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Questões Sobre Brasil Colônia - Período Açucareiro - História - 1º ano do ensino médio

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11) (PUCCamp SP/2017) As colônias que se formaram na América portuguesa tiveram, desde o século XVI, o caráter de sociedades escravistas. Com o passar do tempo, consolidaram-se em todas elas algumas práticas relacionadas à escravidão que ajudaram a cimentar a unidade e a própria identidade dos colonos luso-brasileiros. Dentre essas práticas, ressalta-se a combinação entre um avultado tráfico negreiro gerido a partir dos portos brasileiros e altas taxas de alforria.

BERBEL, Márcia; MARQUESE, Rafael e PARRON, Tâmis. Escravidão e política. Brasil e Cuba, c. 1790-1850. São Paulo: Hucitec/Fapesp. 2010.

Segundo o texto e seus conhecimentos sobre a história da escravidão na América Portuguesa, a sociedade escravista que nela se constituiu apresentava a

  • A) convivência entre a presença de um grande número de alforriados e o denso volume de escravos gerido internamente, constituindo-se como elemento importante na construção da identidade dos colonos
  • B) dissociação entre tráfico negreiro, controlado pelos portugueses reinóis, e alforria propiciada pelos colonos locais, gerando uma pluralidade de identidades na sociedade escravista
  • C) tensão entre práticas de alforria engendradas pelos colonos e medidas de estímulo ao tráfico negreiro empregadas pela Coroa portuguesa, como expressão de projetos diferentes de sociedade escravista
  • D) interação patriarcal entre colonos luso-brasileiros e escravos, devido à adoção de práticas de alforria, apesar da unidade e resistência vigentes entre os africanos escravizados e da opressão exercida pela Coroa portuguesa
  • E) contradição entre práticas escravistas estimuladas pelos traficantes portugueses que geriam os portos brasileiros e as propostas abolicionistas apregoadas pelo colonos luso-brasileiros que defendiam a alforria.
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A alternativa correta é letra A.

O texto mostra que as colônias da América portuguesa eram sociedades escravistas, que se baseavam na exploração do trabalho dos africanos e seus descendentes. No entanto, nessas sociedades, também havia uma grande presença de alforriados, ou seja, de escravos que conseguiram obter sua liberdade, seja por compra, por doação, por testamento ou por outros meios. Essa combinação entre um intenso tráfico negreiro e altas taxas de alforria era uma característica das sociedades escravistas da América portuguesa, que contribuía para a formação da identidade dos colonos luso-brasileiros, que se diferenciavam dos colonos de outras regiões da América.

As alternativas B, C, D e E estão incorretas porque:

  • A dissociação entre tráfico negreiro e alforria não era uma característica das sociedades escravistas da América portuguesa, mas sim uma combinação entre essas duas práticas. Além disso, essa combinação não gerava uma pluralidade de identidades, mas sim uma unidade e uma identidade dos colonos luso-brasileiros.
  • A tensão entre práticas de alforria e medidas de estímulo ao tráfico negreiro não era uma característica das sociedades escravistas da América portuguesa, mas sim uma combinação entre essas duas práticas. Além disso, essa combinação não expressava projetos diferentes de sociedade escravista, mas sim uma adaptação às circunstâncias históricas.
  • A interação patriarcal entre colonos luso-brasileiros e escravos não era uma característica das sociedades escravistas da América portuguesa, mas sim uma forma de dominação e de exploração. Além disso, essa interação não implicava na adoção de práticas de alforria, mas sim na manutenção do sistema escravista.
  • A contradição entre práticas escravistas e propostas abolicionistas não era uma característica das sociedades escravistas da América portuguesa, mas sim uma oposição entre dois projetos antagônicos de sociedade. Além disso, essa contradição não envolvia os traficantes portugueses e os colonos luso-brasileiros, mas sim os escravistas e os abolicionistas.
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12) (UFPR/2018) Leia o texto abaixo: […] O quilombo aparecia onde quer que a escravidão surgisse. Não era simples manifestação tópica. Muitas vezes, surpreende pela capacidade de organização, pela resistência que oferece; destruído parcialmente dezenas de vezes e novamente aparecendo, em outros locais, plantando a sua roça, constituindo suas casas, reorganizando a sua vida social e estabelecendo novos sistemas de defesa. O quilombo não foi, portanto, apenas um fenômeno esporádico. Constituía-se em fato normal dentro da sociedade escravista. Era reação organizada de combate a uma forma de trabalho contra a qual se voltava o próprio sujeito que a sustentava. MOURA, Clóvis. Rebeliões da Senzala.

