena do Brasil nos primeiros séculos de colonização é correto afirmar:
- A) a imagem revela o estranhamento dos europeus sobre os indígenas e a visão celestial sobre os mesmos atribuída ao longo da colonização.
- B) a História do Brasil oficial começa com a chegada dos portugueses, não sendo possível a compreensão da história dos índios pela sua quase extinção em tempos coloniais.
- C) a visão tradicional sobre a História do Brasil narra, comumente, a chegada dos europeus como um “despertar” desta “Nova Terra”, menosprezando a história dos indígenas.
- D) os rituais de antropofagia, representados na imagem, foram alguns dos costumes mais abominados pelos europeus, contudo foram posteriormente aceitos e adaptados cultura europeia.
- E) a rede e o tacape, presentes na imagem, revelam o atraso tecnológico dos indígenas e a superioridade em todas as esferas – seja técnica e tecnológica, seja também cultural e religiosa – do colonizador europeu.
A resposta correta é (C). A imagem revela a visão tradicional sobre a História do Brasil, que narra a chegada dos europeus como um “despertar” desta “Nova Terra”, menosprezando a história dos indígenas.
A imagem mostra Américo Vespúcio despertando uma índia Tupinambá, deitada em uma rede. A rede e o tacape, presentes na imagem, são emblemáticos dos Tupinambás. No entanto, a imagem também mostra cenas de antropofagia, que eram um dos costumes mais abominados pelos europeus.
Essa visão tradicional da História do Brasil é problemática porque ignora a existência de uma história indígena anterior à chegada dos europeus. Os indígenas já habitavam o território que hoje é chamado de Brasil há milhares de anos e possuíam uma cultura rica e complexa. A chegada dos europeus representou um momento de ruptura e violência para os indígenas, que foram submetidos a um processo de colonização, escravidão e genocídio.
As demais alternativas estão incorretas.
(A) está incorreta porque a imagem não revela o estranhamento dos europeus sobre os indígenas. Na verdade, a imagem representa os indígenas como uma espécie de “selvagens” que precisam ser “despertos” pela civilização europeia.
(B) está incorreta porque a História do Brasil oficial não começa com a chegada dos portugueses. A história indígena é parte integrante da história do Brasil e deve ser considerada.
(D) está incorreta porque os rituais de antropofagia não foram aceitos e adaptados pela cultura europeia. Pelo contrário, eles foram considerados bárbaros e abomináveis pelos europeus.
(E) está incorreta porque a rede e o tacape não revelam o atraso tecnológico dos indígenas. Os indígenas possuíam uma tecnologia sofisticada, adaptada às necessidades de seu ambiente. A superioridade tecnológica dos europeus foi um dos fatores que contribuíram para a conquista do Brasil.
6) (FUVEST/2015) A respeito da imagem acima, que reproduz um quadro de Victor Meirelles, é correto afirmar que ela representa
A respeito da imagem acima, que reproduz um quadro de Victor Meirelles, é correto afirmar que ela representa
- A) a descoberta do Brasil no século XV, em uma concepção profundamente religiosa, típica da Ditadura Militar.
- B) os primórdios da presença europeia no Brasil, em uma concepção romântica de exaltação da nacionalidade, típica do século XIX.
- C) a união entre brancos, negros e indígenas no Brasil, em uma concepção modernista, típica das primeiras décadas do século XX.
- D) a destruição das populações indígenas a partir do século XVI, em uma concepção crítica, típica de finais do século XIX.
- E) a união das populações brasileiras contra as invasões holandesas do século XVII, em uma concepção acadêmica, típica da segunda metade do século XVIII.
A resposta correta é a letra B. O quadro representa os primórdios da presença europeia no Brasil, em uma concepção romântica de exaltação da nacionalidade, típica do século XIX. Segundo a biografia de Victor Meirelles, ele pintou sua obra mais conhecida, Primeira Missa no Brasil, da maneira como foi descrita na carta de Pero Vaz de Caminha, que lhe valeu espaço e elogios no prestigioso Salão de Paris de 1861. A pintura faz parte do gênero da pintura histórica, que buscava retratar os momentos fundadores da nação brasileira, com uma visão idealizada e heroica. A pintura também reflete a influência do romantismo, que valorizava a natureza, a religião e o sentimento.
7) (ENEM/2017) Os cartógrafos portugueses teriam falseado as representações do Brasil nas cartas geográficas, fazendo concordar o meridiano com os acidentes geográficos de forma a ressaltar uma suposta fronteira natural dos domínios lusos. O delineamento de uma grande lagoa que conectava a bacia platina coma amazônica já era visível nas primeiras descrições geográficas e mapas produzidos por Gaspar Viegas, no Atlas de Lopo Homem (1519), nas cartas de Diogo Ribeiro (1525-27), no planisfério de André Homen (1559), nos mapas de Bartolomeu Velho (1561).
