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Questões Sobre Brasil Colônia - Período Açucareiro - História - 1º ano do ensino médio

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31) Depois de 1930, o panorama novelístico do país mudou; revelou-se aos neonaturalistas brasileiros um ambiente desconhecido. E dez anos mais tarde os “introspectivos” (como Octavio de Faria e Dionélio Machado) começarão a denunciar uma mentalidade desconhecida. Antes de Jorge Amado escrever os três romances do cacau, José Lins do Rego, mestre de todos os outros, já criara os cinco romances do açúcar, que continuarão, acredito, como o maior monumento novelístico da época. Adaptado de: CARPEAUX, Otto Maria. Ensaios reunidos.

CARPEAUX, Otto Maria. Ensaios reunidos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999.

A introdução do cultivo da cana-de-açúcar no Brasil, pelos portugueses,

  • A) partiu da iniciativa dos donatários, ao instalarem-se em seus lotes e constatarem o quanto o solo de massapé era favorável a esse tipo de produto, que se encontrava em alta no mercado, apesar da concorrência holandesa
  • B) foi concomitante à introdução dessa cultura na Ilha da Madeira e nas feitorias portuguesas na África, no contexto do auge do tráfico negreiro, que garantia o fornecimento de mão de obra especializada
  • C) ocorreu devido à experiência que estes já possuíam com essa cultura em outras regiões sob seu domínio, e da possibilidade de que a cana se desenvolvesse bem em solo litorâneo
  • D) foi resultante das experiências feitas pelos jesuítas ao cultivarem diversos tipos de alimento e constatarem que o clima e as condições da terra eram propícios a esse produto de origem asiática, desconhecido do mercado europeu
  • E) aconteceu após o contato destes com os índios, e a observação de sua múltipla utilização pelos nativos na construção de suas ocas e como alimento de fácil obtenção.
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A alternativa correta é a letra c.

A cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil pelos portugueses no século XVI, como parte do projeto colonial mercantilista. Os portugueses já tinham experiência com o cultivo da cana em outras regiões, como as ilhas atlânticas e a Ásia, e viram no Brasil uma oportunidade de expandir a produção e o lucro com esse produto. A cana se adaptou bem ao clima e ao solo litorâneo brasileiro, especialmente na região Nordeste, onde se desenvolveu o chamado ciclo do açúcar.

As outras alternativas são incorretas por:

  • a) Os donatários não foram os responsáveis pela introdução da cana-de-açúcar no Brasil, mas sim os colonos que receberam sesmarias (lotes de terra) para cultivá-la. O solo de massapé, rico em matéria orgânica, era favorável à cana, mas não foi o único fator que influenciou na escolha desse produto. A concorrência holandesa foi um problema para os produtores de açúcar brasileiros no século XVII, mas não no início da colonização.
  • b) A introdução da cana-de-açúcar no Brasil não foi concomitante à introdução dessa cultura na Ilha da Madeira e nas feitorias portuguesas na África, mas sim posterior. A Ilha da Madeira foi o primeiro local onde os portugueses plantaram cana, ainda no século XV, e as feitorias africanas foram estabelecidas no século XVI, antes da colonização do Brasil. O tráfico negreiro foi importante para fornecer mão de obra escrava para as plantações de cana, mas não foi o motivo da introdução dessa cultura no Brasil.
  • d) As experiências feitas pelos jesuítas ao cultivarem diversos tipos de alimento não foram determinantes para a introdução da cana-de-açúcar no Brasil, mas sim para a subsistência dos colonos e dos indígenas aldeados. A cana-de-açúcar não era um produto de origem asiática, mas sim originária da Nova Guiné. O mercado europeu já conhecia o açúcar desde a Idade Média, mas era um produto caro e restrito às elites.
  • e) A introdução da cana-de-açúcar no Brasil não aconteceu após o contato dos portugueses com os índios, nem foi influenciada pela observação de sua múltipla utilização pelos nativos. A cana-de-açúcar não era uma planta nativa do Brasil, e os índios não a utilizavam na construção de suas ocas nem como alimento. Os índios foram explorados pelos colonos como mão de obra nas plantações de cana, mas muitos resistiram e fugiram.
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32) Pois a cana-de-açúcar introduzida no Brasil pelo colonizador português alcançou um tal esplendor de viço no massapê do Nordeste – na então Nova Lusitânia – que o açúcar fabricado com o suco da cana regional nos engenhos do mesmo Nordeste projetou de súbito o Brasil no mercado europeu. […] O açúcar assim produzido logo superou, em importância, a madeira de tinta que vinha dando valor econômico ao Brasil na Europa; e que já lhe dera o próprio nome: Brasil. (Gilberto Freyre. Açúcar: uma sociologia do doce, 1997.)