MOURA, Clóvis. Rebeliões da Senzala. São Paulo: Conquista, 1972.

A respeito da história dos quilombos no Brasil, considere as seguintes afirmativas:

Assinale a alternativa correta.

  • A) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras
  • B) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras
  • C) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras
  • D) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras
  • E) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
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A alternativa correta é a letra c). Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.

  • A afirmativa 1 é falsa, pois os quilombos não eram formados apenas por escravos libertos, mas também por escravos fugidos, indígenas, mestiços e brancos pobres. Além disso, os quilombos existiram antes e durante a abolição, não apenas depois dela.
  • A afirmativa 2 é verdadeira, pois os quilombos foram uma forma de resistência à escravidão que se espalhou por todo o território brasileiro, desde o século XVI até o século XIX. O mais famoso deles foi o Quilombo dos Palmares, que chegou a ter cerca de 30 mil habitantes e resistiu por quase um século às investidas coloniais.
  • A afirmativa 3 é falsa, pois os quilombos não tinham apenas uma estrutura social militar, mas também uma estrutura política, econômica, cultural e religiosa. Os quilombos eram comunidades autônomas, que produziam seus próprios alimentos, artesanatos, armas e remédios, além de manterem suas tradições africanas e criarem novas formas de expressão.
  • A afirmativa 4 é verdadeira, pois os quilombos representavam a principal forma de resistência dos escravos ao sistema escravista, que era baseado na exploração, na violência e na desumanização. Os quilombos eram espaços de liberdade, de solidariedade e de afirmação da identidade negra.

13) (UFGD MS/2019) Leia este trecho do poema Navio Negreiro (1883), de Castro Alves.

III
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano! Desce mais … inda mais… não pode olhar humano Como o teu mergulhar no brigue voador! Mas que vejo eu aí… Que quadro d’amarguras! É canto funeral! … Que tétricas figuras! … Que cena infame e vil… Meu Deus! Meu Deus! Que horror!

IV
Era um sonho dantesco… o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros… estalar de açoite… Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar…

Disponível em: http://www.culturabrasil.org/navionegreiro.htm.

Ao longo da história, ocorreram movimentações de contingentes humanos no Brasil, que influenciaram a formação social, política e econômica do território e da população brasileiros. Assinale a alternativa correta que denomina a classificação do movimento populacional intenso e involuntário de parte considerável da população de um território que é forçada (muitas vezes, com violência) a se dispersar para outros territórios, a exemplo do tráfico de milhões de africanos que foram trazidos de forma violenta, degradante e involuntária para o trabalho escravo, ocorrido no Brasil, entre os séculos XVI e XIX.

  • A) Diáspora
  • B) Migração pendular
  • C) Migração interna
  • D) Evacuação
  • E) Êxodo rural.
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A alternativa correta é a letra A.

Diáspora é o termo que designa o deslocamento forçado ou voluntário de grandes massas populacionais originárias de uma determinada região para outras áreas, geralmente distantes, por motivos diversos, como guerras, perseguições, escravidão, fome, etc. A diáspora africana foi um dos maiores exemplos de diáspora na história, pois envolveu o tráfico de milhões de pessoas da África para as Américas e outras partes do mundo, durante os séculos XVI e XIX, para servirem como escravos nas colônias europeias.

As outras alternativas não se aplicam ao caso, pois:

  • Migração pendular é o movimento diário de pessoas entre dois lugares, geralmente entre o local de residência e o local de trabalho ou estudo.
  • Migração interna é o deslocamento de pessoas dentro de um mesmo país, podendo ser entre regiões, estados ou cidades.
  • Evacuação é o ato de retirar pessoas de um local perigoso ou ameaçado, geralmente por motivos de segurança ou emergência.
  • Êxodo rural é o fenômeno de migração de pessoas do campo para a cidade, em busca de melhores condições de vida, trabalho e educação.
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14) (UniCESUMAR PR/2018) A adoção do regime escravista de trabalho na América portuguesa, regime não mais dominante nas modernas economias mercantis europeias, deveu-se, entre outros,

a) à ameaça de invasão francesa e holandesa nas colônias americanas. b) ao fracasso do apresamento de indígenas para o trabalho na lavoura. c) ao projeto da Companhia das Índias Ocidentais no Nordeste brasileiro. d) à estrutura político-administrativa das capitanias hereditárias coloniais. e) ao modelo de exploração econômica adotado no Brasil por Portugal.