KANTOR, Í. Usos diplomáticos da ilha-Brasil: polêmicas cartográficas e historiográficas. Varia Historia, n. 37, 2007 (adaptado).
De acordo com a argumentação exposta no texto, um dos objetivos das representações cartográficas mencionadas era
- A) garantir o domínio da Metrópole sobre o território cobiçado.
- B) demarcar os limites precisos do Tratado de Tordesilhas.
- C) afastar as populações nativas do espaço demarcado.
- D) respeitar a conquista espanhola sobre o Império Inca.
- E) demonstrar a viabilidade comercial do empreendimento colonial.
A resposta correta é (A). O texto afirma que os cartógrafos portugueses teriam falseado as representações do Brasil nas cartas geográficas, fazendo concordar o meridiano com os acidentes geográficos de forma a ressaltar uma suposta fronteira natural dos domínios lusos. Isso indica que o objetivo das representações cartográficas era garantir o domínio da Metrópole sobre o território cobiçado.
As demais alternativas não são corretas porque:
(B) está incorreta porque o Tratado de Tordesilhas não previa um meridiano preciso para demarcar as fronteiras entre os domínios portugueses e espanhóis.
(C) está incorreta porque as populações nativas já habitavam o território antes da chegada dos europeus.
(D) está incorreta porque o Império Inca já havia sido conquistado pelos espanhóis antes da chegada dos portugueses ao Brasil.
(E) está incorreta porque a viabilidade comercial do empreendimento colonial era um objetivo dos portugueses, mas não o principal objetivo das representações cartográficas mencionadas.
8) (IFRS/2017) As primeiras décadas após a oficialização do “achamento” do Brasil, em 1500 pela esquadra de Cabral, foram marcadas por um escasso interesse da parte dos portugueses em relação às novas terras. Essa tendência permaneceu até a introdução do sistema de Capitanias Hereditárias. Sobre esse período de tempo inicial, é INCORRETO afirmar que
- A) as primeiras tentativas francesas de penetração no território ocorreram nessa época pré-colonial, inconformados com o estabelecimento do Tratado de Tordesilhas, os franceses a muito custo foram combatidos por Cristóvão Jacques e suas expedições de guarda-costas.
- B) houve a concessão real de um estanco de exploração ao comerciante de origem judaica Fernão de Noronha, que o usou com o objetivo de extração de pau-brasil.
- C) a penetração no interior foi de pequena intensidade, havendo, primordialmente, o interesse de construção de feitorias no litoral.
- D) foi de muita importância o trabalho das populações autóctones, especialmente o dos grupos tupi, para tanto foi importante o sistema de escambo.
- E) a sistemática derrubada das árvores de pau-brasil somente foi introduzida como recurso, após a observação da impossibilidade de exploração alternativa, pela falta de riquezas minerais e pela total infertilidade do solo para plantação de qualquer tipo de produto relevante.
A alternativa E é a INCORRETA. A afirmação afirma que a derrubada sistemática de árvores de pau-brasil foi introduzida como recurso apenas após a constatação da impossibilidade de exploração alternativa. No entanto, é sabido que a exploração de pau-brasil foi a principal atividade econômica do período pré-colonial, e que a derrubada sistemática das árvores já era uma prática comum.
As demais alternativas estão corretas. As primeiras tentativas francesas de penetração no território ocorreram nessa época pré-colonial, sendo combatidas pelos portugueses. Houve a concessão real de um estanco de exploração ao comerciante de origem judaica Fernão de Noronha, que o usou com o objetivo de extração de pau-brasil. A penetração no interior foi de pequena intensidade, havendo, primordialmente, o interesse de construção de feitorias no litoral. O trabalho das populações autóctones, especialmente o dos grupos tupi, foi de muita importância, para tanto foi importante o sistema de escambo.
9) (IFMT/2018) Observe a charge da cartunista Laerte.
Disponível em: https://imagohistoria.blogspot.com.br/2017/11/charges-historicas-brasil-colonia.html
A partir da análise da charge, e levando em consideração os seus conhecimentos sobre o “descobrimento do Brasil”, escolha a alternativa INCORRETA.
- A) A charge faz referência ao desembarque da esquadra portuguesa comandada por Pedro Álvares Cabral que aportou em terras brasileiras em 1500.
- B) A primeira menção documental sobre os grupos nativos que habitavam o território brasileiro foi escrita por Pero Vaz de Caminha, cronista que acompanhou a viagem comandada por Cabral.
