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Questões Sobre Brasil Pré-Colonial - História - 1º ano do ensino médio

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11) (Mackenzie SP/2018) “(…) Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dummonte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs o nome – o Monte Pascoal, e à terra – a Terra de Vera Cruz.”

CAMINHA, Pero Vaz de. “Carta. In: Freitasa el rei D. Manuel”.In FREITAS, Gustavode. 900 textos e documentos de história.Lisboa: Plátano, 1986. V. II, p. 99100.

O texto acima é parte da carta do escrivão, Pero Vaz de Caminha, tripulante a bordo da armada de Pedro Álvarez Cabral, ao rei português D. Manuel, narrando o descobrimento do Brasil. Essa expedição marítima pode ser entendida no contexto socioeconômico da época, como uma

  • A) tentativa de obtenção de novas terras, no continente europeu, para ceder aos nobres portugueses, empobrecidos pelo declínio do feudalismo, verificado durante todo o século XIV.
  • B) consolidação do poder da Igreja junto às Monarquias ibéricas, interessada tanto em reprimir o avanço mulçumano no Mediterrâneo, quanto em cristianizar os indígenas do Novo Continente.
  • C) busca por ouro e prata no litoral americano, para suprir a escassez de metais preciosos na Europa, o que prejudicava a continuidade do comércio com o Oriente.
  • D) conquista do litoral brasileiro e sua ocupação, garantindo que a coroa portuguesa tomasse posse dos territórios a ela concedidos, pelo Tratado de Tordesilhas, em 1494.
  • E) tomada oficial das terras garantidas a Portugal, pelo acordo de Tordesilhas, e o controle exclusivo português da rota atlântica, dando-lhes acesso ao lucrativo comércio de especiarias
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A resposta correta é a (E). O Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, dividia o mundo recém-descoberto entre Portugal e Espanha. O Brasil estava localizado dentro da área designada a Portugal. A expedição de Pedro Álvares Cabral, portanto, tinha como objetivo tomar posse oficial das terras brasileiras e garantir o controle português da rota atlântica, dando-lhes acesso ao lucrativo comércio de especiarias.

As demais alternativas não são corretas, pois:

(A) O declínio do feudalismo não foi um fator relevante para a expedição de Cabral.
(B) A Igreja Católica não estava diretamente envolvida na expedição de Cabral.
(C) A busca por ouro e prata no litoral americano só se tornou uma prioridade para os portugueses a partir do século XVI.
(D) A conquista do litoral brasileiro e sua ocupação só se iniciaram na década de 1530.

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12) (UniRV GO/2019) A oficialização da existência do território brasileiro em 1500 não deu início imediato à colonização. O período entre esse evento e o início da colonização efetiva na década de 1530 é chamado de período Pré-Colonial. A respeito desse período, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as alternativas.

I. Os conflitos entre portugueses e franceses dominaram o período inicial do Brasil, que foi tomado pelos portugueses dos colonizadores franceses. O protagonismo francês na ocupação brasileira foi fundamental para a resistência dos nativos aos interesses portugueses.
II. O Tratado de Tordesilhas dividiu o mundo entre as grandes potências católicas do mundo: França, Portugal e Espanha. Na determinação do tratado, a América cabia aos espanhóis, a África aos franceses e a Ásia aos portugueses. Porém os portugueses invadiram o Brasil e a África, desrespeitando o tratado para formar seu império.
III. A exploração do pau-brasil por portugueses e franceses marcou todo o período colonial e gerou um forte enfrentamento entre europeus e indígenas, resultando no extermínio militar de várias tribos indígenas para abrir espaço para a extração da valiosa madeira.
IV. O início efetivo da colonização adotou o sistema de capitanias submissas a um governo geral. Essa estrutura foi adotada na América Portuguesa a fim de combater os indígenas que lutavam em defesa das matrizes de pau-brasil, e só o permitiram após muita morte e violência.

  • A) V – V – V – V
  • B) V – F – V – F
  • C) F – V – F – V
  • D) F – F – F – F
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A resposta correta é a (D).