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A alternativa correta é a letra E.

O regime escravista de trabalho na América portuguesa foi uma consequência do modelo de exploração econômica adotado no Brasil por Portugal, baseado na produção de gêneros tropicais voltados para o mercado europeu, como o açúcar, o tabaco, o algodão, o café, etc. Essa produção exigia uma grande quantidade de mão de obra, que não foi suprida pelos indígenas, que resistiam à escravidão e eram dizimados pelas doenças. Assim, Portugal recorreu ao tráfico de escravos africanos, que já era praticado pelos comerciantes portugueses desde o século XV, para abastecer as plantações coloniais. O regime escravista perdurou até o final do século XIX, quando foi abolido pela Lei Áurea, em 1888.

As outras alternativas não se aplicam ao caso, pois:

  • A ameaça de invasão francesa e holandesa nas colônias americanas foi um fator que motivou a defesa e a ocupação do território brasileiro por Portugal, mas não foi a causa do regime escravista.
  • O fracasso do apresamento de indígenas para o trabalho na lavoura foi uma consequência da resistência dos nativos e da ação dos jesuítas, que defendiam a catequização e a proteção dos índios, mas não foi a causa do regime escravista.
  • O projeto da Companhia das Índias Ocidentais no Nordeste brasileiro foi uma iniciativa holandesa de explorar economicamente a região açucareira, durante o período em que os Países Baixos invadiram e dominaram parte do território brasileiro, entre 1630 e 1654, mas não foi a causa do regime escravista.
  • A estrutura político-administrativa das capitanias hereditárias coloniais foi uma forma de organização territorial e administrativa adotada por Portugal no início da colonização do Brasil, em que o rei concedia lotes de terra a donatários, que tinham amplos poderes sobre eles, mas não foi a causa do regime escravista.

15) (IFMT/2018) A discussão sobre a escravidão africana no Brasil, entre os séculos XVI e XIX, não se restringe apenas à questão econômica. Os historiadores têm destacado também a luta pela liberdade, as sociabilidades, solidariedades, religiosidades, culturas e formas de resistência ao cativeiro. Sobre os aspectos da escravidão no Brasil, considera-se CORRETO que:

  • A) a luta contra a escravidão foi a principal bandeira da elite letrada, influenciada pelas ideias iluministas, que via nessa instituição a causa da desigualdade social brasileira
  • B) as fugas individuais e coletivas de escravizados eram constantes
  • Muitos formavam comunidades com organização social própria e uma rede de alianças, os chamados quilombos
  • C) os senhores de engenhos adotaram o método do vigiar e punir, frente aos possíveis escravizados revoltosos, impedindo amplamente as fugas e rebeliões dentro de suas propriedades
  • D) a Igreja conseguiu promover a ampla e irrestrita conversão dos diversos grupos de africanos ao catolicismo, que foram impedidos de reproduzir suas práticas religiosas ancestrais
  • E) os africanos escravizados eram proibidos de participar de agremiações religiosas, atividades de ganho fora das propriedades dos seus senhores e de contraírem o matrimônio por serem cativos.
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A alternativa correta é a letra B.

As fugas individuais e coletivas de escravizados eram uma forma de resistência ao cativeiro e à opressão dos senhores. Muitos escravos fugiam para áreas de difícil acesso, como matas, serras e pântanos, onde formavam comunidades autônomas, com organização social, política, econômica e cultural própria. Essas comunidades eram chamadas de quilombos, sendo o mais famoso deles o Quilombo dos Palmares, que chegou a ter cerca de 20 mil habitantes e resistiu por quase um século às investidas das tropas coloniais.