FREYRE, Gilberto. Açúcar: uma sociologia do doce. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

Gilberto Freyre alude a duas atividades econômicas do período colonial brasileiro: a produção de açúcar e a extração do pau-brasil. Percebe-se, pela argumentação do autor, que a exploração

  • A) da cana-de-açúcar exigiu a instalação de um complexo econômico na colônia, favorecido pelas condições locais de produção
  • B) da cana-de-açúcar agregou as diversas economias regionais da colônia às sociedades urbanas litorâneas
  • C) da cana-de-açúcar foi possível, sobretudo, devido à abundância de mão de obra escrava indígena
  • D) do pau-brasil teve efeitos econômicos pouco significativos em razão da escassez da madeira na faixa litorânea
  • E) do pau-brasil permitiu à metrópole portuguesa acumular o capital necessário para iniciar a colonização do Brasil.
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A alternativa correta é a letra a.

A produção de açúcar no Brasil colonial exigiu a instalação de um complexo econômico na colônia, formado pelos engenhos, que eram unidades produtivas que envolviam a plantação da cana, a moagem, a purgação e a secagem do açúcar. Esse complexo era favorecido pelas condições locais de produção, como o solo fértil de massapé, o clima tropical úmido e a proximidade com o litoral, que facilitava o escoamento da produção para a Europa. O açúcar brasileiro se tornou um produto de grande valor no mercado europeu, superando a importância do pau-brasil, que era a madeira usada para tingir tecidos.

As outras alternativas são incorretas por:

  • b) A produção de açúcar não agregou as diversas economias regionais da colônia às sociedades urbanas litorâneas, mas sim criou uma grande desigualdade social e regional entre os senhores de engenho, que concentravam a riqueza e o poder, e os demais grupos sociais, como os pequenos lavradores, os comerciantes, os artesãos e os escravos.
  • c) A produção de açúcar não foi possível, sobretudo, devido à abundância de mão de obra escrava indígena, mas sim devido à exploração da mão de obra escrava africana, que foi trazida em grande escala para o Brasil a partir do século XVI, substituindo progressivamente os índios, que eram mais vulneráveis às doenças e à resistência ao trabalho forçado.
  • d) A exploração do pau-brasil não teve efeitos econômicos pouco significativos em razão da escassez da madeira na faixa litorânea, mas sim em razão da baixa rentabilidade dessa atividade, que era baseada no extrativismo e no escambo com os índios. A madeira do pau-brasil era abundante no litoral brasileiro, mas foi sendo devastada ao longo dos séculos.
  • e) A exploração do pau-brasil não permitiu à metrópole portuguesa acumular o capital necessário para iniciar a colonização do Brasil, mas sim foi uma forma de garantir a posse do território diante das ameaças de invasão de outras potências europeias, como a França e a Holanda. A colonização do Brasil foi iniciada com o objetivo de explorar outras riquezas, como o açúcar, o ouro e os diamantes.

33) (UNITAU SP/2018) O açúcar foi o principal produto brasileiro de exportação durante a época colonial. Mesmo durante o auge da exploração do ouro, quando o Brasil encheu os cofres europeus e ajudou a impulsionar a Revolução Industrial na Inglaterra, o valor das exportações de açúcar excedeu o de qualquer outro produto.

Assinale a alternativa que apresenta o(s) mecanismo(s) empregado(s), na economia colonial, para favorecer esse quadro.

  • A) A imigração maciça de portugueses para trabalhar nas terras interiores da colônia
  • B) A utilização predominante da mão de obra indígena nas lavouras açucareiras
  • C) O incentivo dado pela coroa portuguesa à adoção do trabalho assalariado livre
  • D) A adoção da mão de obra escrava africana e o pacto colonial
  • E) O predomínio de pequenas propriedades rurais produzindo açúcar para exportação.
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A alternativa correta é a letra d.