I: Falsa. A França nunca tomou o Brasil de Portugal, só duas regiões, a França Equinocial (Maranhão) e a
França Antártica (Baia de Guanabara).

II: Falsa. O tratado de Tordesilhas divide apenas os territórios para Portugal e Espanha, a França não participa.

III: Falsa. Os Franceses não exploraram o pau-brasil durante todo o período colonial.

IV: Falsa. A princípio foi adotado um sistema de capitanias hereditárias, mas com o fracasso desse sistema é instalado um governo geral

13) (PUCCamp SP/2019) Embora crítico do “índio de lata de goiabada” do romantismo brasileiro, Oswald de Andrade teve pouco ou nenhum contato com a cultura ameríndia; seus índios são frutos da leitura dos relatos de viajantes e documentos da era colonial, além de antropólogos europeus em voga na época. No conhecido epigrama do Manifesto antropófago de 1928 − “Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade” − não é difícil detectar o eco do relato feito pelo escrivão Pero Vaz de Caminha, no qual este atesta o caráter pacífico e receptivo dos nativos: “certamente essa gente é boa e de bela simplicidade”.

(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos.São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p.155)

No processo de descoberta e conquista com vistas à ocupação do território brasileiro, os portugueses se depararam com

  • A) a diversidade indígena que se traduzia na existência de diversas culturas, línguas e formas de organização social, e na resistência à colonização e à catequização, manifestadas no grande número de conflitos e na necessidade de negociação e alianças por parte de portugueses.
  • B) o predomínio de tribos caçadoras e coletoras, nômades, que mudaram drasticamente seu modo de vida para sedentário, logo após entrarem em contato com as técnicas de agricultura trazidas pelos colonizadores.
  • C) a cordialidade dos nativos, que reconheceram a superioridade do homem branco ao constatarem a tecnologia das embarcações e das armas de fogo, assumindo uma postura amigável que facilitou a instalação pacífica dos primeiros núcleos de povoamento.
  • D) a presença de muitos brancos europeus, desterrados ou náufragos, que haviam se convertido em caciques indígenas ou autoridades locais, promovendo práticas de escambo com piratas espanhóis e ingleses, que precisaram ser toleradas pela Coroa portuguesa.
  • E) a densidade populacional alta na faixa litorânea, em função da farta exploração da pesca e da facilidade das tribos do litoral em trocarem seus excedentes de alimentos, por meio da navegação marítima, em contraste com a população escassa e rarefeita no interior do território.
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A resposta correta é a (A). O relato de Pero Vaz de Caminha, que é o primeiro relato escrito sobre o contato entre portugueses e indígenas no Brasil, descreve os nativos como “boa e de bela simplicidade”, o que sugere que eles eram pacíficos e receptivos. No entanto, essa imagem é contestada por outros relatos de viajantes e documentos da era colonial, que apontam para a diversidade cultural dos povos indígenas e para a sua resistência à colonização e à catequização.

Os conflitos entre portugueses e indígenas foram frequentes, e os portugueses precisaram negociar e fazer alianças com os nativos para garantir a ocupação do território. A diversidade cultural dos povos indígenas também se traduziu na resistência à catequização, que foi um processo lento e difícil.

As demais alternativas não são corretas, pois:

(B) O predomínio de tribos caçadoras e coletoras no Brasil é uma generalização que não se aplica a todos os povos indígenas.
(C) A cordialidade dos nativos é uma imagem idealizada que não corresponde à realidade histórica.
(D) A presença de brancos europeus entre os indígenas é um fenômeno que ocorreu em algumas regiões do Brasil, mas não foi generalizado.
(E) A densidade populacional indígena era alta em algumas regiões do Brasil, mas não era uniforme.