- C) A charge apresenta um humor crítico ao antever que uma das consequências da colonização portuguesa foi a tomada da posse da terra dos nativos.
- D) O contato com os europeus foi uma das causas do genocídio de grupos indígenas que não tinham imunidade contra a gripe, a tuberculose e a sífilis, doenças que, antes da chegada dos europeus ao Novo Mundo, não existiam na América.
- E) A charge evidencia a raiva e indignação do indígena diante da ocupação de seu território
A única que está incorreta é a letra E
Eu posso ajudá-lo com a sua questão sobre o “descobrimento do Brasil”. A charge da cartunista Laerte faz uma sátira ao impacto da chegada dos portugueses ao território que hoje é o Brasil, mostrando a reação de um indígena que percebe que seu sonho da casa própria foi frustrado. A charge se baseia em alguns fatos históricos, como:
- A esquadra portuguesa comandada por Pedro Álvares Cabral aportou em terras brasileiras em 22 de abril de 1500, avistando o Monte Pascoal na Bahia.
- A primeira menção documental sobre os grupos nativos que habitavam o território brasileiro foi escrita por Pero Vaz de Caminha, cronista que acompanhou a viagem comandada por Cabral. Em sua carta ao rei de Portugal, ele descreveu os indígenas como “pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas”.
- O contato com os europeus foi uma das causas do genocídio de grupos indígenas que não tinham imunidade contra a gripe, a tuberculose e a sífilis, doenças que, antes da chegada dos europeus ao Novo Mundo, não existiam na América.
- A colonização portuguesa implicou na tomada da posse da terra dos nativos, que foram explorados, escravizados, catequizados e exterminados pelos colonizadores.
Dentre as alternativas apresentadas, a única que está incorreta é a letra E, pois a charge não evidencia a raiva e indignação do indígena diante da ocupação de seu território, mas sim o seu desânimo e resignação. A expressão facial do indígena, bem como o uso da sigla EOM (Era uma vez o meu), sugerem que ele já aceitou o seu destino de perder a sua terra e o seu sonho. Portanto, a charge apresenta um humor irônico e não crítico, como está escrito no item C.
10) (UDESC SC/2018) É prática comum nos programas escolares a delimitação de datas que marcam o início e, muitas vezes, o fim de processos históricos. No caso da História do Brasil, o ano de 1500 recebe bastante atenção. A respeito do ano de 1500 como início oficial da História do Brasil, analise as proposições.
I. A definição de datas como marcos históricos tem implicações políticas, uma vez que elege certos eventos como fundamentais. No caso da História do Brasil, a ênfase no ano de 1500 ressalta a importância atribuída à chegada dos europeus para a constituição da história brasileira.
II. Ao definir o ano de 1500 como marco inicial para a História do Brasil, corre-se o risco de desconsiderar a importância da história, as características e os costumes dos vários grupos indígenas que já habitavam o território, que seria posteriormente conhecido como Brasil.
III. A definição do ano de 1500, como marco para o início oficial da História do Brasil, foi resultado de uma série de demandas populares que reivindicavam a possibilidade de opinar a respeito da oficialização da História Nacional.
Assinale a alternativa correta.
- A) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
- B) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
- C) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
- D) Somente a afirmativa I é verdadeira.
- E) Somente a afirmativa II é verdadeira
A alternativa correta é a A) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
A afirmativa I é verdadeira porque a escolha de datas como marcos históricos implica uma seleção de eventos que são considerados relevantes para a construção da identidade nacional. No caso do Brasil, a ênfase na chegada dos portugueses em 1500 ressalta o papel dos europeus como agentes principais da história brasileira, em detrimento dos povos indígenas e africanos que também participaram desse processo.
A afirmativa II é verdadeira porque ao definir 1500 como o início da história brasileira, corre-se o risco de ignorar a existência e a diversidade dos grupos indígenas que já habitavam o território antes da chegada dos portugueses. Esses povos tinham suas próprias histórias, culturas e costumes, que foram afetados pelo contato com os europeus. Além disso, os indígenas também contribuíram para a formação da sociedade brasileira, seja na resistência, na aliança ou na miscigenação.
A afirmativa III é falsa porque a definição do ano de 1500 como marco inicial da história brasileira não foi resultado de uma demanda popular, mas sim de uma imposição das elites políticas e intelectuais que buscavam legitimar o projeto de nação brasileira. Essas elites tinham interesse em valorizar a herança portuguesa e europeia, em detrimento das influências indígenas e africanas. A história oficial, portanto, não reflete a diversidade e a pluralidade de vozes que compõem a história brasileira.