A economia colonial brasileira foi baseada na produção de açúcar para exportação, que dependia de dois mecanismos principais: a adoção da mão de obra escrava africana e o pacto colonial. A mão de obra escrava africana era a mais barata e rentável para os senhores de engenho, que exploravam os escravos nas plantações e nos engenhos, submetendo-os a condições desumanas de trabalho e vida. O pacto colonial era o sistema de exclusividade comercial imposto pela metrópole portuguesa, que obrigava a colônia a vender seus produtos apenas para Portugal e a comprar apenas os produtos portugueses ou de seus aliados, garantindo o lucro da coroa e dos comerciantes metropolitanos.

As outras alternativas são incorretas por:

  • a) A imigração maciça de portugueses para trabalhar nas terras interiores da colônia não foi um mecanismo empregado na economia colonial, mas sim um fenômeno que ocorreu no século XVIII, com a descoberta do ouro nas Minas Gerais e em outras regiões. A maioria dos imigrantes portugueses se dedicava à atividade mineradora ou ao comércio urbano, e não à produção de açúcar.
  • b) A utilização predominante da mão de obra indígena nas lavouras açucareiras não foi um mecanismo empregado na economia colonial, mas sim uma tentativa inicial dos colonos de explorar os índios como escravos. Essa tentativa fracassou devido à resistência dos índios, que fugiam, se rebelavam ou morriam de doenças, e à atuação dos jesuítas, que defendiam a catequização e a proteção dos nativos.
  • c) O incentivo dado pela coroa portuguesa à adoção do trabalho assalariado livre não foi um mecanismo empregado na economia colonial, mas sim uma proposta que surgiu no século XIX, com a pressão inglesa pelo fim do tráfico negreiro e a abolição da escravidão. A coroa portuguesa tentou estimular a vinda de imigrantes europeus para trabalhar nas lavouras brasileiras, mas essa política teve pouco sucesso, pois os imigrantes preferiam se estabelecer nas cidades ou nas regiões de café.
  • e) O predomínio de pequenas propriedades rurais produzindo açúcar para exportação não foi um mecanismo empregado na economia colonial, mas sim uma característica da economia açucareira do Nordeste no século XIX, após a decadência dos grandes engenhos. A produção de açúcar no período colonial era concentrada nas mãos dos senhores de engenho, que possuíam grandes propriedades e dominavam a vida social e política da colônia.
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34) (ESPM SP/2019) As tentativas holandesas de conquista dos territórios portugueses na América tinham por objetivo central a apropriação do complexo açucareiro escravista do Atlântico Sul, então monopolizado pelos portugueses.

A partir do texto e considerando a economia açucareira e a civilização do açúcar, é correto assinalar:

  • A) a cana de açúcar era um produto autóctone, ou seja, nativo do Brasil e gradativamente foi caindo no gosto dos portugueses e dos europeus, a partir do século XVI; B) a produção e comercialização do açúcar ocorreram sob a influência do livre-cambismo em que se baseou o empreendimento colonial português; C) a metrópole estabeleceu o monopólio real, porém a comercialização do açúcar passou para os porões dos navios holandeses, que acabaram por assumir parte substancial do tráfego entre Brasil e Europa; D) os portugueses mantiveram um rigoroso monopólio sobre o processo de produção e refinação do açúcar, só permitindo a participação de estrangeiros na comercialização do produto; E) para implantação da indústria canavieira no Brasil, o projeto colonizador luso precisava contar com mão de obra compulsória e abundante, dada a extensão do território e por isso sempre privilegiou a utilização dos nativos, cuja captura proporcionava grandes lucros para a coroa.
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A alternativa correta é a letra c)

A metrópole portuguesa estabeleceu o monopólio real sobre a produção e o comércio do açúcar na América, visando a garantir os lucros da Coroa e dos senhores de engenho. No entanto, a comercialização do açúcar passou para os porões dos navios holandeses, que acabaram por assumir parte substancial do tráfego entre Brasil e Europa. Isso ocorreu porque os holandeses eram os principais financiadores, transportadores e refinadores do açúcar brasileiro, e tinham uma rede de distribuição eficiente e competitiva no mercado europeu. Com a União Ibérica (1580-1640), que colocou Portugal e suas colônias sob o domínio da Espanha, os holandeses foram excluídos desse comércio, pois eram inimigos dos espanhóis. Para não perderem esse negócio lucrativo, os holandeses invadiram e ocuparam as áreas produtoras de açúcar no Nordeste brasileiro, entre 1624 e 1654, e também nas Antilhas espanholas.