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14) (UNESP/2019) O dia em que o capitão-mor Pedro Álvares Cabral levantou a cruz […] era a 3 de maio, quando se celebra a invenção da Santa Cruz em que Cristo Nosso Redentor morreu por nós, e por esta causa pôs nome à terra que se encontrava descobertade Santa Cruz e por este nome foi conhecida muitos anos. Porém, como o demônio com o sinal da cruz perdeu todo o domínio que tinha sobre os homens, receando perder também o muito que tinha em os desta terra, trabalhou que se esquecesse o primeiro nome e lhe ficasse o de Brasil, por causa de um pau assim chamado de cor abrasada e vermelha com que tingem panos […].

(Frei Vicente do Salvador, 1627. Apud Laura de Mello e Souza.O Diabo e a Terra de Santa Cruz, 1986. Adaptado.)

O texto revela que

  • A) a Igreja católica defendeu a prática do extrativismo durante o processo de conquista e colonização do Brasil.
  • B) um esforço amplo de salvação dos povos nativos do Brasil orientou as ações dos mercadores portugueses.
  • C) os nomes atribuídos pelos colonizadores às terras do Novo Mundo sempre respeitaram motivações e princípios religiosos.
  • D) o objetivo primordial da colonização portuguesa do Brasil foi impedir o avanço do protestantismo nas terras do Novo Mundo.
  • E) uma visão mística da colonização acompanhou a exploração dos recursos naturais existentes nas terras conquistadas.
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A resposta correta é a (E). O texto revela que a colonização portuguesa do Brasil foi marcada por uma visão mística, que se expressou na atribuição do nome de “Terra de Santa Cruz” ao Brasil, em referência à Invenção da Santa Cruz, celebrada em 3 de maio. Essa visão mística também se manifesta na crença de que o demônio, ao ver o sinal da cruz, perdeu o domínio sobre os homens e, por isso, trabalhou para que o nome de “Brasil” prevalecesse, em referência ao pau-brasil, uma árvore nativa da região.

As demais alternativas não são corretas, pois:

(A) O texto não menciona a defesa da prática do extrativismo pela Igreja católica.
(B) O texto não menciona um esforço amplo de salvação dos povos nativos do Brasil.
(C) O texto não afirma que os nomes atribuídos pelos colonizadores às terras do Novo Mundo sempre respeitaram motivações e princípios religiosos.
(D) O objetivo primordial da colonização portuguesa do Brasil não foi impedir o avanço do protestantismo nas terras do Novo Mundo.

15) (UNICAMP/2020) Na América Portuguesa do século XVI, a política europeia para os indígenas pressupunha também a existência de uma política indígena frente aos europeus, já que os Tamoios e os Tupiniquins tinham seus próprios motivos para se aliarem aos franceses ou aos portugueses.

(Adaptado de Manuela Carneiro da Cunha, Introdução a uma históriaindígena.São Paulo: Companhia das Letras/Fapesp, 1992, p. 18.)

Com base no excerto e nos seus conhecimentos sobre os primeiros contatos entre europeus e indígenas no Brasil, assinale a alternativa correta

  • A) A população ameríndia era heterogênea e os conflitos entre diferentes grupos étnicos ajudaram a definir, de acordo com suas próprias lógicas e interesses, a dinâmica dos seus contatos com os europeus.
  • B) O fato de Tamoios e Tupiniquins serem grupos aliados contribuiu para neutralizar as disputas entre franceses e portugueses pelo controle do Brasil, pelo papel mediador que os nativos exerciam.
  • C) Os indígenas, agentes de sua história, desde cedo souberam explorar as rivalidades entre os europeus e mantê-los afastados dos seus conflitos interétnicos, anulando o impacto da presença portuguesa.
  • D) As etnias indígenas viviam em harmonia umas com as outras e em equilíbrio com a natureza. Esse quadro foi alterado com a chegada dos europeus, que passaram a incentivar os conflitos interétnicos para estabelecer o domínio colonial.
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A resposta correta é a (A). O texto afirma que os Tamoios e os Tupiniquins, dois grupos indígenas do litoral brasileiro, tinham seus próprios motivos para se aliarem aos franceses ou aos portugueses. Isso indica que os indígenas não eram um grupo homogêneo, mas que se dividiam em diferentes grupos, com diferentes culturas e interesses.