As outras alternativas não se aplicam ao caso, pois:

  • A luta contra a escravidão não foi a principal bandeira da elite letrada, mas sim de alguns setores da sociedade, como os abolicionistas, que defendiam o fim da escravidão por motivos humanitários, políticos e econômicos. A elite letrada, em sua maioria, era favorável à manutenção da escravidão, pois dela dependia a sua riqueza e poder.
  • Os senhores de engenhos não conseguiram impedir amplamente as fugas e rebeliões de escravos, pois estes sempre encontravam formas de escapar ou se revoltar contra a exploração e a violência. Além dos quilombos, houve diversas insurreições de escravos, como a Revolta dos Malês, a Revolta dos Alfaiates, a Sabinada, a Balaiada, entre outras.
  • A Igreja não conseguiu promover a ampla e irrestrita conversão dos diversos grupos de africanos ao catolicismo, pois eles mantiveram suas práticas religiosas ancestrais, muitas vezes de forma velada ou sincrética. Assim, surgiram religiões afro-brasileiras, como o candomblé, a umbanda, o xangô, etc., que preservaram elementos das culturas africanas.
  • Os africanos escravizados não eram proibidos de participar de agremiações religiosas, atividades de ganho fora das propriedades dos seus senhores e de contraírem o matrimônio por serem cativos. Na verdade, muitos escravos tinham uma certa autonomia e mobilidade, podendo participar de irmandades religiosas, trabalhar como vendedores ambulantes, artesãos, músicos, etc., e se casar com outros escravos ou com pessoas livres. Essas atividades, porém, não significavam a libertação dos escravos, mas sim uma forma de controle e exploração dos senhores.
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16) (ENEM/2018) Outra importante manifestação das crenças e tradições africanas na Colônia eram os objetos conhecidos como “bolsas de mandinga”. A insegurança tanto física como espiritual gerava uma necessidade generalizada de proteção: das catástrofes da natureza, das doenças, da má sorte, da violência dos núcleos urbanos, dos roubos, das brigas, dos malefícios de feiticeiros etc. Também para trazer sorte, dinheiro e até atrair mulheres, o costume era corrente nas primeiras décadas do século XVIII, envolvendo não apenas escravos, mas também homens brancos.

CALAINHO, D. B. Feitiços e feiticeiros. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013 (adaptado).

A prática histórico-cultural de matriz africana descrita no texto representava um(a)

  • A) expressão do valor das festividades da população pobre
  • B) ferramenta para submeter os cativos ao trabalho forçado
  • C) estratégia de subversão do poder da monarquia portuguesa
  • D) elemento de conversão dos escravos ao catolicismo romano
  • E) instrumento para minimizar o sentimento de desamparo social
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A alternativa correta é a letra E.

As bolsas de mandinga eram objetos que continham amuletos, talismãs, ervas, pedras, ossos, dentes, cabelos, pólvora, moedas, orações, etc., que eram usados pelos africanos e seus descendentes como forma de proteção e sorte. Essa prática histórico-cultural de matriz africana representava um instrumento para minimizar o sentimento de desamparo social, pois os escravos e os homens pobres viviam em condições de insegurança, violência, exploração e discriminação. As bolsas de mandinga eram uma forma de buscar conforto, esperança e resistência diante das adversidades.

As outras alternativas não se aplicam ao caso, pois:

  • A expressão do valor das festividades da população pobre era outra manifestação cultural de origem africana, que envolvia danças, músicas, rituais, comidas, etc., mas não tinha relação direta com as bolsas de mandinga.
  • A ferramenta para submeter os cativos ao trabalho forçado era o açoite, o castigo físico imposto pelos senhores aos escravos que desobedeciam ou resistiam à ordem estabelecida. As bolsas de mandinga eram usadas pelos próprios escravos, não pelos senhores.
  • A estratégia de subversão do poder da monarquia portuguesa era a rebelião, a insurreição armada contra o domínio colonial. As bolsas de mandinga não tinham esse objetivo, mas sim de proteger e beneficiar os seus portadores.
  • O elemento de conversão dos escravos ao catolicismo romano era a catequese, a ação dos padres e missionários que buscavam difundir a fé cristã entre os africanos e seus descendentes. As bolsas de mandinga, ao contrário, eram uma forma de preservar as crenças e tradições africanas, muitas vezes misturadas com elementos do catolicismo.

17) (PUCCamp SP/2020) Se o espírito comunitário prevalecia em situações de perigo (…), havia outras em que o individualismo predominava. Quando uma embarcação negreira era apreendida e levada até um porto para julgamento, nada mais havia a fazer além do salve-se-quem-puder: era isto o que queria dizer a atitude do mestre, piloto, contramestre e mais três marinheiros do Aracaty, que fugiram em um escaler assim que um oficial do navio apreensor subiu a bordo para inspecionar o porão, deixando a bordo apenas dois marinheiros e o cozinheiro da tripulação. (RODRIGUES, Jaime. Cultura marítima: marinheiros e escravos no tráfico negreiro para o Brasil (sécs. XVIII e XIX). Rev. bras. Hist. [online]. 1999, v.19, n. 38. pp. 15-53) Os navios negreiros eram parte de um sistema de tráfico de pessoas que

RODRIGUES, Jaime. Cultura marítima: marinheiros e escravos no tráfico negreiro para o Brasil (sécs. XVIII e XIX). Revista Brasileira de História [online]. 1999, v.19, n. 38. pp. 15-53.