As outras alternativas são incorretas, pois:

  • a) A cana de açúcar não era um produto autóctone, ou seja, nativo do Brasil, mas sim originária da Ásia, e foi trazida pelos portugueses para a América. O açúcar já era conhecido e apreciado pelos portugueses e pelos europeus desde a Idade Média, mas era um produto caro e escasso, importado do Oriente. Com a colonização do Brasil, os portugueses encontraram condições favoráveis para o cultivo da cana e a produção do açúcar em larga escala, reduzindo os custos e aumentando a oferta do produto no mercado europeu.
  • b) A produção e a comercialização do açúcar não ocorreram sob a influência do livre-cambismo, mas sim do mercantilismo, que era a doutrina econômica predominante na Europa entre os séculos XV e XVIII. O mercantilismo defendia a intervenção do Estado na economia, o controle do comércio exterior, a acumulação de metais preciosos e a exploração das colônias. O livre-cambismo, por sua vez, era uma ideia contrária ao mercantilismo, que defendia a liberdade de comércio, a concorrência entre os produtores e a não interferência do Estado na economia. O livre-cambismo só ganhou força na Europa a partir do século XVIII, com o advento do liberalismo econômico.
  • d) Os portugueses não mantiveram um rigoroso monopólio sobre o processo de produção e refinação do açúcar, pois eles dependiam dos holandeses para financiar, transportar e refinar o açúcar brasileiro. Os holandeses tinham mais tecnologia e experiência na refinação do açúcar, que era feita em seus próprios territórios, e também tinham uma frota naval mais eficiente e segura para o transporte do produto. Os portugueses só permitiam a participação de estrangeiros na comercialização do produto quando isso lhes era vantajoso, mas não tinham como impedir a concorrência dos holandeses no mercado europeu.
  • e) Para a implantação da indústria canavieira no Brasil, o projeto colonizador luso precisava contar com mão de obra compulsória e abundante, dada a extensão do território e a demanda do mercado, mas não privilegiou a utilização dos nativos, cuja captura não proporcionava grandes lucros para a coroa. Os indígenas foram as primeiras vítimas da escravidão no Brasil, mas eles se mostraram insuficientes e resistentes ao trabalho forçado nas plantações de cana. Além disso, a escravidão indígena enfrentou a oposição dos jesuítas, que defendiam a conversão e a proteção dos nativos. Por isso, os portugueses recorreram à escravidão africana, que era mais lucrativa e duradoura, e que se tornou a base da economia açucareira.

35) (Mackenzie SP/2019) As diversas etapas político-administrativas do Período Colonial brasileiro são marcadas

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    . A resposta comentada é a seguinte:[texto](Mackenzie SP/2019) As diversas etapas político-administrativas do Período Colonial brasileiro são marcadas[referencia_bibliografica][perguntafinal][alternativas] a) pelo prestígio das Câmaras Municipais, em que se manifestava o poder político dos grandes proprietários de terras locais. b) pela seleção dos altos cargos da hierarquia administrativa e eclesiástica entre os naturais da Colônia. c) pela progressiva autonomia da Colônia, principalmente após a elevação a Vice-Reinado em 1720. d) pelo incentivo à ocupação de terras no interior no país e pela catequese dos povos indígenas pelos jesuítas. e) pela superposição do poder dos representantes eclesiásticos sobre o poder dos donatários, evidenciando o forte caráter religioso da nossa colonização.[respostacomentada]

    A alternativa correta é a letra d)

    O Período Colonial brasileiro foi marcado por diferentes etapas político-administrativas, que refletiam os interesses da metrópole portuguesa e as condições da colônia. Entre essas etapas, destacam-se:

    • O sistema de capitanias hereditárias, que concedia lotes de terras a donatários, que tinham amplos poderes administrativos, jurídicos e militares, mas que dependiam do apoio da Coroa e da Igreja para explorar e defender suas terras.
    • O governo-geral, que foi criado para centralizar a administração colonial e garantir a unidade política e territorial da colônia, sob a autoridade de um governador-geral nomeado pelo rei.
    • Os governos das regiões Norte e Sul, que foram estabelecidos para atender às especificidades das diferentes áreas coloniais, como a produção de açúcar no Nordeste e a exploração do ouro em Minas Gerais.
    • O vice-reinado, que foi instituído em 1720, após a descoberta das minas de ouro, para reforçar o controle metropolitano sobre a colônia e evitar a evasão de impostos e o contrabando.