Esses conflitos entre diferentes grupos étnicos ajudaram a definir, de acordo com suas próprias lógicas e interesses, a dinâmica dos seus contatos com os europeus. Por exemplo, os Tamoios, que eram inimigos dos Tupiniquins, se aliaram aos franceses para combater os portugueses, que eram aliados dos Tupiniquins.

As demais alternativas são incorretas por seguintes razões:

(B) O fato de Tamoios e Tupiniquins serem grupos aliados não contribuiu para neutralizar as disputas entre franceses e portugueses, pois essas disputas continuaram a ocorrer, inclusive com a participação dos próprios indígenas.
(C) Os indígenas, embora fossem agentes de sua história, não conseguiram anular o impacto da presença portuguesa. Os portugueses, com sua superioridade tecnológica e militar, conseguiram impor sua dominação sobre os indígenas, provocando o declínio de sua população e cultura.
(D) As etnias indígenas não viviam em harmonia umas com as outras. Como mencionado anteriormente, havia conflitos entre diferentes grupos étnicos, que foram intensificados com a chegada dos europeus.

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16) (UNITAU SP/2015) Nós vimos chegar os pretos, os brancos, os árabes, os italianos, os japoneses. Nós vimos chegar todos esses povos e todas essas culturas. Somos testemunhas da chegada dos outros aqui,os que vêm com antiguidade, e mesmo os cientistas e os pesquisadores brancos admitem que sejam seis mil, oito mil anos. Nós não podemos ficar olhando essa história do contato como se fosse um evento português. O encontro com as nossas culturas, ele transcende a essa cronologia do descobrimento da América, ou das circunavegações, é muito mais antigo. Reconhecer isso nos enriquece muito mais e nos dá a oportunidade de ir afinando, apurando o reconhecimento entre essas diferentes culturas e “formas de ver e estar no mundo” que deram fundação a esta nação brasileira, que não pode ser um acompanhamento, deve ser uma nação brasileira que reconhece a diversidade cultural, que reconhece 206 línguas que ainda são faladas aqui, além do português. […] O encontro e o contato entre as nossas culturas e os nossos povos, ele nem começou ainda e às vezes parece que ele já terminou.

KRENAK, Ailton. O eterno retorno do encontro. Disponível em <http://pib.socioambiental.org/pt/c/no-brasil-atual/narrativas-indigenas/narrativa-krenak>. Acesso em: 08/mai./2015.

De acordo com o texto e com seus conhecimentos sobre o contato entre as etnias indígenas brasileiras e os europeus, é CORRETO afirmar:

  • A) O contato entre brancos e indígenas começou na Antiguidade, quando houve efetivamente a maior aproximação entre essas culturas.
  • B) Devido ao fato de terem visões distintas, cada um dos lados – brancos e indígenas – compreende o contato de uma forma diferente.
  • C) Os encontros entre diferentes povos e culturas no Brasil ocorreram anteriormente à chegada dos portugueses, em 1500, e continuaram ocorrendo até os dias atuais.
  • D) O período imigratório do século XIX ampliou significativamente o contato entre europeus e índios no Brasil e, portanto, pode ser considerado o principal marco desse processo.
  • E) O contato entre essas culturas foi constituído de modo tolerante e pacífico.
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A resposta correta é a (C). O texto de Ailton Krenak afirma que os povos indígenas brasileiros têm uma longa história de contato com diferentes culturas, que remonta a milhares de anos antes da chegada dos portugueses. Ele também afirma que esse contato continua ocorrendo até os dias atuais.

As demais alternativas são incorretas por seguintes razões:

(A) O contato entre brancos e indígenas começou muito antes da Antiguidade, como afirma o texto.
(B) O texto não afirma que os dois lados compreendem o contato de uma forma diferente.
(D) O período imigratório do século XIX foi importante para o contato entre europeus e indígenas, mas não foi o principal marco desse processo.
(E) O contato entre essas culturas foi marcado por conflitos e violência, como afirma o texto.