Os navios negreiros eram parte de um sistema de tráfico de pessoas que

  • A) gerou lucros impressionantes para a Coroa Portuguesa, até o momento em que a Inglaterra passou a controlar e a cercear o tráfico, pilhando os carregamentos dos navios tumbeiros
  • B) garantiu a mão de obra nas plantations portuguesas, inglesas e holandesas, no continente americano, por mais de três séculos, a custo zero para fazendeiros e traficantes
  • C) se amparou em teses racistas que negavam aos africanos de cor negra a condição de seres humanos, sendo proibido apenas quando o racismo foi considerado ilegal no mundo ocidental
  • D) foi uma continuidade da escravidão existente na África, que vigorava em todo o continente em função das guerras intertribais, apenas ampliando sua proporção, sob gerenciamento de espanhóis e portugueses
  • E) envolveu diversos países europeus e um sofisticado esquema de captura e transações comerciais, a partir da ação de vários agentes intermediários, caso dos chamados pumbeiros.
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A alternativa correta é a letra e.

O tráfico de escravos africanos para o Brasil foi um sistema complexo que envolveu diversos países europeus, como Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Holanda, que disputavam o controle das rotas comerciais e das colônias americanas. O tráfico também contou com a participação de vários agentes intermediários, como os pumbeiros, que eram comerciantes que penetravam no interior da África para capturar ou comprar escravos dos reinos africanos, e os traficantes, que eram os responsáveis pelo transporte dos escravos nos navios negreiros até os portos brasileiros. O tráfico foi uma atividade lucrativa que durou mais de três séculos e que forneceu a principal fonte de mão de obra para a economia colonial brasileira.

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18) (UFT TO/2019) As afirmativas a seguir abordam sobre os quilombos e quilombolas na formação territorial do Brasil.

Considerando-se as afirmativas assinale a alternativa CORRETA.

  • A) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas B) Apenas as afirmativas II e III estão corretas C) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas D) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas
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A alternativa correta é a letra c.

As afirmativas I, II e III estão corretas, pois:

  • Os quilombos eram comunidades formadas por escravos fugidos que buscavam a liberdade e a autonomia, organizando-se em torno de uma liderança e de uma cultura própria;
  • Os quilombolas são os descendentes dos quilombos que mantêm algumas tradições culturais, como a religião, a culinária, a música, a dança, a língua, etc;
  • O quilombo dos Palmares foi o maior e mais duradouro quilombo do Brasil, que resistiu por quase um século aos ataques das tropas coloniais, tendo como principal líder Zumbi dos Palmares, que se tornou um símbolo da luta contra a escravidão.

A afirmativa IV está incorreta, pois os quilombos não se restringiram às regiões Norte e Nordeste, mas se espalharam por todo o território brasileiro, havendo registros de quilombos nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

19) (IFBA/2019) “Voyages contém dados sobre mais de 3,8 milhões de escravos embarcados em navios luso- brasileiro na África e cerca de 3,4 milhões desembarcados nas Américas (…). A maior parte dos africanos trazidos por comerciantes luso-brasileiros embarcou em navios que haviam partido de portos brasileiros. De acordo com Voyages, pelo menos 37% dos escravos transportados por traficantes luso-brasileiros embarcaram em navios que haviam partido do Rio de Janeiro, 36% em navios saídos de Salvador da Bahia e 12% em embarcações de Recife em Pernambuco. O restante, cerca de 15%, foi transportado em navios que haviam partido de outros portos, com Lisboa, Porto, Belém do Pará e São Luís do Maranhão.”

SILVA, Daniel B. Domingues da. Brasil e Portugal no Comércio atlântico de escravos: um balanço histórico e estatístico. In. GUEDES, Roberto (org.). África – Brasileiros e Por- tugueses. Rio de Janeiro, Mauad X, 2013 p.53-54.