    Em todas essas etapas, houve o incentivo à ocupação de terras no interior do país, principalmente por meio das bandeiras, que eram expedições organizadas por paulistas para capturar indígenas e procurar metais preciosos. Além disso, houve a catequese dos povos indígenas pelos jesuítas, que tinham como objetivo converter os nativos ao cristianismo e integrá-los à sociedade colonial, mas que também entraram em conflito com os colonos que queriam escravizá-los.

    As outras alternativas são incorretas, pois:

    • a) O prestígio das Câmaras Municipais era limitado pela intervenção da Coroa e dos governadores-gerais, que podiam anular suas decisões ou nomear seus membros.
    • b) Os altos cargos da hierarquia administrativa e eclesiástica eram reservados aos portugueses, que tinham mais prestígio e poder do que os nascidos na colônia.
    • c) A autonomia da colônia foi reduzida, principalmente após a elevação a vice-reinado, que aumentou a fiscalização e a repressão da metrópole.
    • e) O poder dos representantes eclesiásticos não se sobrepunha ao poder dos donatários, mas sim se complementava, pois ambos dependiam um do outro para garantir a colonização.
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    36) (UNICAMP/2019) Entre os séculos XVII e XVIII, o nheengatu se tornou a língua de comunicação interétnica falada por diversos povos da Amazônia. Em 1722, a Coroa exortou os carmelitas e os franciscanos a capacitarem seus missionários a falarem esta língua geral amazônica tão fluentemente como os jesuítas, já que em 1689 havia determinado seu ensino aos filhos de colonos.

    Com base na passagem acima, assinale a alternativa correta.

    • A) Os jesuítas criaram um dicionário baseado em línguas indígenas entre os séculos XVI e XIX, que foi amplamente usado na correspondência e na administração colonial nos dois lados do Atlântico
    • B) O texto permite compreender a necessidade de o colonizador português conhecer e dominar a língua para poder disciplinar os índios em toda a Amazônia durante o período pombalino e no século XIX
    • C) O aprendizado dessa língua associava-se aos projetos de colonização, visando ao controle da mão de obra indígena pelos agentes coloniais, como missionários, colonos e autoridades
    • D) A experiência do nheengatu desapareceu no processo de exploração da mão de obra indígena na Amazônia e em função da interferência da Coroa, que defendia o uso da língua portuguesa.
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    A alternativa correta é a letra c)

    O nheengatu é uma língua geral que se originou do contato entre os povos indígenas da família tupi-guarani e os colonizadores portugueses na Amazônia. Essa língua facilitava a comunicação entre os diferentes grupos étnicos e culturais que habitavam a região, e também servia como instrumento de dominação e catequização dos indígenas pelos colonos e missionários. A Coroa portuguesa reconhecia a importância do nheengatu para o projeto colonial, e por isso incentivava seu ensino e uso entre os agentes coloniais, especialmente os religiosos. O nheengatu era uma forma de controlar a mão de obra indígena, que era explorada nas atividades econômicas da colônia, como a coleta de drogas do sertão, a extração de madeira e a agricultura.

    As outras alternativas são incorretas, pois:

    • a) Os jesuítas criaram um dicionário baseado em línguas indígenas, mas ele não foi amplamente usado na correspondência e na administração colonial, pois o português era a língua oficial da metrópole e da colônia.
    • b) O texto não se refere ao período pombalino e ao século XIX, mas sim aos séculos XVII e XVIII, quando o nheengatu ainda era uma língua de prestígio na Amazônia. Foi somente no século XVIII, com as reformas pombalinas, que a Coroa passou a restringir o uso do nheengatu e a impor o português como língua obrigatória na colônia.
    • d) A experiência do nheengatu não desapareceu completamente no processo de exploração da mão de obra indígena na Amazônia, pois muitos povos indígenas resistiram à imposição do português e mantiveram sua língua e cultura. Além disso, o nheengatu ainda é falado por algumas comunidades na Amazônia brasileira, colombiana e venezuelana.

    37) (Univag MT/2019) A colonização do Brasil baseou-se, fundamentalmente, na distribuição barata da terra e no acesso fácil ao trabalho compulsório, particularmente no período entre 1550 e 1750. A distribuição de terras deveria, conforme a lei, ser gratuita (passa-se a cobrar foro a partir de 1699), devendo o requerente dar provas de ter condições para por as terras em cultivo, comprovando a posse de escravos e de animais de tiro para as fainas agrícolas.