17) (UEPA/2015) Eu acredito que é no contexto dessa guerra crônica que nós devemos examinar o fenômeno peculiar da mandioca brava, o único alimento básico do mundo que é venenoso. Sugiro que a adoção dessa planta representou uma estratégia de defesa específica para uma situação de guerra constante do tipo “guerra de saque”.

(BECKERMAN, Stephen. A Amazônia estava repleta de gente em 1492? Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi. Coleção Emilie Snethlage, 1991, p. 149)

A incorporação de certos alimentos pelos grupos indígenas americanos, como o citado no Texto IV, representou uma forma de proteção desses grupos porque o:

  • A) processo requerido para se tornar comestível é demorado, assegurando que os inimigos de um grupo tenham dificuldade em se prover dos campos de sua vítima.
  • B) trabalho exigido para a colheita do produto permite a mobilidade dos inimigos, possibilitando combates intensos favorecendo a defesa.
  • C) consumo desse alimento pelos inimigos é determinante, promovendo a morte de parte deles com a ingestão do produto.
  • D) esforço realizado para a extração da planta desgasta os invasores, garantindo resultado favorável aos invadidos.
  • E) caminho percorrido para atravessar os campos é longo, permitindo a organização eficiente dos defensores.
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A resposta correta é a (A).

O texto afirma que a mandioca brava é o único alimento básico do mundo que é venenoso. O autor sugere que a adoção dessa planta representou uma estratégia de defesa específica para uma situação de guerra constante do tipo “guerra de saque”.

A mandioca brava é uma planta tóxica que contém ácido cianídrico. Para que seja consumida, ela deve ser submetida a um processo de fermentação ou cozimento, que elimina o veneno.

A incorporação da mandioca brava pelos grupos indígenas americanos representou uma forma de proteção porque tornava mais difícil para os inimigos saquear seus alimentos. Se os inimigos invadissem uma aldeia e roubassem a mandioca, eles teriam que saber como processá-la para poder consumi-la. Isso poderia dar aos moradores da aldeia tempo para se organizar e se defender.

As demais alternativas são incorretas por seguintes razões:

(B) O trabalho exigido para a colheita do produto não necessariamente permitiria a mobilidade dos inimigos. Os inimigos poderiam estar equipados para realizar esse trabalho.
(C) O consumo desse alimento pelos inimigos não é determinante. Os inimigos poderiam saber como processá-lo para poder consumi-lo sem risco.
(D) O esforço realizado para a extração da planta poderia desgastar os invasores, mas não seria suficiente para garantir um resultado favorável aos invadidos.
(E) O caminho percorrido para atravessar os campos não necessariamente permitiria a organização eficiente dos defensores. Os inimigos poderiam estar preparados para enfrentar esse desafio.

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18) (UNITAU SP/2016) “A execução ritual podia tardar vários meses. Nesse intervalo, o cativo vivia na casa de seu captor, que lhe cedia irmã ou filha como esposa; sua condição só se alterava às vésperas da execução, quando era reinimizado e submetido a um rito de captura. Por fim, era morto e devorado. A execução era um momento privilegiado de articulação das aldeias em nexos sociais maiores e estava ligada a concepções sobre prestígio, à reprodução humana e ao destino póstumo”.

FAUSTO, Carlos. Os índios antes do Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2010, p. 79.

O texto acima se refere à guerra e ao ritual antropofágico realizados pelos índios Tupinambá. Sobre isso, está CORRETO afirmar:

  • A) Eram mecanismos políticos de acomodação, capazes de articular povos de diferentes línguas e culturas em um mesmo sistema de interdependência regional.
  • B) Eram praticados por aldeias aliadas, que formavam conjuntos multicomunitários e étnicos, com o objetivo de reforçar os laços de consanguinidade entre os aliados.
  • C) Eram dispositivos cruciais na organização das comunidades Tupinambá, ocupando uma posição simbólica que, em outros sistemas, caberia à circulação de bens de prestígio.
  • D) Eram formas de subjugar, escravizar e extrair tributos por uma elite indígena que se encontrava, às vésperas do contato com os europeus, cada vez mais poderosa.
  • E) Eram os meios que os Tupinambá, que eram canibais, encontraram para comercializar escravos e alimentar as comunidades indígenas, cuja escala populacional era superior a 10 mil pessoas.
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A resposta correta é a C). O texto afirma que a guerra e o ritual antropofágico eram dispositivos cruciais na organização das comunidades Tupinambá, ocupando uma posição simbólica que, em outros sistemas, caberia à circulação de bens de prestígio.