No início do século XVII, o tráfico de escravos da África para o Brasil passou a ser regular e tinha intima relação com as economias desenvolvidas no Brasil colonial. Com base nos dados apresentados, é possível afirmar que:

Marque a alternativa que apresenta as preposições verdadeiras:

  • A) Se somente as proposições I e III forem verdadeiras
  • B) Se somente as proposições I, III e IV forem verdadeiras
  • C) Se somente as proposições II e III forem verdadeiras
  • D) Se somente as proposições I, II e IV forem verdadeiras
  • E) Se todas as proposições forem verdadeiras.
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A alternativa correta é letra D)

  • A proposição I é verdadeira, pois o porto do Rio de Janeiro era o principal destino dos escravos africanos que abasteciam a economia mineradora do século XVIII, especialmente na região das Minas Gerais.
  • A proposição II é verdadeira, pois a cidade do Salvador era o principal centro da economia açucareira do Nordeste, que dependia da mão de obra escrava para a produção e o comércio do açúcar e do tabaco.
  • A proposição III é falsa, pois Pernambuco não estava em decadência econômica no século XVII, mas sim em expansão, graças à produção de açúcar e à participação na Guerra dos Mascates, que lhe garantiu maior autonomia política e administrativa.
  • A proposição IV é verdadeira, pois o tráfico de escravos era uma atividade lucrativa e essencial para a manutenção das economias coloniais baseadas na exploração da terra e do trabalho.
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20) (Mackenzie SP/2019) “A grande lavoura açucareira na colônia brasileira iniciou-se com o uso extensivo da mão de obra indígena (…) Do ponto de vista dos portugueses, no período de escravidão indígena, o sistema de relações de trabalho era algo que fora pormenorizado elaborado. Tal período foi também aquele em que o contato entre os europeus e o gentio começou a criar categorias e definições sociais e raciais que caracterizaram continuamente a experiência colonial.”

Schwartz, Stuart B. Segredos Internos: Engenhos e escravos na sociedade colonial. São Paulo: Cia das Letras, 2005, p. 57.

Sobre o trabalho escravo durante o período colonial é correto afirmar que

  • A) o uso da mão de obra indígena estendeu-se durante todo o período colonial
  • No primeiro momento, durante a extração do pau-brasil, os portugueses utilizavam o escambo
  • No segundo momento, a partir da produção canavieira, foi organizada a escravidão dos povos indígenas
  • B) desde o primeiro contato com os portugueses, os indígenas foram submetidos ao trabalho escravo
  • Seja na extração do pau-brasil seja na grande lavoura canavieira, o sistema escravista baseado na mão de obra nativa predominou diante de outras formas de trabalho
  • C) a partir da necessidade de mão de obra para a produção canavieira, os povos indígenas foram submetidos à escravidão
  • Porém, a partir da chegada dos primeiros grupos de africanos, a escravidão indígena foi paulatinamente abandonada até chegar ao fim em meados do século XVII
  • D) a escravidão indígena foi implantada durante o chamado Período Pré-colonial e tinha como objetivo usar o máximo de mão de obra para a extração do pau-brasil
  • Com a implantação da grande lavoura e a chegada dos africanos, a escravidão indígena perdeu força e foi abandonada no século XVIII
  • E) após utilizar o trabalho indígena com o escambo, os portugueses recorrem à sua escravização
  • Isso se deve à necessidade portuguesa de mão de obra para a grande lavoura e à indisposição indígena para o trabalho aos moldes europeus
  • No século XVII, é substituída definitivamente pela escravidão africana.
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A alternativa correta é letra E)

  • O trabalho indígena foi utilizado inicialmente por meio do escambo, que consistia na troca de objetos de valor simbólico ou utilitário pelos portugueses por serviços prestados pelos nativos, especialmente na extração do pau-brasil.
  • Com a implantação da economia açucareira, os portugueses passaram a escravizar os indígenas, que resistiam ao trabalho compulsório e fugiam para o interior. Além disso, a escravidão indígena enfrentava a oposição da Igreja Católica, que defendia a catequização dos nativos.
  • A solução encontrada pelos colonos foi a importação de escravos africanos, que já eram utilizados pelos portugueses nas ilhas atlânticas. Os africanos eram considerados mais adaptados ao trabalho na lavoura, mais resistentes às doenças e mais fáceis de serem controlados.
  • A escravidão africana tornou-se a principal forma de trabalho na colônia a partir do século XVII, substituindo gradativamente a escravidão indígena, que foi proibida em 1680 pelo Marquês de Pombal.
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