    Na América Portuguesa, a distribuição de terras

    • A) privilegiou as pessoas detentoras de recursos econômicos, gerando forte concentração fundiária
    • B) combinou uma estrutura feudal aos objetivos mercantis da colonização, priorizando a ajuda militar
    • C) facilitou o acesso de todos os colonos indistintamente, proporcionando grande equilíbrio social
    • D) levou à formação de uma camada de pequenos proprietários rurais, diversificando a sociedade
    • E) estimulou o uso de mão de obra livre na agropecuária, mesmo preservando a escravidão indígena.
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    A alternativa correta é a letra a)

    A distribuição de terras na América Portuguesa foi feita por meio de dois sistemas principais: as capitanias hereditárias e as sesmarias. As capitanias hereditárias eram grandes lotes de terras doadas pelo rei de Portugal a nobres e fidalgos, que tinham amplos poderes administrativos, jurídicos e militares sobre elas, mas que também tinham que arcar com os custos da colonização. As sesmarias eram porções menores de terras concedidas gratuitamente pelo rei ou pelos donatários das capitanias a pessoas que se comprometiam a cultivá-las e a pagar impostos. Em ambos os casos, a distribuição de terras privilegiou as pessoas detentoras de recursos econômicos, que podiam comprar escravos, animais e equipamentos para a produção agrícola. Isso gerou uma forte concentração fundiária, que marcou a estrutura social e econômica do Brasil colonial.

    As outras alternativas são incorretas, pois:

    • b) A colonização do Brasil não combinou uma estrutura feudal aos objetivos mercantis, pois não havia relações de suserania e vassalagem entre os donatários e os sesmeiros, nem obrigações de serviço militar ou fidelidade. O que havia era uma relação de dependência econômica e política, baseada na exploração da terra e do trabalho escravo.
    • c) A distribuição de terras não facilitou o acesso de todos os colonos indistintamente, pois havia critérios de seleção que excluíam os mais pobres, os indígenas e os africanos. Além disso, a posse da terra não era garantida, pois podia ser revogada se a terra não fosse cultivada ou se entrasse em conflito com os interesses da Coroa.
    • d) A distribuição de terras não levou à formação de uma camada de pequenos proprietários rurais, pois a maioria das terras era ocupada por grandes latifúndios voltados para a exportação de produtos tropicais, como o açúcar, o tabaco e o algodão. Os pequenos proprietários rurais eram poucos e enfrentavam dificuldades para competir com os grandes produtores.
    • e) A distribuição de terras não estimulou o uso de mão de obra livre na agropecuária, pois o trabalho compulsório era a base da economia colonial. A mão de obra livre era escassa e cara, e não tinha interesse em trabalhar nas grandes plantações. A escravidão indígena foi proibida em 1755, mas a escravidão africana persistiu até o final do século XIX.
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    38) (FUVEST/2020) As tentativas holandesas de conquista dos territórios portugueses na América tinham por objetivo central

    • A) a apropriação do complexo açucareiro escravista do Atlântico Sul, então monopolizado pelos portugueses
    • B) a formação de núcleos de povoamento para absorverem a crescente população protestante dos Países Baixos
    • C) a exploração das minas de ouro recém‐descobertas no interior, somente acessíveis pelo controle de portos no Atlântico
    • D) a ocupação de áreas até então pouco exploradas pelos portugueses, como o Maranhão e o Vale Amazônico
    • E) a criação de uma base para a ocupação definitiva das áreas de mineração da América espanhola.
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    A alternativa correta é a letra a)

    As tentativas holandesas de conquista dos territórios portugueses na América tinham por objetivo central a apropriação do complexo açucareiro escravista do Atlântico Sul, então monopolizado pelos portugueses. Os holandeses eram os principais financiadores e transportadores do açúcar produzido no Brasil, mas foram excluídos desse comércio após a União Ibérica (1580-1640), que colocou Portugal e suas colônias sob o domínio da Espanha, inimiga dos Países Baixos. Para não perderem esse lucrativo negócio, os holandeses organizaram invasões e ocupações de áreas produtoras de açúcar no Nordeste brasileiro, entre 1624 e 1654, e também nas Antilhas espanholas. Os holandeses tentaram modernizar e diversificar a economia açucareira, atraindo colonos judeus e protestantes, mas enfrentaram a resistência dos senhores de engenho e dos escravos, que se aliaram aos portugueses para expulsá-los.