O ritual antropofágico dos Tupinambá era um evento complexo que envolvia uma série de significados simbólicos. Ele era visto como uma forma de incorporar as qualidades do inimigo, tanto físicas quanto espirituais. Também era uma forma de fortalecer os laços de solidariedade entre os membros da comunidade, pois todos participavam da festa que celebrava a morte do inimigo.

A guerra, por sua vez, era uma forma de obter prisioneiros para o ritual antropofágico. Também era uma forma de reafirmar a supremacia da própria comunidade sobre as outras.

Assim, a guerra e o ritual antropofágico eram elementos essenciais da cultura Tupinambá. Eles não eram apenas formas de violência ou de subjugação, mas também tinham um significado simbólico importante para a organização social e cultural desse povo.

As demais alternativas são incorretas por seguintes razões:

(A) Os Tupinambá não eram uma sociedade pacífica. A guerra era uma parte importante de sua cultura.
(B) A guerra não era praticada apenas por aldeias aliadas. Os Tupinambá guerreavam contra todos os grupos que consideravam inimigos, inclusive aldeias aliadas.
(D) A guerra e o ritual antropofágico não eram formas de subjugar, escravizar e extrair tributos. Eles eram práticas culturais que tinham um significado simbólico importante para os Tupinambá.
(E) A escala populacional dos Tupinambá era inferior a 10 mil pessoas.

19) (UFGD MS/2020) As descobertas arqueológicas colaboram no entendimento do processo de ocupação do Brasil e de toda a América por meio dos vestígios da cultura material, encontrados no vasto continente americano, como, por exemplo, o que mostram as imagens a seguir.

IMAGEM I

O fóssil de Luzia: o mais antigo ser humano encontrado no Brasil (Lagoa Santa – Minas Gerais)

Exercício de História - Brasil Pré-Colonial

Disponível em: <https://www.tribunapr.com.br/wp-content/uploads/sites/1/2018/09/Luiza-825×793.jpg?a86372>.Acesso em: 20 set.2019

IMAGEM II

Registro rupestre. Representação dos chamados “veadinhos azuis”, tesouro de um dos sítios arqueológicos da Serra da Capivara, no Piauí.

Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-5xkWfXsUfV4/VpAn8g7I7vI/AAAAAAAAFkU/NfB_KN8NpMw/s1600/IMG_4475.JPG>. Acesso em: 20 set. 2019.

Sobre o processo de ocupação do Brasil, assinale a alternativa correta:

  • A) O território conhecido como Brasil vem sendo continuamente ocupado por diferentes populações há mais de 10 mil anos antes do presente, conforme evidenciam as descobertas das pesquisas arqueológicas.
  • B) Os primeiros habitantes do Brasil foram os portugueses e os espanhóis que, auxiliados pelo processo de expansão ultramarina no século XVI, chegaram em terras brasileiras.
  • C) Os povos indígenas habitavam apenas a costa litorânea atlântica, quando da chegada dos europeus no século XVI. A região Centro-Oeste do Brasil, por exemplo, caraterizada por uma floresta tropical, era completamente desocupada.
  • D) As evidências arqueológicas apenas comprovam a ocupação do território brasileiro a partir do século X, já que os objetos da cultura material encontrados não permitem datações anteriores a mais de mil anos.
  • E) O processo de ocupação do Brasil se deu sempre de forma pacífica, contando com a harmonia entre indígenas, europeus e africanos, atendendo as demandas de todos os grupos étnicos e de diferentes nacionalidades.
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A resposta correta é a A). As descobertas arqueológicas no Brasil indicam que o território conhecido como Brasil vem sendo continuamente ocupado por diferentes populações há mais de 10 mil anos antes do presente.

A imagem I, por exemplo, mostra o fóssil de Luzia, o mais antigo ser humano encontrado no Brasil. Luzia viveu há cerca de 11.500 anos e seus restos mortais foram encontrados em Lagoa Santa, Minas Gerais.

A imagem II, por sua vez, mostra um registro rupestre da Serra da Capivara, no Piauí. Esse sítio arqueológico abriga um dos maiores conjuntos de pinturas rupestres das Américas, com datações que variam de 10 mil a 5 mil anos atrás.

Assim, as evidências arqueológicas indicam que o território brasileiro foi ocupado por diferentes populações desde a Pré-História. Essas populações desenvolveram diferentes formas de vida, com diferentes tecnologias e organizações sociais.

As demais alternativas são incorretas por seguintes razões:

(B) Os primeiros habitantes do Brasil foram os povos indígenas, que chegaram ao continente há milhares de anos. Os europeus e os espanhóis chegaram apenas no século XVI.
(C) Os povos indígenas habitavam todo o território brasileiro, inclusive a região Centro-Oeste. A floresta tropical, por sua vez, não era um obstáculo para a ocupação humana.
(D) As evidências arqueológicas comprovam a ocupação do território brasileiro há mais de 10 mil anos.
(E) O processo de ocupação do Brasil se deu de forma violenta e desigual, com a dominação e a exploração dos povos indígenas.

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20) (Fac. Israelita de C. da Saúde Albert EinsteinSP/2019) Mil anos antes da “descoberta” do Brasil pelos europeus, um grande movimento de migração parece ter se iniciado no sul da floresta amazônica. Os povos que se moviam falavam línguas aparentadas, de uma grande família de línguas que denominamos tupi-guarani. Praticavam a coivara e eram bons caçadores e pescadores.

(Norberto Luiz Guarinello. Os primeiros habitantes do Brasil, 2009. Adaptado.)

A partir do texto e de seus conhecimentos, pode-se afirmar que os referidos povos

  • A) limitavam-se ao extrativismo e alimentavam-se principalmente de moluscos, daí serem também chamados de povos dos sambaquis.
  • B) eram pacíficos e estabeleceram relações amistosas com outros grupos nativos e, posteriormente, com os colonizadores portugueses.
  • C) eram originários da Ilha de Marajó e dominavam a cerâmica, o que permitia a conservação de mantimentos e a produção de urnas funerárias.
  • D) foram dizimados por grupos indígenas procedentes do litoral pacífico do continente, daí sua cultura ter sido extinta antes da conquista portuguesa.
  • E) praticavam a agricultura e tinham bom domínio da navegação, o que contribuiu para sua expansão pelas terras posteriormente chamadas de Brasil.
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A resposta correta é a E). O texto afirma que os povos que se moviam praticavam a coivara, que é uma forma de agricultura primitiva que consiste em queimar uma área de floresta para plantar e, após a colheita, deixar o solo em pousio por alguns anos. Além disso, o texto afirma que os povos eram bons caçadores e pescadores, o que sugere que eles tinham um conhecimento profundo do ambiente natural e das técnicas de sobrevivência.

As demais alternativas são incorretas por seguintes razões:

(A) O texto afirma que os povos praticavam a agricultura, o que contradiz a afirmação de que eles se limitavam ao extrativismo.
(B) O texto não faz nenhuma referência à natureza das relações entre os povos que se moviam e outros grupos nativos ou com os colonizadores portugueses.
(C) O texto não faz nenhuma referência à origem dos povos que se moviam ou ao domínio da cerâmica.
(D) O texto não faz nenhuma referência a conflitos entre os povos que se moviam e outros grupos indígenas.

Portanto, a alternativa (E) é a única que se baseia no texto e nos conhecimentos sobre a história dos povos indígenas do Brasil.

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