    As outras alternativas são incorretas, pois:

    • b) Os holandeses não tinham interesse em formar núcleos de povoamento para absorverem a crescente população protestante dos Países Baixos, pois seu objetivo era explorar as riquezas coloniais e não povoar as terras. Além disso, a população protestante dos Países Baixos não era tão numerosa a ponto de necessitar de novas áreas de ocupação.
    • c) Os holandeses não visavam a exploração das minas de ouro recém‐descobertas no interior, pois elas só foram descobertas no final do século XVII, quando os holandeses já haviam sido expulsos do Brasil. Além disso, as minas de ouro não eram acessíveis pelo controle de portos no Atlântico, mas sim pelo interior do continente.
    • d) Os holandeses não buscavam a ocupação de áreas até então pouco exploradas pelos portugueses, como o Maranhão e o Vale Amazônico, pois essas áreas não tinham a mesma importância econômica que o complexo açucareiro do Nordeste. Os holandeses chegaram a invadir o Maranhão em 1641, mas foram derrotados em 1644.
    • e) Os holandeses não pretendiam criar uma base para a ocupação definitiva das áreas de mineração da América espanhola, pois eles não tinham condições militares e políticas para enfrentar o império espanhol, que era muito mais poderoso e extenso do que o português. Os holandeses se contentavam em atacar e saquear as possessões espanholas nas Antilhas e no Caribe, sem se fixarem nelas.

    39) O projeto de ocupação populacional da Colônia foi estabelecido entre 1534 e 1536, com a adoção do sistema de capitanias hereditárias, que já havia sido empregado com sucesso nas ilhas atlânticas e, além do Brasil, seria estendido à Angola. O objetivo do rei D. João III com o sistema de capitanias hereditárias era promover a ocupação territorial, transferindo o ônus para particulares. O sistema consistia na concessão pelo rei de extensos domínios a particulares, os quais recebiam uma carta de doação real e um foral, no qual estavam especificadas suas obrigações. O donatário, nome dado ao particular que recebia a capitania, tinha o direito de explorá-la economicamente, administrar a Justiça e, ao mesmo tempo, estava obrigado a se sujeitar à autoridade da Coroa, a recolher os tributos e a expandir a fé católica, entre outras atribuições. Cabia ao donatário, ainda, a concessão de sesmarias, grandes extensões de terras que estão na origem do latifúndio no Brasil. O sistema, contudo, começou a apresentar problemas para os donatários. Poucas foram as capitanias que efetivamente prosperaram.

    https://tinyurl.com/y6q37ysu Acesso em: 15.10.2019. Adaptado.

    Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, algumas das causas do fracasso do sistema descrito no texto.

    • A) A maior parte dos donatários enfrentou a resistência dos grupos indígenas à ocupação de seus territórios tradicionais, os altos custos de manutenção e de desenvolvimento das capitanias e/ou a falta de assistência por parte da Coroa portuguesa
    • B) Por serem de origem nobre, os donatários não demonstraram as habilidades necessárias para administrar adequadamente os recursos econômicos de suas capitanias e gerar lucros, forçando a Coroa portuguesa a promulgar a Lei de Terras
    • C) A natureza política do sistema de capitanias hereditárias foi questionada pela burguesia portuguesa, que recorreu a cortes internacionais para impedir a distribuição da maior parte das terras americanas aos membros da nobreza
    • D) O declínio do sistema é consequência do fracasso agrícola, causado pela alternância de períodos de chuva intensa e secas prolongadas, características do clima de monções predominante na maior parte do território americano
    • E) O sistema entrou em colapso quando a terceira geração de donatários foi derrotada na guerra contra os corsários franceses, que, após a vitória, ocuparam os territórios das antigas capitanias hereditárias.
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    A alternativa correta é a letra A.

    O sistema de capitanias hereditárias enfrentou diversos obstáculos para se consolidar no Brasil colonial, entre eles:

    • A resistência dos povos indígenas, que lutaram contra a invasão de suas terras e a exploração de sua mão de obra pelos colonizadores.
    • Os altos custos de transporte, defesa, infraestrutura e colonização das capitanias, que ficavam a cargo dos donatários, muitas vezes sem o apoio da Coroa portuguesa.
    • A falta de interesse dos colonos portugueses em se estabelecerem no Brasil, devido à baixa rentabilidade das atividades econômicas e à hostilidade do ambiente natural e social.
    • A concorrência dos franceses, holandeses e ingleses, que disputavam o comércio e a posse das terras na América, realizando ataques e invasões às capitanias.

    As demais alternativas são incorretas, pois:

    • A letra B é falsa, pois a Lei de Terras foi promulgada em 1850, muito depois do sistema de capitanias hereditárias, e visava regularizar a posse da terra no Brasil Império.
    • A letra C é falsa, pois não houve nenhuma contestação jurídica da burguesia portuguesa ao sistema de capitanias hereditárias, que era uma forma de distribuir as terras entre os nobres e os comerciantes aliados da Coroa.
    • A letra D é falsa, pois o clima de monções não é predominante na maior parte do território americano, e sim na Ásia, e não foi um fator determinante para o fracasso agrícola das capitanias.
    • A letra E é falsa, pois o sistema de capitanias hereditárias não entrou em colapso por causa da guerra contra os corsários franceses, mas sim por causa da centralização administrativa promovida pelo governo-geral, que foi criado em 1549 para coordenar a colonização do Brasil.
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    40) (UniCESUMAR PR/2020) França e Holanda invadiram e instalaram colônias no litoral brasileiro ao longo do período colonial. São exemplos dessas investidas:

    Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, exemplos dessas investidas.

    • A) A construção de São Luís, no Maranhão, como capital da França Equinocial, e a criação da Companhia das Índias Ocidentais, para colonizar o Brasil holandês, quando houve a ocupação de Olinda, cidade que passou a sediá-la
    • B) A edificação do Palácio de Nova Friburgo, por Holandeses, na região serrana do Rio de Janeiro, onde fundaram sua primeira colônia, e a fundação da cidade de Macapá como parte da Guiana Francesa, antes de sua retomada pelos portugueses
    • C) A ocupação temporária de Salvador pelos holandeses e a fundação da Confederação dos Tamoios por colonizadores franceses, que organizaram os índios da região do litoral norte de São Paulo para guerrear contra tropas portuguesas
    • D) A primeira colonização do Rio de Janeiro por calvinistas franceses e a participação dos comerciantes holandeses na Guerra dos Mascates, em Pernambuco, contra os portugueses
    • E) A fundação da colônia denominada França Antártica na Baía do Rio de Janeiro e a construção da Cidade Maurícia pelos holandeses, em uma parte de Recife.
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    A alternativa correta é a letra E.

    A França Antártica foi uma tentativa de colonização francesa no Brasil, entre 1555 e 1567, na região da Baía de Guanabara, onde hoje se localiza o Rio de Janeiro. Os franceses contaram com a aliança dos índios tamoios e tupinambás, mas foram expulsos pelos portugueses, liderados por Estácio de Sá, em 1567.

    A Cidade Maurícia foi o nome dado à parte de Recife que foi ocupada pelos holandeses entre 1637 e 1644, durante o governo de Maurício de Nassau, que promoveu diversas melhorias urbanas, culturais e econômicas na região. Os holandeses foram expulsos pelos portugueses e pelos nativos, após a Insurreição Pernambucana, em 1654.

    As demais alternativas são incorretas, pois:

    • A letra A é falsa, pois a capital da França Equinocial foi fundada em São Luís do Maranhão em 1612, mas foi tomada pelos portugueses em 1615, antes da criação da Companhia das Índias Ocidentais, que ocorreu em 1621, e que colonizou o Brasil holandês, ocupando Olinda em 1630.
    • A letra B é falsa, pois o Palácio de Nova Friburgo foi construído pelos portugueses em 1818, para abrigar os imigrantes suíços que fundaram a cidade de Nova Friburgo, na região serrana do Rio de Janeiro. A cidade de Macapá foi fundada pelos portugueses em 1758, e nunca fez parte da Guiana Francesa, que é uma possessão francesa desde 1674.
    • A letra C é falsa, pois a ocupação temporária de Salvador pelos holandeses ocorreu em 1624, e foi repelida pelos portugueses no ano seguinte. A Confederação dos Tamoios foi uma aliança entre os índios tamoios e os franceses, que durou de 1554 a 1567, e que visava combater os portugueses e os tupis, seus aliados.
    • A letra D é falsa, pois a primeira colonização do Rio de Janeiro por calvinistas franceses foi a França Antártica, já mencionada na alternativa E. A participação dos comerciantes holandeses na Guerra dos Mascates, em Pernambuco, contra os portugueses, é uma invenção, pois essa guerra foi um conflito interno entre os senhores de engenho e os comerciantes de Recife, em 1710.
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